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Seis vezes Button

June 11th, 2009 por | Categorias: Fórmula-1.
O vencedor, fazendo uma paradinha básica.

O vencedor, fazendo uma paradinha básica.

Não deu para Felipe Massa vencer sua quarta corrida no circuito de Kurtkoy. Tampouco se manteve a escrita de que o pole-position sempre vence. Como está virando rotina em 2009, Jenson Button foi mais uma vez monstruoso, guardando sua precisão e agressividade para os momentos certos. Na classificação foi superado por Sebastian Vettel, porém completou a primeira volta na liderança contando com um erro do alemão e daí passeou para a vitória. Abriu 26 pontos de vantagem para Rubens Barrichello e, já se destacava do pelotão pela sua performance, deixou o resto também para trás na classificação. Já pode correr fazendo continhas para ser campeão.

Parênteses para um delírio sobre o mundo bizarro de Max & Bernie: com essa fórmula de pontuação, já está bastante difícil para qualquer outro piloto reverter a situação da tabela. E se o campeonato fosse definido pelo número de vitórias? Eles acreditam que daqui para o final do ano outro alguém vai vencer sete corridas (no caso de Vettel, mais seis) em dez? Difícil… Essa proposta de regra absurda não é nada além de um ato falho, demonstrando o desejo oculto – embora, às vezes, nem tão oculto assim – do cartola máximo da entidade de ver a Ferrari campeã sempre, e não vice por um ponto como no ano passado. Não por pura e simples preferência, mas pelo constatação de que a equipe italiana traz consigo uma legião de fãs de dar inveja a muitos times de futebol. Fala-se em ferraristas, nunca em McLarenistas, Renaultistas (péssima!!!!) ou Forcindianos. Fãs = audiência = receita. Equação simples. É por isso.

Voltando ao assunto, Vettel não teve muito a comemorar além da pole-position. A escorregada na primeira volta e uma alteração desesperada na estratégia de dois para três pitstops o deixaram com o terceiro lugar, atrás do seu companheiro, o Mark Webber 2009. A versão updated do australiano é mineiríssima  durante a corrida, porém consistente na velocidade e nos resultados. Finalmente, faz uma grande temporada na F1. Nem causaria grande espanto o bólido concebido por Adrian Newey o conduza à sua primeira vitória este ano.

Para a Ferrari, um certo ar de “agora já era”. Depois de uma expectativa de melhora e um bom desempenho nos treinos livres, o sexto lugar de Massa e o nono de Räikkönen frustraram os italianos, e o que quer que seja eles que eles farão no ano que vem, já devem estar refletindo sobre o assunto 2010. Outra decepção foi a Renault. Alonso criticou o pacote de alterações no carro, absolutamente inócuas. Chegou em décimo, enquanto Nelson Piquet, ao menos, fez uma grande ultrapassagem sobre Lewis Hamilton na segunda metade da corrida. Apesar da manobra que encheu os olhos do chefe Briatore, seu desempenho no treino – erro e 17ª posição no grid – continua credenciando o brasileiro como a baranga do ano. Nakajima e Bourdais deverão se esmerar muito para tirar o piloto da Renault do topo, ou melhor, do fundo.

Na McLaren, os dias na Turquia não foram melhores. Hamilton também morreu no Q1 e fez uma corrida bem abaixo do esperado para um campeão. Já na Toyota, um novo alento com os dois carros entre os oito primeiros. Trulli (4º) e Glock (8º) mostraram recuperação após o desanimador GP de Mônaco.

E vamos ao grande perdedor do domingo. Rubens Barrichello tinha uma boa posição de largada – em terceiro, o que significa largar do lado limpo e emborrachado da pista, grande vantagem em relação ao lado par do grid em muitas pistas como por exemplo a da Turquia. Mas a falha/erro no momento da largada recorrente na temporada o jogou para 17º, pareceu um desejo de fazer companhia a Lewis Hamilton lá no fundão (interpretação questionável, mas…). A partir daí, sua corrida nervosa e cheia de contatos com carros alheios deixou a impressão de que a corrida não foi nada divertida, contrariando a opinião do nobre locutor global. Enfrentando problemas de câmbio, ele penou em duelos pastelônicos contra o ridículo Kovalainen – que só deu trabalho a Barrichello porque ele tinha KERS e o brasileiro, menos uma marcha – e Adrian Sutil, em um toque que arruinou a asa dianteira do carro da Brawn GP. O abandono só não foi pior pelo fato de o brasileiro ter sustentado a vice-liderança do campeonato. No mais, ele já está vendo seu parceiro de binóculos e um filme muito conhecido dentro da própria cabeça.

A corrida na Turquia foi supostamente ameaçada por um boicote dos times da FOTA, o que se revelou mais um boato. Na política, a Fórmula 1 vai muito mal. Para ameaçar os times revoltosos, foram feitos anúncios candidaturas de uma dezena de novas equipes para 2010, incluindo reincarnações de Lola – o projeto que inspira maior seriedade – e fanfarronices como March, Brabham e Lotus. A família de Jack Brabham e o grupo detentor da marca Lotus já tomam medidas legais. Tudo isso cheira a blefe para pressionar as equipes atuais, mas o fato de apenas Williams e Force India terem registrado suas inscrições e a intransigência de Stefano Domenicali e Flavio Briatore – de Ferrari e Renault respectivamente – mostram a situação tensa e nos força a considerar um racha definitivo até plausível.

Tem quem não entenda de que ninguém ganha nada com a divisão de categorias, a tomar como exemplo a Indy, que mesmo reunificada, não chega hoje aos pés do que era antes da cisão. No meio do turbilhão, os organizadores das 24 horas de Le Mans já abriram as portas para possíveis imigrações.

O relógio está correndo e tudo está indefinido. Certo mesmo, só o GP da Inglaterra, dia 21. Alguém poderá superar Button em sua própria casa?

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6 Comentários para “Seis vezes Button”

  1. Victor
    12/06/09 - 11:07

    Robinson,
    eu mantenho a minha ideia desde a época em que MaXXX Mosley e Bernie Ecclestone quiseram fazer valer para título apenas as vitórias.
    Não mudaria muita coisa. A reação foi desproporcional ao efeito prático da coisa.

    Lembro que citaram, meio que em tom de exemplo exagerado, algo semelhante ao que ocorre agora: “se alguém ganhar as 7 primeiras corridas do ano acabaria o campeonato praticamente.”

    O que retruquei era que com qualquer esquema acabaria o campeonato se alguém ganhasse as primeiras 7 corridas do ano.

    ****
    Jason Button é o cara certo, na equipe certa, na hora certa com o parceiro de equipe certo.

    ****
    Lembro que uma das coisas que fez com que Rogério Ceni tivesse um desgaste de imagem por um bom tempo foi que em um jogo do Brasil contra o Barça em que ele tomou gols bobos, falou que foi uma das melhores atuações de um goleiro com a camisa da Seleção.
    Foi uma gafe, um ato falho que o acompanhou por um bom tempo.
    O foda do Rubinho é que ele manda uma dessas por corrida.
    Porra. Dessa vez o cara comemorou que ia largar em terceiro e não em segundo.
    Voltou a falar as bobagens que Button parecia com Schumacher (está certo que pela “sorte” de tudo dar certo para o cara).
    Porra. A maior semelhança que Button tem com o Schumacher é o parceiro de equipe bundão que tem.

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    Robinson

    Button e Schumacher não têm apenas sorte em comum. Têm o hábito de fazer tudo com muita competência.

    O Schumacher fez absolutamente tudo certo sete vezes. Não acho mesmo que o Button conseguiria.

    Se hoje está ruim para disputarem com o Button, ao mínimo, ele terá que correr até o fim do ano pontuando, fazendo pódios e controlando a diferença. Com a regra do título por vitórias o campeonato já estaria acabado mesmo. E ele poderia pegar a fofa da namorada dele e ir para o Havaí. Essa é a diferença.

    Um dos problemas mais sérios do Barrichello é que ele não faz ideia do quanto ele fala.

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    Victor

    Se tem o hábito de fazer tudo com muita competência eu não posso dizer, até porque até o ano passado a cometência de Button não valia de nada.

    Mas uma coisa em comum entre o Button campeão e o Schumacher (dizer campeão no caso deste é ploeonasmo) é Ross Brawn.

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    Robinson

    Muito perspicaz.

    O Ross Brawn tem um quê de Midas mesmo. Mas ainda assim o piloto tem que fazer a parte dele na pista, e esse ano ninguém está sendo mais preciso do que o Button.

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  2. Rafael
    12/06/09 - 11:50

    Vettel deu mole. Button teria mais trabalho e a corrida seria melhor.

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    Robinson

    Sinceramente, não acho que ele conseguiria resistir muito tempo ao assédio do Button. Mesmo fazendo frente à Brawn nos treinos de classificação, em ritmo de corrida, a Red Bull ainda fica um pouco atrás.

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