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Manifesto #MIMIMI – Remember, remember the Fifth of November…

September 25th, 2013 por | Categorias: Estrutura, Futebol, TV.

Arranquei o preâmbulo salvacusístico aludindo o trabalho a um reles devaneio brainstórmico, retirei a menção final polida que críticas e sugestões seriam bem-vindas e tasquei um CTRL-C CTRL-V sem ler porra nenhuma do desenvolvimento, nem para colocar uma ilustração ou ressaltar uma quote que seja. Poderei cornetear dormindo o sono dos justos.

Por Alexandre N.

Muito se reclama sobre o modelo atual de distribuição de cotas de televisionamento do Campeonato Brasileiro, este onde cada clube negocia diretamente com a emissora de TV. O modelo anterior, onde as cotas eram negociadas por uma entidade que representava os clubes também sofria críticas. Então, tendo em vista que somos um povo naturalmente insatisfeito e corneteiro, por que não analisarmos os modelos seguidos por outros centros? Sendo assim, começamos com o campeonato que possui a fama de ser o mais justo a todos os clubes. Mas será que este modelo é realmente tão justo assim?

A Premier League foi criada no final da temporada 1990-1991, com a promessa de que traria mais dinheiro para os clubes. O acordo dos membros fundadores foi assinado em 17 de julho de 1991 e estabeleceu os princípios básicos para a criação da FA Premier League. A divisão recém-formada teria independência comercial da Football Association e da Football League, dando a FA Premier League licença para negociar a sua própria transmissão e contratos de patrocínio. O argumento dado na época foi que esta renda extra auxiliaria os clubes ingleses poderem competir em pé de igualdade com equipes de toda a Europa (lembrando que os clubes ingleses vinham de um período de banimento que durou cinco anos devido aos incidentes ocorridos na Tragédia de Heysel). E esta Liga funciona da seguinte forma: A Premier League é operada como uma corporação e pertence aos vinte clubes participantes. Cada clube é um acionista com direito a voto em questões como mudanças de regras e contratos. Os clubes elegem um presidente, um diretor executivo e um conselho de administração para a supervisão das operações diárias da Liga. O atual presidente é Anthony Fry, nomeado em 2013, que substituiu Sir Dave Richards, que estava no cargo desde 1999 (e olha que aqui no Brasil este tipo de situação é considerado um absurdo!), e o diretor executivo é Richard Scudamore nomeado em novembro de 1999. A Football Association não está diretamente envolvida nas operações do dia a dia da Premier League, mas tem poder de veto como acionista especial durante a eleição de presidente e diretor executivo e quando novas regras são aprovadas para o campeonato (afinal de contas, posso até deixar você achar que você faz o que quer. Mas na hora que eu disser que amarelo é azul, você abaixa a cabeça, aceita e não discute).

A temporada de estreia da nova Liga foi a de 1992-1993, e para esta temporada (e todas a outras que se sucederam) foi definido pelos 22 clubes fundadores (número que foi diminuído para 20 em 1995) que a divisão das novas cotas de televisionamento negociadas seria feita da seguinte forma:

  • 50% do total são compartilhados igualitariamente entre os 20 clubes que disputam a competição;
  • 25% baseado em mérito, de acordo com a posição final do clube na Liga, sendo que o primeiro colocado recebe vinte vezes o valor do último;
  • 25% variam pela audiência e pelo número de jogos do clube exibidos pela emissora de TV (cada clube terá, no mínimo, dez jogos transmitidos);
  • O valor da venda dos direitos de transmissão para outros países é dividido igualmente entre os clubes.

A Liga vendeu os direitos de transmissão dos jogos para o canal fechado BSkyB. Cabe ressaltar que na Inglaterra é ilegal assistir ou gravar programas de TV sem ter licença. Lá existe uma única empresa de transmissão de TV aberta, a BBC, que não transmite propaganda. O canal é sustentado pelos próprios telespectadores mediante o pagamento de um imposto chamado TV License e há uma diferença de valores de acordo com o tipo de exibição desejada. Atualmente, o valor de transmissão em cores custa £ 145,50 e em preto e branco £ 49,00, sendo que este valor pode ser pago anualmente ou de forma parcelada (mensalmente ou mesmo semanalmente). A primeira venda de direitos de transmissão para a BSkyB foi por 304 milhões de libras, contrato válido por cinco temporadas. O contrato seguinte, que seria válido a partir da temporada 1997-1998, teve seu preço aumentado para 670 milhões e teve duração de quatro temporadas. O terceiro contrato foi um negócio de 1,024 bilhão de libras com a BSkyB para três temporadas, de 2001-2002 a 2003-2004. O campeonato conseguiu 320 milhões com a venda de seus direitos internacionais por um período de três anos, de 2004-2005 a 2006-2007. Os direitos foram vendidos de território por território. O monopólio da BSkyB foi quebrado a partir de agosto de 2006, quando a Setanta Sports recebeu os direitos de exibir dois dos seis pacotes de jogos disponíveis. Isso ocorreu após uma insistência por parte da Comissão Europeia de que os direitos exclusivos não devem ser vendidos para uma única empresa de televisão. BSkyB e Setanta pagaram um total de 1,7 bilhão de libras, um aumento de dois terços. A Setanta também tem direito a um jogo ao vivo às quinze horas exclusivamente para os telespectadores irlandeses. A BBC manteve os direitos para mostrar os melhores momentos das mesmas três temporadas (em Match of the Day) por 171,6 milhões, um aumento de 63% sobre os 105 milhões de libras que pagava no período de três anos anterior. A Raidió Teilifís Éireann transmite o pacote de melhores momentos na Irlanda. Os direitos de transmissão televisiva para o exterior foram vendidos por 625 milhões, quase o dobro do contrato anterior. O total arrecadado a partir desses acordos foi de mais de 2,7 bilhões de libras, dando aos clubes da Premier League uma renda média de cerca de quarenta milhões por ano entre 2007 e 2010.

Os contratos de direitos televisivos entre a Premier League e a BSkyB tem enfrentado acusações de ser um cartel e vários processos judiciais surgiram como resultado disso. Uma investigação da Office of Fair Trading em 2002 estabeleceu a BSkyB como dominante no mercado de esportes da TV paga, mas concluiu que não haviam motivos suficientes para a alegação de que a empresa tinha abusado da sua posição dominante. Em julho de 1999, o método da Premier League de venda de direitos coletivamente para todos os clubes membros foi investigado pelo Tribunal de Práticas Restritivas do Reino Unido, mas foi concluído que o acordo não era contrário ao interesse público. O pacote da BBC de melhores momentos em noites de sábado e domingo, serão exibidos até 2016. Direitos de televisão só para o período de 2010 a 2013 foram comprados por 1,782 bilhão de libras. Em 22 de junho de 2009, devido a problemas encontrados pelo Setanta Sports, depois que não conseguir cumprir o prazo final de pagamento de 30 milhões de libras para a Premier League, a ESPN foi premiada com dois pacotes de direitos do Reino Unido, contendo um total de 46 partidas que estavam disponíveis para a temporada de 2009-2010, bem como um pacote de 23 jogos por temporada, de 2010-2011 a 2012-2013. Em 13 de junho de 2012, a Premier League anunciou que a BT tinha adquirido 38 jogos por temporada de 2013–14 a 2015–16 por 246 milhões por ano. Os 116 jogos restantes foram retidos pela BSkyB, desembolsando um total de 760 milhões de libras por ano. Os direitos para transmissões domésticas do período entre 2013 e 2016 subiram para 3,018 bilhões de libras, ou um bilhão de libras por ano, um aumento de 70,2% em relação aos direitos do triênio anterior.

Para a temporada 2013-2014 a Premier League distribuiu um total de 972,1 milhões de libras para os clubes, que foram distribuídos da seguinte forma:

CLUBE

IGUAL

MÉRITO

JOGOS TRANSMIT.

DIR. INTERNACIONAIS

TOTAL

MAN UTD

£13.803.038,00

£15.117.620,00

£12.961.615,00

£18.931.726,00

£60.813.999,00

MAN CITY

£13.803.038,00

£14.361.739,00

£11.047.387,00

£18.931.726,00

£58.143.890,00

CHELSEA

£13.803.038,00

£13.605.858,00

£8.654.602,00

£18.931.726,00

£54.995.224,00

ARSENAL

£13.803.038,00

£12.849.977,00

£11.525.944,00

£18.931.726,00

£57.110.685,00

TOTTENHAM

£13.803.038,00

£12.094.096,00

£11.047.387,00

£18.931.726,00

£55.876.247,00

EVERTON

£13.803.038,00

£11.338.215,00

£7.697.488,00

£18.931.726,00

£51.770.467,00

LIVERPOOL

£13.803.038,00

£10.582.334,00

£11.525.944,00

£18.931.726,00

£54.843.042,00

WEST BROM

£13.803.038,00

£9.826.453,00

£5.783.260,00

£18.931.726,00

£48.344.477,00

SWANSEA

£13.803.038,00

£9.070.572,00

£5.783.260,00

£18.931.726,00

£47.588.596,00

WEST HAM

£13.803.038,00

£8.314.691,00

£7.697.488,00

£18.931.726,00

£48.746.943,00

NORWICH

£13.803.038,00

£7.558.810,00

£5.783.260,00

£18.931.726,00

£46.076.834,00

FULHAM

£13.803.038,00

£6.802.929,00

£5.783.260,00

£18.931.726,00

£45.320.953,00

STOKE CITY

£13.803.038,00

£6.047.048,00

£5.783.260,00

£18.931.726,00

£44.565.072,00

SOUTHAMPTON

£13.803.038,00

£5.291.167,00

£5.783.260,00

£18.931.726,00

£43.809.191,00

ASTON VILLA

£13.803.038,00

£4.535.286,00

£7.697.488,00

£18.931.726,00

£44.967.538,00

NEWCASTLE

£13.803.038,00

£3.779.405,00

£8.654.602,00

£18.931.726,00

£45.168.771,00

SUNDERLAND

£13.803.038,00

£3.023.524,00

£7.697.488,00

£18.931.726,00

£43.455.776,00

WIGAN

£13.803.038,00

£2.267.643,00

£5.783.260,00

£18.931.726,00

£40.785.667,00

READING

£13.803.038,00

£1.511.762,00

£5.783.260,00

£18.931.726,00

£40.029.786,00

QPR

£13.803.038,00

£755.881,00

£6.261.817,00

£18.931.726,00

£39.752.462,00

OBS: Os clubes estão dispostos na tabela de acordo com a sua classificação no campeonato 2012-2013 e as informações sobre valores foram retiradas daqui.

Tendo em vista todas estas informações, podemos perceber as seguintes questões importantíssimas sobre este modelo:

1 – Quem define qual clube dá mais audiência e com isto, poderá ter mais jogos transmitidos na TV? Afinal de contas, podemos tomar como exemplo o Chelsea, que na temporada 2012-2013 era o campeão do maior torneio de clubes da Europa e dos quatro grandes ingleses (Man Utd, Arsenal, Chelsea e Liverpool) foi o que teve menos jogos transmitidos, recebendo o mesmo valor que o Newcastle, clube promovido da segunda divisão?

2 – Qual a melhor maneira de evitar que um clube recém-promovido da segunda divisão não lute para cair, já que a diferença financeira entre eles é tão grande? Será que um clube nesta condição vai ter que ser vendido a um novo rico, como por exemplo, o Cardiff City?

3 – Qual a credibilidade do campeonato, já que várias vezes muitas partidas foram decididas com lances polêmicos a favor do maior campeão do atual milênio?

Será que somente com estes questionamentos iniciais não podemos dizer que o modelo não é assim tão diferente do aplicado aqui no Brasil?

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38 Comentários para “Manifesto #MIMIMI – Remember, remember the Fifth of November…”

  1. André
    25/09/13 - 18:27

    Será que somente com estes questionamentos iniciais não podemos dizer que o modelo não é assim tão diferente do aplicado aqui no Brasil?

    Mesmo com todo o belo levantamento o sujeito me vem com essa conclusão?

    É maluco mesmo.

    Interessante a diferença entre o que mais recebe e o que menos recebe.

    Considerando os valores apresentados aí, podemos dizer que, na cotação da Libra, 3,81, então concluímos que a diferença entre as receitas desses clubes aí (os primeiros) nem é lá tão díspare com a dupla global daqui… E a diferença de estrutura é monstruosamente diferente…

    Nardoni… tente de novo…

    Responda a este comentário

    Alexandre N.

    Maluco? Por que não? Alguém aí alguma vez leu alguma afirmação minha dizendo que eu não era?

    Questionamentos sobre a minha sanidade a parte, sugiro que você leia esta parte dos questionamentos mais uma vez. Os questionamentos e a conclusão foram concebidos levando em consideração todo o modelo (seus pontos positivos e os negativos). Vamos dividir a análise em partes:
    1 – Reveja os dois primeiros questionamentos e responda: Quantas vezes nós já discutimos por aqui estes mesmos questionamentos sobre o Campeonato Brasileiro?
    2 – Em relação ao último (e talvez nem entre tanto em discussão, mas realmente achei este um fato importante), já parou pra perceber que o aumento da audiência mundial do Campeonato Inglês ocorreu justamente com a queda de audiência do Campeonato Italiano gerado pelos escândalos de compras de resultados? Quantas vezes nós já discutimos sobre um assunto de natureza parecida ocorridos no Campeonato Brasileiro?

    Será que agora esta conclusão ainda parece coisa de maluco?

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  2. Alexandre N.
    25/09/13 - 19:18

    Não me sinto no direito de recriminar qualquer corneta sensata, afinal a corneta salva e liberta. hehehehe…

    Tentarei fazer o mesmo modelo de pesquisa para os outros campeonatos europeus mais relevantes.

    Responda a este comentário

  3. Ezequiel
    25/09/13 - 19:57

    Respondendo às tuas perguntas só com fatos que vem à memória (sem Google):

    1 – O Chelsea sempre foi o menor dos maiores clubes de Londres. Só ganhou maior notoriedade no início dos anos 90, quando o italiano Zola foi jogar lá. Já o Newcastle é um dos clubes com maior tradição da Inglaterra. Eles tem um nível de exposição e atração midiática semelhante ao do Vasco ou ao do Palmeiras, quando estes voltaram à primeira divisão brasileira;

    2 – O sistema implementado pelos ingleses é o melhor que eu conheço no sentido de dividir os ganhos de modo que os recém promovidos tenham condições financeiras de disputar melhores posições. Lembro de um post no blog do Alexandre Perin, o Almanaque Esportivo, no clicrbs, que fala sobre a final do Championship ser um jogo de R$1 bilhão, por causa de todas as competições a disputar e ganhos financeiros a receber que o vencedor tem. A mim parece uma quantia razoável pra qualquer clube em qualquer liga.

    3 – Com relação à credibilidade fica difícil de responder. Enquanto não houver mecanismos de proteção aos sócios/torcedores de associações esportivas como existem, por exemplo, à acionistas de corporações, fica difícil exigir transparência e governança nos clubes.

    Tendo tudo em vista, acho que é um sistema mais justo pois todos os clubes partem de um mínimo, o que não aconteceria no Brasileirão. Se o Chapecoense subir para a série A, qual será a cota que receberão da Globo por participar no campeonato de 2014? Proporcionalmente, muito menos do que o que recebeu o West Brom ou o Reading…

    Sugiro que o próximo post seja sobre o sistema alemão, pois esta parece ser uma liga bastante equilibrada e aspectos técnicos e financeiros.

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    Alexandre N.

    A crítica em questão não é em relação a distribuição da renda, mas sim no fato de mesmo um modelo que foi criado para ser justo também ter alguns pontos negativos, alguns até parecidos com o que vemos acontecer por aqui. O questionamento feito em relação ao valor recebido em relação a cotas de televisionamento aos clubes pequenos recém promovidos á série A do brasileiro também se faz para os clubes recém promovidos da Football League (responsável pelas ligas inferiores). Da mesma forma como ocorre aqui no Brasil, muitas equipes recém-promovidas têm encontrado dificuldades de evitar o rebaixamento em sua primeira temporada na Premier League. Em cada temporada, exceto 2001–02 (Blackburn Rovers, Bolton Wanderers e Fulham FC) e 2011–12 (Queens Park Rangers, Swansea City e Norwich City), pelo menos um recém-chegado a Premier League tem sido relegado de volta para a divisão inferior. Em 1997–98 os três clubes promovidos foram rebaixados ao final da temporada.

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    André

    também ter alguns pontos negativos,

    Enumere.

    em relação a cotas de televisionamento aos clubes pequenos recém promovidos á série A do brasileiro também se faz para os clubes recém promovidos da Football League (responsável pelas ligas inferiores).

    Não é igual. Veja qto o último recebe e quanto o primeiro recebe.

    Em cada temporada, exceto 2001–02 (Blackburn Rovers, Bolton Wanderers e Fulham FC) e 2011–12 (Queens Park Rangers, Swansea City e Norwich City), pelo menos um recém-chegado a Premier League tem sido relegado de volta para a divisão inferior.

    E qual é o problema disso? Vc credita isso a diferença do dinheiro da TV ou ao background acumulado?

    Da mesma forma que criar uma blindagem artificial para supostos grandes, é errado, também o seria criá-la para blindar supostos pequenos.

    Foda-se se voltaram a cair.

    Se são 3 que sobem e descem, então veja a diferença financeira não do último para o primeiro. Mas veja do 18º para o 17º em termos financeiros e me diga se o fato de cair novamente não está ligado ESSENCIALMENTE ao critério esportivo?

    Com menos de 10 milhoes de libras de diferença, ele já pega os ponteiros.

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  4. saulo
    26/09/13 - 0:16

    O modelo da Premier League seria o ideal no futebol brasileiro, excetuando os preços dos ingressos e presença de mecenas em alguns clubes. Comparar ao extinto Clube dos Treze é algo descabido, a liga inglesa não se resume a negociação de contratos de tv. Concentrar tudo nas mãos da CBF resultou neste calendário desorganizado e desgastante, são muitos jogos sem validade nos estaduais ao gosto das federações e troca de favores políticos. E o manifesto dos atletas já perceberam que a eleição em 2014 e a copa do mundo não sensibilizaram essa casta retrógrada dos dirigentes brasileiros. E os clubes endividados, ficam reféns da mesma CBF e dos seus empréstimos. E nenhum presidente se manifesta a favor da liga.

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    Alexandre N.

    Um dia você diz que o modelo alemão seria o ideal para o futebol brasileiro. Agora você diz que é o inglês. Dá pra decidir qual dos dois é o ideal?

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    saulo

    O modelo alemão proíbe a venda dos clubes e os mecenas não controlam o mercado. Além disso, existe um percentual na liga de ingressos populares. A única crítica da qual faço é a disparidade técnica do Borussia e Bayer aos outros times.

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  5. Victor
    26/09/13 - 7:43

    Vou pontuar e sumarizar o texto que li, até para minha compreensão.

    Parágrafo 1) Introdução informando que o trabalho consiste em analisar o modelo de negociação da transmissão do campeonato inglês com o campeonato brasileiro. O parágrafo induz que o autor desqualificará o modelo inglês como um campeonato que favoreça o equilíbrio.

    Parágrafos 2 e 3) Aspectos históricos e legais da criação da Liga e seu funcionamento em sinergia com a Federação Inglesa. O parágrafo explicita que a Liga é formada pelos 20 times da Primeira Divisão e não faz menção a outras divisões, o que também é inexistente nos demais parágrafos evidenciando aqui não haver maiores preocupações, no trabalho, da análise do futebol como um todo no País, mas sim da situação dos direitos de transmissão da 1ª Divisão.

    Parágrafo 4) Histórico do funcionamento da modelo, incluindo valores negociados em função do tempo e produtos ofertados em diferentes pacotes para diferentes empresas de comunicação, discussões técnicas e legais sobre leis comerciais.

    Tabela) A situação hoje resumindo em números a distribuição da grana da TV para os 20 times da Liga.

    ****
    Até a Tabela, o texto focava na venda dos direitos de transmissão e parecia que iria se manter focado aí para avaliar um conceito de “justiça” (que nesse caso traduzi como equanimidade, palavra que acho mais apropriada para uso do autor no contexto). Equanimidade essa que, pelos direitos de transmissão, é evidente sem fazer qualquer conta.

    Contudo, o que se vê depois da tabela e lendo os comentários, é que a bile falou mais alto e pulou-se uma porrada de análises sobre diversas conjecturas que compõe os times da Premier League e deu-se um samba do criolo doido sem ligação cognitiva com a análise prévia. Aludiu-se estranhamente uma falta de equanimidade onde claramente se verifica, no que entendo ter havido a mistura de estações com os fatores externos à transmissão como aporte de dinheiro por investidores desequilibrando as receitas para formações dos elencos.

    No fluxo de ideias e na bile, além dessa clara perda cognitiva, aconteceu algo pior que para corroborar com a evidente concentração que o campeonato apresenta (sendo campeonado e efetivamente disputado por poucos times no período de tempo) buscou-se em uma irrelevante diferença de valores demonstrar que essa parte da distribuição de verbas, definitivamente equânime, era preponderante na balança. Se a diferença do QPR para o Man Utd é desprezível em função do considerável montante distribuído de forma igualitária, a diferença entre um Chelsea e qualquer outro por eventual predileção na transmissão é uma agulha no palheiro.

    E na mesma toada um pensamento sobre favorecimento a determinado time, que pode vir via qualquer coisa, mas definitivamente não pelas cotas de TV, e se ainda assim parece ir por insignificante diferença de valores, absurdamente inferior a diferença do modelo brasileiro

    ****
    Ao escrever o último parágrafo acima, dei-me conta que o que me parece falta de cognição deve ser despreparo estatístico ao autor. Parece-me, que não sendo explicitamente iguais as cotas totais, o autor considera haver uma escala hierárquica viciada e toma tal hierarquia como o ponto de similaridade com o modelo brasileiro. Por isso, acredito, a bile o tomou e fez sair “em defesa” de um Chelsea “desfavorecido” subjetivamente em relação a outros times meritocraticamente semelhantes dentro da Liga.

    Tendo entendido isso e de posse de um pouco mais de conhecimento estatístico, digo e explico ao autor:
    -Insignificante, Nardoni. Essa diferença de valores contemplados no volume de transmissão e meritocracia do campeonato são para premiar e diferenciar um pouco (e manter algum conceito de recompensa) quem dá melhores resultados. Contudo, os números mostram que o grande bolo é dividido de forma equânime, promovendo eventuais diferenças somente à médio e longo prazo equilibrando meritocracia de demanda e meritocracia desportiva.

    O campeonato pode não ser equânime em suas chances (20 times com chances iguais de campeonar), contudo não é assimpor essas pequenas distorções nas cotas de TV, a não ser que você esteja querendo propor que as cotas deveriam contrabalancear os aportes externos, o que seria uma total desvirtuação do raciocínio reinante e imagino não ser o que você pensa mesmo.

    Responda a este comentário

    Victor

    Para ficar mais fácil a visualização, sem ter de falar em desvio padrão e demais ferramentas estatísticas, um sujeito fez uma brincadeira trazendo o modelo inglês para o Campeonato Brasileiro. Olhe a última tabela e veja se tua visão não mudará um pouco:

    http://esportes.terra.com.br/futebol/abrindo-jogo/blog/2013/04/16/repensando-o-futebol-brasileiro/

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    André

    Legal o artigo desse link aí. Agregou informação. Especialmente sobre os clubes que quebraram e que tiveram que recomeçar na quarta divisão.

    Querem o mercado? que venha o mercado!

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    Alexandre N.

    A ideia central do texto não é criticar ou induzir a qualquer um a entender o modelo inglês como um modelo que não favoreça o equilíbrio. Se dependesse somente da Premier League, as condições financeiras entre os clubes da primeira divisão seriam equânimes. O foco do texto (que não ficou mesmo claro) é demonstrar que mesmo este modelo criado para ser o mais justo o possível com todos também possui pontos negativos, alguns até parecidos com os dos que já discutimos muitas vezes aqui sobre o Morrinhão.

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    André

    Se dependesse somente da Premier League, as condições financeiras entre os clubes da primeira divisão seriam equânimes.

    Em minha ótica, pelos dados que VOCÊ apresentou, as condições são equanimes sim. A diferença se faz pelas atuações administrativas individuais.

    O foco do texto (que não ficou mesmo claro) é demonstrar que mesmo este modelo criado para ser o mais justo o possível com todos também possui pontos negativos, alguns até parecidos com os dos que já discutimos muitas vezes aqui sobre o Morrinhão.

    E onde você acha que ele não é justo? Se na liga os valores atendem tanto a aspectos meritocraticos, quanto esportivos?

    Se na Copa da Inglaterra, o sorteio rola solto?

    Vc tá confundindo se acha que o modelo justo daria um campeão diferente a cada ano.

    É MUITO PROVÁVEL que um modelo realmetne JUSTO, não tenha isso.

    E um modelo justo NÃO VAI garantir que um pequeno possa ser campeão. Isso somente será conseguido se ELE, fizer um belo trabalho. O que nao ocorre aqui.

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    Victor

    Eu não vi em função da divisão de cotas de televisionamento, nem mesmo pensando em termos de equanimidade, indícios de injustiça nesse caso.

    Digo isso porque no caso Brasileiro, não há equanimidade e nem por isso deixe de existir opiniões bem justificadas que o modelo deixe de ser justo com todos. Serginho e Bender tem essa visão, por exemplo. Mas aí no inglês chega a ser quase irrelevante discutir a diferença de valores. Aliás, não seria nenhuma insensatez alguém aludir injustiça a um Manchester United.

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    André

    PArcialmente. Porque rabuja e bender não opinam a favor o contra dos proprios aspectos mercadologicos que tanto defendem, fechar os clubes deles próprios HOJE.

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  6. Andre
    26/09/13 - 9:04

    Ainda bem que não rssolveu comparar tb a copa da inglaterra com a copa do brwsil, onde clube que nem campeão estadual é, ja entra em fase final pra garantir os confrontos globais aclamados pela detendora comk presenciamos a partir dessa fase do certame.

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    Alexandre N.

    Nunca, meu caro. Muitas vezes já falei aqui que considero a Copa da Liga Inglesa e a Copa da França os maiores torneios do mundo.

    Na minha opinião a Copa do Brasil é uma piada em comparação com estes dois torneios.

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  7. Alexandre N.
    26/09/13 - 12:08

    Bona e Victor, acho que seus questionamentos podem ser respondidos com este comentário:

    O modelo de distribuição é justo com os clubes que fazem parte do grupo. Sim, é e isto não se discute. Agora, este mesmo modelo é justo com quem acaba de chegar ao grupo? Não. Aqueles valores contidos na tabela são repassados aos clubes no fim da temporada. O clube recém promovido não tem um aporte financeiro inicial de nível parecido para iniciar a sua tentativa de se manter na primeira divisão. Aqueles valores contidos na tabela foram recebidos no fim da temporada passada. A única referência em relação a diferença dos valores de televisionamento entre a Premier League e a Football League Championship é esta (que contém a mesma informação na versão em inglês). Mas como vem da Wikipédia, fica meio complicado de acreditar por completo, mas não pode ser desconsiderado.

    Não é uma questão de criar um protecionismo aos pequenos. Nem de forçar a barra para que um clube pequeno seja campeão logo em sua primeira temporada. Mas de pelo menos não deixar o fator financeiro ser tão preponderante aos aspectos meritocráticos e esportivos.

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    Victor

    Ah porra. Agora que eu vi que o texto como um todo é um apanhado do que está escrito na Wikipedia. Por isso que está desconexo pra caralho. Você começou fazendo a pesquisa sabendo o que iria concluir, resumiu o que estava ali e colocou para embasar qualquer raciocínio.

    Porra. Aí eu vou sem medo de errar que está tudo errado, a conclusão não chegou como o desenvolvimento natural do que se escreveu. O processo está errado.

    Olha… valeu a intenção e o esforço, mas vou falar que nem o Bona… Nardoni… tente de novo…

    ****
    Em tempo:
    – Não há nenhum problema com a Wikipedia. Inclusive, tenho ela como o maior feito da humanidade até hoje.
    – Há menos problema ainda em usar um texto da Wikipedia, mas é crucial citar que fez isso de alguma forma (assim como textos e ideias de qualquer lugar, ainda mais se vier bruta do local como foi o caso).

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    André

    ocê começou fazendo a pesquisa sabendo o que iria concluir

    Hoje de manhã, qdo eu tava cagando (montanhas) e digitando no tablet. Ia escrever isso.

    Nardoni começou pela conclusão.

    Depois, foi arrumar argumentos. Mas pela primeira vez na história, vi alguém arrumar argumentos contrários ao que concluiu (na verdade, ao que já queria concluir).

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    André

    Puta, a cada remendo fica pior…

    Amigo, a taxa básica de juros no Brasil, é de 9% a.a. atualmente. Com essa taxa, os clubes daqui fazem uma coisinha chamada antecipação de recebíveis.

    Na Inglaterra, ícone do capitalismo, a taxa não chega ao 1% A.A. atualmente.

    Ou seja, o cara tem o recebível e pode antecipar a grana. Até porque ele tambem NÃO VAI PAGAR todos os salários de jogadores no mesmo dia da contratação.

    O seu pensamento de que ele precisa de todo o dinheiro no primeiro dia, já é um pensamento brasileiro (clube brasileiro) pra gastar tudo no primeiro minuto e esquecer que há prazo a ser vivido.

    Ainda assim, fazendo uma gestão de fluxo de caixa razoável, o clube pode MUITO TRANQUILAMENTE, atribuir premiação casando parte dos prazos de recebimento com os prazos de pagamento, ao final da temporada.

    E além disso, ele recebeu NA TEMPORADA ANTERIOR, alguma coisa da série B. Ele não estará ZERADO.

    Se é fácil ou não é, esses aspectos dirão respeito SOMENTE a capacidade de gestão. O que também é algo meritocrático.

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    Victor

    Quanto a esse ponto especificamente, prefiro abrir mão de comentar porque como expliquei acima, estaríamos enxugando gelo. O processo para a obtenção de conclusões está errado, e portanto a metodologia de discussões seria cansativa e inócua.
    Está claro que a assimilação das informações não foi bem maturada, amadurecida. Acredito que isso se deva a um pulo de etapas em técnicas de redação.

    Você fez a leitura da fonte, fez o primeiro resumo eliminando excessos. Depois, pulou direto para a conclusão.
    Se você se organiza fazendo o resumo (o que não é problema), meu conselho é que depois de feito essa etapa. Esqueça o texto por um dia e daí sem reler o resumo rascunhe o seu entendimento, com suas palavras da ideia macro. Pegue o resumo posteriormente de rabo de olho e complemente dentro do texto que você fez uma ou outra coisa que tenha passado despercebida. Insira por fim, se necessário, detalhes mais miúdos como datas e nomes (sim, você pode antes ter colocado a cronologia macro).
    Em cada etapa dessas, você não só ganha a confiança que entendeu o que leu (afinal, você para preencher o texto voltará sempre ao passo anterior e ele deverá apresentar ligação lógica, denotando um gabarito) e no que irá concluir, como irá ao mesmo tempo formando uma nova conclusão ou até mesmo a refutação de sua ideia original.

    Eu tenho certeza que se você tivesse feito esses passos, no fim das contas você iria:
    (1) chegar a uma conclusão coerente com o texto (veja como não tem PORRA NENHUMA NO TEXTO que faça referência a times que vem da 2ª divisão, CARALHO), independente se similar ou em outra direção de sua ideia inicial.
    (2) nem chegar ao final do texto e jogar tudo fora. SIM, cansei de jogar textos e ideias fora porque em algum momento do desenvolvimento vi que minha ideia era furada e a “nova” ideia gerada ou era insignificante demais para levar à tona ou ficou muito mal sedimentada/embasada para ter o peso de uma publicação.

    ****
    Isso que falei não é invenção minha. Isso é um apanhado de técnicas que uma pregada de gente usa com suas devidas adaptações e requer prática. Eventualmente você até faz uso dessas técnicas, mas sem a noção e sistemática clara em mente.
    Eu tive noção através de um livirnho chamado “Como Estudar” (tradução de How to Study). Catei no Google alguns “como escrever um artigo” e não encontrei algo que se aplicasse aqui.
    Então para fins mais expeditos, lembrei também que Stephen Kanitz tem lá sua metodologia:
    http://www.institutoeduc.com.br/pdf/ComoEscreverumbomartigoporStephenKanitz.pdf

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    André

    Esse artigo aí numa redação dessa parada de ENEM (tem redação nessa porra?) ia tomar um prego fenomenal.

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    Alexandre N.

    Projeto mal elaborado. Volto quando conseguir reorganizá-lo.

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    André

    Faça isso. E deixe comentários sobre o furacão tb pro final do ano… rs…

    Abs,

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  8. Sancho
    27/09/13 - 15:14

    A Football Association não está diretamente envolvida nas operações do dia a dia da Premier League, mas tem poder de veto como acionista especial durante a eleição de presidente e diretor executivo e quando novas regras são aprovadas para o campeonato (afinal de contas, posso até deixar você achar que você faz o que quer. Mas na hora que eu disser que amarelo é azul, você abaixa a cabeça, aceita e não discute).

    Não. Veto funciona diferente. O exemplo seria melhor assim: “você pode fazer o que bem entender; mas quando disser que azul é amarelo, eu proíbo.”

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  9. Sancho
    27/09/13 - 15:20

    Sobre o mérito do texto, note-se que o valor igualitário é quase 30 milhões de libras, contando com o mínimo de 5.800.000,00 de libras pela transmissão.

    Isso é metade da arrecadação do maior!

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    André

    E veja a distribuição dos direitos internacionais… igualzinho!

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    Sancho

    Exato. A igualdade é muito maior que 50% dos direitos de transmissão local. Ela é de 100% da transmissão internacional, mais os mínimos da posição e da audiência (que nunca são zero). Hipoteticamente, o valor máximo, nesta temporada, seria de £90.922.514,00; já o mínimo (o valor da igualdade), £39.273.905,00.

    Ou seja, na pior das hipóteses, o clube que menos recebe, receberia 43,2% do valor daquele que mais recebe.

    Para comprar, alguém sabe quanto o Náutico recebe em relação a Corinthians e Flamengo?

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    Andre

    E mesmo que o Furacão, por exemplo, finalize o ano na libertadores, ainda assim terá recebido MUITO MENOS do que o Flamengo.

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  10. Yuri
    27/09/13 - 20:34

    Nem li nada, pois se for deixar para ler, não leio nunca. Apenas repito o que disse há alguns meses:

    Quer modelo justo? Beleza, se meu time tiver UM TERÇO da ajuda arbitral do Manchester United, e ele for o United no papel dos fantoches clubísticos, pode botar qualquer modelo, camisa rosa e o caralho.

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    Yuri

    Mas as conclusões do Alexandre foram boas e foi nisso que eu me baseei para este comentario.

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    Andre

    Uauauauauauuaauuauauauauua

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    Andre

    Pior que aqui ainda rola a diferenca de cotas, o favorecimento nas tabelas e ainda esse tipo de ajuda ai…

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  11. Lucho
    17/10/13 - 20:06

    Pior que quando eu li o título pensei que o texto teria a ver com aquela patetice de Anonymous.

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    Victor

    Também.
    E até agora não pesquei a parada.

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