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Palmeiras 2009: Muita promessa pra um fim amargo

December 28th, 2009 por | Categorias: Campeonato Brasileiro 2009, Libertadores 2009, Musas, Palmeiras.

Preguiçosos que só, pedimos a alguns torcedores para escreverem sobre o ano de seus times e uma pincelada para 2010. Anselmo, palmeirense e futepoquense  atendeu-nos ao que diz respeito ao Palmeiras como forma de expiar 2009, mandando inclusive o portfólio de imagens para ilustrar o post.

Por Anselmo – Futepoca

O ano começou com altas expectativas. Reforços haviam se somado aos atletas que permaneceram. Havia um meia marcador que começou marcando gols como um artilheiro. Havia um artilheiro que se mostrou goleador, como se deve. Até reservas funcionavam bem, enquanto o time se revezava entre o estadual e a Libertadores da América.

Enquanto a torcida chiava pela saída de Kléber, o único atleta que havia jogado futebol nas partidas finais de 2008, quando o time não resistiu à corrida pelo caneco, a Traffic trazia reforços. A diretoria ainda anunciava para abril o início das obras de uma arena multiuso, para abrigar o ludopédio alviverde, mas também shows e outras fontes de receita para o clube.

Lançãmento do uniforme que o palmeirense gostaria de ver

Lançamento do uniforme que o palmeirense gostaria de ver (na Galisteu, esclareça-se)

Depois, vieram oscilações. A eliminação na semifinal do Paulistão, a classificação na primeira fase do Continental só na última rodada da fase de grupos, as oitavas para eliminar o Sport de Recife – então temido, mas que depois desceria em queda livre até o rebaixamento no Brasileirão – e ceder diante do Nacional do Uruguai.

O Brasileirão tornava-se uma esperança e uma provável última chance para o então treinador Vanderlei Luxemburgo. O medalhão estava em sua segunda temporada no clube, tinha elegido os reforços e as despensas, respondia pelo planejamento.

As obras da Arena Palestra Itália não começaram. E a janela europeia de junho a agosto ameaçava minar a campanha que não sabia se ia ou se ficava no Nacional. Keirrison queria ir para o Barcelona. O empresário armou a proposta, ele foi embora, deixando um rastro de turbulência no Verdão.

É que Luxemburgo, achando que poderia mandar prender e mandar soltar em domínios verde-e-brancos declarou que o camisa nove não atuaria mais sob seu comando antes ainda de definida a transação. Arriscou mais do que deveria, porque seu ibope estava em baixa por alguns erros de escalação e outras doses, menores, de ziguezira.

Veio a diretoria com pose de gente séria: quem manda aqui é quem manda aqui. Técnico na rua por quebra de hierarquia em uma decisão que, para muitos, camuflou apenas a vontade danada de Luiz Gonzaga Belluzzo e companhia de um retumbante pé na bunda do treinador falastrão.

De um lado, o episódio mostrava que a diretoria não tinha tanto controle assim sobre o que acontecia. Mas para mostrar que o caso Keirrison era exceção e garantir que nenhum outro atleta seria negociado foi preciso dar aumento de salário para quem teve proposta, incluindo Pierre e Cleiton Xavier. Os dois se contundiriam na reta final, prejudicando os planos da diretoria.

Para substituir o camisa 9 que não vinha tão bem como no início da temporada, ninguém veio. Apenas Obina do Flamengo, corrido do rubro-negro, onde Cuca não o queria, teria de ocupar o espaço. Fora de forma e sem credibilidade, foi respaldado pelo presidente do clube e pelo então treinador, mas só apareceria com destaque pouco depois.

Luxemburgo

Questo lavoro è qui, figlio mio

O auxiliar técnico Jorginho assumiu e vieram cinco rodadas rumo à liderança. Com um improvável aproveitamento de quase 100% para um time que apresentava momentos de apatia extremada e sem explicação até ali. Todos eram aplicação. O ritmo só melhorava e parecia que ninguém poderia parar aquela equipe.

Quando Jorginho parecia ser o cara, quando até o presidente Belluzzo já tinha desistido da contratação de Muricy Ramalho, recém-demitido do São Paulo, o técnico tricampeão brasileiro foi anunciado. Da beira da crise à liderança, com Obina artilheiro: um feito de colocar no currículo do treinador, ex-ponta direita da Portuguesa e do Palmeiras.

O alviverde ainda se manteria na liderança por muitas rodadas, mas o treinador não conseguiu implantar seu sistema de jogo defensivo com poucas porém eficazes variações táticas. Também não conseguiu manter nada da aplicação tática e técnica da fase inter-medalhões.

Rachas no elenco foram transformando as rodadas finais em um período de queda livre, dando espaço para Flamengo, Internacional, São Paulo e Cruzeiro passarem lotados, rumo às primeiras posições. Ainda teve Obina brigando com Maurício, a vinda tumultuada de Vagner Love – da chegada como heroi à briga com torcedores – e Diego Souza, o nome do time na competição, parando de jogar bem.

Desesperador, desagradável, chato. Fora da Libertadores, se contentar com a Copa do Brasil e a Sul-Americana é motivo para não querer falar de futebol por algum tempo. Mas a gente continua falando, só de marra, nem que seja para curtir o sabor amargo dos últimos meses.

A torcida do Palmeiras e o que ela tem de melhor

A torcida do Palmeiras e o que ela tem de melhor

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9 Comentários para “Palmeiras 2009: Muita promessa pra um fim amargo”

  1. saulo
    28/12/09 - 11:32

    O Palmeiras teve dois erros cruciais: a inexperiência da diretoria e a contratação do Muricy Ramalho. Ao contrário do Flamengo, sacou o Jorginho do qual fazia uma boa campanha e tinha o grupo unido. A entrada do novo treinador mudou a maneira de jogar e foi agravada pelas saídas do Pierre e Cleiton Xavier. Fora a desastrada entrada do Edmilson.

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  2. Victor
    28/12/09 - 12:13

    Palmeiras deve ter sido o clube que mais pegamos no pé em 2009 por aqui.
    Nem fruto do que fez o Palmeiras, coisa que todo clube faz todo ano, e mas em reação ao blá-blá-blá de estrutura e modernidade, que ficou MUITO estereotipizado no Palmeiras em virtude da presidência do Belluzzo.

    O pior que da mesma forma que definiu-se uma vanguarda pelo nome, estipulou-se a condição retrógrada por exteriorizações na mídia.

    O que penso é que a parceria entre Palmeiras/Traffic submete o time a essa condição de ficar entre a cruz e a espada entre disputar títulos e valorizar seus jogadores.

    Ano passado, correu uma idéia errônea de que o Palmeiras fora o time quem mais investiu, e por isso os resultados ficaram aquém do investimento. Bobagem. O Palmeiras/Traffic abriu os cofres em 2008, mas… e os times montados anteriormente por Flamengo e São Paulo por exemplo (melhor explicado aqui).

    Em 2009, Palmeiras/Traffic parece ter feito de tudo para Diego Souza, jogador que custou caro à parceira, brilhar. Quem o ofuscava na relação com a torcida rodou (Kleber e Valdivia). O mesmo, que começou de volante no Fluminense foi parar no ataque do Palmeiras, sem contar que foi catapultado à porta-voz da equipe mesmo sem saber falar.
    Fora que com o histórico de jogadores identificados com a torcida e de temperamento aguerrido como Cesar Maluco, Edmundo, Marcos, Valdivia e Kleber, lá foi Diegou Souza se mostrar esquentadinho e tentar capitalizar isto após a ridícula rasteira em Domingos.

    O Palmeiras deveria pensar seu time em torno de Cleiton Xavier, o melhor do time.

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  3. Bender
    28/12/09 - 16:23

    Belluzzo foi o fanfarrão-mor do ano (pra não dizer coisa pior). Isso reverbera no time.

    O Palmeiras foi mal em 2009. Não ganhou nada no ano.
    Até que o time me pareceu estar bem montado, mas Luxa é uma aposta arriscada e Obina é uma aposta ruim.
    Foi mal no 1º semestre e, pra mim, virou a chacota do brasileirão. É presidente falando besteira atrás de besteira, jogadores saindo no soco dentro de campo, Edimilson (!), Vagner Love como última tentativa meio que no desespero já, foi o time que mais tempo liderou mas no final nem pra Libertadores se classificou.

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    saulo

    Não considero um “fanfarrão”, pecou pela falta de experiência dentro do mundo do futebol quando agiu como torcedor (ou como Montenegro) no caso do Simon e da festa da Mancha Verde. Teve erros e acertos. Aliás acertou em cheio quando demitiu Luxemburgo e noticiou pelo Twitter para evitar qualquer burburinho ou fofoca na imprensa. Fora suas idéias em criar novas propostas de regulação orçamentárias aos clubes.

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    Victor

    Ô que beleuza.
    Criou proposta de regulação (sic) orçamentária aos clubes mas foi o primeiro a aumentar o salário dos jogadores com propostas da Europa…

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    saulo

    A proposta de regulação feita por Beluzzo, diz respeito aos clubes serem obrigados por lei a não estourar o orçamento anual através de contrapartidas(punições aos gestores…). O objetivo é diminuir esse “canibalismo” e a inflação salarial. Se um clube pode pagar, ótimo. Caso contrário, não deve cometer loucuras.

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    Victor

    Caro Amiguinho,

    Uma coisa é o cara na NBA colocar teto salarial, sendo o teto salarial da NBA o teto salarial do basquete no Mundo.
    Outra é o futebol brasileiro colocar teto salarial nos seus clubes e fazer a alegria de árabes, europeus, mexicanos, etcetera.

    Belluzzo não deveria propor nada para o clube dos outros sem testar no dele antes. Se bem que ele já teve laboratório disso anteriormente…

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    saulo

    O próprio Belluzzo como economista sabe que os salários são equiparados de acordo com a concorrência. Se clube tal oferece mais, os melhores sempre estarão neste. Isso é absolutamente normal. Ele apenas ressaltou a importância em criar marcos regulatório e projetos de lei dos quais punam gestores dos quais não cumpram o orçamento anual estabelecido. A questão do teto ficaria mais a médio e longo prazo.

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  4. Victor
    8/01/10 - 15:40

    Animadora a entrevista de Belluzzo para Renan Cacioli para a Folha:
    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0801201002.htm (para assinantes Folha ou Uol)

    O Palmeiras, assim como fazemos aqui, identificou problemas no formato da parceria Palmeiras/Traffic de 2008 e 2009.
    É capaz do time ser menos espalhafatoso de agora em diante.

    Alguns trechos:

    FOLHA – Que balanço faz de seu 1º ano como presidente do Palmeiras?
    LUIZ GONZAGA BELLUZZO – Se for julgar pelos resultados esportivos, o desempenho foi sofrível. O Palmeiras fez um bom início de Paulista, uma Libertadores medíocre e um Brasileiro bom, à exceção do final. A decepção foi maior do que o fracasso. É difícil escapar da sensação de que foi uma derrota. Para um time que tinha pretensão de ser campeão, eu daria nota seis.

    FOLHA – Mas, num ambiente passional como o futebol, não é temerário o senhor, como figura pública que é, ter declarado aquilo?
    BELLUZZO – É. O dirigente do clube tem de saber que vive num ambiente bastante ambíguo e que tem uma dupla função. Não pode fazer isso que eu fiz por conta da reação provável das pessoas. Mas, por outro lado, tem de dizer a verdade.

    FOLHA – O senhor não se arrepende do que disse, nem dos tapas?
    BELLUZZO – Os tapas foram uma bobagem, uma besteira. Não tem cabimento aquilo. Foi o grande erro da manifestação.

    FOLHA – Por isso que vocês mudaram um pouco o procedimento em relação ao ano passado? Os novos reforços não vieram pela Traffic.
    BELLUZZO – Isso. Queremos diminuir o número de jogadores da Traffic. Precisamos ter nossos próprios jogadores.

    FOLHA – Isso significa que a Traffic terá atuação menor no Palmeiras?
    BELLUZZO – Não, terá uma atuação mais focalizada, mais concentrada na aquisição de jogadores que o Palmeiras não pode contratar. O que aconteceu no passado foi que o Palmeiras trouxe muitos atletas por meio da Traffic que não vingaram.

    ****
    Cabe lembrar que os modelos mais bem sucedidos por aqui, tem sido os de montagem paulatina de elencos, vide São Paulo desde 2002, que todo ano mescla o time antigo com reforços, que começam no banco e vão ganhando posições.
    O Flamengo, vem há algum tempo com a mesma política (só para lembrança, Kelberson começou um bom tempo no banco à despeito do desespero dos apaixonados rubro-negros.
    Não conheço a fundo o Internacional para ver como funcionam as novas contratações, mas também parece que os jogadores vão se adaptando ao time.

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