Soccer in the USA: experiência pessoal
March 12th, 2013 por Sancho | Categorias: MLS.Sábado, eu vou ao R.F.K./ Torcer para esse meu time de cá/ Vou levar mochila e bandeira/ Ele não é brincadeira/ Ele vai ser campeão/ Como só tem cadeira numerada/ Vou atrás da organizada/ Para sentir mais emoção/ Meu time só joga para vencer/ E o nome dele são vocês que vão dizer:/ oooô!/ Ô, oooô, oooô, oooô!/ UNITED!
Do Correspondente Blá blá Gol na MLS – Não diria que o Yuri me roubou a pauta, mas, sim, que ele trouxe ao Blá blá Gol aquilo que eu ainda não tinha conseguido fazer: falar da MLS. Moro há pouco nos Estados Unidos, e já fui a três jogos: dois nos playoffs do ano passado, e agora na primeira partida em casa. Todos eles no R.F.K., todos eles com o meu filho Henrique. Viramos torcedores do D.C. United.
Ainda quero participar de um tailgating, da concentração de torcedores no estacionamento, onde se come e se bebe por um preço razoável. Há quem venda, ha quem traga de casa. Ademais, ouve-se música, joga-se bola, discute-se futebol, as crianças brincam… Talvez a melhor contribuição dos americanos para o “soccer”. Não consegui sair cedo de casa para isso, afinal sou brasileiro, e não chego na hora nunca! A vantagem é que mesmo chegando em cima do laço, estacionar é uma barbada. O R.F.K foi projetado para receber 56.000 pessoas (hoje caberiam 45.000), tem uma parada de metrô própria, mas o D.C. United limita a capacidade para menos de 20.000 lugares (todo o anel superior é fechado). A média do time é superior a 15.000 pagantes, num estádio velho, sujo e caindo aos pedaços (e falo sério). E isso que não paguei pouco: 30 dólares por cada ingresso na linha central.
Quando eu digo que vou a jogos de soccer, me perguntam quem vai. Aqui? Buenas, todo mundo! A arquibancada é um mosaico de pessoas de todos os tipos. Vários americanos legítimos, inclusive. Mas Washington é um mosaico (havia um auto com chapa da ALEMANHA no estacionamento), então não sei se isso vale para o resto do país. As organizadas são animadas, canta-se bastante, em inglês e em espanhol (várias iguais às do Grêmio), mas nenhum sinal de hooliganismo. No ano passado, na final de conferência, torcedores do Houston caminhavam tranqüilos em meio à torcida local. Um paraíso para levar os filhos!
O Henrique não tem saco para o jogo ainda, mas ama a função de torcer. Então compro ingressos próximos as organizadas: são 4 (Barra Brava, La Norte, Screaming Eagles e District Ultras). Só festa. Quando a torcida se acalma, ele nem se faz de rogado e faz o papel de “capo”, como eles chamam os líderes de torcida por aqui. Sempre um sucesso. Antes das partidas, tem mosaico. Nos gols, abrem um bandeirão. No intervalo, a banda da Barra Brava (só percussão), entra para os corredores de circulação, e cantam os 15 minutos. Imperdível! Sem falar no hino e fogos antes do jogo.
Se há um lugar mais anti-futebol moderno, haja paradoxo, é por aqui. Mesmo que seja uma liga fechada, com 19 clubes. Há um quê de ingenuidade e festa que nossos estádios não carregam mais. O nível do jogo pode ser mais baixo, mas o ambiente compensa. E com cerveja! Entre 8 e 10 dólares, verdade, mas pelo menos vendem. Só estranho a falta de cobertura de imprensa: rádio, TV e jornal. Mas acho que chegam lá.
Sobre o jogo pouco vimos. “Meu time ganhou, pai!” E ganhou mesmo. Por isso houve mais fogos no fim do jogo. Ganhamos de 1-0, gol de Pajoy (centro-avante ruim de bola e brigador) o que rendeu uns arremessos de Henrique no ar na hora do gol. Futebol com o papai é o máximo!
Bom saber que em algum lugar do mundo uma Organizada se preocupa única e exclusivamente com a principal função de sua existência: Torcer e apoiar o time.
P.S.: Como o seu filho está crescendo rápido!
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Achei uma foto do mosaico, na versão eletrônica do Washington Post: http://www.washingtonpost.com/blogs/dc-sports-bog/wp/2013/03/09/d-c-united-fans-create-d-c-flag-display/
P.S.: Filho é assim: piscou, perdeu!
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No Engenhão. houve uma vez que o Fluminense não vendeu ingressos para um setor no Engenhão (Leste ou Oeste) para concentrar a torcida.
Diversos jogos com 10.000 pessoas caberiam tranquilamente nas arquibancadas inferiores. Talvez ficasse mais legal para quem vai ao estádio para dar a sensação de concentração. Seria algo similar ao uso desse estádio para a MLS, não?
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Isto foi no Morrinhão de 2010. O setor Oeste ficou fechado por que o Botafogo estava fazendo algum tipo de obra (ou coisa que o valha) para o programa de sócio torcedor.
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O cálculo é econômico. Por um lado, reduz-se custos, pois diminui-se o tamanho da “propriedade” (na verdade, o estádio é do Distrito), ficando mais fácil de manter. Não precisa contratar seguranças, auxiliares, equipe de limpeza para setores cuja expectativa de público é mínima. Ademais, por outro lado, reduz-se a oferta de ingressos, o que permite cobrar valores mais altos; aumentando, igualmente, a receita.
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Eu e Bender especulamos que a carga posta à venda nas semifinais da Taça GB, consideravelmente inferior à capacidade do estádio e ao disponibilizado para a final, tenha atendido a esses critérios.
No caso, os setores abriram, mas talvez reduzindo a expectativa de público economize-se em alguma coisa como número de segurança, bilheteria, médicos e ambulâncias no estádio e sei lá o que mais.
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Mais um fator. Não colocam a carga total de ingressos à venda pois tem a ver com o valor do aluguel do estádio para cada jogo.
*corrigi a escrita do JORNA
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É de forma tímida, mas a FFERJ já vai tentando recolocar a cervejinha dentro do estádio no Rio.
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Porra Sancho, SENSACIONAL. Muito foda mesmo. Já estava achando a cobertura excelente ao ver fotos originais do jogo, mas quando apareceram OS VÍDEOS, aí detonou mesmo. Cobertura Nota 10.
Olhando não parece, mas o Robert F Kennedy é circular! Se tu vê os gols ou imagens de dentro jamais daria esta impressão, até porque estádio circular que eu saiba não é um troço muito difundido nos USA.
Sem comentários tua foto das cadeiras “caindo aos pedaços”. Isso é totalmente contra o futebol moderno, essas cadeiras aí. Por mais paradoxal que isto possa parecer.
Muito maneira essa experiência com teu filho, dá prá ver que ambos curtiram bastante, fiquei até sinceramente feliz lendo o texto pelas “boas energias” dele. Mais uma vez, boa sorte a vocês todos nos Estados Unidos da América.
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Yuri, a foto não é minha. É do anel superior, e foi um brinde do Victor para o texto. E foi bom saber que consegui transmitir o quão foi divertida a noite.
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Sensacional! Dá vontade de escolher um time aí e cagar montanhas pro certame tupiniquim.
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Sensacional [3].
Show de bola a cobertura. Essas são as paradas maneiras. Foda-se a análise do jogo. O jogo é o pretexto, apenas mais um evento. Acho que é assim que o americano trata a coisa do business.
Impossível não comparar com a nossa situação. Estação de metrô própria, molezinha estacionar mesmo chegando em cima da hora, música, joga-se bola, discute-se futebol, crianças brincam. O tailgating no Belini de um tempo pra cá tornou-se tenso.
Uma boa organização prova que não é necessário estar tudo ‘novinho’ ou ser ‘muderno’ para o produto/serviço ser bom. Aqui confundem muito isso. A barca pode ser nova, mas o serviço é uma merda. Pode acontecer o mesmo com o ‘novo’ Maracanã. A conferir.
O norte-americano ainda tem preferência por outros esportes. Os caras têm o futebol-americano, basquete, baseball, hóquei, esportes individuais e etc. As cifras são diferentes. Talvez por isso o soccer não tenha muita mídia. Mas caso a Liga cresça (e eu continuo acreditando) patrocinadores serão atraídos.
Sancho, curiosidades minhas: sabe por que o anel superior fica fechado? Em jogos decisivos liberam o estádio inteiro? Outros esportes são jogados lá?
Lá no estádio, intermediações, ou mesmo na roupa dos árbitros, tem alguma referência à Fifa?
Maneiro seu cachecol desportivo rubro-negro!
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O que falta é um maior apelo às comunidades negras e aos brancos de classe média e baixa. Ainda é um esporte de “nicho”: brancos ricos “europeizados”, latinos e imigrantes. Mas o fato que isso já é gente para cacete!
Eu brinco que os americanos podem até nem saber, mas já são uma “soccer nation”. E eles estão fazendo o trabalho de casa direitinho. Agora, estão investindo forte nas divisões de base FORA DAS ESCOLAS. Já estão, inclusive, começando a exportar jogadores para a Europa.
A primeira barreira, no entanto, é igualarem à Liga MX. Quando conseguirem, aí, sim, “Mundo, prepare-se!”.
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Sobre o anel superior, respondi acima, e não liberam. Há que se jogar uma final de MLS lá para saber o que fariam, mas em outras hipóteses, nunca.
Atualmente, o RFK só recebe soccer.
Nada da FIFA. É que nem aí.
Eu queria um cachecol todo negro, mas só tinha esse!
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Então como é do Distrito, deve ser mais “fácil” manter o estádio. Só achei estranho construírem um estádio para 45 mil e disponibilizarem apenas 20 mil. É sempre assim aí? Tive essa dúvida outro dia aqui nas semifinais da Taça GB.
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O estádio já existia.
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ah…blz
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São 4 os times a limitar a capacidade do estádio na MLS: DC, Seattle, New England e Chivas.
Seattle e New England jogam em estádios da NFL. Os Sounders até abrem o anel superior nalguns jogos, mas o Revolution não tem cacife para tanto.
O Chivas limita um estádio com capacidade para 25.000 pessoas, mas ali a coisa é complexa demais para explicar agora.
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Times americanos andam bem na CONCAchampions: 3 yankees, 3 mexicanos, 1 costa-riquenho e 1 guatelmateco chegaram às quartas.
Seattle Sounders eliminou o Tigres numa virada fodona no agregado e chegou a semi. Enfrenta o vencedor de Houston Dynamo e Santos Laguna, na ida um tento a zero para os texanos. Do outro lado, o Monterrey tirou o Xelajú e pega o vencedor de Herediano e Galaxy. Na 1ª perna, jogada em território costa-riquenho, o placar foi de 0a0.
A Fox Sports anda passando o VT dos jogos. Hoje no almoço passou o Seattle jogando no Century Link, o clima era fodão. O anel superior e a parte do Hawk’s Nest estavam fechados. O narrador disse que compraram o Obafemi Martins e querem o Saviola.
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Curioso que o dono majoritário dos Sounders é um produtor de Hollywood e entre os owners tem um dos fundadores da Microsoft, por isso o Xbox de patrô.
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Eu vi. Foi clima de Libertadores essa virada.
XBOX de patrô é sinistro. Lembra-me do Auxerre com patrocínio do Playstation, um dos mais maneiros da história.
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Um fato que eu não pude deixar de notar: a bandeira da torcida é igual a do Kaiserreich alemão. Lembrei de um vídeo da torcida do Fluminense, bem bonito por sinal, que húngaros no Youtube perguntavam: “Por que a bandeira da Hungria?”. Claro que ambos são coincidência.
Mas mesmo assim, contagem regressiva até a proibição…
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Bota esse vídeo aí.
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Ih, faz tempo bicho… foi da época da amizade Flu-PAO. Acho que é o vídeo mais famosinho do Flu imitando os gregos, ou um dos mais. Era hype, por isso gente do mundo todo comentando.
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DEZ HORAS DE COBERTURA DA MLS PELA NBC e NBC SPORTS!
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Jogo do DC United (o clássico contra NY) foi em TV aberta para todo o país. Depois, passou para o canal a cabo para Sporting-Fire. Aí, entrou um “Troca de Passes” com os jogos em andamento, passando de jogo em jogo sempre que algo relevante ocorria. Terminou com Sounders-Timbers.
Overdose of soccer today!
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tche Sancho, fiquei sabendo hoje q. estás morando aí na América e já tomo conhecimento dessas peripécias. mais um pouco e tu te lança a fundador da Popular/Geral nos USA…
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