Linha Burra

Victor Pimentel – Em 1982 a culpa recaiu sobre o passe de Toninho Cerezo para o meio do campo (embora estivessem por ali uns 3 jogadores do Brasil em estado de letargia), e sobre a condição que Junior dava por ficar praticamente na linha do gol em um escanteio.

Em 2006, as imagens são claras em apontar o meião e a artrose de Roberto Carlos. Porém, o próprio jogador, e agora o capitão da Seleção estão afirmando que não. Eles tem dizendo (com outras palavras): “Execrem o Lúcio, o Juan e o Gilberto Silva. Eles não fizeram a linha de impedimento.”

Li ou ouvi em algum lugar, que não foi treinado linha de impedimento na preparação do Brasil. E que não era de praxe ser feito em jogos (confesso que não lembro se era ou não, e muito menos quem escreveu ou falou sobre isso). De qualquer forma, não caberia um único jornalista, pelo menos um, indagar ao treinador, ao lateral ou aos zagueiros se eles tinham treinado a linha de impedimento.

Na verdade, eu nem me preocupo com o erro do jogo em si. O chato é ter de aturar esse clima de ficar “preservando” jogador. Errou e pronto.

Vamos passar a execrar então o Juan, o Lúcio e o Gilberto Silva, afinal, assim como o Júnior, eles não fizeram a linha de impedimento. Só temos a lucrar com isso.

Como são três, a culpa ficaria dividida. Como são mais novos, poderiam carregar o estigma ainda durante a carreira, podendo até quem sabe, virem a apelidar uma era (como a era “Dunga”) o que facilitaria escrever quando faltasse assunto. Como o capitão e os demais medalhões já se pronunciaram de forma desfavorável aos três, acabaria causando uma cisão no grupo unido e acabaria por afastar de vez os balzaquianos (e olha que de forma imaculada).

Devem ter ainda inúmeras vantagens que minha visão limitada (claro que é limitada, só pode ser. Afinal de contas, não ter percebido a genialidade da marcação efetuada por Roberto Carlos em Henry é coisa de quem não tem um campo amplo de visão) não enxerga. Sendo assim, vamos iniciar a campanha: EXECREM LÚCIO, JUAN E GILBERTO SILVA.

PS: Quando ganhamos o jogo através da linha burra de Gana, o técnico fez questão de ressaltar que sabia que eles faziam e montou o “esquema” para se aproveitar. Por que ele usaria a linha contra a França? Mais uma pergunta que ninguém fez ao treinador.

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