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Posts Tagged ‘Chatice’

Considerado…

March 13th, 2008 | 14 Comments | Filed in Estrutura, Futebol

Liguei o Premiere FC para assitir Fluminense x Resende onde poderia ouvir o Junior comentando ao invés do Noronha na Globo. E o jogo ia rolando bem legal, 1×1 no placar, quando o repórter de campo manda:

Este empate é muito importante para o Resende, ainda mais por se tratar de um ponto conseguido de um considerado grande

E logo o narrador emenda:

Os considerados pequenos travam uma briga particular contra o rebaixamento. Seria muito importante mesmo.

(Nenhum dos dois usou exatamente essas palavras, mas foi por aí)

Para não correr o risco de perder o respeito por Junior, troquei correndo o canal para a Globo, de onde continuei a assitir ao jogo.

É uma chatice essa lenga-lenga-pseudo-politicamente-correta. E o pior, é que quando isso é usado para um erro.

Ora pipocas. Um time é grande e outro é pequeno. Não tem essa porra de “considerado”. Os adjetivos servem exatamente para diferenciar, e a militância vem torrar o que é simples para complicar.

Parece inofensivo, mas são dessas atitudes que desenrolam em outras como “Não existe mais bobo no futebol” (engraçado que a mesma imprensa do considerado até hoje mete o malho em Luxemburgo por essa frase) e declarações evasivas no futebol.

O discurso pomposo mascara a sinceridade e as metas. Hoje, um jogador praticamente tem a obrigação burra de dizer sobre um adversário fraco: “Com todo o respeito ao Camaçari do Oeste, mas nós do combinado Milan/Barcelona/Boca vamos buscar os três pontos neste jogo”.

Dá licença, mas você falar a realidade de um time muito melhor que o outro não é falta nenhuma de respeNarradores do Premiere estudando para a Copa do Mundo de Futebolito. Além do que, esse discurso bunda não ameniza em nada uma derrota. Ela é vexaminosa de qualquer forma.

Confundem imparcialidade com chatice, com falta de emoção. Além dessa questão do “considerado, as narações dos jogos pela TV em via de regra são de uma chatice ímpar, lineares, monótonas. Parecem seguir um formulário. Outro dia comentei à respeito do assunto quando ouvi a narração muito maneira do gol de Zidane em uma final de UEFA Champions League que definitivamente deixou o gol muito mais foda.

Não faço idéia quais os pré-requisitos para ser locutor, se o cara precisa ser jornalista ou simplesmente narrador. Passar emoção eu sei que não é. Para ser chato e falar friamente sobre o jogo como se fosse um especialista existe a figuta do comentarista.

Talvez não seja à toa, que Galvão Bueno, para o bem ou para o mal, destaque-se na turma. O narrador principal da Globo é adorado ou odiado, mas faz perfeitamente o papel dele. O cara tem de narrar o jogo em tempo real, sem tempo para respirar, errar está no contexto desta profissão. É melhor que ele erre que se omita em passar emoção. Repito, quem está ali para com toda calma do mundo e sensatez dar uma opinião, é o comentarista.

Acho importante que eu goste do comentarista, mas é dispensável, afinal, sempre posso recorrer ao Open-Bar se quiser saber outras opiniões durante o jogo, mas narrador chato é dose para mamute. Pelo visto, vou ter de aturar muito comentário de Noronha ainda…

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Eu não estou omitindo no texto os nomes do repórter e do comentarista do Premiére com intuito de preservá-los da crítica, não. É que eu não sei mesmo.

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