O Choro e a Vaia
July 26th, 2007 por Victor | Categorias: Uncategorized.Já citado em nossa discussão sobre as vaias no Pan, recebi a autorização para republicar aqui na íntegra o artigo de André Petry na VEJA dessa semana que versa sobre o mesmo assunto.
O choro e a vaia –
“Jade, aos 16 anos, diante da necessidade de superar-se, parece que já começou a aprender tudo. Oscar, aos 49 anos, superou-se tantas vezes e, no entanto, parece que não aprendeu nada”
A ginasta Jade Barbosa, com seus 16 anos, comoveu o país nas provas do Pan ao desequilibrar-se e cair das barras assimétricas. Jade estava em primeiro lugar nos exercícios do dia. Dera um show no solo, no salto e na trave. Estava preparada para ganhar, mas acabou ficando sem medalha. Com um choro aberto no rosto, Jade lamentou sua queda e lembrou que se esforçara tanto nos treinos que não merecia desfecho tão adverso. Até Oleg Ostapenko, o técnico ucraniano que tem fama de gelado, no fim da prova acolheu-a com algo semelhante a ternura. No dia seguinte, Jade, na flor de seus 16 anos, encantou a platéia ao se recuperar do dia anterior e ganhar duas medalhas: ouro no salto, bronze no solo. Estava feliz e, como um dia antes, lembrou que treinara tanto que merecia um prêmio.
É bom o exemplo de Jade num país tão descrente de si mesmo. Sobretudo porque, aos 16 anos, na sua primeira competição para adultos, Jade já tem o que ensinar aos mais velhos – por exemplo, a Oscar Schmidt, legenda do basquete brasileiro.
Talvez nenhum atleta brasileiro tenha chorado tanto
É estranho um atleta, logo um atleta, exibir tanto desprezo pelo trabalho de outro atleta e, ainda por cima, desconhecer a diferença entre esporte coletivo e individual. Como desafiam apenas um atleta, e não um conjunto deles, os esportes individuais costumam cativar a platéia, que tende a torcer pelo sucesso do competidor e a lamentar seu eventual fracasso, não importando o time que defende ou o país de onde vem. Não é como no vôlei, no futebol ou no basquete de Oscar. Não é como diante do presidente
Oscar não entendeu isso. Desinibidamente, vaiou qualquer estrangeiro. “Vai cair, Chile”, berrava para um atleta chileno. “Vai escorregar”, gritava para um americano, indiferente aos apelos vindos do sistema de som do ginásio, que pedia aplausos para todos os atletas.
Jade, aos 16 anos, diante da exaustiva maratona de treinos, diante da necessidade de superar-se, parece que já começou a aprender tudo. Oscar, aos 49 anos e uma carreira singularmente vitoriosa, treinou tanto, superou-se tantas vezes e, no entanto, parece que não aprendeu nada.
Muito pertinente colocar o artigo nos registros do Blá Blá Gol. De antemão, agradeço e louvo ao jornalista André Petry por ter sido uma das primeiras e únicas vozes da imprensa a colocar os pingos nos i’s e analisar adequadamente o comportamento da torcida brasileira.
Agora é a vez das madalenas arrependidas. Hoje cedo no Redação SporTV, o discurso sobre a atuação da torcida nas pistas do atletismo era bem diferente.
Mas o Blá Blá Gol SEMPRE fez questão de deixar claro: animação e bagunça são duas coisas completamente distintas, e respeito é bom e qualquer um gosta.
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Muito bom o texto do maluco. Escreve muito bem.
Só que, assim como deve-se respeitar o direito de quem quer ficar quieto, deve-se respeitar também quem pagou ingresso e quer torcer do seu jeito, dentro dos limites, lógico.
Mais esquisito ainda é ele diferenciar o Oscar dos demais, por esse ter sido um atleta. Na arquibancada todos são iguais.
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Acho que o Oscar deve ser punido com 120 dias para dar o exemplo.
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Quero ver ele ir lá e falar isso na cara do Oscar, aliás na cara não tem como, talvez no umbigo.
Eu acho que punição é obrigar o maluco a assistir 120 competições de ginástica…
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Oscar esta perdendo a compustura, ele pode ter entrado como qualquer outro no ginazio mas deveria dar exemplo como esportista, ele ja eh noticia por se fazer de violento em uma partida de basquete com jogadores do flamengo e nao era partida oficial somente uma pelada. vai entender o cara.
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A bem da verdade, Oscar se retratou publicamente sobre o episódio das vaias na ginástica.
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Mandou mal ao se retratar.
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[…] vaias, já cansadamente discutidas aqui, mas tudo normal. Nada que ultrapassasse o limite, nada ilegal. […]