Que frieza, América (Maracanazo)
May 8th, 2008 | 65 Comments | Filed in Flamengo, Futebol, Libertadores, VídeoNinguém podia esperar. Depois de ver o jogaço entre Cruzeiro e Boca, escolhi que veria o jogo do São Paulo, por achar que o do Flamengo seria apenas para cumprir tabela.
Acontece que fui vencido pois Fernando (um dos meus pais) chegou aqui em casa não querendo saber de São Paulo x Nacional:
Coloca no jogo do Mengão. Vamos ver o time do Rio. Não quero saber de time de São Paulo.
Comecei a ver o jogo resignado, percebendo que o Flamengo logo, logo faria 1×0 caso Ochoa deixasse.
E naquelas bolas meio espíritas, que subiu e caiu, 1×0 para o América.
Flamengo dá mole e em contra-ataque, 2×0 para o América.
A partir daí malandragem, o controle não se mexeu nenhuma vez para dar uma olhadinha no jogo do São Paulo (que a essa altura já vencia por 1×0).
E começa o 2º tempo, com Obina em campo.
E é o 2º tempo que me causa estranheza, pois por mais que estivesse 2×0 para o América, ainda era o América quem tinha de fazer o 3º. Mas era o Flamengo que ia para cima.
Não que o time devesse abdicar o ataque. Longe disso, mas teve um lance em que um jogador do América fazia cêra, e o Flamengo queria apressar o jogo. Eu não conseguia entender bulhufas. Tanto que comentei com Fernando sobre a frieza do América. O time parecia que confiava que iria fazer o terceiro gol e que se preocupava mais em deixar o tempo passar para não levar o gol do Flamengo.
Tanto que ao se machucar um volante, o treinador do América o trocou por… outro volante.
E o América quando ia no ataque, ia na boa. Não tinha chuveirinho ou chute no desespero. O time preferia tocar a bola mesmo que não conseguisse chutar a simplesmente tentar a sorte. E numa dessas, faltinha. E de novo, a bola bate na barreira e adeus Bruno. 3×0.
Não sei se na Globo passou (felizmente eu tenho SporTV) , mas as expressões do pessoal da barreira rubro-negra é algo fantástico. A do Obina é um misto de incredulidade e pânico.
Aí, o time meteu um zagueiro, e passou a nem mais a chutar a gol. Preferia partir em direção a linha de fundo e segurar a bola. E por sua vez, o Flamengo resolveu entrar de Renato Augusto e tome chuveirinho.
Contra-ataque do América e Juan faz a falta. Depois o lateral chutou a bola em Cabañas (“O Cara” do jogo) caído levando o cartão vermelho (na hora fiquei com a impressão que o chute não foi de propósito. Depois fiquei em dúvida. Talvez ele tenha perdido a cabeça no instante Revi o lance. Foi de propósito).
Desse momento em diante, a torcida e time do Flamengo deve ter percebido que estavam diante de um Maracanazzo.
Acredito que desde a final da Copa de 50 não se tinha essa noção de desastre no Maracanã.
Pois por mais que o América tivesse feito o papel dele, o Flamengo não tinha de ter feito este papelão.
E curiosamente, justamente quando o necessário era armar o ferrolho, o Flamengo de Joel quis jogo. O que fez Alface me ligar lembrando de 1995, quando o Fluminense de Joel consegui perder de 5×2 na semi-final contra o Santos no Pacaembú.
Definitivamente, o Maracanazo Rubro-Negro superou estes 5×2, a derrota do mesmo Flamengo para o Santo André no Maracanã na final da Copa do Brasil, e inclusive o Tropa de Sofredores.
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Não creio que o time do Flamengo tenha se assoberbado. Nem mesmo que a festa para o Joel antes do jogo tenha sido problema. Foi um jogo atípico, tanto que entrará para a História como o Maracanazo Rubro-Negro. Mas vem sobre medida para baixar um pouco a bola dos torcedores rubro-negros, pois esses sim estão assoberbados.
São torcedores que não confiam no time, torcedores que não deram crédito a este elenco e a diretoria que montou e manteve o time. Esta torcida acredita que foi ela quem conseguiu a arrancada no Brasileirão à Libertadores.
Esta torcida que levantava suspeitas sobre o time se classificar para as Oitavas da Libertadores em um grupo ridículo, torcida e mídia só falavam no tal fanstasma da altitude. Depois de vir a classificação com uma sapatada na altitude, começou a tal da viagem desgastante e altitude e dá-lhe sapatada. Depois disso, favoritismo a um Botafogo sem elenco que tinha de ganhar o jogo, e nova chinelada.
Irônico que o tombo venha em dia de festa. Primeira vez que a torcida torce de salto alto. Maracanazo.
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Os cariocas ainda tem quartas-de-finais para ver, que é quando 2008 começa de fato. Fluminense na Libertadores, Botafogo e Vasco na Copa do Brasil.
Para o Melhor do Rio, resta o Brasileirão apenas.
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Será que o Souza vai sacanear o Bruno chorando?
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