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Análise gráfica do futebol brasileiro por UF – Tentativa 1

December 18th, 2009 | 26 Comments | Filed in Futebol

Por André Bona – Blog André Bona

Premissas do estudo:

– Todos os esforços, erros e acertos, de clubes e federações, ao longo dos anos, se refletem de alguma forma em números. Neste caso, em títulos da principal competição nacional.

– Os números do passado são indicadores do futuro, uma vez que, em conjunto, podem refletir o nível de desenvolvimento de uma federação para outra.

Dessa forma, o primeiro gráfico apresentado é o gráfico geral de conquistas:

Títulos por Federação

Analisando o gráfico pelos últimos anos, podemos perceber um processo de distanciamento de SP com relação ao RJ. Numa análise possível, se poderia concluir que a tendência, dessa forma, é que o distanciamento entre SP e RJ torne-se ainda maior. Essa é uma análise baseada no histórico. Poderíamos, portanto, refletir essa análise utilizando duas linhas de tendência do próprio Excel.

Faremos a projeção das duas linhas para um período futuro de 10 anos. A primeira é uma linha de tendência linear.

Títulos por Federação 2

No gráfico acima, podemos ver que a linha de tendência linear apresenta algumas possibilidades de observação. A primeira é a de que a diferença de títulos entre SP e RJ continuará, no entanto, num ritmo menor do que nos últimos anos. Tal fato baseia-se obviamente no histórico completo da competição e dá peso aos anos 80 e 90 onde o RJ teve muitas conquistas. Mostra também que, RS tende a permanecer em terceiro, mas que a diferença para o RJ também aumentará. E mostra o Paraná com possibilidades maiores do que MG para os próximos 10 anos. Vale observar que a equação montada, não dará, ao seu final, um número exato de títulos. Assim, seu resultado pode ser mais 0,7 titulos para uma federação, por exemplo. Por isso ela não é uma previsão efetiva, mas sim uma linha de tendência.

É interessante observar também que, toda vez que a quantidade de títulos se afasta muito da linha de tendência, essa correção tende a ser feita. Estando a quantidade abaixo ou acima da linha.

Vejam por exemplo, como a linha de tendência de SP estava abaixo da quantidade de títulos. E o que aconteceu? A quantidade de títulos “buscou” a linha de tendência para encontrá-la em 76 pela primeira vez. De 76 a 78, a quantidade de títulos de SP esteve acima de sua linha. E naturalmente, a correção novamente ocorreu em 81. Em 85, a quantidade de títulos estava abaixo da linha. E ela foi buscar a linha de tendência, em 94. Se pegássemos o gráfico de títulos de SP até 73, veríamos SP se encaminhando para o todo. Mas reparem que no tempo, as coisas não seguiram aquela trajetória. O mesmo ocorre se verificarmos o ano de 78. Depois de 78, agora em 2008, analisando o gráfico, podemos ver que a distância está grande entre a quantidade de títulos de SP e a linha de tendência. Assim como hoje avaliamos que SP irá continuar sua escalada indiscriminada ao topo, essa avaliação já foi possível no passado. Mas, o que podemos ver é que essa “verdade” pode não ser tão verdade assim.

Nesse mesmo gráfico, vemos que RJ atualmente, começa a buscar aproximação da sua linha de tendência.

Outro ponto interessante de ser verificado, principalmente entre RJ e SP, é que, após um período maior sem títulos, ambos os estados encaixam sequencias vencedoras.

Olhando SP temos:
De 73 até 76. Depois engatou 2 títulos seguidos.
De 78 até 85. Depois engatou 1 titulo, ficou até 90 na espera, pra iniciar uma subida com paradas sem títulos cada vez menores. 4, 3 e 2 anos.

Olhando RJ temos:
De 74 a 79. Depois engatou uma sequencia de 4 títulos até 84.
De 89 até 2000, engatou uma sequencia de 6 títulos tendo o intervalo maior entre eles, de 3 anos.

Uma possível explicação para isso?

Será que nesses Estados, os títulos contribuem para o desenvolvimento do futebol no Estado como um todo? Será que o SPFC campeão, ajuda no desenvolvimento do Palmeiras, do Corinthians ou do Santos? Será que o Vasco campeão, ajuda no desenvolvimento de Flamengo, Fluminense e Botafogo? E por isso, acontece a sequencia de títulos?

Reparem que isso não ocorre nos outros Estados: RS, MG e PR.

Reparem que os anos 80 podem ter se iniciado, para o RJ com a final de 79. E a sequencia da década de 80 se deu.

Se tal fenômeno se repetir, teríamos agora uma nova arrancada para o futebol do RJ projetada? Não sabemos. Mas o gráfico, da mesma forma como sugere a continuidade da hegemonia paulista, também pode sugerir uma arrancada carioca.

No caso das demais federações, percebe-se que ainda caminham com dificuldades para que possuam consistência em conquistas.

Seria isso fruto da pouca quantidade de times competitivos? Seria isso fruto de uma “inferioridade” mercadológica? Seria isso fruto de quê? De qualquer forma, nessa análise percebe-se que RS é o líder dos “pequenos”. Como diz sempre Galvão Bueno, “Ferrari e McLaren são outra F1, amigo!”. Assim poderíamos dizer sobre RJ e SP.

Vamos ver agora uma linha de tendência polinomial. Nesse caso, a tendência de supremacia de SP parece ser mais forte.

Títulos por Federação Polinomial

Já nessa linha, podemos observar que a força do movimento carioca tende a diminuir. Assim como o RS. Mas convém fazer uma observação acerca dessa linha: a quantidade de títulos nunca diminui. Então. Se continuarmos projetando essa linha para um futuro ainda maior, teremos uma situação que, nesse gráfico, somente aparece no RS, mas Tb apareceria no RJ. A tendência negativa. O que é impossível, pois a quantidade de títulos não diminui. Ela, na pior das hipóteses, pára de crescer. Por isso, essa linha, embora dê maior peso para as últimas conquistas, tem essa incoerência. Vejam que, pelo gráfico, no décimo ano, RS, MG e PR estariam empatados. Mas RS não vai “perder” títulos. Vai permanecer com seus 5 títulos. Dessa forma, ainda faltariam títulos para MG e PR igualarem ao RS nos próximos 10 anos. Ou seja, caso Cruzeiro e Galo, por exemplo, conquistem 3 títulos nos próximos 10 anos, o que nunca aconteceu com times mineiros, poderiam alcançar o RS, caso o mesmo não vença nenhum campeonato.

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