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Merci beaucoup, Gugá!

May 26th, 2008 por | Categorias: Editorial.

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Esse final de semana foi marcado pela despedida oficial do maior tenista brasileiro de todos os tempos, o manezinho que levou o Brasil ao primeiro lugar do ranking mundial da Associação de Tênis Profissional – um lugar até então desconhecido e utópico no imaginário coletivo tupiniquim: Gustavo Kuerten, um brasileiro de Santa Catarina, o carinhosamente conhecido Guga.

Guga ergueu três vezes a taça em Roland Garros, um dos torneios mais tradicionais do tênis mundial. Não obstante, tornou-se reconhecido no meio como um dos maiores especialistas das quadras de saibro. Ganhou seu dinheiro honesto, juntou suas conquistas e nunca deixou de ser um cara família. Jamais perdeu a humildade. E nem mesmo a paciência, na época que era crucificado pela sua queda de rendimento justificada por uma lesão que o perseguiria para o resto da carreira.

Guga fez o tênis acontecer no Brasil. E ainda assim, encontrava resistências dentro da confederação brasileira do esporte (vai entender brasileiro…). As escolas de tênis viram acontecer um boom de alunos da noite para o dia, alavancado pela performance do brasileiro nas quadras do mundo inteiro, e todos dando suas raquetadas ao som do “ãhmm” que se tornou a marca pessoal do ídolo.

O que não dá pra entender é como todas as homenagens que Guga está recebendo – as mais apaixonadas, fervorosas e sinceras – são na França. Roland Garros e seu público amam de coração o catarinense, e a despedida do tenista não poderia ser mais emocionada da sua parte e da parte de seu fiel público, uma verdadeira legião de admiradores.

Ser brasileiro é foda. O mundo inteiro gosta da gente pelo perfil, pela simplicidade, pelo carisma.

Mas aqui dentro mesmo estamos anos-luz de servir de exemplo quando o assunto é o reconhecimento. Nesse ponto, é foda ser brasileiro…

Guga, obrigado por tudo. Ainda que eu mesmo não seja um notório apreciador do tênis, sei sim reconhecer um grande exemplo de brasileiro quando este leva o nome do Brasil com dignidade onde quer que vá.

Valeu, manezinho!

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17 Comentários para “Merci beaucoup, Gugá!”

  1. Rafael
    26/05/08 - 13:01

    Belo post! Merecido e oportuno.

    Valeu Guga!

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  2. Serginho Valente
    26/05/08 - 13:10

    Valeu Guga! Grande cara.

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  3. Gaburah
    26/05/08 - 16:49

    Belíssima homenagem na França.
    Um troféu magnífico, que muitos que chegarão às finais gostariam de estar ganhando como o herói que caiu ainda na primeira rodada.
    Essa é uma das fotos que ficam eternizadas na história do esporte brasileiro, e é uma honra poder guardá-la aqui no Blá Blá Gol.
    Roland Garros em 2008 é novamente do Guga:

    Agência/Reuters

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    Victor

    O que o cara fez por lá não é pouco não.
    Merecedíssimo o reconhecimento.

    Premia não apenas suas conquistas em Rolanga, como acaba sendo um prêmio pela perseverança do cara em tentar jogar o tenis mesmo com todos os problemas físicos por tanto tempo.

    Vindo dos franceses, os mesmos que premiaram Pelé como Atleta do Século, este prêmio tem mais valor ainda.

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  4. Zargarotinho
    26/05/08 - 17:51

    Muito bom mesmo! Exemplo de profissional e pessoa. Uma pena o país não ter aproveitado um fenômeno como este.

    Tomara que um dia os brasileiros entendam o que o cara conquistou e reconheçam tal feito.

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  5. Victor
    26/05/08 - 19:00

    A alegria pelo desempenho individual de Guga e até mesmo pela valorização do nome do Brasil neste esporte, uma vez que o próprio Guga sempre estreitou a sua relação de ser brasileiro contrasta com a triste realidade que tem uma política formadora de esportistas no País muito aquém das possibilidade do mesmo.

    Este é o País dos grandes pilotos de F-1 ou velejadores. Atletas que bancam por si próprios seu hobby que torna-se esporte.

    Se não me engano, o 1º Roland foi em 1997.
    Guga viveu o auge e longa agonia, mesmo assim em quadras.
    Quando ficou evidente que não mais poderiam extrair da galinha dos ovos de ouro, passaram a marretá-lo, ao invés de usufruir do esforço do mesmo em continuar nas quadras, com sua condição de ídolo, para formar uma mentalidade para esse esporte, como foi feito no voley, que seguiu vitorioso, ou como abandonado no Basquete, que segue perdedor.

    Guga ficou relegado em seu período de contusões, pois aqui valoriza-se não apenas a vitória, como simplesmente o momento da vitória.

    Isso me leva aos pilotos brasileiros de F1 atuais, Rubinho, Massa e Nelsinho.
    Por conta deste ufanismo de querer apenas a vitória, a pressão e expectativas são rigorosamente iguais e passam sempre por 3 momentos:
    1º – O piloto não tem um carro de ponta, os comentários giram em torno que é um grande piloto que será campeão mundial assim que tiver um carraço nas mãos (isso vale para os outros que passaram pela F1)
    2º – O piloto finalmente vai para um carro de ponta como 2º piloto (Rubinho e Massa) e a pressão fica enorme. Cria-se expectativa que ele corra de igual para igual com o Primeiro piloto e que não há motivos para ser campeão mundial. Ele é “O Bom”, mas é preterido pela equipe ou “leva azar”.
    3º – O piloto não ganha um Mundial nos dois, três anos com carro de ponta e depois vai para um menor. É motivo de chacota só. Passa a ser considerado um dos piores da história da F1, muito embora no 1º momento tenha sido considerado uma das maiores promessas do Brasil-sil-sil de todos os tempos depois de Senna. Passa a servir apenas de motivo de chacota.

    ****

    Enquanto Guga fazia sucesso, tome apressadinho definindo um “novo Gustavo Kuerten”. Enquanto isso, a Argentina montava uma equipe de tenistas de primeiro time…

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  6. paulo affonso
    26/05/08 - 20:44

    Gaburah é o meu herói.
    O cara tem uma sensibilidade do cacete e só podia vir dele esta homenagem. Valeu Gaburah e Valeu Guga.
    Faltou só dizer que ele ganhou a Copa do Mundo, contra Agassi, Sampras e outros. Não é o Pelé do tênis mas fez história.
    Outra coisa. O Guga não é unanimidade aqui no Brasil, tá certo, mas…nos EUA ninguém nunca deu bola pra ele também.
    A imprensa aqui é pernóstica pra caramba, mas a cobrança era até natural pelo que ele já tinha produzido.
    O caso do Barrichelo é diferente.

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    Gaburah

    O cara tem uma sensibilidade do cacete e só podia vir dele esta homenagem.

    Valeu, Paulo Affonso! Mas nós, os Gustavos, temos que permanecer unidos para conseguir cumprir o nosso plano: dominar o mundo! MMMMMUUUUUAAAAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

    Guga merece toda a homenagem. Gente de bem não é uma raridade tão grande como a TV e os jornais querem nos fazer acreditar, e por isso mesmo precisa ser enaltecida sempre que passa por nossas vidas.

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  7. Pablo Martinez
    27/05/08 - 1:18

    O primeiro torneio de saibro que tenho na memória foi uma final vencida por Lendl, acho que em 87, contra Wilander (nessa época dava os primeiros passos com uma raquete na mão).

    No ano seguinte Wilander sagrou-se campeão.

    Infelizmente não pude ver (não era do meu tempo) o Bjorn Borg. Só Rolang Garros acho que ele ganhou umas 6. Absoluto.

    Vi outros grandes jogadores especialistas no saibro como Sergi Brugrera, Thomas Muster, Moya, Agassi (a escola espanhola é fortíssima no saibro. Aliás, a argentina também).

    Mas de todos que vi jogar no saibro, sem dúvida o que foi mais impressionante e genial foi Gustavo Kuerten. Dava gosto de ver oas cruzadas em cima da linha, as paralelas mortais inalcançáveis e até do meio para o fim de sua carreira a impressionante evolução no seu saque, poderoso e certeiro.

    No saibro, Guga foi um maestro. Merece todas as homenagens. E no ano que ganhou o masters, acho que em 2000, acho que foi a melhor participação individual de um tenista durante todo o ano no circuito. Excelente em todos os pisos e condições.

    A conquista de Kuerten no Master foi valorizada pois na época a concorrência era de altissimo nível como Sampras, Agassi, Magnus Norman, Patrick Rafter, Lleyton Hewett…

    PARABÉNS GUGA, sempre o nº 1 brasileiro.

    Em tempo, Nadal é outro que vai ser monstro, se já não se pode dizer que é. Nos últimos 3 anos em Paris só deu ele. Com 22 anos (acho) já igualou guga, e ainda tem muita coisa para mostrar. O espanhol pode bater o récorde de Borg.

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  8. Pablo Martinez
    27/05/08 - 1:19

    Xi, mandei mensagem mas nao apareceu… Putz, foi um texto enorme!
    Parei.

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  9. Pablo Martinez
    27/05/08 - 1:21

    Faltou citar Boris Becker.. O alemão era muuuuuuuuito sinistro!

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  10. Marcelão
    27/05/08 - 10:52

    Linete que tem andado triste pelos cantos

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  11. Rafael
    27/05/08 - 10:56

    “O Guga não é unanimidade aqui no Brasil”

    Paulo,

    Nunca ouvi ninguém aqui no Brasil (ou do Brasil) dizer que o Guga foi ruim, que “não serve pra nada”, ou que sua aparição tenha passado em branco.

    Todos aqui no Brasil reconhecem sim o valor do fenômeno Guga. Lembro da época na qual ele foi nº 1 do mundo. Cara, um brasileiro Nº 1 DO MUNDO NO TÊNIS.

    Guga era ovacionado com toda justiça, pela mídia e por todos. Lembro até de uma parte considerável da minha turma da Faculdade matar aula de manhã para ver jogos do Guga em Rolanga, em 2000, 2001… não chega nem perto do nível de uma Copa do Mundo, mas era incrível aquilo por uma partida de tênis (!!!).

    Se falta reconhecimento, homenagens… aqui pelo Brasil, a tal Confederação de Tênis que deve ser cobrada. Pra mim é a principal responsável pela falta de apoio ao esporte e não ter aproveitado o momento Guga.

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  12. Rafael
    27/05/08 - 11:04

    “O caso do Barrichelo é diferente.”

    Concordo com Paulo e vou mais além.

    Achei as comparações do Victor com a F1 meio que sem sentido. Há várias diferenças de uma coisa para outra.

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  13. Rafael
    27/05/08 - 11:15

    Pablo, eu comecei a acompanhar o tênis mais ou menos na mesma época que vc. Rolava uma disputa entre Ivan Lendl e Boris Becker. Tinha um francês que aprontava de vez em quando tb, Yannick Noa. Ficava puto pq o Cássio Mota nunca disputava nada de relevante.

    Quando vi Gabriela Sabatini gostei de vez do tênis. Acompanhava o máximo que podia do tênis feminino. Eu achava até a Stef Graff gatinha.

    Quando pude finalmente acompanhar um brasileiro disputando com os melhores do mundo foi demais.

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  14. Victor
    27/05/08 - 22:35

    Agora eu vi as conquistas do Manezinho e de fato é algo de outro mundo.

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  15. Robinson
    28/05/08 - 0:26

    Eu estava até com uma homenagem ao Guga no forno, quando vi o texto do fantástico Homem Gaburanha…

    Ele encerra a carreira como um ícone do carisma no esporte. Ele jogou tênis porque adorava jogar, e quanto melhor fazia, mais amava tudo aquilo.

    Agora, ele que vá pegar onda, com o mesmo sorriso e simplicidade, que conquistaram títulos e admiradores por todo o mundo.

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