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O rei de volta ao topo

July 9th, 2012 por | Categorias: Andy Murray, Novak Djokovic, Roger Federer, Tênis.

Roger Federer está de volta ao primeiro lugar do ranking da ATP após vencer pela sétima vez o torneio da grama sagrada de Wimbledon, igualando a marca de Pete Sampras. Os números são cada vez mais inquestionáveis: com seu 17º título de Grand Slam, o suíço finalmente superará o recorde de 286 semanas no topo do ranking, também de posse de Sampras. E diga-se de passagem, foi uma das conquistas mais emocionantes da carreira do tenista.

Federer passou por todas as situações imagináveis, desde partidas resolvidas em tempo de se fazer um cafezinho nas primeiras rodadas até a emocionante virada sobre Julien Benneteau, quando o francês vencia por 2 sets a 0. Deu um susto na torcida quando pediu atendimento ao fisioterapeuta na vitória sobre  o belga Xavier Malisse, algo raríssimo em toda sua carreira. Na semifinal, Roger devastou o ex-número 1 Novak Djokovic em uma partida em que os dois jogaram em nível altíssimo. Assim chegou à final, contra Andy Murray – o primeiro britânico a decidir o torneio doméstico após um zilhão de anos, mais ou menos…

A decisão começou com o Federer inseguro em alguns golpes e Murray ignorando bem a pressão da sua própria torcida, indócil para ver a vitória de um compatriota. Murray elevou o seu jogo e venceu o primeiro set. Federer equilibrou e empatou no segundo, e àquela altura, o namoradinho da Kim Sears já batia no teto da sua capacidade, enquanto o suíço não se cansava de tirar coelhos e pombos sem asas da cartola. A partir daí, Federer desfilou em quadra a categoria tradicional e mostrou que tem fome para conquistar os poucos recordes que ainda não estão no seu currículo.

Ninguém duvida de que existem outros excelentes tenistas na atualidade, mas há coisas que este suíço faz que ninguém mais consegue. A magia pertence a Roger Federer.

(Mais) Uma taça para Roger Federer

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17 Comentários para “O rei de volta ao topo”

  1. Andre L
    9/07/12 - 14:49

    He are sixteen, going on seventeen…

    O jogo foi muito equilibrado. Andy não sentiu a pressão, dessa vez, e jogou muita bola, ao contrário das suas três outras finais de slam. Venceu o primeiro set, e jogava no segundo de igual pra igual, até o 12º game. Ali, sacando em 5-6, 30/15, errou uma bola fácil. Federer cresceu, e com duas bolas matadoras, quebrou e fechou o set em 7-5, empatando o jogo.

    No terceiro set, jogaço, de novo muito igual até ao sexto game. Murray sacava em 2-3, abriu 40/0, game tranquilo. De repente, a maré virou. 40 iguais, e o game seguiu por, sei lá, uns 15 minutos, trocando vantagens. Até Federer quebrar, fazer 4-2, e entrar no modo de “trazer as crianças pra casa”. O quarto set perdeu a tensão, mas sobrou em belas jogadas. It’s showtime. Federer usou todo o repertório, jogou fácil, e acabou com qualquer esperança de Murray, a essa altura conformado com o vice. E ainda tivemos direito às belas imagens de Kim Sears tristinha – e linda de qualquer jeito.

    Depois do jogo, a emoção tomou conta de todos. Primeiro, com Murray, voz embargada, tentando brincar que “está chegando cada vez mais perto”. Depois, com Federer, também controlando o choro, recebendo seu sétimo troféu de Wimbledon, e saboreando cada momento.

    Aos 30 anos, quase 31, enfrentando Nadal e Djokovic no auge, em uma época onde o físico comanda o tênis, e às vezes parece que os jogos se resumem a maratonas onde o último a aguentar de pé vence, é bom ver que o velhinho ainda tem lenha pra queimar.

    17 títulos de Slam. 7 só em Wimbledon. Um dos seis únicos na história a ganhar pelo menos uma vez todos os quatro slams. 286 semanas como número 1 do mundo. Alguém quer falar em aposentadoria, como no final do ano passado?

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    Robinson

    O cara está com fome de títulos… Nadal e Djokovic são excelentes tenisntas, mas a maior parte do jogo deles está na capacidade física, ou seja: eles tratam de devolver TODAS as bolas, até que o adversário não tenha mais garrafas para vender. Mas se a gente levar em conta estritamente o aspecto técnico, a capacidade de surpreender o oponente, o controle para colocar a bola onde quer, o Federer é um talento raríssimo em toda a história do esporte. Então, quando os outros dois veem seu físico vacilar – porque afinal de contas, eles não são máquinas… – a categoria do Federer aparece.

    Ele está mais confiante do que um ou dois anos atrás. O bicho vai pegar.

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  2. Victor
    9/07/12 - 15:06

    Wimbledon parecia Bombonera. Torcida na expectativa mesmo com o britânico.

    Aliás, os caras curtem mesmo torcer para seus atletas mesmo que esses não sejam TOP’s. Mídia inglesa é cruel na pressão que coloca em pessoas medianas, mas por outro lado é eficaz em elevar o status de coadjuvantes em protagonistas.

    Bem… legal que foi mais um componente na sopa do Federer.

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    Robinson

    O Murray é um tenista muito bom. O problema é que o jogo dele é muito mais defesa e contragolpe, pegando o adversário de guarda baixa. É interessante, funciona bem com jogadores mais fracos do que ele, mas não funciona tão bem contra os caras que ele precisa bater para chegar ao topo.

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    Andre L

    O Murray está numa encruzilhada. Seria número 1 em outros anos com safra mais equilibrada, mas tem na frente dele três caras de outro planeta. E o que o agonia é que dois deles tem mais ou menos a idade dele e o outro não parece largar o osso tão cedo. Ou Murray vai ter que achar um pó mágico pra evoluir, como fez o Djoko, ou vai se contentar em ser o melhor número 4 de todos os tempos…

    A piada que a imprensa inglesa faz, cruel mas irônica na medida certa, é a de que vivemos na era dos “three and a half men”.

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  3. Bender
    10/07/12 - 10:25

    O maneiro do tênis é que parece que estamos sempre acompanhando o “melhor de todos os tempos”.
    Já escutei que o “melhor de todos os tempos” era o John McEnroe. Na época que comecei a perceber o esporte aparecia o Ivan Lendle como o melhor. O sucessor sempre era apontado como superior ao antecessor.
    Depois o André Agassi disputava com Pete Sampras quem era o melhor, e ambos superando os melhores do passado.
    Hoje, o Federer é inquestionável o melhor de todos os tempos. Não fosse ele, talvez fosse o Nadal, Kovak ou esse Murray. O tenis tem sempre um novo Pelé.

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    Robinson

    É mais ou menos…

    Como todos os esportes, sempre existe alguém que consegue impor um certo domínio, mas de tempos em tempos surge um cara que que realmente extrapola o nível que estamos acostumados a ver. Esse é o caso do Federer.

    Basta assistir a uma partida dele para ver que ele tem uma técnica muito além dos seus contemporâneos, e os seus números mostram a versatilidade de conseguir jogar bem em qualquer tipo de piso. É como se ele chegasse na quadra e abrisse um cardápio para o adversário escolher como ele quer perder: jogo de fundo, saque e voleio, dropshots, cruzadas, paralelas… ou ainda a surpresa do chef, que é aquela jogada que ninguém mesmo espera.

    O Federer é diferenciado. E é bom assistí-lo enquanto ele ainda joga em alto nível.

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    Andre L

    Bem, no futebol também tem gente pra enxergar “novos Pelés” em cada canto. Tem os que enxergam Maradona melhor que Pelé, tem os que acham Zico melhor que Maradona… E tem a necessidade imediatista de se apontar o campeão do momento como o “melhor”.

    Todo ano tem um “campeão” (se vc entender assim o número 1 no final de cada ano). Nem todos são marcantes. Assim como Hill e Hakkinen não são Senna e Schumacher. Nem sequer Piquet e Prost.

    McEnroe, Connors, Agassi, Lendl, todos eles grandes campeões, todos eles foram “o melhor” de alguma época. Mas quatro nomes ficam acima desses. Rod Laver é unanimidade como o primeiro “Grande Senhor das Quadras” da era moderna. Depois, Bjorn Borg. Pete Sampras. E hoje Roger Federer.

    Laver era completo. Dominou a sua geração com uma facilidade impressionante, em todos os pisos. Borg, de uma certa maneira, definiu o “poder mental” como uma das áreas mais importantes do tênis. Sampras apurou o saque-voleio até ao nível da arte.

    E Federer… junta um pouco disso tudo, aliado a uma técnica impressionante. Ver um jogo dele, muitas vezes, faz a gente esquecer o resultado, esquecer que algo está em disputa. É parar, sentar e apreciar. É ver não um “novo Pelé”, mas algo que mistura a habilidade de Pelé em executar bem todos os movimentos e saber escolher o mais eficaz para aquela jogada com o prazer de jogo de um Garrincha, sempre pronto a sacar um drible diferente do chapéu, aquele em que ele faz o ponto e a única reação do adversário é perguntar se precisa pagar ingresso pra ver aquilo de tão perto.

    Melhro de sempre? Aceito quem diz Laver, aceito quem diz Borg, aceito quem diz Sampras. Mas, pra mim, Federer é o melhor de todos. Pelo que faz dentro das quadras e pela personalidade que mostra fora delas.

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    Robinson

    Realmente eu não vi muito sobre o Rod Laver, mas já li e ouvi muito. Enxergo ele como um Juan Manuel Fangio, o primeiro gigante no esporte, uma referência de uma “era romântica” do esporte cuja influência vai perpassando as gerações de atletas.

    Já o Federer, que eu acompanhei bem a carreira por já acompanhar o esporte havia algum tempo antes dele aparecer, realmente ele é muito diferente de todos os outros que eu já vi. Ele sim é o Pelé da raquete.

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    Andre L

    Também só vi o Laver por Youtube e relatos… não sou do tempo da raquete de madeira! :-)

    Difícil falar em “melhor de sempre”, porque isso implica comparar épocas diferentes. Mas o Laver tem números incriveis. Fechou o Grand Slam durante a era amadora (1962). Depois, ficou quatro anos fora das quadras por ter se profissionalizado, e na época os torneios principais só aceitavam amadores competindo. Em 1969, quando essa proibição caiu, Laver voltou a jogar, já com mais de 30 anos, e fechou de novo o Grand Slam. O único até hoje a fechar duas vezes. E, de lá pra cá, ninguém mais fechou o GS pra valer – só o Career Slam.

    Pra botar lenha nessa fogueira, o próprio Laver diz que o melhor de todos os tempos foi Ken Rosewall, que só não ganhou tudo que tinha pra ganhar oprque se tornou profissional mais cedo que os outros.

    Por isso que fico com o Robinson: Federer é o maior de todos os meus tempos, ou seja, de 1986/87 pra cá, que são minhas lembranças mais antigas do esporte.

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    Bender

    Em qualquer esporte existem as ponderações de épocas distintas, disparidade tecnológica, posições diferentes e etc. céteris páribus…
    Acho que não rola assim no futebol não. Tem a bobajada dos argentinos com relação ao Maradona, quando é claro que o adversário do Pelé em ser o melhor de todos os tempos é o Garrincha. Porém, o Pelé é sumidade. E não é todo dia que apontam um jogador como “o melhor de todos os tempos” não.
    Na F1 levou 50 anos para os mais analíticos apontarem alguém superior ao Fangio.
    Na verdade inflei meu comentário. Inicialmente era apenas referente ao Pete Sampras x Federer. Há pouco tempo muitos diziam que o americano era o melhor de todos os tempos. Hoje os mesmos já falam do suiço.

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    Victor

    Eu não acompanho de perto o esporte, mas pelo pouco que me chega, quando a boca miúda começa a apontar um “melhor de todos os tempos” há um baita embasamento nos feitos do sujeito, que em competições, competidores e objetivos similares não fica assim tão nebuloso.

    Foda é apontar “o melhor escritor de todos os tempos”, o “melhor médico de todos os tempos”, etcetera.

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    Andre L

    Garrincha é o “melhor driblador genial”, Maradona é “o melhor dos anos 80” (exceto para os flamenguistas), Romário é “o melhor na área”. Pelé é o melhor – não precisa de aposto. Mas vai deixar de ser à medida em que tivermos menos gente que o viu ao vivo.

    Talvez daqui a 50 anos, Messi e CR7 vão ser vistos como “os melhores de todos os tempos”. E Pelé o que é pra gente hoje um Di Stefano, “dizem que o cara era muito bom”. Como o Laver.

    Criterios subjetivos: eu acho Fulano melhor. Não dá pra argumentar muito.

    Critério objetivo: Fangio, penta, Schumacher, hepta. Critério objetivo: Sampras, 14 slams e 286 semanas no topo do ranking. Federer, 17 slams e 287 semanas, contando.

    Mas nenhum esporte é só números. Ser tricampeão quando corre contra Senna, Prost e Mansell vale mais ou menos do que ser hepta contra Barrichello, Hill e Hakkinen? Ganhar 3 slams enfrentando Federer e Nadal e Djokovic vale mais que 20 em uma geração fraca? Messi é isso tudo ou o Barcelona é que é isso tudo, e ele seria mediano se jogasse em outro time? São discussões intermináveis…

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    Bender

    Pois é, pode ser que a maior variação de “melhor de todos os tempos” ocorra no tenis por ser um esporte individual e sem o componente máquina.

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  4. rafael botafoguense
    10/07/12 - 23:48

    Coitado dos ingleses, criam esportes para regojizo alheio. Além do futebol temos o Rugby, onde suas ex-colônias do Hemisfério Sul dominam, inclusive a Austrália ganhou uma copa na cara da Rainha em 1992, o tênis, onde o último título no próprio quintal foi em 1936, e o bete críquete, esporte dominado pelos australianos e indianos, os ingleses nunca venceram uma copa: foram vices por três vezes, a última em 92 pros Paks, haha! Até o Sri Lanka já copou essa bagaça!

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    Andre L

    E pegando teu comentário no Open: o Murray é britânico quando ganha, e escocês quando perde…

    A situação da Grã-Bretanha no tênis é ridícula. Murray é o número 4. OK. Abaixo dele, dentro do top 200, só tem mais dois: James Ward, 154 do mundo (25 anos) e Jamie Baker, 196 (tb 25 anos). Ou seja, nenhuma grande esperança de futuro próximo.

    A situação é tão feia que, apesar das Olimpíadas serem em Londres, nenhum dos 24 convidados extra-ranking é britânico. Não quiseram gastar convite com um cara da casa, por absoluta falta de nomes. Convidaram um indiano, provavelmente pra jogar pra torcida, mas não um inglês. Vai só o Murray mesmo, que tem direito pelo ranking.

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    Bender

    Críquete é febre na Austrália. Disputa com o Rugby a preferência.
    Camarada meu que mora lá há uns 5 anos definiu o Críquete como o “único esporte do mundo no qual a torcida transpira mais que os jogadores”.

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