Essa é a graça do futebol e blá blá blá…
August 25th, 2007 por Victor | Categorias: Campeonato Brasileiro 2007, Estrutura, Futebol, Justiça.Fluminense vinha jogando bem e vencendo o Grêmio por 1×0. Artigo pronto, esperando apenas Paulo César Oliveira (coincidência?) para ser publicado.
O teor do artigo era que o Fluminense poderia ser o fiel da balança para o campeonato, alternando ótimas partidas jogadas como contra Goiás, Santos e Grêmio, com atuações bizonhas como contra Atlético-MG, Flamengo e Náutico.
Mas lá pelo fim do jogo, Marcel tira a bola de Fernando Henrique dando um tapa na mesma. A redonda sobra para Patricio que marca o gol de empate do Grêmio.
De tão grosseiro que foi o tapa, eu em meu confortável sofá nem me alterei com a convicção que o lance não valia.
Mas Paulo César Oliveira e o bandeirinha nada marcaram.
Após o jogo, Renato, que foi julgado pelo STJD (uma entidade que tem como função preservar o conservadorismo e zelar pela censura e falta de liberdade de expressão) por dizer que a arbitragem anda roubando o Fluminense, cuidadosamente se indignou e ressaltou o famoso dois pesos e duas medidas:
“– Eu acho engraçado que a Ana Paula errou e foi parar na quarta divisão. Ela está lá até hoje. Os árbitros não são julgados. Repito, quando gritei naquela vez sabia o que tinha falado e não me arrependi.“
Pelo menos, Marcel se livrou de uma possível punição pelo STJD, já que a filha da puta da repórter do SporTV veio fuder com a vida do atacante do Grêmio perguntando se ele tinha metido a mão na bola. Por sorte, Marcel deve ser um desses 30 assinantes do Blá blá Gol, e leu o que eu escrevi quando um filho da puta vier encrencar tua vida perguntando se ludibriaste a arbitragem:
“Se isso virar uma tônica, aconselho os boleiros a mentir na cara dura para o microfone do Globo Esporte.” (eu, depois que Fabricio Carvalho foi punido por dizer que fez gol com a mão)
No Beira-Rio, o árbitro marcou também um pênalti em uma falta fora da área, e muito fora da área em favor do Internacional contra o Atlético-PR. Vitória do Colorado por 1×0, gol marcado nessa cobrança de pênalti.
É preciso conviver com erros freqüentes de arbitragem no futebol?
O que mais se escuta como argumento que sim, é a estúpida tese que aí reside a graça do futebol. Que é o imponderável o diferencial deste para os demais esportes. Nada mais furado, nada mais comodista.
O futebol é imprevisível pelo esporte em si, e não por cagadas da arbitragem.
Já saímos da Era do Rádio tem quase um século, e o futebol é tratado como se ainda fosse acompanhado exclusivamente por tal meio de comunicação.
Parece-me um contra-senso um espetáculo que tem como propaganda, os seus erros.
Realmente é irritante assistir a um jogo, coberto por 4987 câmeras (utlizando o recurso da hipérbole exagerada constantemente utilizada por Gerson Canhotinha de Ouro), onde todas mostram erros clamorosos de arbitragem, e ficar indiferente a tudo isso.
Não é possível que os principais assuntos de resenhas esportivas sejam essas patacadas.
O que pode parecer chôro (com acento para homenagear a Era do Rádio, contemporânea da FIFA) é desdobramento da discussão sobre a estrutura do futebol, do mal aproveitamento de tal produto.
Alguém sabe dizer quem é o melhor árbitro do Brasil?
Não.
É impossível.
Ouço o tempo todo dizer que fulano é bom ou mau árbitro. Com base em que essa porcaria é dita?
Repondo. Achismo e politicagem.
Alguém acha inviável que se faça um levantamento quantitativo dos erros dos árbitros por jogo?
Já defendi a tese lá no Futepoca (impossível que eu ache em qual comentário) que deveria ficar um bagrinho acompanhando pela TV os jogos, anotando o número de erros de cada árbitro e dos bandeiras, independente de sua gravidade, e daí classificá-los. Rebaixando-os e o escambau.
Já seria um primeiro passo.
Arbitragem tem de ser profissional, e cobrada pelo seu desempenho, que prejudica o negócio futebol.
E quando falamos em negócio, é ineqüívoca a associação com o Estados Unidos. E alguém já parou para pensar o potencial que ainda tem para o negócio futebol crescer se o EUA resolver entrar de vez nessa jogada?
Se continuar essa merda na Era do Rádio, babau mercado norte-americano.
****
Alguém pode levantar a suspeita de que eu escrevi esse artigo porque o Fluminense foi o prejudicado.
Não tenha uma atitude dessas de suspeitar de mim.
Pode ter certeza que escrevi o artigo porque o Fluminense foi prejudicado.
Mas isso não faz com o que tenha sido escrito seja menos verdade.
Essa é a vantagem de ser um torcedor sensato ao invés de jornalista. Posso usar minha emputização com o roubo contra meu time, e extrapolar para um problema maior da estrutura do futebol.
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Agravente:
O atento leitor que for conferir no Bolão, verá que Lincòln Esteban de Castro® foi diretamente beneficiado com os dois resultados da dupla Gre-Nal.
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[…] jogo do Brasil contra Ilhas Virgens (ao menos o 2º tempo, já que no primeiro estava vendo o Fluminense ser garfado) já foi mais bonito de ser ver que Brasil x […]
Caro Vitor,
A despeito de eu achar o Renato Gaúcho extremamente chorão, orgulhoso e prepotente, que não reconhece suas limitações como técnico, de fato a arbitragem vem maculado há algum tempo o futebol brasileiro.
Porém, não é só com o Fluminense. O próprio Botafogo, alvo crucial no primeiro semestre, recentemente se beneficiou com alguns erros.
E pensar que eu considerava o Paulo Cesar Oliveira o melhor árbitro, porém, depois do erro de ontem e a não marcação de um penalty no Dodô na partida contra o Paraná, revi meu posicionamento.
Não existe melhor árbitro. Acho que a CBF vai ter de guardar aquele troféu de fim de ano que costuma entregar para os eleitos em cada posição. Aliás, que tarefa árdua: indicar 3 para concorrer em quem é o melhor “soprador de apito”
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Flávio,
Eu nem defendo veementemente o uso do vídeo para ser usado no momento do jogo em si.
O futebol não é um jogo que para a cada ponto, a cada momento. Não consigo pensar no jogo parado para se avaliar vídeos de lances duvidosos a cada lateral ou a marcação de um impedimento mal feito seria feito como. Bola ao alto com toda uma defesa já recomposta.
Mas não usar o recurso, cada vez mais abundante e preciso, para qualificar a arbitragem é um contra-senso, repito.
Essas barbaridades já aconteciam. A diferença é que as discussões se alastravam, pela dúvida que a falta de recursos geravam.
Todas essas indicações não valem de nada, incluindo a de melhor jogador.
Talvez, a mais respeitosa seja a da Revista Placar, que dá notas a cada jogo. É mais ou menos isso que reinvindico aqui de meu espaço para a arbitragem.
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Muito complicado usar o vídeo. Os caras de preto têm de ser bem preparados para diminuir os erros ridículos. Nunca serão perfeitos, mas tem coisa que não dá pra aturar. A graça do futebol é o jogo. Essa cagada que as arbitragens fazem só servem para emputecer todo mundo.
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[…] esse aí poderia ser motivo em um meio sério. Mas não nessa estrutura de futebol, onde isso acontece toda semana. Acontecera uma rodada antes eliminando o Atlético-MG da mesma […]
Definitivamente, essa não é a graça do futebol. Mas acontece, e acontece a toda rodada. Você acha que o tricolete estaria imune à isso.
Tem gente que é desclassificado de campeonato por erros, que perde campeonatos por erros.
A tecnologia já poderia ajudar em alguns casos. Mas a FIFA tem coisa melhor pra fazer.
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Não sei… Conferir um impedimento que foi bem marcado seria muito legal, mas como desfazer a lambança se o cara estava entrando sozinho na cara do goleiro e o camarada levantou a bandeira??? Vai dar tiro livre indireto??? Ou um pênati??? O fato é que tanto a torcida na arquibancada quanto o pessoal do sofá vai ficar bastante irritado com o tempo que isso tudo vai levar. A não ser que os bandeiras não fiquem mais na linha lateral, e trabalhem numa cabine com o tira-teima instantâneo e com a comunicação com o árbitro (olha lá!!!! pára o jogo agora que ele tava na banheira!!!!!! câmbio!!!!!). Algo assim.
Esse papo sobre tecnologia é bacana, mas o que pode mesmo diminuir a quantidade de erros ridículos (erros SEMPRE vão existir, mas tem coisa que é f… de aturar) é uma bela preparação dos homens de preto.
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Mas é por aí que ajudaria Robínson.
O uso da tecnolgia pós-jogo, ajudaria a separar o joio do trigo.
Classificaria os árbitro com base em critérios objetivos (o número de erros por jogo), e não por critérios subjetivos (a CBF, o Jornal “O Globo”, o Blá blá Gol dizerem que fulano é bom e ponto final).
Não sei se seria viável, mas se descobrirem como usar durante o jogo sem nada atrapalhar, melhor ainda!
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por que VC fala que agraça do futebol é bla bla bla
EM se nao tiver arbitrage o futebol talves nao existise
por que com toda essa organizaçao e rigoraridade ja é violento imagine se
nao tivese isso EM
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