O torcedor finalmente entendeu os Pontos Corridos
September 19th, 2010 por Victor | Categorias: Botafogo, Campeonato Brasileiro, Campeonato Brasileiro 2010, Cruzeiro, Estrutura.Os proselitistas dos Pontos Corridos diziam que era questão de tempo para o modelo ser um sucesso. Pela sua simplicidade¹ o torcedor começaria a entender e sacar a importância de cada jogo ao decorrer da competição. No proselitismo Corridista, cada jogo que seria uma final.
Como estes proselitistas embasam-se apenas de deduções lógicas e são pouco afeitos a palavras como empirismo, mensuração e laboratório, ficam à mercê dos acontecimentos, e são obrigados à omissão ou desvios de raciocínio para manter a banca do peixe que vendem aberta.
Desta forma, os Corridistas entendem que na situação ideal, os torcedores apoiarão seu time de coração por 38 rodadas, ao mesmo tempo que ficam de olho em outras 9 decisões a cada rodada. O milagre da multiplicação da atenção e tensão. A rave do futebol.
Os Racionais Corridistas por não entrarem em um laboratório e ignorarem que a observação é um dever de quem modela, cagam para fenômenos aparentemente extemporâneos com a súbita redução de público por parte de um time.
Botafogo e Cruzeiro jogaram em um sábado no Engenhão para 14.128 pagantes, renda de R$305.080,00 e preço médio de R$21,59. Todos valores aquém aos obtidos na disputa do mesmo Botafogo em um outro sábado contra o Avaí.
O torcedor botafoguense pode ter de fato entendido o campeonato, só que da forma real, e não como convém aos Corridistas. Em tempos de indefinição de qual tendência seu time tomará, o botafoguense prefira aguardar uma reta final onde o Glorioso pode estar brigando pelo título, uma vaga na Libertadores ou ter sucumbido em decepção.
Meu palpite para explicar esses fenômenos levam em conta o ânimo e o estado de espírito da torcida com a forma da equipe, não necessariamente sua posição e real ambição. A ambição que vale para a torcida é momentânea, o que produzeria na melhor das hipóteses, diversos micro-campeonatos dando importâncias diferentes para cada jogo. Minha observação nesses anos com olhar crítico, frequentando estádios, tendo ou não vontade de acompanhar meu próprio time em posições distintas na tabela, engalfinhando-me em discussões, conversando com torcedores de outros times e medindo o interesse do público ao longo das competições através de dados de público e renda me levam a pensar desta forma para explicar este fenômeno.
Só não faço ideia de como os Corridistas explicariam.
Ah sim… não vale colocar a culpa na amostra que no fim das contas é objeto de estudo, e não comprovação de raciocínios obtusos. O argumento que “a torcida decepcionou” não está valendo, ok?
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¹ Corridistas não devem ter mãe, ou as mães deles já desistiram há muito de tentar entender como é que pode ser simples que um time seja campeão antes do fim do campeonato, e como diabos não há um jogo final para definir o campeão.
Só achei estranho a torcida do Bota. Num jogo com menos apelo, no mesmo horário e com o ingresso mais caro, botou muito mais gente no Engenhão.
Ainda bem que dessa vez a diretoria não botou o ingresso lá no alto. Senão, seria complicado.
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Chuva. Simples assim.
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Desculpa, mas chuva aonde? No estádio ontem não caiu chuva alguma. Aqui onde eu moro (que não é tão perto assim, mas é perto) também não choveu…
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Mas me parece que o tempo não tava propício mermo não.
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Bom, ontem fez um pouco de frio. Mas nada que matasse ou impedisse alguém de sair de casa. E só.
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O problema do Engenhão é o péssimo acesso para chegar ao estádio. Isso espanta muitas pessoas.
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Transporte para o Stadium Rio será facilitado por agência especializada
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ontem chuveu forte de manha, moro perto.
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Porém, durante a tarde e a noite não choveu mais. Então, usar a chuva como desculpa pro péssimo público não é certo.
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Vou voltar na mesma discussão, com a mesma opinião só que com ponto-de-vista diferente: vi os dois tipos de competição (mata-mata em 1995 e pontos corridos nos últimos anos). A verdade é que o mata-mata é muito mais emocionante, apesar da fórmula dos pontos corridos ser mais justa.
Como sou passional, curto mais o mata-mata.
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Dois dos melhores exemplos pra tentar justificar o quão ruim é um campeonato de mata-mata, são o Vitória de 1993 e o São Caetano de 2000.
Porém, assim como o mata-mata tem os seus defeitos, o campeonato de pontos corridos também tem os seus. Fórmula perfeita de campeonato, no fundo, eu acho que não existe.
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Por isso eu disse: um é mais emocionante, o outro é mais justo.
Fórmula perfeita de campeonato, no fundo, eu acho que não existe.[2]
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O problema dessa tal “emoção” do mata-mata é a sua pouca duração: se restringe apenas na fase final da competição. Cansei de ver campeonatos desta fórmula superada serem cansativos na fase classificatória por uma simples motivo: Os quatro ou cinco primeiros na tabela, ficaram várias partidas com time mistos para pouparem na fase decisiva. O torcedor sabia disso e não comparecia nos estádios. Prejuízo era certo e as vendas do pay per view não aumentavam.
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A torcida decepcionou, uhdsuhdahu
Sacanagem, mas é fato. Se eu achei imperdível esse jogo, imagina um torcedor botafoguense.
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O Engenhão não lota pelo simples fato de ser um estádio muito mal localizado.
Para ir de carro não tem local para estacionar, e estacionar no Norte Shopping não rola pessoas.
Para ir de trem é complicado, principalmente se for clássico carioca onde vc corre o risco de encontrar um destes FDP que adoram brigar do time adversário, mesma coisa se for de busão.
E em relação a torcidas, ao final do jogo TODAS são obrigadas a ir para o mesmo local, a estação de Engenho de Dentro.
Portanto, é uma bosta de estádio.
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