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Sai ano, entra ano, e Vettel continua na cabeça

March 31st, 2011 por | Categorias: Automobilismo, Fórmula-1.

Se repararem bem, Mark Webber está na foto. Tão apagado quanto na corrida.

Enfim, começou o mundial 2011 de Fórmula 1. Após o cancelamento da etapa barenita, que abriria o mundial na terra dos cangurus e de Mark Webber. A lamentável baixa para o espetáculo é Robert Kubica, ferido gravemente em um acidente de rali. Por outro lado, a comédia pastelão 2011 é a presença de duas equipes com uma mesma ideia fixa: ser Lotus.  Agora, além da Lotus malaia do ano passado, eis que a (ex-)Renault (do grupo Genii) decidiu que ela é que comprou os direitos da tradicional marca. Roubaram até a ideia dos concorrentes de pintar o carro saudosisticamente de preto e dourado. A verdade é que ambas são paraguaias, mas ainda assim tentam, tirar algum lucro da grife Colin Chapman. E assim, começamos a temporada com duas equipes com o mesmo nome, mas que podemos chamar de Lotus-Renault e de Renault-Lotus. Dignidade que é bom, nada.

Duas importantes mudanças foram feitas no regulamento para tentar aumentar o número de ultrapassagens: a asa traseira móvel e a volta do inútil controverso KERS. (Explico: o sistema de reaproveitamento de energia cinética, que estreou em 2009, não era utilizado, por exemplo, pela equipe campeã daquele ano, a Brawn GP. A única utilidade dele foi a de evitar em diversas ocasiões o vexame de McLaren e Ferrari sofrerem ultrapassagens de carros menos abastados e desprovidos do equipamento). Os elementos novos proporcionaram um excesso de informação na tela da TV, com luzes  indicativas piscando a todo momento aumentando muito mais a emoção do narrador do que a quantidade de ultrapassagens. Mas isso é apenas um detalhe, certo?

Rubens Barrichello até teve bons momentos na corrida, mas no geral, seu fim de semana foi digno de Petrov versão 2010. Uma falha de principiante na classificação e uma largada desastrada coroadas com uma literal barbeiragem – que tirou Nico Rosberg da corrida – queimaram o filme de uma boa prova de recuperação. Já o Vitaly Petrov versão 2011 correu como se fosse Kubica e ganhou sua segunda estrelinha da carreira (a primeira fora no fechamento de 2010, ao domar o ímpeto latino de Fernando Alonso). Foi impossível não ouvir “Back in the USSR” enquanto o primeiro russo na história da F1 cruzou a linha de chegada em terceiro. O pódio foi um tremendo feito para um piloto bastante desacreditado e revelou o promissor carro da Renault-Lotus. Mas que o polonês faz falta, isso faz.

Tom Jobim disse que triste é viver na solidão. Mas triste também é ver que Felipe Massa, mesmo voltando das férias com uma nova e lustrosa pintura no casco, não consegue mais brilhar como antes do episódio FIFTY. Um sombrio prognóstico de involução na carreira paira sobre o brasileiro. Ele até conseguiu se defender dos ataques de Jenson Button, porém, não mostrou a menor desenvoltura no resto do tempo. Parece desconfortável – dentro do carro, e da equipe.

A Sauber do velho Peter tem o que comemorar, a despeito da desclassificação dos dois carros. Sergio Pérez estreou guiando como gente grande, e seu cartão de visitas afastou logo de cara a incômoda imagem de piloto pagante. E o Kobayashi continua Kobayashi. Para um time que em 2010 sequer tinha patrocínio, o novo ano trouxe grandes perspectivas.

A maestria com que Sebastian Vettel levou a corrida não deixou qualquer dúvida de que o número 1 está no bico do carro de quem mais o merece. E olha que ele sequer utilizou o KERS para deixar todo mundo para trás.

Enquanto isso…

… dizem que a Hispania ainda existe, mas ninguém sabe, ninguém viu…
… A Ferrari dorme em berço esplêndido…
… e a McLaren apenas espera por grandes atuações de seus pilotos. O time já desponta como o principal desafiante ao aprente predomínio da Red Bull (na verdade, de Vettel) nesse princípio de temporada.

A próxima é na Malásia dia 10. Fazer dança da chuva pode ser perigoso.

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10 Comentários para “Sai ano, entra ano, e Vettel continua na cabeça”

  1. Victor
    31/03/11 - 19:28

    Os elementos novos proporcionaram um excesso de informação na tela da TV, com luzes indicativas piscando a todo momento aumentando muito mais a emoção do narrador do que a quantidade de ultrapassagens. Mas isso é apenas um detalhe, certo?

    Perfeito!
    Mas se isso for o propósito (não é) não seria de todo condenável já que o narrador está ali justamente para passar emoção mesmo.

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  2. @Dan_Jacques
    31/03/11 - 19:42

    O Adrian Newey mais uma vez fez malandragem e colocou um KERS esperto nos carros taurinos. A principal desvantagem prática de não ter o KERS para a Red Bull (ou RBR, como chama a RGT) seria na largada. Dizem ser de 8 metros a vantagem no final da reta de quem usa o KERS. O gênio Newey preparou um KERS levinho, que só carrega a energia pra largada, e deixa o resto com o carro. A utilização disso se justifica: O peso do equipamento é grande, e o carro tem uma perda considerável de equilíbrio. Então, para a Red Bull, vale mais a pena deixar o carro equilibrado que ter um Cogumelo vermelho a cada volta. Parece ter dado certo.

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    Robinson

    A imaginação é mais importante que a inteligência, não???

    Grande informação técnica!!!

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    @Dan_Jacques

    E os rubro-taurinos sabem disso hehe

    Me decepcionei com a performance da Ferrari e especialmente do Massa. Combateu bravamente o Button, mas se arreganhou pro Alonso. Francamente, viu? Virou um Barrichello nas mãos da Ferrari e principalmente do Alonso.

    Aliás, o Barrica fez uma corrida legal até, mas tava mais pra avidez e inexperiênca do Kobayashi que pros seus anos de experiência. De todo modo, foi legal ver enquanto ele tava na pista.

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    Robinson

    Pois é, a corrida dele já começou cagada desde a classificação no sábado. Mas a impressão que me ficou é de que o carro da Williams é bastante razoável, e em um fim de semana normal para o Barrichello, pode levá-lo a algo mais.

    A disputa no segundo pelotão deve ficar, pelo menos no princípio do ano, entre Sauber e Williams, e vai ser interessante. Aí são dois estreantes/pagantes ( sendo que o Pérez já teve uma ótima estreia), o Kobayashi (que é muito acima da média dos pilotos japoneses) e o decano da F1.

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    @Dan_Jacques

    Também achei esse carro da Williams bem razoável. Encoxou a Mercedes do Rosberg em poucas voltas, antes da cagada-mor do Barrica. Bem capaz de ele dar mais orgulho a nós que o inerte Massa. Muito aquém do que eu esperava (e olha que eu nem esperava muita coisa…).

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    Robinson

    Dizem por aí que o Massa só não perdeu o emprego ainda porque o Robert Kubica – desejo antigo de Maranello, além de grande amigo do Alonso – não abriu mão de correr de rali de vez em quando, o que a Ferrari (e nenhuma outra equipe a não ser a Renault, na verdade) não permitiria. Ironicamente, ele sofreu aquele acidente terrível justamente numa prova de rali.

    Não sou nenhum profissional do achismo, mas na minha opinião, se ele não tiver uma reviravolta na cabeça dele, o brasileiro fica à pé antes do fim da temporada.

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  3. Robinson
    31/03/11 - 20:27

    Essa é uma questão interessante…

    Os pneus Pirelli também têm cores diferentes, marcando a diferença na rigidez dos compostos. Tudo parece apenas dar mais assunto ao narrador enquanto os carros dão infindáveis voltas nas muitas pistas insossas do campeonato.

    Essas coisas deveriam ser mais pensadas. Não quero nem ver se, por acaso no fim de uma reta, essa tal asa móvel resolva não voltar à posição normal.

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  4. Bender
    1/04/11 - 15:43

    Eu me amarrava nas corridas na madruga quando era moleque. Era sempre Japão e Austrália, as duas últimas do ano. Mas agora não consigo assistir, acabo apagando.

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    Robinson

    É a idade, meu querido…

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