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“Se fue Antonio Puerta”, ou Futebol: profissão-perigo

August 30th, 2007 por | Categorias: Futebol.

Lamentavelmente, a morte voltou a rondar os gramados de futebol. Depois de Marc Vivien-Foe, camaronês, Miklós Fehér, húngaro que jogava pelo Benfica, Serginho do São Caetano, e tantos outros não tão famosos, a estatística se tornou ainda mais dramática com a morte do lateral-esquerdo do Sevilla aos 22 anos.

Com participações decisivas nos triunfos de seu clube nas edições 05-06 e 06-07 daCopa da UEFA, tinha passagem pela seleção espanhola e deixa sua namorada grávida de 7 meses.

E não acabou por aí. O jogador zambiano Chaswe Nsofwa, que atuava por um clube israelense, também faleceu nesta semana, logo após passar mal durante um treinamento. A temperatura beirava os 40 graus.

Parece absurda, mas só de brincadeira, vamos fazer uma comparação. Até o final da década de 60, as mortes na Fórmula 1 aconteciam no atacado, com uma média altíssima de fatalidades. Foi quando os pilotos, liderados pelo tricampeão Jackie Stewart, começaram a exigir medidas de segurança mais severas. Os acidentes fatais foram caindo vertiginosamente. E o principal: após cada ocorrência, novos procedimentos eram adotados para evitar que as situações se repetissem, como no estúpido acidente que vitimou o galês Tom Pryce em 1977 (foto). Tanto que nos últimos trinta anos, oito pilotos perderam a vida em carros de F1, em testes, treinos ou corridas. E há treze anos não se perdeu mais ninguém. Ano após ano se investe cada vez mais pesadamente na segurança dos monopostos, das pistas e nos protocolos de atendimento em caso de acidentes. Então batidas pavorosas como do polonês Robert Kubica no GP do Canadá deste ano (foto) nos dão noção de como é possível se evitar a fatalidade, desde que tomadas as atitudes.

Fica a dúvida: é concebível ser mais perigoso jogar bola do que correr de carro a 300 km/h? Será que não há nada que se possa fazer para evitar que tantos profissionais tenham um fim tão trágico? Longe de querer contrariar a ordem natural da vida, mas uma premissa do esporte é a saúde. Hoje em dia se dispõe de tecnologia e de pessoal altamente especializado em medicina esportiva. Eu acredito que muitas dessas tragédias podem ser evitadas, desde que se mude o foco. Menos importância aos interesses financeiros dos clubes, patrocinadores, empresários, mídia, FIFA e dos próprios jogadores. Mais importância ao atleta como ser humano. Quem sabe assim essa maré possa mudar. Até porque no final das contas, a morte não deve fazer nada bem aos negócios.

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11 Comentários para ““Se fue Antonio Puerta”, ou Futebol: profissão-perigo”

  1. Victor Pimentel
    30/08/07 - 2:41

    Ótima visão sobre as estranhas mortes no futebol – que tudo leva a crer que o mundo do dopping por aí vai além de remédinhos de emagrecimento.

    Também salta aos olhos como a Fórmula-1 aprende com os próprio erros.

    Porém, como chato que adora estatísticas e coisa e tal, tenho (mesmo tendo entendido o sentido da comparação) que que refutar a comparação.

    O universo de amostras do mundo da Fórmula-1 é infinitamente menor que o do futebol pelo mundo, o que deixaria a proporção de mortes do futebol bem menor.

    Sem contar que talvez devessemos colocar na conta, todo o automobilismo, e não apenas a Fórmula-1.

    Bem… apenas à título de curiosidade, dizem que o esporte que mais mortes provoca, é o ciclismo.

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  2. Robinson
    30/08/07 - 8:52

    Correta sua informação sobre o ciclismo!!!! Mas eu estou tranqüilo, porque você entendeu que a comparação realmente é de brincadeira, mas com um fundinho de verdade. Foi para demonstrar que se num esporte de altíssimo risco foi possível acabar com a carnificina de pilotos como você mesmo disse aprendendo com os próprios erros, acredito que o futebol como esporte de alta performance também tem muitas lições a tirar com os últimos acontecimentos.

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  3. Rafael
    30/08/07 - 14:49

    Será a FIA melhor que a FIFA?

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  4. Saulo
    30/08/07 - 17:38

    É muito precipitado colocar qualquer conclusão sobre o caso do falecimento do jogador Puerta.Existem fortes indícios que o seu problema cardíaco deveria ter origem desde a sua infância e que poderia sequer ser uma carreira de atleta profissional.É lógico que existe doping no futebol e isso pode acarretar problemas cardíacos,porém é cada vez mais evidênte que atualmente a distância entre o atleta e jogador é cada vez maior.Qualquer clube deveria ter um cuidado com a saúde com seu atleta porque a sobrecarga é muito grande de esforço.E não adianta fazer apenas durante a pré-temporada,mas pelo menos uma vez por mês para saber realmente como o organismo dos atletas reagem as competições.

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  5. Serginho Valente
    30/08/07 - 17:53

    O esporte mais perigoso do mundo, é também o mais gostoso. A caça de mexilhões, principalmente mexilhões alheios, sempre foi o esporte que mais tragédias causou.
    Tirando o grau de dificuldade inerente ao esporte, já que todos sabem que o mexilhão é um bicho muito marisco.

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  6. Robinson
    30/08/07 - 18:19

    Serginho, my master… Muito sensatas suas palavras!!!!
    O caso Antonio Puerta é mais um daqueles que, eu não sou médico nem nada, mas será que não há exame no mundo que detecte uma má formação desse gênero antes da autópsia? Precisa o cara morrer para depois descobrir o que ele tinha?
    Acho que essa é a lição para o futebol.
    No embate FIA x FIFA, acho que a vantagem para a entidade da F1 leva larga vantagem por ser apenas um cara que dá as cartas: tio Bernie Ecclestone. O cara teve visão para organizar uma competição quase mambembe e a transformou num negócio que movimenta bilhões de euros por ano. E transformou a si próprio num multimilionário, mas isso é detalhe. A FIFA ainda é uma instituição engessada, com muitas trocas de favores entre os membros, confederações continentais (lembrem da discussão da altitude meses atrás) e não tem tanta facilidade para rever seus conceitos. Mal comparando, a FIFA é como uma repartição pública, burocrática, nepotista e atrasada. A FIA é o showbussiness, otimizando o espetáculo e maximizando as contas bancárias de quem a organiza. Mas tio Bernie não é engenheiro. Falta ele descobrir como os carrinhos podem voltar a realizar ultrapassagens nas corridas.

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  7. Vitor
    31/08/07 - 12:37

    sobre o Puerta… vi o jogo contra o Getafe ao vivo, e confesso que na hora que ele caiu, fiquei preocupado… vi o desespero de um companheiro que tentava abrir sua boca mas quando ele levantou, me aliviei… só pra me entristecer de vez com a notícia…

    o pior não é isso, é que o puerta sabia que tinha um problema… li esses dias que ele sabia, mas ainda assim não avisou… uma pena, morrer um cara com 22 anos e uma carreira de sucesso…

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  8. Robinson
    31/08/07 - 14:01

    Dizem também que o Seginho do São Caetano tinha conhecimento do seu problema e do risco de ser profissional no caso dele.

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  9. patrick
    26/09/08 - 14:41

    o maximo adorei este saite é mesmo de mais

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    patrick

    foi de mais ótimo gostei muito

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    Robinson

    Valeu, meu caro.

    Sempre bem-vindo.

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