Campeonato Mundial 2 – A Missão
April 3rd, 2007 | 19 Comments | Filed in Futebol
Victor Pimentel – Derrotado em 1950 pelo Uruguai em pleno Maracanã, o Brasil precisava reerguer sua moral.
Lançada a idéia pelo jornalista Mario Filho, foi criada a Copa Rio em 1951 com o objetivo de reunir os campeões nacionais das principais potências futebolísticas de então.
A Copa Rio de 1951 foi um campeonato de vulto internacional, sendo destaque nos jornais esportivos do mundo inteiro. Entretanto, apenas a imprensa de dois países tratavam a competição como um “verdadeiro campeonato mundial”. As imprensas de Brasil e Uruguai.
O Uruguai, país Campeão do Mundo em 1950 não mandou seu principal clube, o Peñarol. Em seu lugar veio o Nacional de Montevidéo.
Realmente foi um campeonato de alto nível, entretanto, nada mais foi que a Copa Rio.
É certo que o torcedor palmeirense (e brasileiro, por que não?) tenha se emocionado como uma conquista de um título mundial. Porém, vários “mundialitos” ocorreram de forma semelhante em diversos países, com diversos times.
Por conta do torneio realizado no Morumbi e no Maracanã em 2000 essa questão do título da Copa Rio do Palmeiras veio à tona.
Houve uma armação para a participação do Vasco no Campeonato de 2000 (talvez pelo interesse de um clube carioca, tendo em vista a utilização do Maracanã).
A alegação era que o Vasco era o campeão da Libertadores de 1998.
Para o Palmeiras, ficou a promessa da participação da competição de 2001 na Espanha por ser o vencedor da Libertadores de 1999.
Por obra de politicagem, foi aceito o argumento pela direção do Palmeiras.
Ocorre que… não houve o tal “Mundial de 2001” (como não houveram outros depois – os de 2005 e 2006 nada mais são do que um inchaço na Taça Intercontinental).
É certo também, que há tempos o Palmeiras vinha pleiteando o reconhecimento da Taça Rio como Campeonato Mundial, mas essa corrente tomou força com a eleição do palmeirense José Serra para o governo do Estado de São Paulo.
Como a CBF (representada na figura de Ricardo Teixeira) e a FIFA ficaram com uma “dívida política” para com o Palmeiras, formou-se o ambiente propício para o “reconhecimento” do “título mundial” do Porco.
Até mesmo esse reconhecimento é nebuloso, pois a FIFA lavou as mãos ao “autorizar” a CBF a reconhecer o torneio como Mundial.
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Para a história, de fato, do Palmeiras (ou do Fluminense) não muda nada a troca da Taça Rio por Campeonato Mundial.
A nomeclatura do Torneio nada vale para quem sabe o que significou ou o que representou cada campeonato em si.
Use-se o critério que quiser, um “Título Mundial” de 2005 ou 2006 tem peso igual a um “Torneio Intercontinental” de 1981 ou de uma “Taça Toyota” de 1993.
Ficou como “sabedoria popular”, pelo menos à partir de 1950, que o Campeão Mundial seria o vencedor do duelo entre o campeão da Europa e o campeão da América.
Em 2005, esse conceito foi ampliado, com a entrada dos campeões de outros continentes. Mas continua reconhecido como o verdadeiro “Campeonato Mundial”.
O Campeonato de 2000, foi idéia da FIFA de remar contra a maré. Felizmente não emplacou. Quem quiser considerá-lo como Campeonato Mundial, esteja à vontade. Mas não se ofenda pelo Título Mundial do Corinthians ter menos importância e reconhecimento que os títulos intercontinentais e títulos da Taça Toyota de Flamego, São Paulo, Boca Jrs, Real Madrid, Santos, Grêmio, Ajax, etc…
