Fla empata com o lanterna
August 3rd, 2009 | 50 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2009, Flamengo, NáuticoIndependentemente de táticas e esquemas, é inconcebível, indesculpável, incompreensível que jogadores profissionais de um clube como o Flamengo tenham atuações individuais tão pífias, tão ridículas, tão toscas, como as que tiveram no empate de 1×1 com o então último colocado do campeonato, o Náutico, dentro do Maracanã.
Fernando Calazans – O GLOBO, 03/08/2009
Depois de empatar com Avaí e Barueri, o Flamengo empata mais uma vez no Maracanã, agora com o Náutico. 6 pontos no lixo. 6 pontos que um time que quer brigar pelo título não pode perder.
Ainda na quinta-feira no Maracanã, quando o placar já estava 3×1 para o Flamengo sobre o líder do campeonato (até aquele momento), conversava com outros rubro-negros sobre a possibilidade de um papelão no domingo contra o lanterna. “É bem capaz” – foi o que mais escutei dos que estavam em volta.
De qualquer forma…
Fui surpreendido quando o placar anunciou Zé Boteco e não havia o nome do Emerson lá. Fiquei sabendo dentro do estádio que ele estava contundido. Como o Sheik faz falta. Adriano isolado não jogou bulhufas. O Imperador se limitou à uma boa cabeçada no 2º tempo defendida pelo goleiro do Náutico.
O Náutico, que é muito ruinzinho demais, veio com uma proposta de jogo ao mesmo tempo previsível e inteligente. Fechado, dificultando as ações do Flamengo e saindo rápido no contra-ataque. Agora, como que um time com 3 zagueiros e 3 cabeças-de-área (sim, Kléberson é cabeça-de-área) leva uma quantidade tão grande de contra-ataque deixando tanto espaço para os caras? Numa dessas saiu o gol pernambucano.
Zé Boteco conseguiu ser pior que todo mundo, Leo Moura errava muito e Everton tentava alguma correria mas sem nenhuma eficácia. É Ronaldo Angelim de ponta esquerda, Leo Moura de centro-avante… bagunças da era Cuca. Andrade vai ter trabalho. Falando em Cuca, sua herança, Zé Boteco deveria ser dispensado logo, péssima relação custo-benefício.
2º tempo ainda ia começar e o telão mostra SAI: Zé Roberto, alívio momentâneo, e ENTRA: Petkovic, preocupação. Temi que em sua “estreia” como treinador, Andrade fosse premiado com o coro de “burro”. Mas na 1ª jogada do gringo, uma bela tabela com Adriano e falta na entrada da área. A galera gritou “PET! PET!”. E Pet continuou com algumas boas jogadas. A carência de meias é tão grande que o Pet acabou sendo o melhor do jogo.
Os caras do Náutico deitaram e rolaram na cera. No caso do deitaram, foi no sentido literal mesmo, toda hora tinha um corpo estendido no chão. De todo modo, o que irrita a torcida é a passividade do time em determinados momentos. Não nesse tipo de cera do adversário, mas quando o goleiro fica com a posse de bola nos pés e ninguém vai lá impedir isso. A sonolência em muitos lances fica evidente. Alguns erros de passe são inaceitáveis mesmo. O Wellington deve estar numa pressão muito grande, deveria ficar de molho uns jogos.
Léo Moura
Toda essa inquietação da torcida acabou eclodindo nos passes e cruzamentos errados do Léo Moura, de quem se espera alguma qualidade, a qual o jogador já se mostrou capaz, mas não vem apresentando-a. As vaias são justas. No Flamengo é assim mesmo, Romário já foi vaiado, ZICO já foi vaiado.
Uns dizem que os torcedores devem apoiar sempre. Outros dizem que não. De qualquer jeito, vi nesses 2 jogos no Maracanã o Flamengo sair perdendo o jogo e imediatamente a torcida do Flamengo começar a cantar tentando empurrar o time. Ou seja, apoio os caras têm, mas não abusa.
Léo Moura esbravejou, vociferou, gritou, xingou. Não o condeno. Lances ríspidos acontecem mesmo no calor do jogo. É essa vontade que ecoou nos berros do lateral rubro-negro que a galera quer ver no campo, jogando bola.