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Felipão não é assessor de imprensa do Palmeiras

November 5th, 2010 por | Categorias: Campeonato Brasileiro 2010, Observatório, Palmeiras.

Pelo que me consta, o bem sucedido e vitorioso Luis Felipe Scolari foi contratado pelo Palmeiras para ser treinador e técnico de seu time.

Em tempo de marketing impulsionado pela cobertura de eventos, o técnico além de treinar sua equipe necessita fazer a mise èn scene ,depois do seu expediente, fazendo serão para atender às câmeras e a gente da TV que filmava tudo ali. Uma gente que outrora se destacava pelas informações arrancadas ao pé do ouvido (ou pelo menos passada como se assim fosse obtida) e que agora apenas empunha o microfone com perguntas padrões em busca da sonora.

Pela lei do menor esforço e de adequação à realidade marketeira, não é condenável. Nem que o clube/treinador ofereça tal forma de comunicação, nem com os repórteres que agora disputam o acesso à informação com toneladas de veículos. Uma conversa ao pé do ouvido em tempos de informação instântanea e compartilhada com e por todos não faz sentido para alguém se sustentar.

Entretanto, ainda se faz necessário entender que uma entrevista coletiva com um treinador não é um talk-show. O técnico ou qualquer outro representante do clube não está ali para elucidar dúvidas, ser imparcial, ensinar futebol para quem não entende picas e similares. Quem fala pelo time, fala… pelo time.

Felipão é grosseiro, intempestivo, estúpido e por aí vai? Pode ser, e daí?

Isso, pode ser a notícia. Certamente é interessante e pertinente ao trabalho da imprensa traçar o perfil de uma personalidade como Felipão. O que talvez não seja pertinente, é ela, a imprensa, buscar ser notícia.

Ao levar uma resposta pública atravessada do técnico alviverde, os jornalistas corporativistas resolveram aparecer e aparecer com nariz de palhaço em protesto à Felipão. Ora bolas, por que diabos o protesto? A resposta saiu atravessada e isso ofende o repórter?

Bem… pelo que me consta, esses aborrecimentos fazem parte da vida do repórter, especialmente daquele que questiona. Ele recebe para isso. Estou certo que em suas profissões, veterinários, músicos, economistas, engenheiros, publicitários, garis, esportistas, promotores, professores e afins espiam seus pecados com grande frequencia também e nem por isso colocam nariz de palhaço. Quem nunca engoliu sapo pela liturgia do cargo e função?

Felipão ao dar sua resposta atravessada, provavelmente errada, era a notícia em estado bruto, um filão para um bom jornalista. Mas pelo visto, os medíocres preferem que a notícia se molde às publicações deles e que estes sejam tratados como Mestre de Cerimônias ao invés de repórteres.

Repórter ao fim do mês

Felipão, com sua personalidade inequívoca é o técnico do Porco, não o assessor de imprensa. É justo para o consumidor de notícias que o elemento que deva ser noticiado seja pressionado por uma Associação de Cronistas Esportivos para mudar seu comportamento?

Os repórteres ao perderem o foco protestando contra a notícia e brigando para tornar seu trabalho mais mamão com açúcar apenas desvalorizam seu próprio ofício. Se um Felipão e a Associação tem de trabalhar por eles, por que o empregador se preocuparia em última instância em manter ($$$) um repórter impertinente que aguenta pancadas?

O corporativismo de repórteres que deveria valorizar a classe, no fim das contas, presta-se ao papel patronal ao pedir que os técnicos trabalhem por eles.

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Um Comentário para “Felipão não é assessor de imprensa do Palmeiras”

  1. Saulo
    6/11/10 - 15:22

    Esse problema do Felipão e imprensa, reflete muito bem a desorganização da cobertura e a falta de qualidade dos profissionais. Assistimos jogadores cansados e nervosos diante de toda aquela adrenalina na beira do campo, em meio a saraivada de repórteres ávidos. Um prato cheio aos veículos sensacionalistas e um péssimo exemplo de serenidade.
    Do outro lado, jornalistas sem preparo e perguntas com respostas e óbvias. Aquela mesmice de sempre. Nenhuma observação inteligente e raríssimas observações táticas. Não se justifica, mas às vezes entendo as grosserias do Muricy depois de um estresse pós jogo. Não é fácil escutar um festival de besteira de madrugada e doido para chegar em casa.

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