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Sobre os R$30 Milhões do Sorteio das Eliminatórias

August 1st, 2011 por | Categorias: Estrutura, Observatório.

Antes de mais nada, é preciso ressaltar que todo  gasto com dinheiro público deve estar sujeito à auditoria da população, e que aqui não está se discutindo prioridades, mas um investimento específico da cidade do Rio de Janeiro, e não da CBF.

As críticas em torno deste investimento, o colocam como puro desperdício, só levando em consideração o gasto de dinheiro da prefeitura e do governo do Estado, com algo que não seria fundamental para a população, em quanto setores mais importantes como saúde e educação enfrentam sérios problemas de desabastecimento.

Porém, essas críticas não levam em consideração o retorno desse investimento, a magnitude do evento e ignoram como o turismo é essencial para o Rio de Janeiro.

Para se ter uma ideia, o Rio é apenas a 40ª cidade do mundo mais visitada por turistas estrangeiros.  Enquanto a líder Londres recebe 15 milhões de visitantes por ano, a Cidade Maravilhosa recebe apenas 1,6 milhão de pessoas. E mesmo assim, com todo um potencial ainda a ser explorado, o impacto do turismo na cidade é de mais de R$3 bilhões.

A Copa e as Olimpíadas serão fundamentais para alavancar esse setor, mas aqui iremos tratar somente do evento “Sorteio das Eliminatórias“.

A cidade do Rio de Janeiro gastou R$30 milhões de reais, mais quatro horas de funcionamento de um aeroporto secundário em um sábado, pra produzir um evento destinado a mais de 150 países e para uma audiência estimada em 600 milhões de espectadores mundo afora.

Não vejo como calcular quanto custaria uma propaganda com três horas de duração  e esta abrangência, mas um comercial de 30 segundos apenas para o Brasil, custava R$ 334,6 mil em 2008 (não consegui achar os valores atuais).

Se 1% da audiência do sorteio for sensibilizada pelo Rio, podemos quadruplicar o número de visitantes na cidade.

Como um exemplo mais factível, podemos citar um investimento feito pela cidade de São Paulo, e que não recebe as mesmas críticas.  A prefeitura paga a FIA mais de US$ 5 milhões apenas para sediar o GP do Brasil. Além disso, gastou mais de R$35 milhões em obras no autódromo, sendo que boa parte dessas obras foi temporária (recapeamento de pista, aluguel e montagem de arquibancadas, etc). Sem falar na manutenção durante o resto do ano de todo o complexo de Interlagos, que fica evidentemente sub-utilizado.

Se usassem a lógica que usam para criticar o investimento no sorteio, a prefeitura paulistana estaria fazendo um péssimo negócio com dinheiro público. Mas o fato é que a F1 traz R$150 milhões  de retorno para a cidade.

Se só colocam os custos de um negócio, sem calcular o retorno, qualquer negócio é ruim.

Por fim, a indignação da “massa” e as justas reivindicações por uma saúde melhor, por melhores salários de professores, médicos, deve passar antes de tudo por isso aqui.

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23 Comentários para “Sobre os R$30 Milhões do Sorteio das Eliminatórias”

  1. Bender
    1/08/11 - 14:12

    Passei a manhã e parte da tarde de sábado instalando spots e faxinando. Não vi nada do tal sorteio. Na verdade, nem sabia do gasto de R$ 30 milhões pro evento.

    Concordo com o Surdo que os mimimis em torno dos tais 30 milhões são tempestades em copo d’água.
    Porém, a melhor comparação feita foi com o mote do assunto: os comerciais da TV. Acho que o tema “turismo” se separa do tema “propaganda”, pelo menos nesse evento.

    No meu entender, para se comparar a outras cidades do mundo deve-se verificar que as características são diferentes. Londres, na Europa, não está tão distante de outras importantes cidades “mundiais” como está o Rio.

    “como o turismo é essencial para o Rio de Janeiro”

    Essa afirmação deve ser comparada com a própria cidade do Rio. O turismo responde por 4% da renda da cidade. O indicador não indica que o turismo seja relevante sobre o total.

    Mas a questão do turismo é complicada no país todo. Já coletei dados, joguei no excel e escrevi sobre. Somos deficitários na balança de turismo. E com o câmbio nessa toada, a tendência é o déficit aumentar. Outro desafio para a Copa e Olimpíadas.

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    Serginho Valente

    Sobre a comparação com Londres, o link mostra outros destinos, alguns distantes de outras importantes cidades mundiais: Nova York-EUA (10,786 milhões de visitantes estrangeiros), Bangkok-Tailândia (10,209 milhões), Cingapura-Cingapura (10,115 milhões), Kuala Lumpur-Malásia (8,935 milhões), Paris-França (8,375 milhões), Antalya-Turquia (8,295 milhões), Dubai-Emirados Árabes (7,584 milhões), Hong Kong-Hong Kong (7,290 milhões) e Istambul-Turquia (6,682 milhões).

    “Propaganda” é inerente ao tema “turismo”. Pouquíssimas pessoas, ou ninguém, viajam para lugares de que nunca ouviram falar.

    Talvez o termo “essencial” tenha sido mesmo mal empregado, mas relevante com certeza o turismo é. Ainda mais se for levado em conta que o setor ainda engatinha no Rio, e no país. Sendo, inclusive, uma fonte renda sustentável e renovável, ao contrário do petróleo que deve responder por boa parte do PIB fluminense.

    “Somos deficitários na balança de turismo. E com o câmbio nessa toada, a tendência é o déficit aumentar.”

    Mais um motivo para se investir no setor.

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    Bender

    Bangkok, Cingapura, Malásia, King Kong… estão na mesma de Londres, são próximas.
    CARNEIRO, Ricardo. economista da UNICAMP em sua publicação GLOBALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO REGIONAL destrincha bem esse tema. Ele faz uma comparação abrangente entre Ásia x América Latina e constata que o continente asiático é mais integrado em praticamente todos os aspectos. O que é um dos motivos do grande crescimento chinês.

    NY é o centro do mundo. Chuto que Londres só está na frente pelo mesmo aspecto geopolítico asiático. A integração na Europa é ainda maior, visto que até a moeda é a mesma.

    Pouquíssimas pessoas, ou ninguém, compram qualquer coisa que nunca ouviram falar. Concordamos no fato da propaganda ser importante não só no turismo, mas em qq área.

    4% só é relevante se os outros 96% forem pulverizados em diversas partes menores que os 4 purça.
    “o setor ainda engatinha no Rio”
    Vc está falando sobre o potencial de crescimento do turismo no Rio. Concordo que, como é mal aproveitado, tem bastante espaço pra crescer.

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    Serginho Valente

    Sim, evidentemente estou falando sobre o potencial de crescimento, tanto quantitativo quanto qualitativo.

    Maior integração regional, maior visibilidade no exterior, infra-estrutura, são aspectos em que o Brasil precisa investir, como o Rio investiu em visibilidade no caso do post, para ter um retorno significativo.

    E isso não interfere, ou não deveria interferir, nos orçamentos de outras áreas, como educação e saúde. Certo?

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    Bender

    Acho que sim.
    O horroroso filme “Saneamento Básico” (com grande elenco) – NÃO ASSISTAM – trata disso. Os caras queriam ter o saneamento mas o orçamento disponível era apenas para fazer um filme.

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  2. saulo
    1/08/11 - 16:04

    Como já havia dito, não teria a menor necessidade do Estado e o Município doarem 30 milhões a Globo. O fato do evento ser transmitido para 200 países seria motivo de atração dos patrocinadores e os próprios bancariam. Caberia um processo contra os governantes e a emissora, semelhante ao empréstimo feito no governo Sarney à construção do Projac.

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    Serginho Valente

    Como já havia dito, não teria a menor necessidade do Estado e o Município doarem 50 milhões a FIA. O fato do evento ser transmitido para vários países seria motivo de atração dos patrocinadores e os próprios bancariam. Caberia um processo contra os governantes e a emissora, semelhante ao empréstimo feito no governo Sarney à construção do Projac.

    Só que como foi em São Paulo, Saulo não liga. Ele só é contra investimentos feitos no Rio. Mas claro, só porque a cabeça por trás dele (com duplo sentido por favor) é paulista.

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    saulo

    Não sou contra investimentos no Rio ou em qualquer outro lugar. O questionamento fica do retorno desse dinheiro público, uma festa dessas o contribuinte nunca terá ressarcimento. A copa e as olimpiadas poderiam ser melhores aproveitadas se tivesse projetos sociais em prol do desenvolvimento esportivo no país. Ficou tudo concentrado em obras e superfaturamentos, ninguém fala em projetos jogos escolares, universitários, construção de vilas olímpicas em todos os municípios… e o legado das novas arenas esportivas. Temos os piores exemplos do Pan: Maria Lenk. Está praticamente subutilizado, uma vergonha.

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  3. Sancho
    1/08/11 - 20:35

    Reclamação de farinha. Isso é “bala de troco” perto do que se gastará…

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  4. Douglas
    1/08/11 - 21:53

    “O turismo é essencial para o Rio de Janeiro”.

    É verdade, mas sejamos francos uma vez na vida. A impressão que tenho como morador é que 80% dos estrangeiros fazem turismo sexual. Comparada a outras capitais, são risíveis as atrações cariocas, entre balas perdidas e mendigos.

    Logo, faltou mulher pelada e exposição de carne.

    O Brasil seria mais feliz se assumisse seu terceiromundismo.

    Afinal, puta e travesti são commodities genuinamente nacionais.

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    Jorge Caldas

    ♫ Isso aqui, ô,ô, é um pouquinho de Brasil, iaiá… ♫

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    Serginho Valente

    Essa realidade, do turismo sexual, é ainda mais grave no Nordeste. Mais um motivo para se investir forte no setor. Além de termos poucos turistas, boa parte deles é do pior tipo. Fatos como esses mostram o quanto o turismo no Brasil pode crescer.

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    Douglas

    Um boquetinho a R$0,50, como era ha tempos, é um atrativo e tanto para predadores sexuais estrangeiros.

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    saulo

    O turismo sexual infantil nos Estados nordestinos e do norte são os mais graves. De maneira geral, o tráfico e a exploração internacional de mulheres é realizada em todo o país. As mulheres são produto de exportação principalmente na Espanha e Itália.

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    Bender

    “Comparada a outras capitais, são risíveis as atrações cariocas”

    Talvez sejam menores que as tops NY, Londres, Paris, Roma, Milão, Madrid, Barcelona. “Risíveis” não são mesmo.
    Nesse final de semana conversei bastante com 2 francesas. Elas viajam toda a Europa com frequência. Esse parece ser um comportamento padrão lá.
    O Rio é longe em relação às tais cidades. E hoje, é caro. Muito caro para os piigs europeus.

    Fico curioso em qual posição nesse ranking de turistas estrangeiros deve estar a bela Sidney, na ainda mais distante Austrália.

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    Serginho Valente

    Boa…Achei outro ranking que corrobora o que você vem dizendo. Só não sei de qual ano ele é.

    http://www.perambule.com.br/viagem/maiores-e-melhores/as-cidades-mais-visitadas-do-mundo-91405-1.asp

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    Bender

    Maneiro o ranking mais completo.
    Hahaha… Búzios manda um CHUPA pra Floripa.

    Pela matéria da Folha com os mesmos números (porém só até o Rio, 35º colocado), o ranking é de dezembro de 2007.
    http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u354884.shtml

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    Yuri

    Dá uma olhada no número de habitantes de BENIDORM e no número de turistas (!).

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    Bender

    hehe… olha essa relação em Mônaco (!!!)

    ERRATA
    Equivoquei-me. Benidorm é bem maior. Assombroso.

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    Jorge Caldas

    “Logo, faltou mulher pelada e exposição de carne.”

    Faltou essa festa ser realizada no Norte do país, com “índias” em trajes mínimos pra agradar turistas boquiabertos e sedentos… hehehe

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  5. Victor
    2/08/11 - 21:13

    Nada desejo acrecentar ao que Serginho colocou em relação à abordagem que no mínimo deveria ser apresentada para subir a um patamar minimamente criterioso de discussão. Aí sim pode-se começar a debater qualquer coisa, inclusive refutar as contas.

    ****
    Outro aspecto a se considerar é que esses eventos, e outros que deverão acontecer, servem também como laboratórios e ensaios. Chega uma hora que o ranheta que entende que a Copa vai acontecer, olhar para frente. Como disse o Sancho, foi bala de troco e eventualmente necessário uns desses gastos, mesmo que o retorno não viesse.

    ****
    Além desses dois aspectos, enquanto a turma da trincheira do jornalismo empunhava armas, a galera do background do jornalismo, os donos das emissoras devem ter pego a calculadora e feitos conta vendo que o sorteiozinho começa a mostrar que existe Eliminatórias para transmitir na África, Concacaf, Oceania, Ásia, Ámerica do Sul e Europa. Eliminatórias que muito provavelmente ganharão bastante mídia espontânea por aqui, e mesmo que não ganhem tem espaço para a divulgação, desde que alguém transmita.

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    Jorge Caldas

    “Eliminatórias que muito provavelmente ganharão bastante mídia espontânea por aqui(…)”

    Porque sempre terá quem queira assistir, e empresas que queiram investir.

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  6. Victor
    2/08/11 - 21:40

    Quanto ao evento em si.
    Uma bela bosta, sem muito a dizer, além de cafona para dedéu. Bem Rede Globo, bem Faustão.
    Acredito que quando chegar o que nos importa, os jogos e o climão de Copa do Mundo, SporTV salvará a pátria, mas as atrações no entorno da Copa, bem… essas não serão para nós. Paciência.

    Só torço para que até 2014, assim como se exige renovação na Seleção, troquem a Ivete Sangalo que nunca cantou bem, mas era divertida e gostosa e agora continua não cantando bem e é gorda, pela Claudia Leite, que canta melhor e ainda é gostosa.

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