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Mercado Potencial do Eixo

June 20th, 2012 por | Categorias: Números.

Pesquisas sobre o tamanho de torcidas é assunto recorrente. Pesquisa sobre o potencial de consumo das mesmas é mais complicado.

André Bona, consultor financeiro e colaborador do Blá Blá Gol, nos ajudou coletando alguns dados e fazendo os cálculos.

Basicamente, pegou-se a parcela das torcidas dos 4 grandes de SP e do RJ no estado de origem e comparou-se com as respectivas rendas per capta dos estados. A parcela restante de cada time foi ponderada pela renda per capta nacional. É um modelo simplificado. Mas lembre-se que os pesquisadores acadêmicos chamam modelos de abstrações da realidade.

O próprio Bona explicou a metodologia:

PIB SP/população = PIB percapta
Pib percapta SP x torcida gambá = PIB SP gambá
PIB Brasil – PIB SP = PIB resto do país
PIB resto do país / população resto do país = PIB Brasil (fora SP) per capta
PIB fora SP per capta x torcida gambá fora SP = PIB BR gambá
PIB BR gambá + PIB SP gambá = PIB torcida gambá
Fazemos o mesmo para o urubu. E comparamos os PIBs.

Seguem os resultados

Mercado Potencial dos times de SP e RJ (em R$)

O maior mercado consumidor de cada time está em seu estado de origem. O Flamengo, detentor dessa menor porcentagem, tem 72% do seu potencial espalhado nos outros estados. Vasco e Botafogo seguem a mesma tendência descentralizadora dos cariocas. Fluminense foge um pouco à esse padrão.

Já em São Paulo ocorre o contrário. Os 4 grandes têm maior potencial dentro do estado de origem, com o ápice de concentração no Santos, 70%. Dos 8 times, o Palmeiras é o chega mais perto de um equilíbrio. Já o Corinthians tem a vantagem de ter a maior torcida no estado mais populoso e mais rico da federação.

Dessa forma, Bona concluiu:

O PIB da torcida do urubu deu 625 bi contra 589 bi do gambá.
O PIB do gambá em 1 estado (SP) é de 370 bi. O PIB do urubu em 1 estado (RJ) é de 174 bi.
A vantagem total é do urubu. A vantagem relativa é do gambá. O urubu, tem 451 bi de PIB espalhado em 25 estados.
Se um anunciante anunciar só no estado de SP, abocanha um mercado de 370 bi = 62% do PIB gambá.
Um anunciante do urubu precisa anunciar em 25 estados para pegar 451 bi.

É um indicador da dificuldade atual do Flamengo para fechar bons contratos de patrocínio e o Corinthians estar sempre nas primeiras colocações nesse ponto.

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20 Comentários para “Mercado Potencial do Eixo”

  1. Victor
    20/06/12 - 14:18

    Não gostei muito da inferência final.

    Eu acho que para a TV é mais pesado ter de transmitir Flamengo que Corinthians. Só que para o Flamengo e para o anunciante dele, a exposição está garantida. Na prática, o Flamengo é transmitido para onde está seu público.
    O custo para o anunciante levar sua marca ao torcedor do Flamengo é o mesmo que o do Corinthians uma vez que a TV já se encarrega disso.

    O que pesa, na minha opinião, é que o público-alvo do Flamengo é menos valioso que o do Corinthians, porém, uma vez que o anunciante decide entre estar na camisa do Fla ou do Corinthians, a dificuldade em chegar ao seu público-alvo é a mesma.

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    André

    Eu acho que a facilidade e viabilidade do gambá é maior, sem dúvida.

    vejamos sobre os patrocinadores potenciais. Se alguém vai estampar na camisa do corinthians, basta que atenda o MERCADO PAULISTA, que terá uma viabilidade sensacional e grande mercado.

    Então, o mercado anunciante no gambá é de TODAS as EMPRESAS que existem e atuem no mercado de SP.

    No caso do urubu, o mercado anunciante já toma um grande filtro. Ele compreende basicamente todas as empresas que atuem e vendam nos 26 estados da federação. Ou seja, poucas e megas. Poucas e megas tem diversas outras alternativas de investimento para alcançar seu público, além de uma preocupação excessiva com relação a vinculação de sua marca. Uma empresa que se basear no mercado do RJ, terá um potencial de retorno na metade do gambá. Por isso, acredito que as verbas para o gambá podem ser bem maiores por dois motivos: mais anunciantes potenciais e concorrência entre os anunciantes, o que eleva o preço.

    De toda forma, gostaria de sugerir ao bender que colocasse mais dados da planilha. Inclusive os dados que informam da concentração do potencial, que acabou ficando pra trás, e é significativo na análise relativa.

    É um indicador da dificuldade atual do Flamengo para fechar bons contratos de patrocínio e o Corinthians estar sempre nas primeiras colocações nesse ponto.

    Não acho que isso realmente faça sentido. Pois um patrocinio, ainda que menor, não é pior do que nenhum.

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    Victor

    Sim. Eu pensei nessa porra.
    O Flamengo é melhor aproveitado por uma Lojas Americanas ou Banco do Brasil.

    Só que na prática, os anunciantes do Corinthians tem sido marcas nacionais, pelo menos.

    Dessa forma, acredito que tanto Flamengo quanto Corinthians, para o anunciante MASTER, transcederam os anunciantes locais, ainda que estes sejam Rio de Janeiro e São Paulo.
    Talvez os potenciais concorrentes tenham peso irrelevante, porém… mantenho o pensamento que o público-alvo, para uma mesma empresa de abrangência nacional corinthiano é mais qualificado que o flamenguista e aí que mora a diferença para a inferência proposta.

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    André

    Certo, entao na sua ótica nao seria mais dificil para o urubu conseguir o tal patrocinador como sugere Bender…

    Mas gostaria de entender a origem de sua afirmação sobre a qualificação do publico corinthiano…

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    Bender

    “Foi pra dar todo o respaldo ao “estudo” que colocou o urubu em primeiro… rs…” […]
    “gostaria de sugerir ao bender que colocasse mais dados da planilha. Inclusive os dados que informam da concentração do potencial, que acabou ficando pra trás, e é significativo na análise relativa.”

    Não alterei nada na planilha. Apenas olhei, entendi e coloquei o resultado aqui. A única coisa que incluí foram exatamente os percentuais dos times no estado de origem e fora, que informam a concentração.

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    André

    tudo bem. embora a planilha que vc postou inclua na metodolgia tudo o que foi considerado, acho que seria legal o cabra ver as torcidas dentro e fora da origem.

    usando essa mesma planilha, por exemplo, comentei da inviabilidade do engenhão apenas como campo do botafogo, pelo número de torcedores no RJ ser inferior a 1 milhão.

    Acho que ela pode desdobrar diversas outras considerações, se aparecer mais destrinchada. Mas enfim, é uma sugestão.

    Além disso, ela mostraria, de forma mais expressiva, a diferença entre o potencial do gambá no próprio estado e do urubu no proprio estado. onde verás o dobro de publico e mais que o dobro de pib.

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    Bender

    “seria legal o cabra ver as torcidas dentro e fora da origem”
    Mas isso está ponderado pela renda. São os percentuais que eu incluí e estão na tabela do post ao lado do resultado que vc chamou de “PIB total da torcida”.

    “comentei da inviabilidade do engenhão apenas como campo do botafogo”
    Eu vi. E disse lá no open-bar pra vc colar esse comentário aqui nesse post. Acho uma boa.

    Bona, como disse no início desse assunto (antes de vc me enviar a planilha), minha ideia é separar a participação das torcidas dos times em cada estado e ponderar pelo PIB de cada estado. O mapeamento fica “mais completo”. Mas vai dar muito trabalho e deve demorar.
    Quando sobrar um tempo, vou começar incluindo MG e RS na planilha e rodar o modelo. É longo prazo.

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    Bender

    Falo do que vejo desde que o Flamengo deixou de ser o outdoor da Petrobras. É incrível como existe essa dificuldade do CRF em fechar bons patrocínios. O Flamengo nos últimos 2 ou 3 anos nesse quesito está abaixo do Corinthians e Palmeiras, e pouco acima do Santos e São Paulo.
    Como constata-se pelas contas do Bona, o potencial rubro-negro é maior que esse efetivo que temos hoje. A não ser que a questão da centralização tenha uma força grande (acima do que achamos) na visão dos anunciantes.

    Na questão da TV entram muitas variáveis. Deve ser interessante pegar um planejamento estratégico deles. É mais um fator complicador no entendimento da dificuldade do patrocínio para o CRF, dado que a visibilidade estaria garantida e qualquer matuto de São Paulo, ou do Acre, tem TV hoje em dia.

    O tamanho do alvo, para esse público-alvo, deve variar de acordo com os times envolvidos, jogadores, personagens, campeonato, fase… por ex. esses dois jogos Gambá x Peixe pela semi da Liberta deve ter passado pro país inteiro. É Tímão mêu, é Neymar, Libertadores… não é raro perceber que quando não tem time carioca jogando, e é um Inter x mexicano, a Globo coloca pro Rio um filme bosta qualquer.

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    André

    eu acho que o fator do urubu ter essa dificuldade tem relação com a capacidade de venda mesmo.

    interessante observar como a globo para o futebol (como um todo) nao tem dificuldades para fechar mega patrocinios. Itaú e por aí. Compram o clube? nao. compram o futebol, o campeonato. interessante isso…

    Mas nos times, a dificuldade é monstruosa. na verdade, qdo penso nisso, vejo que o anunciante mega que compra globo, tá comprando o futebol, nao interessa qual será o time. e aparece para TODOS. associar a marca a um clube, talvez possa significar desassociar de vários outros. tomar partido (um time em detrimento de outros) para empresas nacionais, pode ser uma decisão complexa.

    E aí, se vc pega o pib geral, em todo lugar. com certeza pro cara que faz um mega anuncio que envolve SP, RJ, MG e DF, o resto vem na urina. é só um custinho de merda. Na verdade, deve ser assim: vc anuncia pra RJ, eu te dou RJ e ES. vc anuncia pra BA e PE, te dou SE, PB, AL, RN… e por aí vai.

    O mega anunciante, ao anunciar no futebol, ganha sempre. o mega anunciante ao anunciar no time a, depende do time A, da gestao do time A e, até mesmo da conduta do time a, em termos de gestão e responsabilidade social.

    polarizar, aumenta o spread da tv. mas pro mega anunciante que compra o campeonato todo, é indiferente.

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    Bender

    Não sei se vc viu, mas lá em 2009 o Zé deixou uma revista aqui na minha mesa e resolvi registrar aqui
    http://www.blablagol.com.br/spread-global-5445
    Tem a ver com o assunto.

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  2. André
    20/06/12 - 20:35

    O que pesa, na minha opinião, é que o público-alvo do Flamengo é menos valioso que o do Corinthians, porém, uma vez que o anunciante decide entre estar na camisa do Fla ou do Corinthians, a dificuldade em chegar ao seu público-alvo é a mesma.

    Victor, quanto ao valor dos dois, a metodologia que usei traça um PIB relativo. Está considerada a diferença entre o PIB de SP e o PIB do país. Então, o PIB do urubu, calculado na planilha contempla o pib menor. Se vc calcular o pib do urubu dividido pela torcida, verá que o PIB per capta do urubu é MENOR que o PIB per capta do gambá.

    Sobre a TV chegar a todos, tudo bem. Mas de que adianta uma anunciante que NAO VENDE em Roraima, atingir RORAIMA? Nada. É dinheiro jogado fora.

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    Bender

    Petrobras, P&G, Banco do Brasil, Samsung, Fiat… vendem em Roraima.

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    André

    perfeito! Agora me diga se é a presença ou nao de Roraima que torna o investimento atrativo ou nao. irrelevante.

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    André

    e imagine ficar fora de sp…

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  3. André
    20/06/12 - 20:38

    Bender me qualificou bem. Foi pra dar todo o respaldo ao “estudo” que colocou o urubu em primeiro… rs…

    Lembrando que esse modelo pressupõe acerto nos tamanhos de torcidas… o que é meio dificil de crer… mas, enfim… é o que temos.

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  4. Thun
    21/06/12 - 9:31

    Eu diria que o motivo dos times do Rio estarem com um mercado descentralizado devido ao descenso de equipes importantes no âmbito estadual como América, Bangu e por aí vai. Sem contar que os times postos para substituí-los não tem feito o melhor dos desenvolvimentos, vide Duque de Caxias, Madureira e Macaé que estão na Série C.

    Para justificar o grande mercado consumidor dos times de São Paulo no próprio estado, isso se deve ao fato de São Paulo ter um grande número de times nas divisões brasileiras, a ponto de cada munícipio ter seu grande time. Santo André, São Caetano, Marília, Bragantino, Portuguesa e Ituano são alguns exemplos.

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    André

    Interessante… mas não entendi a conexão de suas idéias.

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  5. Os potenciais de Engenhão, Laranjeiras e afins
    22/06/12 - 8:47

    […] desses cruzamentos determinar o que seria o PIB de cada uma das 8 torcidas, que seria um indicador importante de potencial de mercado. […]

  6. Victor
    25/06/12 - 11:58

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  7. gmochel
    29/10/12 - 23:27

    Mas tem um fator que você não ponderou. Seria melhor para uma empresa que a marca dela fosse visível na maior parte do território nacional. E isso ocorre com flamengo e vasco, os jogos dos times cariocas são transmitidos muito mais vezes para todo o brasil do que os paulistas. isso causa uma visibilidade imensa.

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