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Passeando pelo Principado

May 26th, 2009 por | Categorias: Fórmula-1.

Button, aquele que sempre ri no final

Button, aquele que sempre ri no final

As ruas de Monte Carlo assistiram a mais um passeio da Brawn GP. Jenson Button seguiu a sua rotina: discreto nos treinos livres, a pole-position conquistada numa volta inacreditável quando todo mundo achava que já estava tudo definido. Na corrida, não teve mesmo para ninguém. Nem para o companheiro de equipe, Rubens Barrichello, que mais uma vez largou em terceiro e ultrapassou o ferrarista Kimi Räikkönen na primeira volta. Confirmando o que já havia sido previsto nos treinos, o carro do brasileiro não teve o mesmo rendimento que o de Button com pneus macios, e no primeiro trecho da corrida, o inglês tratou de abrir os mais de dez segundos de vantagem que garantiram a vitória e deixaram a corrida maçante e sonolenta. Corriqueiro neste que é o mais anacrônico dos GPs, diga-se de passagem, pelo menos quando não chove.

Segura, que atrás vem Buemi

Segura, que atrás vem Buemi

Entre um e outro cochilo, fui buscar um café na cozinha e vi Sébastien Buemi viu como é difícil passar outros carros naquelas esquinas. Ele encheu a traseira e arrastou a Renault de Nelson Piquet para fora da pista. Educado, o suíço, que apesar da irritação do brasileiro – que prefere frequentar áreas de escape sozinho e saiu cuspindo marimbondos – pediu desculpas e assim acabou a história. Ultrapassagem mesmo, só quando Vettel, outro que enfrentou sérios problemas com as borrachas esfarelando, não resistiu à pressão de Felipe Massa e perdeu posições para o trenzinho que se formou atrás dele. Aliás, em tempos de economia, é completamente surreal que a Bridgestone fabrique pneus que duram dez voltas. Estraga a competição, é antiecológico e politicamente incorreto. Resumindo: ridículo! Vettel foi em seguida para os boxes, e voltas mais tarde, com a corrida completamente comprometida, bateu.

Depois disso, nada mais aconteceu até a bandeirada final. Mark Webber estava armando o pulo do gato, mas só conseguiu um quinto lugar mesmo, já que as Ferrari resolveram estrear de verdade e chegaram logo atrás dos carrinhos brancos. Räikkönen à frente de Massa, e um novo alento para o time italiano. Para título já ficou difícil, mas pelo menos ainda dá para lavar a honra da equipe e convencer Luca di Montezemolo que a má fase passou e não será necessário demitir ninguém.

Se a Ferrari melhorou, a Toyota andou para trás. Nada mais deu certo depois da pole-position de Jarno Trulli no Bahrein, e os carros japoneses chegaram uma volta atrás e fora da zona de pontos. Outra que está no limbo é a BMW-Sauber, a terceira força do ano passado. Kubica abandonou com problemas nos freios e Heidfeld chegou em 11º, uma posição à frente de Lewis Hamilton. O campeão cometeu um erro na classificação e largou lá para trás, condenando todo o fim de semana. Kovalainen vinha bem até rodar, bater e ficar com aquela cara de que não sabe o que aconteceu. Outro que acabou no guard-rail foi Kazuki Nakajima, na última volta. Quaaaaase deu, japa, mas ficou para a próxima!

No fim, festa da Brawn, com mais uma dobradinha. Após a reação insuficiente dos rivais, a equipe agora já pode ser seriamente considerada favorita aos títulos. Ainda bem que o brilhante ideia de Max & Bernie de dar o título para quem vence mais corridas. A coisa já estaria praticamente resolvida. E se alguém pode bater Button, esse alguém se chama Rubens Barrichello. Mas para isso, ele precisa começar a chegar na frente do seu companheiro. Ainda há muitos pontos em jogo, mas a boa fase – em termos de técnica e sorte – não parece querer abandonar o piloto inglês; além disso, o carro da Brawn não está parecendo nada propenso a quebras. Se vai dar para o paulista encarar, ninguém sabe. Jenson está com tudo.

A FOTA, unida, jamais será vencida!

A FOTA, unida, jamais será vencida!

Fora da pista, o embate político continua. As reuniões infindáveis – no modestíssimo iate de Flavio Briatore – provam que as coisas são muito mais complicadas quando se envolve o grande capital das montadoras do que elas eram no tempo romântico da Fórmula 1. Mas enquanto ninguém me disser o que fará a Ferrari caso abandone a categoria, nada vai mudar meu pensamento de que tudo isso é jogo de cena.

Explicando.

O regulamento que a FIA quer enfiar goela abaixo das equipes diz o seguinte: você não precisa respeitar o teto de gastos estabelecido. O problema é que quem segue o orçamento de cerca de 40 milhões de euros terá vantagens, como possibilidade realizar testes em pista, motores sem limitação de giros, maior utilização de túneis de vento, vantagens aerodinâmicas, entre outras coisas. Curiosamente, muitas das coisas que fazem as equipes estourarem seus budgets. Fica assim: quem tem para gastar, não pode; quem pode, vai ter que rebolar para não gastar mais do que o permitido.

Mas algumas coisas são certas: o grid com vinte carros e equipes que podem sair a qualquer momento não agradam aos cartolas máximos do circo. E os rios de dinheiro que esses cartolas ganham não agrada aos outros cartolas, os das equipes e montadoras. Os últimos querem, há muitos anos, uma fatia menos diet do bolo chamado F1. Uma hora um vai ceder daqui, outro dali, e todo mundo vai se increver para a próxima temporada.

Não que eles estejam errados, ou que sejam melhores do que os dirigentes dos times, mas já parece ter passado da hora de Mosley e Ecclestone saírem de cena.

No próximo dia 7 tem o GP da Turquia, com ótimas lembrancas para Felipe Massa. E com a Ferrari melhorando, quem sabe?

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11 Comentários para “Passeando pelo Principado”

  1. Victor
    26/05/09 - 11:38

    Eu não acompanho outras corridas de carros.
    Mas lembro quando via tambem a F-Indy que uma das críticas á competição norteamericana era a randomização que safety car, milhares de paradas nos boxes, reabastecimento provocavam.

    Por outro lado, lembro na F1 o caos que era formado quando algum maluco com um carro meia-bomba resolvia não fazer paradas nos boxes e conseguia chegar até o fim da prova.

    Desde que passou a ter reabastecimento, as ultrapassagens acontecem nos boxes.
    Sem contar que o trabalho dos mecânicos passaram a ter menor importância, uma vez que o tempo de parada fica definido pelo abastecimento, e não mais pela troca de pneus, o que pela necessidade de velocidade, normalmente dava alguma merda.

    Esta foi a era de Schumacher.

    Agora, inventam mais essas babaquices de ter de usar pneu isso e aquilo durante a prova sei lá para que.

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    Robinson

    Na Indy a parada é o seguinte: o cara pode ter um carro que ande 20 segundos mais rápido que os outros, mas ele nunca vai andar tudo isso, porque com a bandeira amarela, a vantagem vai embora e ele teve muito mais desgaste de pneus, freios, combustível do que os outros. As bandeiras amarelas funcionam lá pela questão óbvia da segurança, mas já foi utilizada também para causar artificialmente as chegadas milimétricas que às vezes acontecem. Sem contar quando a intenção era claramente beneficiar algum piloto. Acontece também

    A F1 ainda sofre com a falta de ultrapassagens. As modificações aerodinâmicas parecem ter ajudado, mas nada cientificamente e estatisticamente comprovado. No próximo ano, acabam os reabastecimentos, o que causa uma mudança violenta na construção dos carros, que precisarão levar o combustível para toda a distância. Como as paradas deverão ser apenas para trocar pneus, o tempo de parada deve ficar parecido para todos. Se o problema das ultrapassagens não for resolvido, corre o risco de não ter mais ultrapassagem nem nos boxes.

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    Rafael

    Acho boa a notícia que os reabastecimentos vão acabar. Na verdade eu achava melhor que cada piloto/engenheiro/equipe fizesse sua estratégia como achasse melhor: quer encher o tanque pra levar o carro sem reabastecer, quer sair de tanque vazio pra ficar mais rápido e depois reabastecer, quer trocar pneu, não quer trocar pneu… por mim estaria valendo. Em suma, concordo com o comentário do Victor. Mas não sei se isso é factível.

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  2. Rafael
    26/05/09 - 12:15

    Foi um passeio mesmo. E ainda mais correndo “em casa”. Hehe… independente da nacionalidade, a maioria dos pilotos mora lá (segundo Galvão).

    A verdade é que o GP de Mônaco sempre foi meio chato. E juntando isso com o predomínio do Button fica cada vez mais chato. Eu continuo gostando da temporada, mas se ficar sem competição, vai ficar chato.

    A boa notícia foi o desempenho das Ferrari. Finalmente “estrearam” na temporada. Quero muito que chegue alguém pra brigar com Button. Mas ainda estou com o pé atrás com essa melhora da equipe italiana. Sou leigo, mas me parece que as ruas de Monte Carlo não exigem tanto dos carros. Vou aguardar o próximo GP num circuito tradicional para ver se essa subida da Farrari é confirmada.

    Do mesmo jeito queria que a McLaren voltasse com Hamilton brigando.

    Queria alguma disputa. Concordo com Robinson, quem poderia estar dando um ânimo maior no campeonato é o Rubinho. Mas… é o Rubinho… né mermo?

    ****

    Será que além de tudo o Nelsinho é azarado?

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    Robinson

    Pois é, no Principado os pilotos têm vários benefícios fiscais, então eles fixam residência por lá para fugir dos impostos na Inglaterra, Alemanha, etc. Se morasse lá, Hélio Castroneves nunca teria passado o aperto que passou.

    É uma corrida que ainda está no calendário pela badalação. Porque os carros de hoje não têm a menor lógica em correr lá. Para se ter uma ideia, a configuação do curso da direção de qualquer outra pista não possibilitaria que os carros fizessem as curvas por lá. O visual é maneiríssimo, o traçado também é interessante, mas como o Piquet pai diz, é como andar de bicicleta na sala.

    A McLaren também apresentou alguma melhora, mas ainda não sabemos quanto. O problema foi que Hamilton bateu no treino classificatório e largou muito atrás. Kovalainen, bem, poderia ter pontuado se a sua atração pelo guard-rail não fosse tão grande.

    Barrichello faz uma ótima temporada.

    Button faz A temporada. Essa tem sido a diferença.

    Ainda há tempo e pontos em jogo para mudar tudo. Mas tem que começar a reagir.

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    Rafael

    Robinson,
    Vc sabe que já teve outra ‘corrida de rua’ na F1? Só lembro de Mônaco mesmo. E concordo com vc, só deve acontecer ainda pela badalação mesmo.

    ****

    Barrichello perdeu 6, de 6 chances que teve contra Button. Ainda há tempo, até torço, mas não acredito.

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    Matheus

    Melbourne também é de rua.

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    Matheus

    Ou pelo menos parece…

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    Rafael

    Eu lembro que o GP da Austrália era o de Adelaide, depois passou para Melbourne e era sempre o último GP do ano, depois do Japão (penúltimo).

    Depois mudou tudo e eu não lembro de mais nada. Nem se um ou outro é (era) de rua.

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    Robinson

    Pode não parecer, mas é. A pista do Canadá (fora esse ano)também.

    Já houve coridas de rua nos EUA (Detroit, Phoenix, Dallas…) em Barcelona (no parque de Monjuic).

    No ano passado estrearam os circuitos de rua em Valência e Cingapura (a última, corrida noturna). Pessoalmente, não gostei.

    Sem contar as grandes pistas de estrada, como Hockenheim, Spa-Francorchamps e Nurburgring (o velho).

    Deve ter mais, mas só pesquisando mesmo.

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    Matheus

    Spa é das que mais gosto.

    Era a que eu mais gostava de jogar quando tava no F1 do ps2.

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