Enfim, a tal da faca entre os dentes
August 25th, 2009 por Robinson | Categorias: Fórmula-1.
Rubens Barrichello finalmente fez o que vem prometendo desde o início do ano. Correu com perfeição e fez valer a sua constância durante o fim de semana, apesar do terceiro lugar no grid. As McLarens só formaram a primeira fila porque estavam muito mais leves. E um fato a ser comemorado é que em 2010 não haverá reabastecimento e a classificação será com pouca gasolina. Aí sim o mais veloz – não o mais malandro leve – partirá na posição de honra.
Na largada, o KERS e os pneus macios dos carros prateados seguraram o ímpeto do brasileiro, que teve como trunfo as voltas a mais em função de estar mais pesado e a melhora de desempenho dos pneus duros no final do stint para brincar de predador primeiro com Heikki Kovalainen no primeiro pit e depois com Lewis Hamilton no segundo. Contou inclusive com uma patetada da McLaren na segunda parada do inglês. A estratégia de pneus, o trabalho perfeito nos boxes da Brawn e a velocidade nos momentos certos deram a Barrichello a sua décima vitória, a centésima de um brasileiro na Fórmula 1. Com direito a homenagem ao convalescente Felipe Massa. Mereceu até um “just like the old times” do patrão Ross Brawn. A vitória pode dá-lo mais um ano de contrato com a equipe na F1.
Para Kovalainen, tantos puxões de orelha e uma séria ameaça ao seu emprego devem tê-lo feito andar um pouco melhor, apesar de que se houvesse ele feito melhor o papel de escudeiro e deixado seu companheiro realmente disparar na dianteira, a sua equipe poderia estar comemorando. Seu quarto lugar valeu o esforço. Para Hamilton, o alento de quem acordou tarde, mas acordou. Rivalizará mais uma vez com a Ferrari, mas desta vez, pelo terceiro lugar entre os construtores.
A Ferrari também ressurgiu das cinzas. Mais ou menos. Foi ao pódio pela terceira vez consecutiva, as duas últimas com Kimi Räikkönen. O problema foi a imensa besteira que a equipe vermelha fez na hora de encontrar alguém para guiar o carro número 3. Há quem diga que a pressa em anunciar a volta de Michael Schumacher foi por temer a pressão do tio Bernie para colocar Fernando Alonso – até então suspenso junto com a Renault – para correr em casa de Ferrari (inclusive antecipando a notícia da sua transferência para a equipe italiana, já dada como favas contadas). Mas a escolha de Luca Badoer, coitado…
Ele realmente mostrou que não tinha a menor condição de encarar uma corrida depois de dez anos apenas em testes. Foi punido quatro vezes por exceder a velocidade nos boxes (levou bronca dos fiscais…), ultrapassou a linha limite na saída dos pits, rodou várias vezes, foi o último no grid ficando a 1,5s do penúltimo e a 3,5s do pole-position. Chegou, obviamente, em último. Fez lembrar de outros Mazzacanes, Rossets, Alliots… com a diferença básica: ele estava ao volante de uma Ferrari, e não de carrinhos de rolimã como os outros. Falta de opção é que não pode ser. Se a escolha foi uma homenagem ao “funcionário da década” ou uma manifestação de empáfia italiana do tipo “no meu macarrão, eu ponho o molho que eu quiser”, a verdade é que todo mundo criticou a terrível participação do italiano. Até os próprios pilotos. E não há nenhum piloto desempregado ou encostado que não esteja mandando currículo e DVD para Maranello. Depois da vida tranquila de testes, a cabeça do cara deve estar explodindo e a orelha, certamente, queimando. Ele não sabe nem o que vai dizer quando chegar em casa.
Outra máxima do Schumacher no fim de semana na calorosa costa espanhola foi a entrevista em que ele confirmou que as dores no pescoço tiraram a oportunidade de assumir o cockpit do Felipe assim como o brasileiro um dia assumira o dele. Ele colocou-o inclusive no posto de primeiro piloto da Ferrari. Se ainda referiu ao brasileiro com carinho e admiração, como um irmão mais novo, de uma forma que nunca tinha falado nem do próprio Ralf Schumacher. E para fazer ferver a torcida do automobilismo, deixou várias vezes nas entrelinhas que poderá voltar a pilotar na F1.
O novo piloto da Renault, Romain Grosjean, não teve a melhor das estreias. Como ele não é nenhum gênio e o carro da equipe francesa não é grande coisa mesmo,não é de se esperar que faça qualquer coisa além do que Nelson Piquet Jr. já fazia. Fica a impressão de que o Briatore queria mesmo era se livrar dos Piquet do motorhome francês.
A disputa do campeonato teve mais uma reviravolta. Jenson Button, muito mal, foi apenas sétimo e teve que lamber os beiços. Mark Webber não passou do nono lugar. Sebastian Vettel nem completou e praticamente acabaram suas chances de chagar ao título. Explicando: o alemão explodiu nada menos que dois motores Renault das oito que cada piloto tem direito para toda a temporada neste fim de semana. Agora, ele só tem mais dois para seis corridas. Dificilmente não excederá esse número, e assim, perderá posições no grid como manda o regulamento. Em 2010, quem sabe.
O Barrichello que venceu em Valência depois de cinco anos de jejum com a atuação impecável que se viu é candidato ao título. Ao contrário, como se fosse um alterego bizarro, aquele barriquelo que saiu ralhando como uma velha chata ao perder as vitórias nos GPs da Espanha e Alemanha é um ex-piloto em atividade. Qual deles aparecerá nas próximas corridas? A diferença para o líder caiu para 18 pontos, e o Jenson não está mais tão Button quanto no início do ano. O inglês pode correr apenas “marcando” os carros da Red Bull para se garantir, mas se o brasileiro mantiver os bons resultados – nas últimas quatro provas, só pontuou menos que Mark Webber – ele pode sonhar sim. E a equipe não teria o menor interesse em segurá-lo, pois a Brawn marcaria pontos importantes no mundial de construtores e caso seus pilotos troquem de posição na tabela, não faria grande diferença.
No fim das contas, é visível que Rubens Barrichello é um bom piloto, nem tão bom quanto ele acredita que é, tampouco tão ruim quanto seus críticos o pintam. A personalidade dele, esse jeitão de querer sempre jogar para a galera é que o coloca em situações vulneráveis na maioria das vezes, expondo-o a um achincalhamento público nem sempre merecido. Se ele almeja ser campeão, que cale a matraca e acelere. Button mesmo já sabe que a coisa não está tão ganha como parecia algumas corridas atrás. Mas se falar demais, vai acabar a carreira “barriquelicamente”. Só depende dele.
No próximo domingo tem Spa-Francorchamps. Com Badoer e tudo.
Para mim, é a grande notícia em muito tempo!
Fim do reabastecimento!
Eu acho que o abastecimento deixa a F1 uma competição muito de “engenharia” e menos de “pista”.
Lembro que no início da volta do reabastecimento, a Benneton dava show na estratégia.
Trouxe até uma novidade, mas isso passou a ser regra, e as estratégias passaram a contemplar ultrapassagens sem confronto.
Bem… isso é legal para estrategistas e coisa e tal. Mas o bom mesmo é ver um carro apertando o outro.
Com a diminuição das quebras dos carros e motores, até a imprevisibilidade das estratégias foram por água abaixo.
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Treino nas condições ideais para isso sem prejuízo para a corrida, volta a trazer importância para o mesmo.
O contra é que teoricamente, os melhores carros largarão na frente e a tendência de durante as corridas, monopolize-se a disputa por poucos pilotos.
Mas ao fim de todas as voltas, é por aí que acontece mesmo.
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De volta também estarão aqueles pitstops do tipo piscou-perdeu. Esse negócio de classificar com o combustível da corrida e o melhor tempo do treino não ser o da pole-position são aberrações que não veremos mais a partir de 2010.
Ainda haverá a estratégia sobre os compostos de pneus (duros ou macios), a quantidade de trocas… os boxes ainda farão um papel importante, mas não serão tão decisivos quanto são hoje. As coisas terão que se resolver mesmo na pista.
A mudança drástica das regras desse ano provocou um equilíbrio (inesperado, até) entre várias equipes, e em 11 corridas, 5 pilotos diferentes já venceram. E a Ferrari já se candidata a beliscar alguma coisa se derem mole. Com Kimi, claro.
O triste foi que no tocante às ultrapassagens, não mudou muito não.
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Rubinho fez uma grande corrida. Foi brilhante.
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Robinson,
Vc já tinha visto o Barrichello pilotar assim? Quando o engenheiro pedia volta mais rápida ele correspondia. Quando precisou acelerar para ganhar tempo pelo pit mais tardio que faria, ele acelerou mesmo.
Ultrapassou as McLarens pela estratégia nos boxes e foi soberano sem deixar que o Hamilton o ameaçasse da metade pro final da prova.
Por que não é sempre assim?
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Porque não é tão fácil assim fazer isso tudo todas as vezes!!!
Mas ele é capaz dessas coisas, infelizmente não na frequência que ele desejaria e nós esperaríamos.
Vale sempre lembrar a primeira vitória dele, no GP da Alemanha, quando ele se segurou numa pista metade seca e metade molhada com pneus de pista seca, quando os outros pilotos trocaram para compostos de piso molhado. Ou rodaram.
Eu tenho um post na cabeça para a aposentadoria dele. Achei que ia escrevê-lo no final do ano passado.
Talvez eu não escreva no fim desse também. Ele está aí com 36 anos e fazendo boas corridas. A vitória dessa semana não caiu no colo dele. Ele teve que ir buscá-la.
O problema dele não está na sua pilotagem, muito menos na pista.
O problema dele está nos microfones. E câmeras. E no Galvão Bueno.
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Mas quem aspira um título deve fazer corridas assim mais de 1 única vez.
Lembro dessa primeira vitória dele. Saiu lá de trás.
Bom… eu torço pro Rubinho (apesar da “sambadinha”) fazer mais corridas como essa mas, sinceramente, não acredito.
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Exatamente por isso o Schumacher é o Schumacher e o Button ainda não é campeão. Fazer isso sempre não é para qualquer um.
Na primeira vitória ele teve algum problema com o carro na classificação e largou em 18°.
A sambadinha é realmente horrorosa. Pior que é marca registrada do cara.
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Segundo Nelson Piquet, fazer pole não é das coisas mais difíceis.
Fazer volta rápida (ou mesmo A volta mais rápida) também não.
Agora, fazer todas as voltas rápidas…
E ele nem mesmo completou dizendo todas as voltas em todas as corridas.
E poderia completar todas as voltas de todas as corridas de todas as temporadas (aí chegaria na definição de Schumacher)
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O Piquet é um dos caras mais sábios entre todos os ex-pilotos quando vai falar do que é a Fórmula 1. Mesmo com todas as alterações, ele parece sempre estar antenado nas coisas e seus comentários (como esse) são atemporais.
Eu não queria estar na pele do Nelsinho quando ele chegou em casa com o bilhete azul da Renault…
O Schumacher, amigo… quem viu, viu, quem não viu…
Não se pode dizer que o predomínio foi apenas da Ferrari. Acredito que se ele trocasse de equipe – tal como fez Valentino Rossi nas motos – ele poderia passar um tempo se adaptando à equipe (e a equipe a ele) e voltaria a ganhar.
Esses caras são totalmente fora do comum.
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O Rubinho é muito bom. Conseguiu ganhar uma corrida com o melhor carro da temporada graças a um erro boçal da McLaren.
Agora só faltam 5 pra igualar o grande Button.
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Mesmo a McLaren admitiu que sem o erro Barrichello assumiria a liderança. Os tempos de volta comprovam, a brawn ainda tirou uma onda, antecipando a parada do brasileiro. Ele poderia ter continuado fazendo voltas velozes de tanque baixo e sem ninguém na frente e saído do box com uma vantagem maior do que já teve.
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É pode ser…
Não sei pra quem contei o pesadelo que eu tive, daqueles que parecem ser reais, há uns três ou quatro meses.
Nele o Rubinho era campeão mundial. E a TV começou a tratar ele como trata o Ronaldo. Acordei quando estava próximo da loucura.
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Pode esperar, que se ele for realmente campeão, ele vai virar algo próximo de um semideus…
E também morro de medo do que ele pode falar sobre quem o criticava, sacaneava… acho que ele ao invés de curtir a conquista poderia torná-la um desabafo absolutamente deselegante.
Mas antes ele tem 18 pontos de diferença para tirar. Não é pouco não.
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Só sonha com Rubinho, Ronaldo… esquisito.
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Huahauahahaha…pra mim foi pesadelo, se pra você parece um sonho não posso fazer nada.
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HAuhahah… o sonho ou pesadelo é seu. Não transfira pra mim.
Do jeito que está daqui a pouco vai dizer que eu que apreciei a bunda do negão.
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Superar a fortíssima Super Aguri!!!! Sensacional!!!!
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