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O erro de Gaciba

May 23rd, 2010 | 28 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2010, Corinthians, Fluminense

A vitória do Corinthians trará algum bafafá à respeito de erros de arbitragem. Especialmente nas marcações de impedimento. Nada relevante e que merecesse atenção especial por aqui.

Em lances capitais, um foi mal marcado e outro bem, como se vê zilhões de vezes e continuará sendo visto.

A arbitragem não pecou nestes lances, nem mesmo em não dar penalty em Defederico. Se errou, foi por consequencia das jogadas e um risco de quem está apitando. Foi visto ou não impedimento, assim como a penalidade. Bola para frente.

Para esses casos de quantificação e qualificação, é que proponho que comissão que analisa arbitragem (se é que existe isso) fizesse um levantamento de erros cometidos durante a partida. Levantamento meramente quantitativo.

Isto é, cada interpretação errônea de impedimento, ser quantificada, independente da consequência do erro. Cada falta não assinalada ou falta inventada contar como um erro, e assim por diante como qualquer lance que possa ser avaliado como passível de intervenção da arbitragem (ainda que deixe seguir um lance corretamente). Desta forma, teria-se um levantamento quantitativo de erros e acertos. Cague-se para a qualidade dos mesmos.

Até então, toda a discussão sobre arbitragem é meramente qualitativa. Claro que qualitativamente porca, porque devemos ter o cuidado de fugir do dualismo quantidade x qualidade. Nem sempre são coisas excludentes (aliás, na maioria das vezes não o são). Como não existe levantamento algum sobre árbitros, nem quantitativo, as opiniões ficam sobre impressões de lances únicos em jogos midiáticos. Lances que em muitos casos, o árbitro está certo mas a dúvida paira, e isto pesa negativamente sobre o juíz ao longo do tempo.

Nunca prestei atenção se um árbitro é bom ou ruim. Não dou bola para quem afirma com propriedade sobre as qualidades e defeitos dos mesmos. Acho um blábláblá sem tamanho. Eu parto do princípio que todo o juíz é ruim e em via de regra vai fuder com meu time. Acredito que no frigir dos ovos, todo mundo pense igual uma vez que o chororô é permanente, e jamais vi juíz algum no hall da fama de clubes.

Sem levantamento quantitativo algum, árbitros são suspensos, punidos e preservados (sic) ao sabor da relevância do seu suposto erro. Em alguns casos, errando-se ou acertando-se, o árbitro fica ao sabor dos acontecimentos.

Não me espanta que um árbitro que venha em grande forma, com poucos erros e muitos acertos, seja afastado por uma bobagem, enquanto outro que venha errando sistematicamente acabe preservando pela pouca importância de suas atuações. Na forma que se pune hoje, os afastamentos e a manutenção da qualidade é randômica.

Todavia, há erros que vão além do entendimento do árbitro. Erros de convenções, decisões que fogem ao padrão. E neste quesito, a arbitragem de Corinthians 1×0 Fluminense fugiu do padrão. E ajuda a trazer este padrão para pauta, o fato de ser um lance capital.

Bola lançada para a área do Corinthians, Fred domina, passa por Felipe e é derrubado. Penalty marcado e cartão para o goleiro corinthiano. Mas eis que o árbitro observa que o bandeirinha marcava o impedimento e volta atrás na marcação da penalidade.

Fred estava de fato impedido, conferindo acerto ao bandeirinha. Mesmo tendo marcado o penalty, sem nenhum prejuízo à sua autoridade e responsabilidades o árbitro acertou ao voltar atrás e dar o impedimento. O mesmo poderia discordar da opinião do bandeirinha se tivesse notado que Fred não estava impedido, mas não se preocupou em observar isso, o que não é sua responsabilidade maior mesmo. Para isso existe o bandeirinha.

O detalhe é que o cartão amarelo para Felipe foi mantido por um lance em que o jogo deveria estar parado, e a arbitragem concorda com isto. Após o jogo, Neto na Bandeirantes afirmou que esse é o procedimento correto. Manter o cartão.

Tendo sido o cartão amarelo, parece que não haverá maiores desdobramentos ou confusões. Entretanto, existe alguma dúvida que Fred driblou o goleiro para ficar com o gol limpo à sua frente? O cartão para Felipe deveria ser o vermelho. Mesmo que o goleiro não tivesse feito uma falta para agredir o atacante do Fluminense, mas impediu com falta uma jogada clara de gol.

Então, como ficaria a brincadeira: em um lance que estava parado, o goleiro do Timão deveria ser expulso?

Parece algo que beira o absurdo, mas diversas nuâncias da regra beiram o absurdo. Gaciba errou ao dar um amarelo ao invés de um vermelho, mas erro que o salvará de uma geladeira certa por ter minimizado os efeitos de um acerto estranho.

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Na TV Bandeirantes, Neto disse que o cartão deveria ser mantido, pelo que aprendeu com Godói. Antes que alguém se antecipe para cornetar, gostaria de lembrar que na partida que Ganso disse que não seria substituído, Neto imediatamente disse que se o jogador não quisesse sair, não sairia, e estava certo.

Na transmissão da TV Globo, Arnaldo Cesar Coelho disse de passagem que o juíz deveria retirar o cartão de Felipe e não voltou ao assunto durante a partida.

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Rodriguinho do Fluminense fez um gol com o lance nitidamente parado. Não levou amarelo.

Defederico sofreu penalty de Gum mas o juíz não marcou. Entretanto, não houve cartão por simulação.

Cartões amarelos me irritam. Mas a falta de padronização em lances que não precisam de interpretação me irritam mais. Eu já me posicionei em favor da não-adoção de cartão amarelo para esses casos. Mas se é para aplicar, que sejem aplicados indiscriminadamente em qualquer situação. Mesmo que constranja a todos. Quem faz as regras que arque com as consequências.

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Fluminense perdeu mas fez por merecer melhor sorte.

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