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Posts Tagged ‘Fernando Alonso’

O título para o verdadeiro campeão*

November 17th, 2010 | 18 Comments | Filed in Fórmula-1 2010

Um campeão surgido no deserto

Para a alegria geral (do escriba de F1 deste blog…), deu Sebastian Vettel. O mais jovem campeão de Fórmula 1 de todos os tempos escreveu seu nome na história do esporte com uma virada espetacular. Venceu um jovem sim, ainda imaturo, um menino que cometeu erros ao longo da temporada, se expôs e sofreu críticas, enfrentou dentro de sua própria escuderia um experiente intimidador de parceiros (louco para não perder o que pode ter sido a chance da sua vida)  além de outros três campeões mundiais. Só que nas últimas quatro corridas, ele só não venceu uma delas porque na Coreia o seu motor Renault o deixou na mão a algumas esquinas da vitória. Na hora da verdade, Mark Webber rateou, e principalmente, a Ferrari mostrou que precisa de algo além de Fernando Alonso e das suas mutretagens, brilhando assim a nova estrela da Fórmula 1.

Vettel impressiona desde cedo. Ele é cria do projeto de desenvolvimento de pilotos da Red Bull, entrou pela Toro Rosso e deu ao time (lembremos que a Toro Rosso é a finada Minardi vestida de azul) a primeira pole e vitória, subiu ao time principal e repetiu o feito. Ainda completou o serviço com o título de construtores e a cereja do bolo: o campeonato mundial de pilotos.

Palmas para o campeão e para a sua equipe. Adrian Newey construiu um carro magnífico, todo o time trabalhou com seriedade e não cedeu às pressões para “priorizar” um piloto em detrimento do outro, atitude que tiraria toda a beleza da recuperação e da conquista de Vettel. O choro transmitido via rádio foi ainda mais marcante pela espontaneidade: para que o piloto se mantivesse focado na corrida, ele não foi informado em nenhum momento pela equipe sobre as posições de seus oponentes, e só após a bandeirada o alemão despenteado soube que era o vencedor deste que foi o mundial mais disputado da história da categoria.

Vamos combinar: um fim de campeonato desses não merecia uma pista tão horrorosa, chatíssima. Não adianta ficar dizendo a toda hora que é um espetáculo no seu entorno, que os hotéis blablabla…, que o parque da Ferrari blablabla… Eu estou no meu sofá, a uma distância de 11.751 Km, e tudo o que quero saber é de uma corrida interessante, mas fora o drama, aquilo não diz absolutamente mais nada.

Para dar algum tempero mais sofisticado na corrida, a atuação da McLaren foi fundamental para manter Alonso longe do pódio. Lewis Hamilton,  o francoatirador, bem que tentou acompanhar Vettel na espera por um milagre. Jenson Button, já de olho em 2011, foi malandro o suficiente para pular na frente de Alonso logo na largada e dessa forma decretou que o dia estava nublado em Maranello. Castigo merecido, praga rogada por um mundo inteiro que ficou estupefato com o ridículo episódio “Fernando is faster than you“.

Vitaly Petrov = Ivan Drago

O mais engraçado é que, se não fosse a estupidez que a Ferrari cometeu na Alemanha, com menos sete pontos na tabela, Alonso ainda estaria na disputa, porém teria que brigar para ganhar. Porém, com a condição de líder fajuto, a Ferrari trabalhou na mediocridade para, no máximo, aquele quinto lugar que lhe daria o título. Só aí já identificamos dois pecados: preguiça e soberba. As condições da corrida mudaram, a equipe errou pateticamente a estratégia e então Vitaly Petrov baixou com o peso da cortina de ferro sobre as pretensões ferraristas. O soviético russo não tem lugar certo para 2011, mas teve sua mais brilhante atuação nesse domingo, contendo com muita eficiência a fúria do touro espanhol.

Outro piloto que não tem contrato para correr no ano que vem é Nico Hülkenberg. A mais nova fera germânica melhorou muito na segunda metade do campeonato, sendo seu auge a brilhante pole-position em Interlagos, nas mesmas condições dificílimas que o seu professor Rubens Barrichello enfrentou em um longínquo GP da Bélgica em 1994, quando obteve também sua primeira pole. Nem todo talento do mundo salvaria o alemão da draga financeira que vive a Williams, e ele deve ser substituído por Pastor Maldonado, venezuelano e cheio do dinheiro liberado por Hugo Chávez. Já o ancião brasileiro partirá para sua 19ª temporada.

Bruno Senna ainda não disse a que veio, mas tudo indica que seguirá para a Lotus – aquela que não merece se chamar Lotus. Tony Fernandes, marketeiro que só ele, já anunciou parceria com os motores Renault e que seus carros no ano que vem profanarão a nossa memória do preto e dourado da velha Lotus. E aproveitando o capacete do Senna sobrinho quase idêntico ao do tio, quer trazer uma onda saudosista, apesar de saudosismo por si só não levar ninguém a lugar nenhum. O maior problema dele é que o grupo Proton – este detentor dos direitos sobre a marca Lotus para carros de rua – já negocia a compra de parte da equipe Renault (propriedade do grupo Genii) e o time seria rebatizado de… Lotus-Renault. Peralá: duas????

Resultado: a Embratel vai pagar a mudança de Senna para uma  equipe Lotus-Renault preta e dourada, mas ele pode acabar correndo em uma equipe chamada 1Malaysia Racing Team. É levar gato malaio por lebre. E é muita polêmica para pouco desempenho.

A última imagem de 2010 é esta: o novo campeão cercado pelos dois últimos, sacudindo uma garrafa que não é de champagne. Tempos estranhos na F1… de qualquer forma, as lições estão aí. Aprenda quem quiser.

Campeões saudando o mais novo membro do clube

* os cabeçalhos provisórios para esse post eram “o dia em que o talento perdeu para o ‘regular'”, “Red Bull: como colocar tudo a perder em três atos”a arte de ser campeão sem ter o melhor carro” ou “então, os vermelhos estavam certos?”. Mas ao final da corrida, os deuses da velocidade foram justos. Justíssimos.

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Webber deu as cartas nas ruas do Principado

May 18th, 2010 | 4 Comments | Filed in Fórmula-1 2010

Cheio de champagne na cabeça, o vencedor dá o seu duplo twist carpado

Depois de ser bastante discreto nos treinos livres, Mark Webber arrebatou a pole-position do GP de Mônaco. No domingo, o  australiano fez valer o favoritismo daqueles que largam na frente em Monte Carlo com uma corrida irrepreensível. Como Sebastian Vettel completou a segunda dobradinha da Red Bull no ano – a primeira fora na Malásia com o alemão à frente – vemos que a Fórmula 1 levou seis corridas para que a perspectiva do início do ano se concretizasse: os touros com asas são os carros a serem batidos. Os dois pilotos estão empataram em pontos (Webber tem vantagem por ter duas vitórias) e assim como a equipe, saíram de Mônaco no topo da tabela. Pela primeira vez na carreira de piloto de F1, o australiano não vê ninguém à sua frente.

Realmente, Webber vem fazendo uma temporada muito competitiva. O problema dele é que, com todos os azares de Vettel até aqui, tudo o que o australiano conseguiu foi empatar com seu companheiro. No frigir dos ovos, o talento do alemão poderá virar essa balança.

O pódio foi completado pelo impressionante Robert Kubica, que insistentemente mantém sua Renault – consolidada como a quinta força do campeonato, almejando a mais caso Vitaly Petrov resolva ajudar – correndo entre os carros do G4. Por essas e outras, o polonês é fortemente especulado para se transferir para a Ferrari.

No time de Maranello, Felipe Massa foi na média: uma classificação razoável e corrida idem. Sem ser ameaçado nem tampouco ameaçar ninguém, chegou na mesma quarta posição que largou. Não é ruim, mas se comparar com Fernando Alonso… o espanhol largou dos boxes após dar PT em seu carro no último treino livre e sequer participou da classificação. Graças à pancada de Nico Hülkenberg – incomodadíssimo por estar andando atrás do companheiro de equipe – logo na primeira volta, pôde fazer de cara a troca obrigatória de pneus e escalou o pelotão até chegar ao sexto lugar. Apesar da atuação épica, o espanhol teve que engolir uma ultrapassagem do velho Michael Schumacher nos últimos metros, só que a manobra, em meio ao disse-me-disse das regras rendeu uma punição ao heptacampeão. Uma pena. O drible foi fantástico. Mas quem se importa com as regras??? Levar ou não os pontos não interessa. O que interessa é que a ultrapassagem foi o lance mais inesperado da corrida. Ele chegaria à frente de Nico Rosberg, mas com o acréscimo de 20 segundos ao seu tempo, ficou para trás. Para quem estava curtindo criticar o ex-aposentado, sua diversão pode estar bem próxima de acabar…

De Hill pai para Hill filho: "Don't make such a mess, son!"

O chato é que coube a Damon Hill, o campeão de 1996 e o piloto convidado para a comissão de fiscais no GP de Mônaco, descascar o abacaxi da última volta da corrida. A situação ocorrida foi como um ‘bug’, a interpretação da exceção da exceção da letra miúda do regulamento da F1, contando ainda com uma provável falha da direção de prova. Como essa definitivamente não é a praia do ex-piloto de Brabham, Williams, Arrows e Jordan, ele foi acusado injustamente de ter “levado a questão como vingança pessoal”. Duas coisas: 1) a FIA precisa fazer a regra clara, à la Arnaldo; 2) a participação de ex-pilotos precisa ser mais bem pensada, pois a iniciativa  é interessante mas não deve criar saias justas desnecessárias entre pilotos do presente e do passado.

Jenson Button perdeu a liderança do campeonato em uma das mancadas mais épicas da história da categoria: um dos mecânicos da McLaren simplesmente esqueceu de tirar a proteção da entrada de ar que resfria o motor, que em poucas voltas abriu o bico.

Rubens Barrichello ia muito bem. Colocou seu limitado Williams no Q3 e saltou de nono para sexto na largada, ultrapassando inclusive a dupla da Mercedes. Mas após o pitstop sua sorte mudou. Caiu para décimo e acusou algum problema na traseira do carro. O resultado foi óbvio: direto no guard-rail. Apesar da pancada, o brasileiro fez o seu comercial. O moleque do box ao lado que o diga.

A Force India continua de vento em popa. Pontuou novamente, e dessa vez com os dois carros. Adrian Sutil à frente, Vitantonio Liuzzi atrás.

Da turma do fundão ninguém chegou ao fim para contar a história. Um a um, foram todos quebrando pelo caminho até que quando sobravam apenas dois deles, Jarno Trulli, da Lotus paraguaia malaia foi demasiadamente otimista ao tentar ultrapassar Karun Chandhok, da Hispania. Os carros se misturaram e o piloto indiano deve ter levado uma bela raspada no capacete do carro do italiano “voador”, que ao menos, pediu desculpas no fim. Destaque para Lucas Di Grassi, que deu uma dose de trabalho extra para um Alonso que corria atrás do tempo perdido.

A próxima corrida é na Turquia, dia 30. Lá, das cinco corridas realizadas até hoje, Massa venceu três. Quem sabe?

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As expectativas da Fórmula-1 no início de temporada 2010

April 1st, 2010 | 2 Comments | Filed in Fórmula-1 2010

Em busca de um carro para fazer bonito (sic)

Há muito tempo não se via uma safra de pilotos tão interessante na Fórmula-1. Ainda coincindindo com o momento em que temos no mínimo três times claramente em condições de vencer corridas (Red Bull, Ferrari e McLaren) com duplas bastante boas, mais a atual campeã Mercedes ex-Brawn com ninguém menos que Schumacher em um dos cockpits. Ingredientes de sobra para um campeonato animado.

A dupla da Ferrari está realmente na ponta dos cascos. Mesmo não tendo o carro mais rápido do momento, eles estão se aproveitando muito bem dos problemas de confiabilidade da Red Bull. Será o melhor duelo, apesar de eu achar que o Alonso tem alguma vantagem.

A demonstração de espírito de equipe do Alonso ao escoltar e proteger Massa do ataque de Hamilton e Webber não será esquecido pela cúpula da equipe. Com certeza ele queria o pódio, mas ao não ir com tanta sede para cima do brasileiro ele agradou em cheio a cúpula de Maranello, com todos os objetivos alcançados. O time lidera com folga a tabela de construtores, e Alonso, a de pilotos.

A atuação do Hamilton no GP da Austrália foi de encher os olhos, apesar da eliminação no Q2. Para completar a dupla com o campeão de 2008, a McLaren trouxe o campeão de 2009, Jenson Button. Apesar da estreia apagada, Button entregou suas credenciais no English Team já na segunda prova. Para muitos, ele seria facilmente batido por Hamilton. Agora, a certeza não é tanta. O campeonato pode tomar uma interessante tendência de se diluírem vitórias e pontos entre os principais pilotos. Ou seja, para ser campeão, será necessário pontuar SEMPRE.

A Mercedes está em processo de adaptação após adquirir a equipe campeã do ano passado. O fato de terem tirado o Schumacher da aposentadoria é mostra de que não estão para brincadeira. Além dele, Nico Rosberg está sendo um bom motivo para que Schumacher volte à sua velha forma o quanto antes. O duelo é entre a experiência e de um e o ímpeto de outro. Estão sim um pouco atrás das outras três, mas não tenha dúvida de que qualquer molezinho delas… créu e hino da Alemanha. Sem ser para Vettel.

Falando de Sebastian Vettel, está aí o cara a ser observado de perto. Pelo menos no começo da temporada, ele tem o carro mais rápido. Apesar de ter sido infeliz nas duas primeiras corridas, quando tinha as vitórias praticamente no bolso, seu amadurecimento é notável. Ele lidera a Red Bull e elevou o nível do seu time, coisa que nem David Coulthard nem tampouco seu companheiro Mark Webber conseguiram depois de várias temporadas trabalhando com o mesmo Adrian Newey. Vettel era o talento que o projetista esperava para finalmente voltar às vitórias. Webber pode ter boas atuações sim, colaborando com a dispersão das vitórias e pontos entre os pilotos de ponta, mas a aposta dos energéticos para o título atende pelo simpático apelido de Tião. Candidatíssimo ao título.

Mas quando eu vejo uma corridaça do Kubica como a de domingo, eu lembro logo de Serginho… é uma pena que a tendência da Renault seja brigar no pelotão de trás. De todo o grid, esse era um dos pilotos que mais merecia um carro para brigar por campeonato. Os gauleses não dão a menor pinta de que farão esse carro.

Se o regulamento e as pistas não estragarem tudo, teremos um capeonato disputado como aqueles da década de 70 e 80 (antes do predomínio da McLaren).

São vários campeões com fome de mais, e outros pilotos em ponto de bala para serem campeões.

Infelizmente, faltou o Kimi nessa festa.

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Yo soy “el hombre!!!”

October 14th, 2008 | 20 Comments | Filed in Fórmula-1
Tauromaquia Alonsiana

Tauromaquia Alonsiana

Esse é o cara

Fernando Alonso nem considerava a hipótese de conquistar uma segunda vitória neste ano. Mas as barbeiragens apresentadas pelos nossos protagonistas do campeonato abriram espaço para que o bicampeão mostrasse a sua categoria. Diferente do GP de Cingapura, desta vez não foi “sorte” (safety car). Duas corridas no bolso e em seqüência. Desempenho animador, já que não há vagas interessantes para ele para a próxima temporada e a melhor opção parece ser ficar onde está. E pode esperar. Com o espanhol, a Renault pode voltar ao clube das grandes em 2009.

O campeonato decidido pelos erros

Felipe Massa e Lewis Hamilton abusam do direito de fazer besteira. O inglês parece estar tremendo na base como fez em 2008. Já o brasileiro foi corretamente punido pelo toque em Hamilton e foi beneficiado pela punição sobre o piloto da McLaren por alguma manobra na largada. Até agora não entendi o porquê. Massa arrancou um ponto a fórceps numa ultrapassagem pra lá de insana sobre Mark Webber. E ganhou outro. Depois de forçar novamente a barra sobre Sebastién Bourdais, o ferrarista rodou, mas a corda arrebentou do lado mais fraco. O piloto da Toro Rosso foi punido após a corrida e Massa acabou subindo de oitavo para sétimo. E deu graças a Deus porque Hamilton não pontuou.

Pois é, o campeonato tem que ter um campeão. Mas por esta corrida, nenhum dos dois estaria merecendo.

A moda agora é punir

Já está ficando bem chato.

De volta à briga

Robert Kubica assumiu a ponta na largada mas não conseguiu segurar Alonso. Porém, o seu segundo lugar reacendeu seu sonho de ser campeão. E do jeito que as coisas andam com os favoritos… sonhar não custa absolutamente nada.

Kimi Räikkönen voltou a pontuar e chegou em terceiro. Em boa hora. O finlandês tem que abrir o olho para manter sua quarta posição e não cair mais pela tabela.

Bom resultado, mas futuro indefinido

Nelso Ângelo Piquet por muito pouco não foi para a Q3 e chegou numa boa quarta posição. Mas não parece encher mais os olhos do bog boss Flavio Briatore. A conversa é que ele pode ser substituído por Lucas di Grassi – bom para os brasileiros – ou Romain Grosjean – bom para os franceses, donos do time. Também existe a possibilidade dele ir para a Honda, para a vaga de…

Mau resultado, futuro mais indefinido ainda

Rubens Barrichello. O mais antigo piloto da categoria parece não querer largar o osso (em se tratando de Honda, um ossinho bem fedorento), mas pode acabar curtindo a aposentadoria na F-Indy, pilotando um dos carros de Roger Penske. Não há opções, e permanecer na equipe japonesa está ficando difícil. Se ele ainda pensa em vencer na carreira, pode ser uma boa decisão deixar a F1 para trás. A Penske não brinca em serviço.

O horroroso Pneu-Hulk

O horroroso Pneu-Hulk

A pior idéia dos últimos tempos

Grande Prêmio do Japão 2008 em Fuji. A corrida em que os carros de Fórmula 1 utilizaram inacreditáveis pneus verdes.

A caminho da decisão

Os nervos de Felipe Massa e Lewis Hamilton estão à flor da pele. Os dois sempre tiveram um relacionamento cordial, mas o pós-Japão promete ser diferente e as animosidades já aparecem nas declarações dos membros da McLaren. O toque entre os dois na corrida não pegou bem, até porque o brasileiro veio completamente por fora da pista. Mau resultado para os dois, e engana-se quem pensa que foi um pouco pior para o inglês. Hamilton ainda pode ser campeão na China, no próximo domingo.

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Como assim, Ferrari???

September 30th, 2008 | 19 Comments | Filed in Fórmula-1
A Ferrari e as suas incríveis trapalhadas

A Ferrari e as suas incríveis trapalhadas

A primeira corrida noturna da história da Fórmula 1 dificilmente será esquecida na mais tradicional das equipes da categoria. Superados momentaneamente pela McLaren na tabela de construtores, os italianos continuam colecionando trapalhadas desde a saída do trio Schumacher-Todt-Brawn. Recordemos que os títulos – de pilotos e de equipes – só vieram no ano passado por causa dos problemas internos do time de Ron Dennis: a ingerência dos pilotos e o caso de espionagem, que rendeu a eliminação da McLaren na disputa de construtores. Devem estar querendo retribuir a gentileza.

Com a total falta de cooperação dos seus mecânicos, Felipe Massa viu seu rival Lewis Hamilton abrir sete pontos de vantagem na tabela. O inglês correu só pensando no campeonato e o terceiro lugar caiu como uma luva. Basta “marcar” o brasileiro nas três provas restantes para garantir seu primeiro título.

Que Ferrari é essa, Dio mio???

Massa fazia uma corrida segura e caminharia tranqüilamente para a vitória, não tivesse – por culpa da Ferrari, mais precisamente do mecânico responsável pelo “pirulito eletrônico” – levado a mangueira de reabastecimento para passear pelo pitlane e ainda ser obrigado a realizar um drive-thru de quebra. Ele voltara perigosamente na frente de Adrian Sutil. A partir daí, partiu para o desespero e cometeu tantos erros que a recuperação não aconteceu. Ele tem potencial para virar o jogo no campeonato, mas dependerá de algum azar de Hamilton, ou que pelo menos seu time jogue junto.

Deve ser um saco pilotar uma Ferrari e passar por essas situações…

Fernando Alonso venceu a corrida com os cumprimentos do seu companheiro, Nelsinho Piquet. O acidente (novidade…) do brasileiro proporcionou a entrada do carro de segurança, condição fundamental para os pódios da Renault nesse ano. O bicampeão, uma vez na ponta, não deu mole para mais ninguém e chegou à sua vigésima vitória no GP de número 800 da F1. Não deve ter pretensão de outras façanhas como essa em 2008, mas o resultado anima o time e aumenta a barganha dos franceses na tentativa de mantê-lo em 2009.

Nico Rosberg mostrou seu melhor desempenho na carreira, chegando em segundo lugar mesmo tendo cumprido um stop & go por ter entrado para o primeiro pit com os boxes fechados durante a primeira bandeira amarela. Timo Glock foi o quarto, seguido de Sebastian Vettel, Nick Heidfeld, David Coulthard – sim!!! Ele pontuou!!! Pode ter sido a última do escocês, que pendura o capacete no fim do ano. Fechando a zona de pontuação veio Kazuki Nakajima.

Em resumo, os ares de Cingapura não fizeram nada bem aos brasileiros. Para completar as bizarrices acontecidas com nossos pilotos, o Honda de Rubens Barrichello infartou no meio da reta. Assim mesmo, morte súbita. Quando o carro estava sendo empurrado – o piloto fora do carro – um dos fiscais foi “atropelado”, se é que se pode dizer isso. Em seguida, Rubinho foi jogar a balaclava para a galera. Bateu um vento e ela voou para o lado errado, caindo no rio. Ô fase!!!

Falando em fase, quem sai chamuscado de Cingapura é Kimi Räikkönen. O finlandês que tanto resistiu à idéia de trabalhar pelo time – ou pelo companheiro – viu seu campeonato acabar de vez melancolicamente, arrebentando sua Ferrari no muro do circuito. Este muito desinteressante, por sinal. Sem pontos de ultrapassagem e com uma volta muito longa (a volta mais rápida foi em 1min45s599) num traçado de 5067m cheio de microrretas que não levam a nada além de uma corrida enfadonha, que só uma intervenção divina – ou do safety car – poderiam tirar a previsibilidade da prova.

A pista de Cingapura

A pista de Cingapura

A F1 não é feita apenas de belas imagens aéreas, de pistas iluminadas e cercadas de prédios contornados de neon. Isso tudo é espetacular, mas o espetáculo mesmo que nos interessa está ligado aos carros e pilotos, disputas e ultrapassagens. Valeu terem conhecido a ilhazinha, mas não faria a menor falta se sumissem do calendário do automobilismo.

Daqui a duas semanas tem o GP em Fuji. Aquela pista da neblina, e do duelo sensacional MassaKubica. Ainda vale a pena torcer pelo Massa. Se a equipe não atrapalhar… acho que esse ano é dele.

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E foi dada a largada

March 16th, 2008 | 15 Comments | Filed in Fórmula-1

Lewis Hamilton venceu de ponta-a-ponta a abertura do campeonato de Fórmula 1, em Melbourne, na Austrália. Num dia inspirado, ele não cometeu nenhum erro e fez volta mais rápida nove vezes consecutivas. Contando ainda com as trapalhadas da Ferrari, foi muuuuuito tranqüilo. Para ele e só. Do resto, apenas mais seis pilotos viram a bandeirada. Os demais ficaram pelo caminho nas ruas de Albert Park, que viu o safety car por três vezes e muito tumulto. Nick Heidfeld, com o BMW todo chifrudo, e Nico Rosberg, de Williams, completaram o pódio.

Como dizia o velho Nelson Piquet, você não pode ganhar uma corrida na primeira volta, mas pode perdê-la. Felipe Massa não levou fé e logo na primeira curva da temporada, se tornou a primeira vítima da ausência do controle de tração. Deu motor demais numa tentativa atabalhoada de ultrapassar o Kovalainen e foi direto para o muro. Pela própria afobação, ainda se envolveu num acidente com David Coulthard. Ele não precisava forçar aquela ultrapassagem ali. O escocês ficou puto. Para mim, com razão. Massa acabou com o motor estourado na trigésima volta.

O campeão Kimi Räikkönen saiu com um pontinho. Mas a tônica entre os pilotos vermelhos era fazer besteira mesmo. Depois dos problemas no treino classificatório, largou de trás e passeou demais por fora da pista. Sofreu uma pane no final e confirmou a péssima estréia da Ferrari.

Alonso fez uma bela corrida. Largou na sexta fila e escalou bonito o pelotão, passando ileso pelas confusões da prova. No final venceu um duelo contra Heikki Kovalainen. Mesmo com o carro mais lento, deu o troco após a ultrapassagem do finlandês (o cara foi tirar uma sobreviseira e esbarrou no botão limitador de velocidade) e ficou em quarto.

Piquet Jr., podemos dizer que pode esquecer seu primeiro GP. Foi atingido no strike da largada, e apesar de ter completado a volta em décimo-primeiro, seu carro fora afetado e não tinha ritmo de corrida. Perdeu posições até quebrar o câmbio.

Barrichello marcou a ressurreição da Honda. Conteve com muita habilidade o assédio de Räikkönen por dezenove voltas e chegou andar na terceira posição. Timo Glock resolveu sacanear, e quando ele desfez seu Toyota no muro numa pancada bem feia, o brasileiro teve que entrar no pit fechado para não ficar sem gasolina. O stop and go já seria inevitável. Para completar, o chefe dos mecânicos liberou o carro antes do abastecimento acabar, e Rubinho derrubou vários membros da equipe. Tensão formada, ninguém avisou o piloto do sinal vermelho na saída do pit lane. Ele completou em sexto e foi desclassificado mais tarde. Mas já foi muito melhor do que tudo que ele fez em 2007 e já vislumbra uma temporada mais digna.

Outro destaque foi o multicampeão da ChampCar, Sebastian Bourdais. Andou na frente de muita gente com equipamento superior ao seu modesto Toro Rosso, e completaria em quarto, se seu motor não fosse Ferrari. Não era dia mesmo. Estourou. Ficou a pé mas fez bonito, o francês de óculos.

A primeira corrida do ano deixou uma boa impressão, no que toca à competitividade. BMW, Williams, Renault, Honda, Toyota e até a naninca Toro Rosso mostraram que se Ferrari e McLaren derem qualquer bobeira, estão todos credenciados a beliscar pódios. E a disputa nesse pelotão vai ser muito boa. Bom para a categoria, que foge do tédio e ganha novas cores.

A segunda etapa é em Sepang, na Malásia. Próximo fim de semana.

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Palpites para o GP da Austrália

March 14th, 2008 | 18 Comments | Filed in Fórmula-1

Antes de mais nada, este post se refere ao fim-de-semana como um todo, independente de um melhor tempo no treino.

Por toda pré-temporada, a equipe que, sem dúvida, vem mais forte é a McLaren. Seguido, não tão de perto assim, pela Ferrari.

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Acho que quem vai sobrar nesse início de temporada vai ser o Hamilton. O inglês, que deve ter aprendido muito com as burradas que cometeu no final da temporada passada, vem soberano como o grande nome da McLaren, sem dividir atenção, nem preferência dentro da escuderia.

A McLaren perdeu muito com a saída de Alonso que trazia experiência e muita qualidade no ajuste dos carros. Vamos ver como a equipe inglesa vai se virar sem essas características em ambos os pilotos de seu box.

Heikki Kovalainen teve um dos começos mais bizonhos da história do ano passado na fórmula-1. Não sei se vocês se lembram, mas o finlandês cometeu 3 erros grosseiros nos 3 primeiros gps, colocando em risco a segurança de outros pilotos e houve até um pequeno movimento para que a Super Licença concedida fosse retirada. Teve o aval da sua equipe Renault. Cresceu durante a temporada e terminou em 7º. Assim como Hamilton no ano passado, o finlandês pode surpreender e andar sempre em busca das vitórias. Seu carro é ótimo e só vai precisar controlar os nervos e a pressão de correr por uma equipe com obrigação de vitória. Só isso..

A Ferrari parece a equipe mais equilibrada. Dois pilotos que nessa nova geração da f-1 já podem ser considerados veteranos. O campeão do mundo dispensa apresentações. No início da temporada passada, acho que fui o único a dizer que era o grande favorito. Corre muito rápido, é constante e no ano passado o carro ajudou sem quebras, ou melhor, conseguiu controlar melhor a máquina que possui.

Acho que Massa está atrás de Haikkonen. Não consigo ver o brasileiro como um piloto com cara de campeão do mundo. Não sei explicar, mas tá mais para Rubinho do que para Emerson, porque comparar com Senna ou Piquet seria abusar. De qualquer maneira, com o carro que guia, vai lutar pelo título, mas entre os favoritos, vai ser sempre o meu último nome da lista.

Acho bom o Massa começar a voar desde o início da temporada, porque com poucas corridas o número 1 no carro do finlandês vai pesar e a ferrari vai concentrar seus esforços, como sempre fez, no piloto com maior chances de levar o mundial.

Com chances claras de título, só essas duas equipes mesmo, o chamado grupo “A”. Depois disso podemos separar as equipes em 3 grupos: 1º) Grupo “B” – os que querem entrar na briga pelo mundial; 2) Grupo “C” – os que querem se fortalecer e entrar no grupo “B” e fugir do último pelotão; 3) Grupo “D” – aquelas equipes medíocres, que só servem mesmo para dar experiencia para alguns pilotos.

No grupo B estão Renault, Willians, Bmw.

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Briatore saber armar uma equipe. Sem dúvida, a maior expectativa fica por conta da dupla Alonso/Nelson Ângelo pela Renault. Alonso é o bi-campeão, o cara mau da formula-1. Só que essa imagem certamente mudará no decorrer do ano. Agora o espanhol correrá atrás, tentando tirar a diferença o que sempre gera simpatia. Já tem a minha. Sempre achei Alonso um piloto irritante porque, por ser extremamente técnico, faz o be-a-bá, sem arriscar muito e está sempre na ponta. Já foi muito debatido no Bla blá Gol que seu estilo lembra muito um de um francês, um tal de Alain Prost. Essa temporada veremos um Alonso diferente. Certamente mais arrojado, tirando leite da pedra, literalmente. Destaque-se que Alonso, como se sabe, é atualmente quem melhor saber ajustar carros na F-1. Tá, lá vem a graçinha de que com espionagem é fácil… Mas o espanhol é especialista no tema. A tendência é a Renault crescer muito. Estou curioso para ver como o espanhol vai guiar.

Nelson Ângelo não tem como me decepcionar essa temporada. Por quê? Simplesmente porque não espero nada dele. Não me entendam mal. Esse sim tem cara de campeão mundial, diferente do Massa. Só que este está sendo assessorado por um mestre dos bastidores e dos bólidos, apenas o tri mundial Piquet. A carreira do brasileiro vem sendo estratégicamente montada. Rivalizou há dois anos com Hamilton o título da GP2. Depois virou piloto de teste da Renault. Ganhou experiência, contato com o F1, provou ser veloz e agora está correndo numa escuderia que tem um carro de médio para bom, com um bi-campeão como companheiro, ninguém esperando um embate direto entre os dois. Alonso aprendeu no ano passado que isso não ajuda e Nelson já adotou um discursso de respeito e calma pelos resultados. Esse sim vai longe.

Willians vem com Nico Rosberg, bom piloto, sempre constante, que terminou em 9º ano passado. Nakajima é Nakajima, apesar dos elogios ao japonês, pelo menos de cara, não dá para levar à serio.

A BMW, que surpreendeu ano passado, luta para continuar crescendo e tem bons pilotos para isso. Heidfeld ficou em 5º e o Kubica em 6º. Se o polonês voador estivesse na McLaren seria certeza de show na pista..

No grupo “C” estão Toro Rosso, Red bull, Toyota e Honda.

Coloco a Toro Rosso, para espanto de alguns, como “A” equipe que vai surpreender esse ano. O jovem alemão Vettel, de 20 anos, é daqueles que está começando muito jovem, ganhando rodagem e que um dia vai estar nas equipes grandes. Voa baixo. Substituiu Kubica ano passado após o acidente do polonês. Mostrou maturidade e velocidade. Quando correu, brilhou. Olho nele. Seu companheiro é um estreante que merece respeito e atenção. O francês Sebastien Bourdais é apenas 4 vezes campeão do mundo da fórmula mundial, aquela lá dos Eua. Já foi campeão da fórmula 3 francesa e da formula 3000. Os franceses depositam suas esperanças nele e sonham em ver os bons tempos de Prost de volta. Vem credenciado e, se o carro deixar, vai fazer bonito.

A Honda com uma decadência espantosa nos últimos 2 anos (será o Rubinho?) só tem uma obrigação na temporada: ficar na frente da Super aguri, sua prima (subsidiária). Destaque para Barrichello que vai quebrar o recorde de número de GPs. De quem era o recorde anterior? Ricardo Patrese. Acho que vai sobrar só isso ao Rubinho mesmo. Engraçado que eu sempre dizia: Ricardo quem? Agora vai ser: Rubinho quem?

A Toyota vem com o destaque de Timo Glock, atual campeão da GP2. Pode fazer bonito.

Red Bull vem para ficar na zona da 10º colocação com o veterano Coulthard e o me-engana-que-eu-gosto-Mark-Webber (que sempre voa na tomada de tempo com o carro leve e depois vai lá para baixo..)

No grupo “D” estão Super aguri e Force India.

Sato e Fisichella que já tiveram melhores dias e vão penar pelas duas equipes..

A proibição do controle de tração vai fazer com que a corrida fique muito mais emocionante, com mais ultrapassagens, mais erros.. Quem se adaptar mais rápido nas entradas e saídas de curvas vai se dar muito bem. A sensibilidade no pé direito vai ser essencial e diferencial. É a volta da valorização do talento!

P.s: Será que o Alonso vai voar na hora da largada sem o Controle de tração como fazia nos anos anteriores?

P.s2: Gaburah, sei que estive ausente e você sentiu minha falta. Mas não se preocupe não, agora voltei para ficar e escrever diariamente!

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A temporada que vai começar

March 10th, 2008 | 23 Comments | Filed in Fórmula-1

A próxima madrugada de domingo marcará a abertura da temporada 2008 de Fórmula 1. Durante os ensaios de inverno ficou claro que, pelo menos no início do campeonato, Ferrari e McLaren continuarão disputando as vitórias como em 2007. A dupla da escuderia italiana continua afiada. Além de terem contado com o auxílio luxuoso de ninguém menos do que Michael Schumacher na preparação do carro novo, Kimi Räikkönen e Felipe Massa já podem ser considerados os principais candidatos ao título. E pelo fato de ter corrido pela equipe quando não tinha mais chances matemáticas de título, o brasileiro ganhou ainda mais simpatia do time. Deve correr, a princípio, em igualdade de condições com o campeão. Mas se não estiver em boa posição na segunda metade do ano, será novamente o piloto número dois, assim como o número que seu carro carrega.

Na McLaren, mesmo tendo obtido grandes resultados na pré-temporada, os pilotos Lewis Hamilton e Heikki Kovalainen, para não perderem o fôlego na disputa, terão de provar que sabem fazer um carro evoluir ao longo do ano. Coisa que o bicampeão preterido pelo time sabia muito bem. A equipe ainda sofre respingos do escândalo de espionagem do ano passado, e dizem que as coisas ainda estão estremecidas entre a Mercedes-Benz e os cabeças do time. Fala-se até na possibilidade da própria cabeça do Ron Dennis rolar. Pode ser tudo boato, mas que a pressão pelos resultados lá vai estar enorme, isso vai.

O pelotão intermediário viu uma embaralhada geral. A Williams ressurge com o bem-nascido e belíssimo FW30. Aposta suas fichas em Nico Rosberg, muito mais do que em Kazuki, o kamikase da vez do folclórico clã Nakajima. A BMW-Sauber, sensação em 2007, perdeu terreno em relação às suas rivais diretas e vai ter que ralar muito para manter seu terceiro (segundo, em função da eliminação da McLaren) posto.

Outra que corre nesse bolo é a Renault, que esse ano alinha com uma dupla muito interessante: Alonso, de volta à sua casa, e Nelson Piquet Jr.. E o brasileiro parece ter herdado não só o talento, mas a malandragem do pai. Desde o início já deixou claro que não pretende superar o companheiro, atitude tomada por Massa quando dividiu o box com Schumacher e pelo próprio Piquer Sr., quando chegou jovem à Brabham e aprendeu – e muito – com o então bicampeão e futuro tri Niki Lauda. É claro que, tendo a chance, ele vai sim andar na frente do espanhol. Mas o discurso humilde e conciliatório já o faz ganhar pontos com os franceses. Não bater de frente com Alonso é a coisa mais inteligente que ele pode fazer. É definitivamente melhor que ele tenha Alonso como amigo, ou tutor, no mínimo como referência, do que tê-lo como inimigo íntimo. Com bons pilotos e o poderoso chefão Flavio Briatore, que conhece o caminho das pedras, a equipe tem grandes possibilidades de voltar ao páreo, talvez na segunda metade do campeonato, no máximo em 2009.

O resto do grid brigará pelas migalhas. A Red Bull pode ter algum destaque, pois Adrian Newey não brinca em serviço. Na satélite Toro Rosso, outro estreante que promete é o francês Sébastien Bourdais, depois de ganhar tudo até perder a graça na Champ Car. Além de Sebastian Vettel, que correu algumas vezes no último ano, substituindo Robert Kubica após seu acidente, na BMW, com resultados pra lá de competitivos. Tanto que foi contratado pela Toro Rosso ainda durante a temporada, para o lugar do caubói mala (e nem tão rápido) Scott Spped. A Honda tentará andar mais tempo na frente de sua prima nanica Super Aguri, e Barrichello deve bater o recorde de largadas na categoria. Se será um prazer ou um suplício, os engenheiros japoneses vão dizer.

Ainda no Japão, a Toyota conseguiu se livrar do bonde chamado Ralf Schumacher. Mas a equipe, um dos orçamentos mais polpudos da F1, ainda tem muito a provar, e na minha opinião, não possui uma dupla à altura do desafio.

Um tempero especial para a temporada é sem dúvida a proibição do TC, o controle de tração. Por muito tempo, mesmo proibido, o sistema foi utilizado na encolha. Para evitar que os times burlem o regulamento, a FIA padronizou a central eletrônica (ECU) – produzida pela McLaren, criticada pelas rivais – o que possibilitaria uma fiscalização mais efetiva. O que esperar? Mais erros, principalmente em pista molhada. A sensibilidade no pé direito volta a ter importância, e quem for muito afoito no acelerador, fatalmente vai perder algumas posições. Deve aumentar um pouco as disputas e diferenciar mais os pilotos em função do talento. Um bom passo para que as corridas se tornem mais emocionantes. O próximo, a volta dos slicks. Quem sabe em 2009…

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