Líder contra Lanterna

Fim de semana cheio para mim e arrumei tempo para ver apenas o Fla-Flu.

Já imaginava que não seria uma barbada para os titulares do Flamengo contra os reservas do Fluminense. Isto não por ser um clássico, mas pelo fato do time reserva do Fluminense já ter certa obrigação de mostrar um pouco de competitividade, como mostrou no 2º tempo do jogo contra o Sport.

E o 1º tempo não parecia mesmo um jogo de um time titular contra um time de reservas.

Complica dizer que o Fluminense parecia melhor em campo, porque era um joguinho chato toda vida, mas se alguém parecia melhor, era o Fluminense.

Mas isso até certo momento, pois com o time tricolor parecendo ter um pouco mais de controle que o rubro-negro, o repórter de campo informa que Renato encarnara sua faceta de Pachecão Tricolor e estava preocupadíssimo dando instruções para o time tocar a bola, acalmar o jogo e deixar o tempo passar. Isso com o time dele jogando melhor que o adversário.

Depois disso, o Flamengo passou a levar mais perigo ao Fluminense, ainda no 1º tempo.

O 2º tempo também não começou legal e ia aquela chatice do Fluminense se defendendo e o Flamengo atacando mal e porcamente.

Jogo vai, jogo vem e Diego Tardelli dá um totózinho implicante em Mauricio sendo expulso lá pelo meio do 2º tempo.

Quem tivesse ido pegar uma cerveja neste momento, chegaria ao fim do jogo sem saber que o Flamengo tinha tido um jogador expulso. A partida continuou da mesma forma. Se bem que por incrível que pareça, o Flamengo passou a atacar melhor.

Na minha cabeça, já passava o texto que ia escrever por aqui, dizendo que o 0x0 tinha sido uma porcaria para os dois. Não pelo lugar comum de que empate é um resultado ruim, mas pelo fato que o Flamengo jogava contra uma equipe reserva, e por isso tinha de contar com a vitória, e pelo fato que o Fluminense, bem ou mal segurou o 0x0 enquanto o adversário tinha 11 jogadores em campo, deveria ele almejar a vitória após a expulsão de um jogador adversário, mesmo com time reserva em campo.

Mas lá para o fimzinho de jogo, penalty para o Flamengo sobre Juan, melhor jogador rubro-negro após a expulsão de Tardelli. Gol de Leonardo Moura, melhor do Flamengo antes da expulsão de Tardelli.

Pitacos do Jogo:

– Defesa de Bruno em cobrança de falta do Dodô (12″ no vídeo) – Ainda na memória o gol do Chicão contra Castillo. O Bruno pegaria aquela bola.

– Bruno, Juan e Léo Moura são o Flamengo. O resto é coadjuvante. Uns melhores que outros, mas ainda assim coadjuvantes

– Defesaças de Fernando Henrique no jogo. Ele não é um Bruno, mas está em grande forma. Vai confiante para o jogo de quarta (50″ e 1’50” no vídeo)

– Desta vem o Marinho (FLU) não entrou tão bem na partida como nas anteriores. E jogou no momento do Flu com um a mais.

– Dodô jogou bem, pelo menos mostrou disposição e desenvoltura. Preparado para quarta.

– David está conseguindo decepcionar no time de reservas do Fluminense.

– Fabinho tocou muito na bola. Teve muita liberdade para jogar. Definitivamente, Caio Junior é um cara a ser respeitado como técnico. Não sei como é possível, mas me parece que Fabinho conseguiu fazer sua pior partida pelo Fluminense. Não saber jogar bola já não é novidade em se tratando de Fabinho, dessa vez nem marcar ele conseguiu. Sem contar as entregadas de bola para os adversários.

– Gabriel pode fazer a merda que quiser em campo. Não há reserva para ele. Carlinhos não está conseguindo jogar bem.

– Cada dia Toró vai jogando mais atrás. Algum dia ele fará a cobertura do Bruno.

– No vídeo abaixo (apenas com o gol de Léo Moura), detalhe aos 40″ para uma bandeira nas cadeiras azuis atrás do gol de Fernando Henrique.

Sobre a arbitragem:

A arbitragem de Fluminense 0x1 Flamengo mereceria um post à parte. Mas vai ficar por aqui mesmo.

Pelo visto, há a recomendação que os árbitros coibam o rodízio de faltas. Recomendação corretíssima. Mas aí entramos em outro problema. Quais seriam os mecanismos para que isso acontecesse?

Pelo visto, optaram pela solução simplista da utilização do cartão amarelo. Pois bem, eu concordo que o rodízio de faltas tem de ser coibido, mas discordo que tenha de ser com cartão amarelo. Adianto que está errado corrigir um erro de forma errada.

Em um momento do 1º tempo (se alguém achar um vídeo, seria legal para ilustrar) Léo Moura fez uma falta em Dieguinho, se não me engano. O árbitro então levantou a mão para o alto e começou a levantar os dedos indicando uma contagem. Contou até 4 ou 5 e fez um movimento com as mãos sinalizando que era uma contagem de faltas geral do time do Flamengo. E por conta disso, aplicou o cartão a Léo Moura.

Não lembro nem do Léo Moura em si ter feito alguma falta antes no jogo. Pode ser que o cartão possa ter sido dado pelo número de faltas do lateral do Flamengo, mas não pareceu pelos gestos. Se foi, o cartão foi correto.

Na essência, os cartões, amarelo e vermelho, são instrumentos de punição individuais e não coletivos. É um erro individualizar a punição em um único jogador pelo comportamento da equipe. Se esta for a forma de punição ao rodízio de faltas, fica uma coisa randômica. Esquisito. Não digo nem sem critério, mas um critério equivocado e por demais injusto.

Se me perguntarem, então, qual a forma para coibir o rodízio, à princípio teria de dizer que não sei.

Lembro de um Rio-São Paulo que havia um limite individual de faltas por jogador, e um coletivo por time, parecido com o basquete. Não lembro qual era a punição para o limite por jogador, mas lembro que no coletivo cobrava-se uma falta na linha da área (ou meia-lua) sem barreira.

Lembro que este Torneio mostrou que Junior Baiano poderia jogar bola. Lembro também que depois de ver partidas com limite de faltas, fiquei um bom tempo puto de ter de ver jogos sem esses limites.

Mas acho que isso seria impraticável de ser posto em prática. Ao menos em nível local. Deveria ser recomendação global, uma vez que muda e muito com a dinâmica do jogo.

Mas uma prática que coibiria em muito o rodízio de faltas, mas não seria mágica, precisaria de trabalho, é melhorar o nível de arbitragens.

Vi alguns jogos com boas arbitragens na Libertadores, e não houve rodízio de faltas ou coisa parecida.

Acho que não o número, mas os tipos de faltas deveriam ser coibidas. Há muitas faltinhas, que não são de contato, feitas no intuito de se parar a jogada que não oferecem o menor risco para o infrator. Acho que essas deveriam ser as coibidas com cartão. Claro que sem excluir os cartões por faltas violentas.

Por mim, ficariam de fora mesmo somente aquelas decorrentes de disputa de bola. Aquelas faltas que acontecem sem que o jogador vá já com a pretensão de fazê-la.

Tirando esse aspecto geral sobre arbitragem, duas outras coisas chamaram minha atenção no Fla-Flu. Uma que até mesmo o comentarista do Premiére citou. Muito chato o árbitro cismando de ficar chamando o jogador para dar cartão amarelo. Palhaçada. O cara parecia mesmo querer aparecer.

A outra foi que não entendi porque razão o juíz não deu o cartão vermelho para Fernando Henrique quando este fez o penalty.

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Para quarta-feira, espero que com os titulares em campo, Renato não encarne o Pachecão, e não invente de jogar pelo 0x0.

Em entrevista ao fim do jogo, Dodô reclamou que o time não jogou para vencer. Não só no momento que ficou com um a mais, como no jogo todo. O atacante comentou que o time armado para não atacar, uma hora leva gol. Avisa isso ao Renato.