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Era uma vez um motor Ferrari

November 5th, 2008 por | Categorias: Fórmula-1.


Felipe Massa fez uma corrida ao seu estilo. Mostrou o velho arrojo na largada, ignorando totalmente a Heikki Kovalainen e superando a Lewis Hamilton numa manobra daquelas que se dá errado, todo mundo o crucificaria, como no início do ano. Não apenas deu certo, como também foi quase tão espetacular quanto o drible de Piquet (pai) sobre Senna (tio), na mesma pista e na mesma curva, em 1986. Piquet X Senna Hungaroring 1986.

O brasileiro foi perfeito, controlando Hamilton à distância, e se na corrida já estava tudo bem, no campeonato ficaria ainda melhor. O inglês teve um pneu furado e até então, a liderança do campeonato estava nas mãos de Massa. Até faltarem três míseras voltinhas. Aí o propulsor da Ferrari de número 2 virou fumaça na entrada da reta.

Melancólico. Ainda por cima estragou o meu comentário, que àquela altura, já estava todo a minha cabeça.

A partir daí, os finlandeses se deram bem. Kovalainen, burocrático, sem o menor brilho além do fato de ter conseguido o segundo lugar no grid, herdou a segunda posição com o problema de Hamilton, e com o abandono de Massa, chegou à sua primeira vitória. Já Räikkönen, autista durante todo o fim de semana, só conseguiu ultrapassar Alonso nos boxes. Viu cair seis pontos no colo, e o que é mais impressionante, mesmo sem fazer a menor sombra à performance de Felipe Massa, ele tomou a segunda posição na tabela que era do brasileiro.

Foi assim. Os protagonistas tiveram lá seus problemas, e os “segundos pilotos” vindos da terra do Papai Noel levaram a rapadura. Só não foi mais sem graça porque Timo Glock, recuperado do forte acidente em Hockenheim, voltou com toda força e depois de colaborar decisivamente como primeiro pódio de Nelsinho Piquet, o destino o ressarciu com um belo segundo lugar. Como prêmio, já garantiu sua vaguinha na Toyota para 2009.

Piquet, por sua vez, teve uma prova honesta, e por muito pouco sua estratégia de largar mais pesado não o fez voltar do primeiro pitstop à frente de Alonso e Räikkönen. Está ganhando confiança, e principalmente, respeito.

Barrichello fez uma largada milagrosa, ganhando quatro posições. Mas no box, viu tudo a coisa esquentar com um princípio de incêndio no seu Honda. Coincidência ou não, Glock, Nakajima e Bourdais (duas vezes!!!) também saíram chamuscados dos seus reabastecimentos. Grande demonstração da segurança dos carros de hoje. Na década de oitenta, fogo era um verdadeiro pesadelo. Agora, os pilotos ficam totalmente calmos, dá até a impressão de que eles nem percebem o que se passa. Seguro ou não, o problema carece de explicação e solução.

Ausente nos últimos comentários é o Kubica. Muito abaixo do que vinha apresentando, somou apenas um ponto pelo oitavo lugar. Não à toa, a McLaren acaba de superar a BMW-Sauber no campeonato de construtores. Os prateados agora só estão atrás da Ferrari.

E são os italianos que agora têm uma escolha de Sofia pela frente. Massa apresenta muito mais combatividade nas corridas e um aproveitamento incomparável nas classificações, em relação a Räikkönen. Porém, é o campeão que está na frente na tabela. São setenta pontos em jogo. Os rivais já apresentaram seu trunfo. A Ferrari parece já ter reagido aos maus resultados. Falta decidir quem será o desafiante de Lewis Hamilton.

Agora, férias. Daqui a três semanas, GP da Europa e a estréia do circuito de rua de Valência (Espanha).

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11 Comentarios Enviar por e-mail Enviar por e-mail

11 Comentários para “Era uma vez um motor Ferrari”

  1. Robinson
    6/08/08 - 2:31

    Foi mal, galera. Por problemas de internet, a coluna demorou a sair…

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    Rafael

    Será descontado… hehe…

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  2. Rafael
    6/08/08 - 11:48

    Tenho um amigo vascaíno, surdo e co-autor do BlablaGol (não vou dizer o nome para preservá-lo) que afirma categoricamente que o motor da Ferrari estourou exclusivamente por culpa do Massa. Na hora, achei que ele estava de sacanagem, mas depois quando vi que falava sério mesmo, só me restou rir.

    ****

    O Massa mandou muito bem. Partiu pra cima do Hamilton na largada e fez a ÚNICA ultrapassagem da corrida inteira colocando o carro por fora, fritando tudo e arriscando muito.

    Como Robinson disse, Massa manteve sempre Hamilton à uma distância razoável e correu como gente grande. Foi soberano na prova inteira, mas o motor quebrou (quando o brasileiro já se poupava, pois tinha enorme vantagem para o segundo colocado e quando estourou tinha apenas uns 5 segundos).

    Pódio de gelo. Com os 2 filandeses segundos-melhores em suas equipes na minha opinião.

    ****

    Essas corridas nas quais não existem a possibilidade de ultrapassagem deveriam ser substituídas ou ter seu traçado modificado.

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    Robinson

    Concordo totalmente contigo, mas infelizmente, Hungaroring já está confirmada até 2016.

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  3. Serginho Valente
    6/08/08 - 12:01

    O motor estourar seria então culpa somente da equipe?
    Na minha opinião, se o Massa não é o único culpado, é o maior culpado.

    ####

    A história do Barrichelo se repete no Massa. A única diferença é que, na época do Rubens, havia um certo alemão que tornava a distância de talento maior.

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  4. Rafael
    6/08/08 - 12:25

    Se vc mandasse “o Massa é culpado porque é azarento”, faria mais sentido.

    Massa correu 2 anos na Ferrari com um certo alemão, fez mais que o Rubinho em 6 ou 7 anos e o campeão nesses 2 anos foi um certo espanhol.

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  5. Victor
    6/08/08 - 17:28

    Por conta do show da Coverdose no sábado, acordei só 15:00 do domingo.
    De toda forma, sem chamar a atenção, sem “se destacar”, lá está o Räikkönen em 2º lugar apenas a 5 pontos de Hamilton.

    Não me parece à toa que a Ferrari tenha levado o finalandês para lá a peso de ouro.

    Tendo em vista o campeonato, para mim ele é o favorito. Faz trabalho de formiguinha. Sempre está lá e se precisar “brilhar” ele consegue.

    ****

    Uma característica muito marcante da Fórmula-1 atual é que os carros quebram muito menos.
    Chegar ao fim da corrida é muito importante.
    Não era incomum alguém ganhar campeonatos dos anos 90 para trás sem pontuar em metade das provas.
    Ousava-se mais a ganhar as corridas, porque não se tinhsa a garantia de chegar ao fim delas “segurando” equipamento.
    Na que era para chegar no fim, que se buscasse melhor pontuação.

    Acontece que haviam pilotos que fudiam mesmo o motor constantemente, tinha pé pesado. TOP Drivers não fodiam seus motores. Sabiam andar rápido a corrida inteira sem quebrar o carro, acabar com freio, etc.

    Não sei se hoje em dia há tamanha preocupação quanto a isso com o avanço da engenharia nos automóveis. É mais difícil de um carro quebrar.

    Não sei então, até que ponto, seja culpa de Felipe Massa. Pode ser que outro estilo de direção fizesse o carro chegar ao final, mas não sei até que ponto esse era um problema previsível para o piloto. O carro hoje em dia suporta o pé um pouco mais pesado.
    Por outro lado, também não sei até que ponto existiu essa preocupação em “poupar o carro” em voltas finais. E se o carro já tinha problemas identificados, até que ponto isso ajudaria.
    Há “n” razões que poderiam levar o cara a tirar o pé nas voltas finais.

    É aquilo, não me parece que dê para condenar Felipe Massa. Mas pode se ver Räikkönen na frente na tabela. A sorte está do lado do mais competente…

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    Robinson

    São tantas as possibilidades para a quebra de um motor que, sem algum membro da equipe que dê com a língua nos dentes, é impossível identificar um culpado.
    Temperatura, a construção ou montagem da unidade, detritos que entopem/danificam os radiadores, até chegar ao piloto. Que já estava poupando o equipamento, não só porque ele disse, mas pelos seus tempos de volta no fim da corrida, enquanto Kimi estava fazendo voltas mais rápidas consecutivas. Se o Kimi quebrasse, seria mais fácil culpá-lo do que no caso do Massa.
    No ano passado, o finlandês da Ferrari fez a mesmíssima coisa: enquanto outros davam espetáculo e cabeçadas, ele apenas se manteve por perto, para na hora certa, dar o bote e levar o título. O campeonato está dramaticamente ficando com a cara dele.

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  6. Rafael
    6/08/08 - 18:08

    Abandono de Massa foi causado por problema na pressão do óleo do motor

    Rob Smedley, engenheiro do brasileiro, elogia desempenho na Hungria

    Rob Smedley, engenheiro de Felipe Massa, confirmou que o abandono do brasileiro no GP da Hungria foi causado por um problema na pressão do óleo. De acordo com o site da TV inglesa Setanta Sports, o piloto da Ferrari foi muito elogiado por seu desempenho e sua largada na corrida em Hungaroring, quando ultrapassou Lewis Hamilton, por fora, na primeira curva.

    Não temos idéia do que aconteceu naquele minuto. Só sabemos que foi um problema na pressão do óleo do motor. É tudo o que sabemos. Estamos muito decepcionados, já que estávamos muito perto da vitória. Foi uma ótima largada de Massa – diz Smedley.

    ****

    Tirando Serginho, ainda não vi ninguém pelo menos insinuar que a culpa foi do Massa. Se acharem alguma coisa, favor colocar o link.

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    Robinson

    Enquanto Massa foi inocentado, o furo no pneu do Hamilton está causando repercussão.

    http://ultimosegundo.ig.com.br/paginas/grandepremio/materias/494501-495000/494554/494554_1.html

    Estilo de Lewis pode ter gerado furo em pneu
    Warm Up
    07/08/2008 – 08:59

    O histórico de furos de pneus de Lewis Hamilton é extenso. Só no ano passado, foram duas as ocasiões onde o inglês teve a corrida prejudicada por problemas com os monopostos, na Turquia e na China – esta última por permanecer na pista seca com pneus intermediários.

    Só que a pior situação aconteceu nos treinos classificatórios para o GP da Europa, em Nürburgring. Em uma seqüência de curvas para a esquerda e a direita, o pneu dianteiro direito esvaziou, e Hamilton bateu a cerca de 200 km/h na proteção de pneus, escapando ileso.

    Neste ano, o piloto da McLaren se viu novamente nesta situação em outras duas oportunidades: em Mônaco, após tocar no guard rail, e no último fim de semana, na Hungria. E, apesar de a Bridgestone afirmar, no domingo, que o furo do pneu foi causada por detritos, muita gente acha que o problema é provocado pelo próprio piloto. Entre elas, pessoas da própria fabricante de pneus.

    A pilotagem agressiva do atual vice-campeão, segundo Hirohide Hamashima, chefe de corridas da Bridgestone, estaria provocando um desgaste excessivo dos pneus. “Uma parte lisa e gasta pode deixar você mais vulnerável a furos, pois isso deixa o pneu mais fino nesta área e, consequentemente, deixa o composto desprotegido contra detritos.”

    Curiosamente, Hamilton já mostrou estar acostumado com estes tipos de problemas. Logo após a corrida, o inglês fez o seguinte comentário. “Fui o único a ter um furo e logo pensei: ‘de novo, não!'”

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    Rafael

    Tem que ver com calma.

    Histórico a parte, será que ele foi tresloucado mesmo, ou será que passou por cima de detritos na pista?

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