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Posts Tagged ‘Campeonato Brasileiro 2009’

Meus 3 minutos de campeonato inglês

May 14th, 2011 | 5 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2009, Campeonato Brasileiro 2010, Corinthians, Palmeiras, São Paulo

Liguei a TV nos acréscimos de Blackburn 1×1 Manchester e os locutores da ESPN davam conta que a torcida visitante enlouquecia com a iminência do título. Controlei a sanha de zapear e assisti ao fim do jogo.

Em campo, o Manchester tocava bola na entrada de sua área e dois marcadores do Blackburn observavam há 10 metros de distância. Assim ficou o jogo pelos 3 minutos decisivos que vi.

Blackburn aperta a marcação em uma das 380 finais da Juca's Premier League

Como bom tricolor, bateu a saudade das decisivas partidas disputadas no Brasileirão do ano passado fora de casa contra São Paulo e Palmeiras.

Esse ano, Saulo Kfoury prometeu que não acontecerá no Brasil porque a última rodada dos Pontos Corridos brasileiros será de clássicos, como se Palmeiras, Corinthians  e São Paulo precisassem esperar a Derradeira para fazer corpo mole.

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O Fluminense deveria ser rebaixado em 2009

December 8th, 2010 | 22 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2009, Campeonato Brasileiro 2010, Fluminense, Números

Para contabilizar o resultado do campeonato devemos nos valer apenas da classificação ao fim de 38 rodadas, onde o Campeonato cumpre seu propósito de simetria (e não justiça) onde todos jogam contra todos dentro e fora de casa.

O que aconteceu antes é só para contar a história. Não é digno de registro.

O Fluminense levantou seu caneco merecidamente por somar mais pontos que todos os rivais em 38 rodadas. Ter ficado mais rodadas na liderança é consequência. Poderia não ter sido primeiro colocado em momento algum e seria campeão com todas as honras e méritos se terminasse como terminou.

Quem julga que o Fluminense é merecedor do título de 2010 por ter ficado mais rodadas na Liderança, julga também que esse time era merecedor de ser rebaixado em 2009 por ter permanecido mais rodadas na Zona de Rebaixament0?

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Já implingiram injustiça (sic) aos playoffs, farão o mesmo quando um time campeonar alcançando a liderança apenas na última rodada?

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Não faz sentido sacarem Cuca do Fluminense

April 17th, 2010 | 13 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2009, Campeonato Brasileiro 2010, Campeonato Carioca 2010, Copa do Brasil 2010, Fluminense

Passada a a perda insossa do Cariocão 2010, resta sentar e analisar o momento do time com vista às competições que seguem em 2010, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro.

Como a Copa do Brasil é decidida jogo a jogo, perdendo-se ou ganhando, qualquer ideia de planejamento para ela que seja levantado trata-se de orelhada, e portanto não serei eu quem farei isso.

Já o Brasileiro, que pode ser disputado com direito de derrotas em determinados jogos, e a tal da regularidade (sic) é o que conta, vale uma ou outra consideração.

A consideração em questão, é que o Fluminense com Cuca apesar de afinar na hora do à vera contra times de mesmo quilate como nos clássicos estaduais que vem disputanto (onde só venceu o Botafogo na Taça Rio), joga bem contra os demais times (a verdade é que joga bem os clássicos também, mas perde) e vence. Jogou bem e venceu times medianos e da rabeira da tabela na arrancada final do Brasileirão de 2009, além da Sulamericana.

Taticamente não se pode negar que o Fluminense encontrou uma boa forma de jogar. E isto pesa para o longo Brasileirão que se aproxima, pelo menos para garantir um mínimo de qualidade.

Se há problemas de relacionamento e comando, talvez fosse mais fácil o Fluminense atuar nesta questão localizada como bombeiro e apagar os focos de incêndio a trocar o treinador que conseguiu o mais difícil. Há tempo para isso e há tranquilidade.

Agora é hora do Cuca ficar.

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Atlético Mineiro 2009: O Galo existe

February 2nd, 2010 | 28 Comments | Filed in Atlético-MG, Campeonato Brasileiro 2009, Campeonato Mineiro 2009

Preguiçosos que só, pedimos a alguns torcedores para escreverem sobre o ano de seus times e uma pincelada para 2010. Lucas Leal, atleticano de fé  atendeu-nos ao que diz respeito ao Atlético Mineiro mas delegou à escolha da torcida ao rival cruzeirense, espetacularmente bem executada.

Por Lucas Leal

Saudações Mineiras!

O Galo pretende vestir alguma faixa em 2010

Meu nome é Lucas Leal, mineiro de Belo Horizonte, Atleticano de coração.

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos amigos do Blá Blá Gol , em especial ao meu calouro cruzeirense, Matheus, pela oportunidade de escrever no site em nome do glorioso Clube Atlético Mineiro. O convite havia sido feito há algum tempo, mas devido a uma viagem de intercâmbio, eu enrolei, enrolei e enrolei. Finalmente, eis que vos apresento o tão sofrido texto.

A princípio, o combinado era uma espécie de retrospectiva do ano de 2009. Passado o tempo e chegados alguns acontecimentos do ano corrente, difícil ficar somente preso ao passado. Mas vamos ao que interessa.

O ano de 2009 foi, no mínimo, interessante para o torcedor alvinegro. Após um centenário decepcionante, mais uma vez a esperança enchia os corações do lado de cá da lagoa. O Ruralzão/2009 era obrigação, depois da humilhante goleada por 5 a 0 sofrida para os Azuis na edição anterior do torneio de truco…ehr, digo, futebol, mais famoso das Alterosas. E, novamente, tome sapatada. A goleada histórica do ano passado deixava de ser histórica e se repetia. Somada a isso, a pífia campanha na Copa do Brasil, a qual não merece maiores comentários desse que vos escreve, criava a receita perfeita para a derrocada do projeto do grisalho Professor Leão.

Pior do que a saída de Leão, era a chegada de Celso Burroth. O famoso Professor Cavalo Paraguaio chegava prometendo, mais uma vez, levar o time à disputa das pontas do Brasileirão. Promessa cumprida. O Galo liderou grande parte do campeonato, brilhou na frente, e voltou aos holofotes nacionais. Mostramos, então, que existe vida além de Rio e São Paulo, fazendo com que afamados jornalistas mudassem de ideia quanto aos seus palpites para a série B 2010. Muita gente gaguejou frente às câmeras dos programas esportivos do “Eixo do Mal”.

O que ninguém esperava era que Burroth desistiria do título quando mais se esperava por ele. Desistir, sim, pois explicação melhor não há para o que foi feito nos últimos 10 jogos do campeonato, começando, na minha opinião, com a derrota por 3×1 para o ridículo time do Botafogo na 28ª rodada. Em seguida, a disputada derrota (o Professor Adilson Pardal queria perder, mas o orgulhoso Professor Burroth não o permitiu) para o time Azul mostrava, desde já, o que o fanático Atleticano não queria aceitar: não ia dar certo.

Vai luta, vem luta, o Galo deixou escapar não só o título, mas a vaga na Libertadores 2010. Pior do que isso, assistimos aos Rubro-Negros conquistarem mais um título no apito, além dos nossos rivais Azuis garantirem mais uma participação na Continental (tudo bem que a gente já sabe como isso vai terminar), fazendo com que todas as previsões para o ano viessem por água abaixo.

O importante, no entanto, não foi o resultado. O ano de 2009 ressuscitou dentro do Atleticano a vontade de vencer. As sofríveis campanhas recentes vinham criando na torcida alvinegra um costume com a derrota, uma mania de se contentar em ter apenas a torcida mais fanática. Essa proximidade com o título despertou na massa um pensamento: o Galo pode ter mais do que uma torcida, o Galo pode ser campeão!

E não é a toa que o ânimo para o ano de 2010 já é outro. Voltando para o presente, a temida chegada do Professor Luxa, juntamente com os reforços tuitados pelo Presidente, têm mexido com a cidade. O sentimento é outro, a empolgação, embora mais contida, é cada vez maior, e a expectativa é fora do comum. A palavra “campeão” voltou a povoar as mentes Alvinegras e isso faz com que metade da cidade se apavore.

Pessoalmente, prefiro não fazer apostas. A queda do ano passado me deixou mais esperto. Acho que não é hora de colocar caixas de cerveja em jogo, ou de tramelar vitórias. O importante, agora, é esquecer o que passou e confiar no trabalho que está sendo iniciado. Ainda mais quando o Professor Luxa chega falando que “nos próximos dois anos alguma coisa boa há de acontecer ao Galo”.

Apresentações feitas, primeiras impressões passadas, agora sim: saudações alvinegras, e que venha 2010.

A torcida do Atlético e o que ela tem de melhor

A musa Luciana Bertolini Reis foi clicada pelas lentes do Paparazzo.

Para os que ficaram no site, demais Balanços de 2009:

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E se o Flamengo não fosse o Campeão Brasileiro 2009

January 29th, 2010 | 16 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2009, Flamengo, Internacional, Palmeiras, São Paulo

Em questões de segundos após a conquista rubronegra do Brasileirão 2009, o post sobre o título no estava no ar aqui no Blá blá Gol.

Naturalmente que não foi escrito em um segundo, e também não foi feito durante o jogo. O post estava pronto desde o domingo pela manhã, justificado pela provável e justa aflição dos comentaristas em expor suas opiniões logo após a partida, e porque ninguém ia se preocupar em fazer um post decente imediatamente após a partida qualquer que fosse o resultado.

Mas… o improvável poderia ter acontecido e o Flamengo perdido o título. E aí? Como ficaria o Blá blá Gol?

Ficaria como segue abaixo, com os posts alternativos preparados para qualquer campeão na manhã de domingo.

Em tempo: vantagem para os Pontos Corridos, pelo menos do ponto de vista editorial. Como o último jogo tem pouca importância, pode-se desprezá-lo.

Internacional Campeão Brasileiro 2009

Grêmio e Inter juntos

O improvável aconteceu. O resto é história para boi dormir.

O time menos comentado entre os dianteiros acabou com o caneco pela quarta vez. Há como se negar?

Internacional, favorito no início do campeonato por muita gente, tratou de quase sempre ocupar a zona de classificação da Libertadores e chegou para disputar a última rodada na vice-liderança. Não era pouca merda para tanto esquecimento.

Como quem não quer nada e ajudado pelo maior rival, abocanhou o título. Agora a mídia nacional que corra atrás para comentar sobre o Inter como se profundos conhecedores o fossem. Elogiem a estrutura, porque os jogos não foram vistos. Só não esqueçam de explicar onde a troca de treinador se encaixa nessa equação.

Chora Grêmio

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São Paulo Tetracampeão Brasileiro 2006/07/08/09

Não precisa de post elaborado.

É só pegar o de qualquer um dos 3 anos anteriores, pois a história é a mesma, com pormenores diferentes. Como maquiavelicamente, os fins justificam os meios, São Paulo Campeão Brasileiro de 2009.

O resto é história.

Muricy contente com o tetracampeonato

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Palmeiras Campeão Brasileiro 2009

Quanta improbabilidade. Contar com a ajuda de Santo André e Grêmio para levar o caneco que parecia já ter escapado das mãos alviverdes.

A mídia que define modernidade por declarações dadas e/ou editadas por ela mesma vai ter um pouco de trabalho para explicar o que levou o time de Belluzzo e Diego Souza a ser Campeão Brasileiro de 2009.

Haverá mosaico de vergonha na recepção do aeroporto para esse time?

O campeão presidente manchado

A dúvida continua para 2010: O campeão é o time ou Muricy?

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Portuguesa 2009: Dois quintos lugares e cinco treinadores

December 29th, 2009 | 32 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2009, Portuguesa

Preguiçosos que só, pedimos a alguns torcedores para escreverem sobre o ano de seus times e uma pincelada para 2010. Michele atendeu-nos ao que diz respeito a Portuguesa (que segundo a mesma, varia de Lusa a Associação Portuguesa de Desportos de acordo com o humor). As fotos enviadas para ilustrar o melhor da torcida rubro-verde na visão da autora ficaram presas no filtro anti-spam, por isso tivemos que fazer nós mesmos a seleção de imagens.

A retrospectiva está também no Boteco da Lusa com a edição de imagens da autora.

Por Michele Abilio – Boteco da Lusa

Na numerologia o nove representa o fogo e para a Portuguesa o ano de 2009 foi marcado por uma chama intensa de emoção, turbulência, escândalo e os 5ºs lugares no Campeonato Paulista e Brasileiro série B.

Foi um ano complicado dentro e fora dos campos, poucas vitórias convincentes, mas muitos momentos de euforia. Em 2009 passaram pela Portuguesa cinco treinadores, muitos jogadores e também aconteceram muitas contusões e confusões que marcaram a história da Lusa no tão conturbado 2009.

Portuguesa caiu em 2008

Portuguesa caindo em 2008

No comando de Estevam Soares, o ano de 2008 acabou com o amargo rebaixamento no Brasileirão, mesmo assim ele foi mantido no cargo, realizou a pré-temporada e organizou o time para o Paulistão. Após a primeira rodada do Estadual, e a derrota por 1 a 0 contra o Guarani, o treinador foi mandado embora sem uma explicação convincente.

No lugar do Estevam, a Lusa contratou o Mário Sérgio. Aí começou meu pesado e de boa parte da torcida rubro-verde. Os jogos da Lusa pareciam uma tortura e um a zero era goleada. Foi com Mário Sérgio que a Portuguesa foi eliminada na primeira rodada da Copa do Brasil pelo Icasa, dentro do Canindé. No dia seguinte da eliminação, 05 de março, o treinador foi mandado embora. Mário Sérgio comandou a equipe por 12 jogos (5 vitórias, 5 empates e 2 derrotas).

A fila andou e a diretoria foi atrás de Felipe Scolari e trouxe Paulo Bonamigo, que deu um “meio up” a Portuguesa. O time não melhorou 100%, Bonamigo se perdia nos esquemas táticos, mas por diversas vezes fez com que a Lusa ficasse no G4, em algumas rodadas no Paulista e também da série B. Na última rodada do Paulistão a equipe disputava vaga para a semifinal com o Santos. A rubro-verde precisa vencer o Santo André e torcer pela derrota do time da baixada, que enfrentaria a Ponte Preta. Conclusão: ficamos de fora do quadrangular final.

Quinto dos infernos

Quinto dos infernos

O último jogo da Lusa no campeonato Paulista foi o momento de maior intensidade do ano. Um turbilhão de emoções, momentos de alegria e o choro da tristeza no final. Parece até que o torcedor da Lusa está acostumado com isso. Do céu ao inferno em 90 minutos, senti o gostinho de ir para uma semifinal e minutos depois toda a decepção da eliminação. E esse momento resume o ano, porque em diversas vezes o torcedor confiou que o time lusitano chegaria em algum lugar, mas acabou em lugar nenhum. Aliás, acabou em quinto.

Essa rodada gerou os boatos sobre a “mala-preta” e o caso Jean, da Ponte Preta. Mas o presidente da Portuguesa, Manoel Da Lupa, não conseguiu provar nada. Apenas ganhou alguns segundos de destaque no Jornal Nacional.

Com o fim do Paulistão, a Lusa perdeu jogares importantes como Athirson e não houve nenhuma contratação para fortalecer a base da equipe. Outros jogadores, como Christian, Ediglê e Guigov passaram boa parte do campeonato no Departamento Médico e outros revezavam entre o DM e as suspensões de cartões que dificultava para o treinador montar o mesmo time todo jogo.

Ano negro

Ano negro

Com o elenco desfalcado, Bonamigo conseguiu manter, aos trancos e barrancos, o time entre os primeiros no Campeonato Brasileiro. Mas foi mandado embora, dia 05 de agosto, após a derrota contra o Juventude, no Canindé.

A derrota para o time gaúcho foi o ponto inicial para a decadência da Portuguesa no Brasileirão. Demorou uma semana para o clube anunciar um novo treinador, falaram em Leão, Jorginho, Mancini, mas anunciaram Renê Simões, que foi responsável pela pior fase da Portuguesa na série B e manchetes em todos os jornais e a segunda aparição do ano no Jornal Nacional.

Simões comandou a equipe por 13 dias e em seu currículo colecionou duas derrotas e um empate. O treinador também foi um dos principais envolvidos no caso, um dos mais sujos e tristes da história da Portuguesa, envolvendo conselheiros armados no vestiário. Com isso a Portuguesa ganhou a interdição do Canindé e a saída do treinador.

Na 21°rodada do Brasileirão, na nona colocação e após seis partidas sem vencer, Vagner Benazzi assumiu o time no lugar de Renê Simões, com uma vitória diante do Fortaleza por 1 a 0. Benazzi  chegou com a missão de recuperar o time desgastado devido ao escândalo do vestiário e correr atrás do tempo e pontos perdidos.

Com Benazzi no comando, a torcida lusitana acreditou que o time retornaria a elite do Brasileirão. A equipe disputou a última vaga até quase a última rodada, mas sem os mandos de jogos no Canindé, e os pontos bobos perdidos ao longo do Campeonato a missão não foi concluída com sucesso. Faltando quatro rodadas para o fim e a obrigação de vencer todos os jogos, a Portuguesa foi derrotada pelo Juventude, em Caxias, e perdeu a possibilidade do retorno a série A.

A Lusa terminou o Campeonato em 5°, posição que não vale nada. Só valeria se a Lusa tivesse mais peso diante da CBF para ganhar o processo contra o Guarani, que escalou irregularmente o jogador Bruno Cazarine. Mas não deu em nada e a Lusa fechou o ano com: cinco treinadores, duas vezes 5ª colocada, a eliminação na primeira rodada da Copa do Brasil e duas aparições no Jornal Nacional. Resultados naturais para um time que não tem planejamento e muito menos uma diretoria que entenda de futebol.

O que esperar de 2010?

A numerologia diz que o 10 está relacionado com a Terra, então será o ano dos “pés no chão”, bola em campo e vitórias Lusa. Ano que espero mais sucesso para a Portuguesa, o retorno para a Série A e motivos bons para abrir muitas cervejas após os jogos lusitanos, o Boteco da Lusa está louco para comandar a festa da vitória, e se for para aparecer no Jornal Nacional, que seja para mostrar o troféu de Campeã…

A torcida da Lusa e o que ela tem de melhor

A torcida da Lusa e o que ela tem de melhor

Demais Balanços de 2009:

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Palmeiras 2009: Muita promessa pra um fim amargo

December 28th, 2009 | 9 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2009, Libertadores 2009, Musas, Palmeiras

Preguiçosos que só, pedimos a alguns torcedores para escreverem sobre o ano de seus times e uma pincelada para 2010. Anselmo, palmeirense e futepoquense  atendeu-nos ao que diz respeito ao Palmeiras como forma de expiar 2009, mandando inclusive o portfólio de imagens para ilustrar o post.

Por Anselmo – Futepoca

O ano começou com altas expectativas. Reforços haviam se somado aos atletas que permaneceram. Havia um meia marcador que começou marcando gols como um artilheiro. Havia um artilheiro que se mostrou goleador, como se deve. Até reservas funcionavam bem, enquanto o time se revezava entre o estadual e a Libertadores da América.

Enquanto a torcida chiava pela saída de Kléber, o único atleta que havia jogado futebol nas partidas finais de 2008, quando o time não resistiu à corrida pelo caneco, a Traffic trazia reforços. A diretoria ainda anunciava para abril o início das obras de uma arena multiuso, para abrigar o ludopédio alviverde, mas também shows e outras fontes de receita para o clube.

Lançãmento do uniforme que o palmeirense gostaria de ver

Lançamento do uniforme que o palmeirense gostaria de ver (na Galisteu, esclareça-se)

Depois, vieram oscilações. A eliminação na semifinal do Paulistão, a classificação na primeira fase do Continental só na última rodada da fase de grupos, as oitavas para eliminar o Sport de Recife – então temido, mas que depois desceria em queda livre até o rebaixamento no Brasileirão – e ceder diante do Nacional do Uruguai.

O Brasileirão tornava-se uma esperança e uma provável última chance para o então treinador Vanderlei Luxemburgo. O medalhão estava em sua segunda temporada no clube, tinha elegido os reforços e as despensas, respondia pelo planejamento.

As obras da Arena Palestra Itália não começaram. E a janela europeia de junho a agosto ameaçava minar a campanha que não sabia se ia ou se ficava no Nacional. Keirrison queria ir para o Barcelona. O empresário armou a proposta, ele foi embora, deixando um rastro de turbulência no Verdão.

É que Luxemburgo, achando que poderia mandar prender e mandar soltar em domínios verde-e-brancos declarou que o camisa nove não atuaria mais sob seu comando antes ainda de definida a transação. Arriscou mais do que deveria, porque seu ibope estava em baixa por alguns erros de escalação e outras doses, menores, de ziguezira.

Veio a diretoria com pose de gente séria: quem manda aqui é quem manda aqui. Técnico na rua por quebra de hierarquia em uma decisão que, para muitos, camuflou apenas a vontade danada de Luiz Gonzaga Belluzzo e companhia de um retumbante pé na bunda do treinador falastrão.

De um lado, o episódio mostrava que a diretoria não tinha tanto controle assim sobre o que acontecia. Mas para mostrar que o caso Keirrison era exceção e garantir que nenhum outro atleta seria negociado foi preciso dar aumento de salário para quem teve proposta, incluindo Pierre e Cleiton Xavier. Os dois se contundiriam na reta final, prejudicando os planos da diretoria.

Para substituir o camisa 9 que não vinha tão bem como no início da temporada, ninguém veio. Apenas Obina do Flamengo, corrido do rubro-negro, onde Cuca não o queria, teria de ocupar o espaço. Fora de forma e sem credibilidade, foi respaldado pelo presidente do clube e pelo então treinador, mas só apareceria com destaque pouco depois.

Luxemburgo

Questo lavoro è qui, figlio mio

O auxiliar técnico Jorginho assumiu e vieram cinco rodadas rumo à liderança. Com um improvável aproveitamento de quase 100% para um time que apresentava momentos de apatia extremada e sem explicação até ali. Todos eram aplicação. O ritmo só melhorava e parecia que ninguém poderia parar aquela equipe.

Quando Jorginho parecia ser o cara, quando até o presidente Belluzzo já tinha desistido da contratação de Muricy Ramalho, recém-demitido do São Paulo, o técnico tricampeão brasileiro foi anunciado. Da beira da crise à liderança, com Obina artilheiro: um feito de colocar no currículo do treinador, ex-ponta direita da Portuguesa e do Palmeiras.

O alviverde ainda se manteria na liderança por muitas rodadas, mas o treinador não conseguiu implantar seu sistema de jogo defensivo com poucas porém eficazes variações táticas. Também não conseguiu manter nada da aplicação tática e técnica da fase inter-medalhões.

Rachas no elenco foram transformando as rodadas finais em um período de queda livre, dando espaço para Flamengo, Internacional, São Paulo e Cruzeiro passarem lotados, rumo às primeiras posições. Ainda teve Obina brigando com Maurício, a vinda tumultuada de Vagner Love – da chegada como heroi à briga com torcedores – e Diego Souza, o nome do time na competição, parando de jogar bem.

Desesperador, desagradável, chato. Fora da Libertadores, se contentar com a Copa do Brasil e a Sul-Americana é motivo para não querer falar de futebol por algum tempo. Mas a gente continua falando, só de marra, nem que seja para curtir o sabor amargo dos últimos meses.

A torcida do Palmeiras e o que ela tem de melhor

A torcida do Palmeiras e o que ela tem de melhor

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Corinthians 2009: Arrumando a casa para 2010

December 22nd, 2009 | 22 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2009, Corinthians, Musas

Preguiçosos que só, pedimos a alguns torcedores para escreverem sobre o ano de seus times e uma pincelada para 2010. Nicolau, corinthiano e futepoquense  atendeu-nos ao que diz respeito ao Corinthians, ainda que nos delegasse poderes na edição de imagem da torcida corinthiana, mandou o caminho das pedras.

Por Nicolau – Futepoca

Corinthians 2010: Controle emocional

Acabou mais um ano futebolístico brasileiro e os corintianos estão ainda meio que decepcionados com o desempenho do time. Dizem que dava pra ganhar o Brasileiro, que foi fácil, que o desmanche prejudicou, que a diretoria jogou a toalha cedo demais… Tudo isso pode ser verdade em relação ao Nacional, mas devo dizer que não estou nada insatisfeito com 2009.

Chora Colorado

Chora Colorado

Questão de expectativa, talvez. Em 2008, lembro de gente reclamando da quinta colocação no Paulista alcançada pelo time do então estreante técnico Mano Menezes e do vice da Copa do Brasil. Ora, em 2007, o Timão tinha feito papel muito pior no campeonato estadual, terminando numa vexatória nona colocação. E sobre a Copa do Brasil, quem diabos imaginava que o time pudesse sequer chegar na final? O que eu queria de 2008 era voltar para a Série A e resgatar um pouco da auto-estima destroçada. Disputar uma final foi bônus.

Em 2009, o time estava montado, mas sofria a desconfiança de ter jogado apenas a Segundona. A contratação de Ronaldo foi uma bomba, mas poucos eram os que botavam fé que o cara fosse fazer a diferença que fez. Eu esperava o seguinte desse ano que ora acaba: ganhar um campeonato (podia ser o Paulista) e conquistar a vaga para a Libertadores. Se tivéssemos feito só isso eu estaria satisfeito. Levamos logo dois títulos na bagagem, um invicto e outro ganhando do Inter, então aclamado melhor time do Brasil.

E o time do centenário?

O elenco que está sendo montado parece ser bom, entre os melhores do Brasil. Percebam que eu disse elenco, não time, já que os onze titulares ainda precisam ser definidos. Ou seja, se vai dar certo em campo, são outros quinhentos, mas considero que a diretoria achou boas opções.

As contratações de Iarley, Danilo e Tcheco qualificam bastante as opções do time do meio pra frente. Os três se juntam a Jorge Henrique, Dentinho, Ronaldo e os também novos Defederico e Edno. Quem tem tantos bons nomes na armação e ataque?

Também desembarca no Parque São Jorge o volante Ralph, que eu não vi jogar, mas dizem que foi bem pelo Barueri. Ele disputará com Elias, Edu, Marcelo Mattos e Jucilei uma posição que já era razoavelmente bem servida.

Mas o nome mais badalado veio para a lateral-esquerda, naquela que foi definida por Andrés Sanches como a grande contratação do futebol brasileiro: o lateral Roberto Carlos. Por mim, seja bem vindo. Não tenho nem idéia de como ele está atuando, mas parece que estava em atividade na Turquia e chega para jogar. Das opções possíveis, me parece uma boa. Além disso, tem as questões fora de campo. O cara tem bastante moral e fama por aí, deve vender uma boa quantidade de camisas.

A diretoria diz que ainda quer um zagueiro e um lateral-direito. Será um belo elenco. Engraçado que vi corintianos reclamando que “vai dar briga de ego”, que montar time de “medalhões” não dá certo. Ora, quem quer disputar várias competições no ano, e pra ganhar, tem que se acostumar com a idéia de que bons jogadores ficarão no banco – e os atletas também têm que aceitar essa condição. Nesse sentido, as escolhas foram até interessantes, pois não me lembro de nenhum desses caras arranjando encrenca desse tipo (fora Roberto Carlos, mas ele deve mesmo ser titular).

Resta saber como Mano Menezes vai montar o time. Mantendo-se o 4-2-3-1, entendo que Tcheco e Danilo disputam a vaga como meia centralizado, Marcelo Mattos e Ralph para assumir a de primeiro volante, Edu e Elias se revezam como o volante que sai para o jogo.

Peso ao time. No mau e no bom sentidos

Peso ao time. No mau e no bom sentidos

No ataque, Ronaldo centralizado é certeza. Iarley deve ser o substituto do Gordo, mas quando este jogar, o ex-goiano briga por uma das pontas com Defederico, que jogou muito bem no final do Brasileirão. Jorge Henrique deve continuar titular por sua impressionante consciência tática. Dentinho e Edno ficam no banco – o que quer dizer provavelmente que jogarão bastante o Paulistão.

O time titular, a meu ver, deverá ser: Felipe; Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos; Marcelo Mattos, Elias e Danilo; Jorge Henrique, Defederico e Ronaldo. Mas há quem diga que Iarley será titular no lugar do argentino. Também tem quem diga que o time vai de 4-4-2, com Danilo e Tcheco armando e Ronaldo e JH (ou Iarley) no ataque. Ou seja, muitos bons problemas para Mano resolver na montagem do ataque.

A defesa segue boa, mas com opções reduzidas. Rezemos para que Chicão e William se mantenham inteiros.

Pressão e visão de longo prazo

Para 2010, as apostas aumentam. O pessoal está babando pelo título da Libertadores, o que é um risco. Aumenta a pressão em cima dos jogadores e comissão técnica e cria condições para papeis lamentáveis como em 2003 e 2006. Se dá merda e o time não ganha, vai ter gente pedindo a cabeça do técnico, do presidente, do roupeiro, periga ter invasão de vestiário, agressão a jogador…

Tudo isso seria, na minha opinião, uma grande besteira. A questão é bastante simples pra mim: não se pode jogar fora todo um trabalho por conta de um torneio. O projeto corintiano tem que ser consolidar um time forte, criar uma estrutura bem montada e disputar os primeiros lugares do Brasileiro e a Libertadores todo ano. Pra isso, dentro de campo, é positivo manter um elenco com poucas variações durante alguns anos e o trabalho de um mesmo técnico.

O Chelsea em 2004 montou um dos times mais caros do mundo. Até agora, ganhou dois campeonatos ingleses e mais nada. Tomou sucessivos nabos na Liga dos Campeões. Mas disputou todas, mantendo a receita em alta e se consolidou como um dos times mais temidos do mundo.

Esse deve ser o objetivo do Corinthians: estar sempre nas cabeças. Não adianta nada ganhar um Brasileiro como o de 2005 para ser rebaixado em 2007. Enfim, é preciso ter calma. Mas minhas expectativas para esse ano são bem positivas: solto rojão se ganharmos um dos dois campeonatos; mas, se não der, não considerarei um ano perdido se estivermos na Libertadores de novo em 2011.

A torcida do Corinthians e o que ela tem de melhor

A torcida do Corinthians e o que ela tem de melhor

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Impossible is Nothing

December 17th, 2009 | 30 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2009, Coritiba, Fluminense

Novos tempos, onde qualquer coisa do show buziness é aproveitada e consequentemente qualquer coisa é comemorada.

O Fluminense acabou o ano sem título e na 16ª colocação no campeonato.

Impossible is Nothing” é o mote da camisa lançada pela Adidas na esteira do “milagre” tricolor, indo na onda do Núcleo de Inteligência Tricolor.

Just play as a big team

Just play as a big team

Bom para a Adidas, bom para a torcida, bom até para o departamento de marketing tricolor, que existe para isso mesmo.

Mas não tão bom para os torcedores sensatos, se é que eles existem.

Seguem as campanhas de Fluminense e Coritiba à partir da 24ª rodada (no tenebroso Botafogo 0x0 Fluminense) grifados os resultados que fugiram um pouco da normalidade e puxaram o Fluminense para cima e o Coxa para baixo (e para arrumar um tive de ter muita boa-vontade).

Fluminense

Botafogo 0x0 Fluminense
Grêmio 5×1 Fluminense
Fluminense 3×2 Avaí
Flamengo 2×0 Fluminense
Flumiense 1×1 Corinthians
Santo André 1×2 Fluminense
Fluminense 2×2 Internacional
Goiás 2×2 Fluminense
Fluminense 2×1 Atlético-MG
Cruzeiro 2×3 Fluminense
Fluminense 1×0 Palmeiras
Fluminense 2×1 Atlético-PR
Sport 0x3 Fluminense
Fluminense 4×0 Vitória
Coritiba 1×1 Fluminense

Coritiba

Coritiba 1×1 Corinthians
Flamengo 3×0 Coritiba
Coritiba 2×0 Náutico
Coritiba 2×0 Internacional
São Paulo 2×2 Coritiba
Coritiba 1×2 Barueri
Grêmio 2×0 Coritiba
Coritiba 3×2 Atlético-PR
Sport 1×1 Coritiba
Coritiba 1×0 Vitória
Botafogo 2×0 Coritiba
Coritiba 2×1 Atlético-MG
Santos 4×0 Coritiba
Cruzeiro 4×1 Coritiba
Coritiba 1×1 Fluminense

No fim das contas, o Fluminense portou-se como um time grande, que é, com tabela final favorável conseguindo um resultado perdido e improvável que foi a virada no Cruzeiro, e o Coritiba como  time médio, que é, com tabela não muito amigável. Isto é, poucos pontos para conquistar fora de casa por enfrentar muitos grandes.

O Coritiba disputou 18 pontos contra grandes (6 jogos) fora de casa e apenas 3 (1 jogo) contra pequenos. Já o Fluminense disputou 12 pontos (4 jogos) contra pequenos e médios.

A questão tricolor não foi milagre na reta final, e sim uma campanha bizonha com pontos perdidos para times rebaixados dentro de sua casa em 2/3 do campeonato. O verdadeiro milagre foi ter cumprido a parte dele e chegado aos 46 pontos, limite outrora definido pelos matemáticos.

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De qualquer forma resolvi me animar com o marketing. O time fez seu papel e fugiu do rebaixamento, além de não virar a final da Sulamericana no Maracanã. Logo, solicito a Adidas o que eu classificaria necessário para comprar a camisa Impossible is Nothing:

2010:

  • Taça Guanabara ou Taça Rio (à escolher)
  • Campeonato Estadual (pode ganhar direto se quiser)
  • Copa do Brasil
  • Campeonato Brasileiro

2011:

  • Taça Guanabara e Taça Rio (não é impossível para um time com esse retrospecto em 2010)
  • Libertadores
  • Campeonato Brasileiro
  • Perder do time da Oceania no Mundial (acho que a essa altura, isso seria impossível)

Para não ser inflexível e intransigente, aceitaria comprar a camisa caso o Fluminense ganhasse o Mundial em 2011.

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17/12/2009 – A história do Fluminense ainda não consta no site da campanha.

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Grêmio 2009: o Planejamento foi pro saco

December 15th, 2009 | 34 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2009, Grêmio, Libertadores 2009

Preguiçosos que só, pedimos a alguns torcedores para escreverem sobre o ano de seus times e uma pincelada para 2010. Luiz Paulo Telo do Na Geral FC  atendeu-nos ao que diz respeito ao Grêmio, deixando por nossa conta o prazeroso trabalho de buscar as imagens da torcida gremista.

Por Luiz Paulo Telo – Na Geral FC

Jodie Foster é gremista?

Jodie Foster é gremista?

O primeiro ano da gestão de Duda Kroeff na presidência do Grêmio é repleto de equívocos, incoerências e fracassos. Desde a polêmica questão com as torcidas organizadas durante as eleições, passando pelos GRENAIS do gauchão até os dilemas nas trocas de treinadores.

O discurso da direção, no começo do ano, deixava bem claro que a prioridade era a Libertadores da América. O Grêmio, embora jogando com adversários frágeis, fez boas partidas nos primeiros jogos da competição. Mesmo assim, Celso Roth, depois de um ano de clube e bom aproveitamento em 2008, foi demitido. Mas nada teve a ver com Libertadores, e sim com a eliminação no Campeonato Gaúcho, depois de uma sequência de 3 derrotas em clássicos. Ou seja, Roth, de bom trabalho até então, foi tirado do cargo por fracassar em uma competição considerada secundária.

Na época, Roth encontrava dificuldades de armar seu time. Ora no 3-5-2, ora no tenebroso 3-6-1. Com seis no meio-campo, aliás, é que perdeu os três Grenais do Gauchão, todos por 2 a 1. Escalando apenas Jonas ou Alex Mineiro no ataque, com a ideia de liberar Souza e Tcheco. O interessante é que o Grêmio tinha a posse de bola, mas empilhava gols perdidos. No 3-5-2, a mesma coisa, porém mais vulnerável defensivamente, com três zagueiros fixos, alas que se portavam como laterais e apenas Adilson, Tcheco e Souza combatendo no meio.

Depois da saída de Celso Roth, eliminado do Gauchão e ainda na fase de grupos da Libertadores, o Grêmio abriu negociações com Paulo Autuori. Desde a saída de Roth, até a apresentação de Autuori, foram cerca de 50 dias. Nesse “meio” tempo, Marcelo Rospide assumiu o comando da equipe como treinador interino. E foi bem. Fato que gerou grande polêmica, pois mostrou-se uma solução barata para o comando técnico do Grêmio. O novo treinador, vindo do Catar, acertou algo em torno de 300 mil reais, por dois anos de contrato. Rospide entregou a equipe para Paulo Autuori nas Quartas de Finais da Libertadores, ainda invicto na competição.

Assim como algumas boas contratações em 2009, Autuori não vingou no Olímpico. A exemplo do treinador, Alex Mineiro, Herrera, Rochemback, Lúcio e Ruy, que foram jogadores caros, pouco contribuíram ao Tricolor. Nomes como Mário Fernandes, jovem revelação vinda do São Caetano, e Jonas, de terceira opção pra jogar ao lado de Maxi Lopes à titular goleador, ofuscaram o brilho dos medalhões. Souza, Réver e Victor, destaques em 2008 na campanha que quase deu o título nacional ao Grêmio, repetiram o bom desempenho nessa temporada – marcada, também, pela despedida de Tcheco.

Autuori quando assumiu a equipe, passou à Semi-Final da Libertadores com dois empates e, em seguida, foi eliminado pelo Cruzeiro depois de perder no Mineirão e empatar no Olímpico. Ou seja, a coisa não começou bem. A troca de esquema, do 3-5-2 para o 4-4-2, e a implementação de uma filosofia de futebol baseado em conceitos intocáveis marcou o início do trabalho do treinador. A partir de então uma máxima valeu-se para o Grêmio o restante do ano: dentro do Olímpico, um time ofensivo, de muito toque de bola, jogadas aéreas fulminantes, nenhuma derrota, poucos empates e muitas vitórias; em contrapartida, longe do Olímpico, o Grêmio foi uma equipe fácil de ser batida, conseguindo apenas uma vitória no campeonato todo. Um contrataste inaceitável para um time que pretendia disputar o título. O Grêmio oscilou entre a 6° e a 9° posição. Num tremendo perde-e-ganha, a equipe não decolou, só patinou sem sair do lugar durante o Brasileirão inteiro.

Marcelo Rospide nos tempos de jogador

Marcelo Rospide nos tempos de jogador

A discrepância entre os desempenhos fora e dentro de casa não foi explicada por Paulo Autuori. Nem pela direção. Mesmo assim o Grêmio não mudou. Autuori falava em conceitos, e que não os sacrificaria por conta de resultados negativos. A direção já falava em 2010, desde o meio do ano, encontrava justificativas no trabalho a longo prazo. A certa altura do ano, a figura do prestigiado profissional começou a ser alvo de críticas – justas, diga-se de passagem -, principalmente por parte dos torcedores. O nome de Rospide só ganhou força com isso.

Pois faltando quatro jogos para acabar o campeonato, o Grêmio sem mais chances de classificação pra Libertadores, Autuori deixa o clube para retornar ao futebol do Catar. Uma prova de que nem ele acreditava mais num projeto vencedor dentro do clube. Rospide assume novamente, empata com o Cruzeiro no Mineirão, vence Palmeiras e Baruerí no Olímpico e perde para o Flamengo no Maracanã. Mais importante que os resultados foi o desempenho do time. O interino montou um 4-5-1 veloz, sacando Lúcio da lateral e Tcheco do do meio-campo. A linha ofensiva composta por Douglas Costa, Maylson e Souza deu a mobilidade que o Grêmio não tinha há anos.(sobre a roubada que o Grêmio se meteu na reta final do campeonato, tudo no post Sinuca de Bico)

Mas nem isso convenceu o presidente e o departamento de futebol. Em nenhum momento cogitaram efetivar Marcelo Rospide, mas ameaçaram firmar um contrato de 270 mil mensais, mais luvas, com Dorival Junior. Não deu. Contrataram Silas, que pode até dar certo, entretanto, na primeira sequência negativa de resultados, vai ter problemas que possivelmente não existem quando se treina o Avaí.

Dezembro, fim de temporada. Nenhum título. 69 jogos, 32 vitórias, 20 derrotas e 17 empates. As únicas coisas a serem comemoradas é o retrospecto extremamente positivo dentro do Olímpico, onde o Grêmio não é derrotado há mais de um ano e a contratação do preparador físico multi-campeão Paulo Paixão, que retorna ao clube em 2010.

Foi um ano ruim. Dependendo de 2010, pode ficar pior. Porém, se a próxima temporada for boa, certamente ofusca as trapalhadas da direção e até torna 2009 o ano em que, alegarão, “ajeitamos a casa e montamos a base para o sucesso.”

A torcida do Grêmio e o que ela tem de melhor

A torcida do Grêmio e o que ela tem de melhor

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Nota do Blá blá Gol: O texto encontra-se em seu formato original publicado também no Na Geral FC com o título Ano de equívocos, mas está melhor ilustrado aqui :-)

Demais Balanços de 2009:

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