Pós-Pequim
August 29th, 2008 por Bender | Categorias: Futebol.Esses jogos de Pequim troxeram alguns fatores muito relevantes. Mas o mais incrível mesmo foi toda a preparação chinesa para as disputas. Já falamos diversas vezes da estrutura que foi montada. Lembro de matérias em meados de 2007 mostrando como tudo já estava pronto para os jogos 1 ano antes.
O resultado dos atletas chineses também foi espantoso. Era quase consenso que a disputa pelo primeiro lugar* no quadro de medalhas seria acirrada entre China e EUA. Mas não foi. A China deu banho. Liderou desde o início. Ganhou tanto ouro a mais que os americanos (15) que equilibrou até no total de medalhas ficando atrás apenas 10 medalhas (110 contra 100).
*Para a decepção do Serginho não existe um órgão oficial que declare “tal país foi campeão das olimpíadas”. O COI se preocupa com outras coisas. O quadro de medalhas é apenas uma espécie de ranking para mostrar o desempenho dos países de uma forma geral. Tanto que a mídia americana resolveu adotar o total de medalhas para classificar os países.
Nuzman, presidente do COB, também se utilizou de fanfarronices para dizer que essa foi a melhor participação brasileira em uma edição de Olimpíadas e colocou a culpa de alguns fracassos na psicologia. Já o Fidel usou a estatística para avaliar o pífio desempenho cubano.
As atrações para Londres 2012 será a disputa entre EUA x China em “campo neutro” e a Ilha da Rainha, que teve surpreendente desempenho nesses jogos, e tem a chance de em casa superar a Rússia.
Não dá pra falar dos destaques individuais. Leia aqui o Top 10 do Globo. Eu condordo, mas adicionaria mais alguns. Na verdade, algumas. Durante a competição o Blá Blá Gol acompanhou os momentos mais marcantes. Vão mais alguns.
Uma modalidade muito apreciada foi o hóquei sobre a grama. O Brasil nem deve ter time disso, mas as nossas hermanas são conhecidas como as Leonas do esporte. Acabaram com o bronze. A Holanda tem tradição.
Lamentação sueca…
O troco sueco veio com a seleção de futebol feminino
Para finalizar, momentos que ficam pra sempre.
Faltou Edinanci neste time… esqueceram logo dela??? =D
Responda a este comentário
Interessantíssimo o seu post, Bender.
Completo com um pequeno detalhe: vocês sabiam que a verba de investimento do Estado com o COB é apenas um milhão de dólares inferior à que o governo inglês destina ao comitê olímpico de lá?* Enquanto na Inglaterra o valor do investimento é de 25 milhões de dólares/ano, no Brasil chega aos 24 milhões de dólares/ano.
E assim a Inglaterra, como bem disse o Bender, surpreendeu nas provas. Onde está a diferença?
*Ouvi esta informação em entrevista da Magic Paula à Rádio CBN no dia 24 de agosto, encerramento das Olimpíadas de Pequim.
Responda a este comentário
Magic Paula que inclusive vaselinou a resposta quando o repórter perguntou justamente porque os resultados dos dois países foram tão distintos em face da informação.
Responda a este comentário
Nem tanto ao Céu, nem tanto ao Inferno.
Está certo que o resultado que o Brasil teve não é nada que justifique alguém vir dizer de evolução, parará-pão-duro como fez o Nuzman.
Mas por outro lado, não é tão direto atrelar assim o investimento anual do Comitê Olímpico de um país como a Inglaterra como com o Brasil.
Para mim é bem claro que se um país como os EUA resolvesse investir US$0,00 por ano até as próximas Olimpíadas, ficaria anos-luz à frente do Brasil.
É natural que quem está atrasado tenha de correr atrás do outro.
Nesse caso ou o repórter foi sacana ou ingênuo.
Responda a este comentário
Lá a maior parte dos investimentos deve ser privada.
Aqui, o investimento tem que ser quase 100% público.
Os únicos esportes auto-sustentáveis no Brasil são futebol e vôlei*. O resto não tem demanda pra se sustentar, precisa do Estado.
* Não tenho certeza.
Responda a este comentário
Desde que me entendo por gente o voley tem uma gama de patrocinadores privados. O Estado atuar também não é o problema (afinal, o Estado subsidia o futebol também – estádios, concessões fiscais, etc). Acho que o voley deve ser auto-sustentável, mas é uma mosquinha mesmo perto do futebol.
O que eu acho que é forte e auto-sustentável no Brasil, é o automobilismo. Só que quem entra na parada tem bala também.
Responda a este comentário
A maior parte dos valores gastos do COB sempre foram para pagar mordomias e despesas de viagens para autoridades e propaganda. Por isso, o custo sai muito alto.
Responda a este comentário
Uma diferença citada pela ex-atleta na entrevista – que eu achei bem relevante – foi de que na Inglaterra são estipuladas metas para que uma determinada federação atinja e garanta a continuidade dos investimentos (que até onde entendi referem-se a investimentos estatais ingleses). Ou seja, se a federação de cuspe à distância trabalha sério e apresenta resultados, mantém sua verba.
No Brasil ainda não há este controle. Parece que o dinheiro é repassado às federações e por lá evapora, sabe-se lá como. Ou até se sabe sim, basta ver tudo quanto é briga política que existe dentro das federações de vários esportes – inclusive com denúncias de desvio de verba.
Responda a este comentário
Fiz uma rápida pesquisa no Google, porque lembro de um tempão atrás ver uma notícia dizendo que o COB repassava as verbas de acordo com o resultado de cada confederação.
Estava enganado.
O taekwondo, modalidade que conquistou sua primeira medalha olímpica na China, mesmo com medalhistas em mundiais recebe o menor patamar dos repasses da Lei Piva, com 1 % dos recursos, o mesmo a que tem direito, por exemplo, o badminton.
Chama a atenção que o Nuzman diz que para melhorar resultados precisa de mais verba. Pra mim, ficou muito claro, que o que falta não é a verba, mas competência na hora de gastá-la.
Aliás, esse é o fiel retrato de todo o resto do Brasil.
Responda a este comentário
Uma crítica legal que se faz ao Nuzman, não é apenas pelo fato dele pedir mais verbas, e sim nesse ponto que você tocou de não haver uma contra-partida, não em termos de resultados, mas em termos de uma meta efetiva estipulada pelo próprio COB.
Se os caras falam de PROJETO olímpico, então que seja tratado como projeto.
E eu não vejo necessidade em se elaborar um projeto em que não consiga ao menos prever o que se espera.
****
Assim é moleza. Pede a grana, aí depois do resultado pronto diz que ele foi ou não satisfatório.
Se é para ser analisado na forma de números, gostaria de saber agora no que contempla o Projeto Olímpico para Londres.
Gostaria de saber quantitativamente qual a expectativa do COB para 2012.
Depois, vir dizer que foi a delegação que levou mais atletas de 22 anos e que isso é satisfatório fica moleza.
Responda a este comentário
Muito interessante os comentários e as notícias aqui postadas.
Gaburah tem razão. É espantoso saber que o investimento inglês é quase igual ao brasileiro. Mesmo sabendo do histórico esportivo britânico é muito maior que o nosso, pode-se perceber com clareza como aqui não tem foco. Tirando o fato da corrupção, os investimentos são mal distribuídos e mal feitos demais.
A matéria que Serginho fez o link lembra bem. O cara da vela (esporte que mais deu medalha ao Brasil) não teve um Realzinho do Governo. Os caras bancam tudo do próprio bolso. Quem freqüenta o Clube Naval em Niterói (casa dos Grael e da Swan) sabe disso. O pai que matricula o garoto na escolinha de Optimist e depois, se quiser ir em frente, tem que bancar o barco e os materiais.
****
Na minha opinião, o projeto sueco deveria ser seguido por todos. Impressionante como a Suécia se destacou em Pequim. Todos os esportes que vi com atletas suecas eu gostei muito. É um bom exemplo de retorno dos investimentos.
Responda a este comentário