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Sebastian Vettel e a irmã safada da Kate

April 23rd, 2009 por | Categorias: Fórmula-1.
Ela é a primeira na esquerda...

Ela é a primeira na esquerda...

Em Xangai, a chuva do continente asiático voltou a ser personagem decisivo para uma corrida de F1 este ano. Azar de muitos, sorte de um só. Sebastian Vettel foi novamente abençoado por um toró e liderou com primazia todo o GP, chegando à sua segunda vitória na categoria, a primeiríssima da Red Bull, proeza que ele já havia conseguido pela Toro Rosso. Bem possível que a cara dele seja vista a partir de agora nas latinhas dos touros vermelhos. Nota onze, pela pole-position, pela tocada irrepreensível mesmo com toda aquela água, pelo bom-humor inabalável mesmo depois de uma punição – desmerecida, a meu ver, pelo acidente com Robert Kubica na primeira etapa – e por apresentar ao mundo os dotes da irmã safada da Kate. Quem tem Adrian Newey na prancheta e Sebastian Vettel no volante vai longe, até mesmo sem difusor. O alemão já aprende a passos largos como liderar um time e levá-lo a vencer, mostrando afinidade com um certo compatriota famoso.

Alguns vão de carona, como Mark Webber. Ele chegou ao melhor resultado da sua carreira ao completar a dobradinha do time. Correm boatos de que ele já copia os acertos do jovem alemão. Mesmo não sendo tão brilhante quanto o companheiro, fez uma corridaça e deixou o milionário Dietrich Mateschitz, o dono do império austríaco dos energéticos em êxtase.

Definitivamente, a Fórmula 1 precisava de uma reciclagem dessas.

As condições climáticas na China levaram pilotos a cometer erros cruciais, como Rubens Barrichello. Logo no início da prova ele perdeu a terceira posição para o seu companheiro e líder do campeonato. O brasileiro contou no final que sofreu com um sério problema nos discos de freio na primeira parte da corrida, pois apenas três deles estavam funcionando. Dada a situação, o quarto lugar e um único ponto de desvantagem a mais em relação a Jenson Button – o terceiro, com uma corrida sem riscos e pensando no campeonato – ficou de bom tamanho.

Na McLaren, finalmente o finlandês Heikki Kovalainen completou uma volta em corrida no ano. E foi ate o fim, evitando as confusões, completando a prova em quinto, uma posição à frente de Lewis Hamilton. O campeão fez diversas barbeiragens, mas se divertiu ultrapassando Räikkönen várias vezes. Ele está claramente tentando andar mais do que o carro permite. A situação requer mais cérebro do que ele está apresentando, e ele deve se empenhar para tirar sua equipe do buraco. Seus problemas estão tanto debaixo do capô quanto dentro do capacete.

O calvário ferrarista continua lá, firme e forte. Depois de errar na classificação, Felipe Massa vinha bem na corrida e estava em terceiro. Tinha uma boa estratégia e brigaria pelo pódio. Mas com o safety car na pista, a sua Ferrari mostrou que não é à prova d’água e simplesmente apagou, deixando o brasileiro desesperado e a pé mais uma vez. Pelo menos ele mantém um discurso positivo e esperanças de recuperação. Porque o Kimi Räikkönen chutou o balde italiano se dizendo fora da disputa pelo campeonato. Na corrida, foi ultrapassado por Hamilton e por quem o quis, e se mostrou completamente desinteressado. Não é à toa que a ligação do nome de Fernando Alonso com Maranello ganha cada vez mais força.

Falando no bicampeão, desta vez a sorte não sorriu para ele. Após largar em segundo com o carro muito leve, o time fez uma mudança estratégica equivocada ao chamá-lo para um pitstop prematuro e arruinou suas chances. Até que ele também andou dando suas rodadinhas, mas nada que se compare a Nelson Piquet. O brasileiro da Renault se classifica mal, não tendo passado da Q1 ainda esse ano, e apesar de ter um bom ritmo de corrida, ele erra demais. E sozinho. O papai tricampeão tem aparecido nas corridas tentando aplacar a fúria de Flavio Briatore contra seu rebento a cada trapalhada, mas ele já é favorito a perder o lugar na categoria. Muito provavelmente para outro brasileiro, Lucas DiGrassi. Correndo por fora e com um forte lobby vindo lá do L’Hexagone, vem Romain Grosjean. Mas segundo a imprensa podre da F1, qualquer piloto teme mesmo é Bruno Senna, o urubu da vez. Depois de ser preterido em favor de Barrichello na Brawn, não param de pipocar boatos de que ele vai substituir alguém e estrear ainda esse ano. Mas quem acredita que o time de Brackley trocaria o vice-líder do campeonato com a bagagem e a motivação do Barrichello por um rookie com zero ponto, deve enxergar duendes na floresta e morrer de medo do lobo mau.

Além de Piquet, há outras cabeças a prêmio. Estão ameaçados: o Sébastien francês, Bourdais – no momento está muito atrás do seu xará de equipe, o suíço Buemi, que chegou sem prometer absolutamente nada e já garantiu três pontinhos – e Giancarlo Fisichella – passado e desmotivado por fechar o grid e ver o seu companheiro Adrian Sutil de binóculos. (O alemão fazia uma prova de sonhos dentro da zona de pontuação até dar de cara com uma poça intransponível e logo em seguida com o muro.) O chefe da equipe Force Índia foi o único que citou Senna como possibilidade para o futuro, no caso de aposentadoria do italiano. Em se tratando de um bilionário excêntrico como Vijay Mallya, não existe qualquer possibilidade de saber o que se passa na cabeça dele. O certo é que Bruno vai se concentrar em utilizar seu sobrenome em especulações, a maioria sem pé nem cabeça.

Outra situação que ganha importância também é a preocupação dos pilotos com a segurança em relação às condições atmosféricas em que eles têm competido. Pela segunda vez seguida uma corrida aconteceu debaixo de uma tormenta, onde as condições de visibilidade e dirigibilidade foram drasticamente comprometidas. Felizmente, as consequências não foram graves mesmo em um impressionante atropelamento, em que Kubica aquaplanou e literalmente passou por cima de Jarno Trulli. A GPDA, liderada por Mark Webber já faz contatos, inclusive com pilotos da MotoGP. A turma das duas rodas teve uma corrida noturna adiada por conta do mau tempo, e como a Fórmula 1 está dada a novos espetáculos com luz artificial, é correta a posição da associação dos pilotos. No fim das contas, é o pescoço deles que está em jogo mesmo.

Amanhã recomeçam as atividades lá no deserto, e no domingo, GP do Bahrein.

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6 Comentários para “Sebastian Vettel e a irmã safada da Kate”

  1. Victor
    23/04/09 - 13:55

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  2. Victor
    23/04/09 - 14:00

    Eu era da corrente de não chamar o filho do primeiro tricampeão brasileiro de Nelsinho.
    Mas não tem jeito.
    Puxou o DNA da mãe.

    Em tempo: Rubinho quando começou na Jordan e depois Stewart mostrou-se bem mais promissor.

    ****
    Que porrada do Kubica no Trulli.

    ****
    Será que Gerhard Berger vai ter de voltar a correr para tocar o hino da Áustria?

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  3. Victor
    23/04/09 - 14:02

    Robinson,

    eu ainda não consigo imaginar quem briga pelo título.
    Você já faz idéia de quem ao menos não tem chances?

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    Robinson

    Prognóstico já não é a minha praia, especialmente quando temos um início de ano tão louco como esse. A estreia é sempre estreia, a Malásia foi aquela coisa e a China também foi uma prova atípica.

    O que é evidente é que a Brawn, a Toyota, a Red Bull e a Williams têm carros muito bons. Na equipe de Frank Williams, parece estar faltando piloto.

    A BMW-Sauber parece não estar tão bem quanto no ano passado. A Renault tem momentos com Alonso, mas parece fora da briga.

    McLaren e Ferrari precisam correr atrás do tempo perdido e só falam em desenvolver seus próprios difusores. O segredo pode não estar só nisso. Em se tratando dessas duas, eu sempre acredito na recuperação. Mas se vier for logo, o bonde vai passar.

    Se a gente tiver uma corrida mais “normal” esse fim de semana, talvez dê para desenhar melhor. Por enquanto…

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    Victor

    Eu também acho que um grande complicador para um prognóstico é o fato de terem ficado para trás justamente Ferrari e McLaren. O respeito pelas duas é ainda enorme para se descartar neste ano de reviravolta abissal.

    Confesso que ainda não consegui assimilar as euipes que estão andando na frente. Eu não consigo, por exemplo, associar naturalmente os pilotos às equipes.

    De qualquer forma, mesmo que de uma hora para a outra as duas competidoras do ano passado melhorem, ficará matmáticamente complicado. Até porque, não parece que a melhora de uma delas seja inquestionável a ponto de ultrapassar categoricamente as concorrentes e passar a ganhar todas as corridas.
    Em melhorando, elas devem disputar as corridas em “igualdade” com as demais dificultando recuperar os pontos perdidos.

    Se bobear, ficará melhor Ferrari e McLaren investirem em P&D para 2010.

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  4. O título para o verdadeiro campeão*
    17/11/10 - 17:55

    […] Rosso é a finada Minardi vestida de azul) a primeira pole e vitória, subiu ao time principal e repetiu o feito. Ainda completou o serviço com o título de construtores e a cereja do bolo: o campeonato mundial […]

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