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E a quantas anda a Fórmula 1???

March 23rd, 2009 por | Categorias: Fórmula-1.

A abertura da temporada 2009 se aproxima em alta velocidade. Na madrugada do dia 29 de março começaremos a saber as respostas de todas as perguntas que habitam os pensamentos de todos que gostam do esporte: Será que as novas regras vão realmente melhorar o espetáculo? Como agirá Lewis Hamilton, agora correndo como campeão? A Ferrari dará uma “forcinha” ao Felipe Massa, após o fim de ano fantástico apesar da perda do título? Como a crise mundial vai afetar as equipes ao longo do ano? A McLaren está mal mesmo? E a Brawn, vai ou não vai?

As mudanças – drásticas – na aerodinâmica dos bólidos provocou uma mudança sensível no visual da categoria. Os bigodes enormes e o aerofólio traseiro pequenininho são muito estranhos, mas em compensação, a limpeza no desenho depois de removidos os incontáveis penduricalhos é bem interessante. E se obtiverem êxito – ou seja, permitir a passagem do fluxo de ar com menos turbulência, facilitando a aproximação dos carros e proporcionando mais chance de ultrapassagem – tudo vale a pena. A dúvida ainda paira sobre o controverso KERS. Nem todo mundo estará em Melbourne com o equipamento, enquanto mecânicos e fiscais de pista permanecem com a pulga atrás da orelha sobre o que acontecerá nos momentos em que tiverem que tocar nos carros “eletrizantes”. Além dos pneus, que novamente são slick.

O circuito de Melbourne, que sediará a etapa inicial da temporada, tem um traçado interessante e que favorece as disputas. Certamente já nos revelará as “faces ocultas” da pré-temporada: o fraco desempenho da campeã McLaren e o arraso desde os primeiros quilômetros da Brawn GP. Nos dois casos, podemos considerar a possibilidade de blefe. Os prateados poderiam estar escondendo o jogo, enquanto a mais nova equipe do certame – correndo vestida de branco virginal – estariam dando uma força aos seus captadores de recursos na busca desesperada por patracinadores. Para a McLaren, sinceramente, tanto faz. Não dá para imaginar que Lewis Hamilton não terá um equipamento à altura para defender o título. Já para a Brawn, a análise deve ir muito mais a fundo.

A Honda deixa a F1 por causa da crise, Papai Noel e o Bicho Papão contam tudo!!!

A verdade verdadeira é que a Honda não aguentava mais era gastar o rico dinheirinho dos seus investidores para andar no fundo do grid. E para não ter que reconhecer que seus motores já não estavam lá grande coisa, puseram a culpa na crise e deixaram esse negócio de lado. Negócio mesmo, porque diferente das equipes que predominavam nos anos 70 e 80 – os “garageiros”, que compravam um motorzinho Ford-Cosworth V8 e iam ter as ideias na prancheta para carros mirabolantes, como Colin Chapman, Ken Tyrrell, Guy Ligier, Bruce McLaren, Frank Williams, Ron Dennis, entre tantos outros – as grandes fabricantes detentoras dos times de hoje não dão a menor importância para a competição, e sim aos números que ela proporciona. Se a F1 não estiver ajudando a vender mais carros, aparece logo a plaquinha de “passo o ponto”. Já foi a Honda, Toyota e Renault também podem ir muito em breve. Daí vem a grande necessidade de baixar os custos e permitir a entrada de uma nova geração de times, porque esse grid (ridículo) de 20 carros a cada ano sofre com reais possibilidades de diminuir.

Estranho? Sim, mas a gente acostuma

Estranho? Sim, mas a gente acostuma.

Na contramão dessa história, veio a Brawn GP. Assumindo o espólio da gigante japonesa, o experiente Ross Brawn virou patrão. E ele tem uma séria reputação a zelar. Portanto, o expediente utilizado por muitos times nanicos – andar na pré-temporada com carros abaixo do peso para se destacar artificialmente e iludir alguns investidores – não condiz com o currículo de um vencedor como ele. Já se sabe que o projeto dessa máquina que o mundo conheceu duas semanas atrás já estava sendo desenvolvido há tempos. E o aparente sucesso no casamento com a usina da Mercedes pode guardar mais uma prova da ineficiência daquela produzida pela outrora vencedora – hoje, finada – Honda. E quem vai pilotar esse carro-fênix? Jenson Button, garantido desde o ano passado, e… Rubens Barrichello, o piloto-fênix.

Barrichello já se sabia preterido pelos japoneses em favor de Bruno Senna, que tentou dar um passo maior do que a perna. Ficou sem lugar na F1 e mesmo na GP2, devendo correr no DTM muito puto da vida. ( E pela Mercedes, com convite de Norbert Haug, o diretor-esportivo da fábrica alemã e um dos caciques da Mclaren. Será???) Barrichello, sem nada a ver com isso, ficou quietinho e se preparou fisicamente durante as férias. Na hora da decisão, Ross Brawn tomou a decisão mais lógica e ficou com um piloto de quem ele conhece a velocidade, a capacidade de desenvolver, o baixo número de erros, a motivação. Não poderia se dar ao luxo de ter um rookie aprendendo a mexer nos botões do volante e dando com o muro vez ou outra. Barrichello, além desse contrato, já foi cogitado para pilotar por mais dois anos em uma equipe norte-americana, que pretende entrar na categoria no ano que vem, quem sabe, para pilotar ao lado de Danica Patrick. Por hora, só conjecturas. Mas, imagina? Orai, irmãos!!!

O biquinho do BGP001

O biquinho do BGP001

Sobre o BGP001, Barrichello declarou que ele mesmo ficou espantado e foi pesquisar sobre o porquê dos tempos tão competitivos. E teria descoberto que o carro estava inteiramente dentro da regra. Disse também que seria embaraçoso para ele se não fosse o caso, e se em Melbourne o carro simplesmente não andasse. Pelo crédito que os envolvidos têm, tudo isso pode ser verdade. Os tempos foram muito consistentes, tanto em voltas de classificação – no cheiro de gasolina – quanto nas simulações de corrida – tanque cheio e sequências de vinte e poucas voltas. Alonso, Massa, Hamilton e até Schumacher comentaram estar assombrados com a velocidade do modelo, apesar da pouca quilometragem. Pelo sim, pelo não, as respostas serão conhecidas a partir dos treinos na Austrália.

Pixotadas de tio Bernie

Definitivamente, um fanfarrão. Desde as últimas olimpíadas, o dono do circo teve a “inspiração” de dar, em vez de pontos, medalhas de ouro, prata e bronze para os pilotos que fossem ao pódio nas corridas de Fórmula 1. E o campeão sairia deste quadro de medalhas. Metais à parte, Bernie Ecclestone conseguiu que o mundo inteiro discutisse a categoria, fosse jornalista, torcedor, piloto, ex-piloto heptacampeão do mundo, curioso, blogueiro, até o mais desavisado entrou no coro contra a aberração que seria entregar o título para o competidor que simplesmente vencesse mais provas. Abrindo possibilidade para “idiotas velozes” serem campeões contra pilotos mais eficientes e equilibrados, especialmente quando os últimos dispõem de equipamentos inferiores.

A regrinha permitiria que um piloto fosse campeão com metade dos pontos do vice. Para completar, simplesmente oficializaria o jogo de equipe, que em hipótese alguma dividiria vitórias entre seus pilotos com o risco de nenhum deles ser campeão. Pior para a Ferrari, que tem uma dupla onde ambos os pilotos têm capacidade para serem campeões. (Nota: a Brawn é a única outra equipe com dois pilotos em equilíbrio.)E imagina se o seu “escudeiro” está em segundo lugar, atrás do ponta de lança do time adversário? Qualquer toque seria, no mínimo, muito suspeito.

Vamos falar sobre pontuação. Era uma vez, o vencedor de uma corrida do campeonato levava nove pontos. Assim era a vida desde 1950 até fins da década de 80, sendo que vez ou outra era adotado o sistema de descartes. No início da década de 90, a fim de acirrar a disputa entre a velocidade pura – Senna – e o cérebro – Prost – a FIA instituiu que a vitória passaria a valer dez pontos. Os demais continuariam recebendo 6, 4, 3, 2 e 1. Este formato durou até 2003, quando um queixudo chamado Schumacher estava ganhando tudo e resolveram que a pontuação mudaria novamente. O segundo colocado faria jus a oito pontos, com a distribuição indo até o oitavo colocado. Isto foi uma tentativa de fazer com que o infeliz que chegasse com regularidade em segundo tivesse alguma chance de ser campeão depois da metade do campeonato. O queixudo continuou ganhando, regularmente. Ele parou, mas a regra ficou. E a vitória, por apenas dois pontinhos a mais, não valia o risco.

Espertão, ele.

Espertão, ele.

Até que o mandachuva resolveu aparecer com essa ideia de jerico. Dias depois, voltou-se atrás, e se a proposta era séria ou uma jogada marqueteira, não há quem afirme nada. Bernie & Max (como Tom & Jerry, ou Gordo & Magro) dizem que está apenas adiada para entrar em vigor a partir de 2010.

Por hora, isso passou, e agora a expectativa é pelo início das atividades no GP Canguru (ou Coala, se preferirem). De sábado para domingo, na TV e terça-feira no Blablagol.

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8 Comentários para “E a quantas anda a Fórmula 1???”

  1. Rafael
    23/03/09 - 17:21

    Quem é vivo sempre aparece. Welcome back. Feliz 2009 Robinson!

    HUAhuaHuAHUAUHA… “vestida de branco virginal”

    Rubinho é uma lenda. Imagina se ele vem brigando por vitórias mesmo. Ia ser maneiro, mas acho muito difícil.

    ****

    Não só a Honda, outras empresas, entidades e pessoas tb usaram a crise como desculpa para diversos casos.

    ****

    Esse mal desempenho da McLaren… sei lá… Acredito mais no blefe. A disputa de 2009 deve ficar mesmo entre Ferrari e McLaren.

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  2. Asimov
    23/03/09 - 18:13

    Mais um post histórico do venerável.
    Qual sua aposta neste ano para melhor piloto e equipe?

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    Robinson

    Xiii… taí a pergunta que eu tenho mais medo…

    Não vejo muitas razões para que a disputa pelo título não seja entre Ferrari e McLaren. Mas é muito difícil prever quem vai se adaptar melhor às novas regras, principalmente no que diz respeito à aerodinâmica. Alonso, mais por ele mesmo do que pela sua equipe, que não apresentou nada demais na pré-temporada, deve incomodar. A BMW-Sauber é a que mais investiu no desenvolvimento do KERS, por isso Kubica também deve aparecer bem. E se a Brawn for isso tudo mesmo, pode ser até que Barrichello e Button belisquem alguma vitória.

    Apesar de ninguém estar falando muito, vale a pena ficar de olho na Red Bull, que tem Adrian Newey na prancheta e Sebastian Vettel no volante. O problema o alemãozinho agora será empurrado não mais pelo motor Ferrari, mas pelo Renault, que deixou a matriz dos energéticos atrás da sua filial na temporada passada.

    Então, para o campeonato: Massa e Räikkönen contra Hamilton. Para vencer corridas, acredito que pode aparecer Alonso e Kubica. E quem sabe, a dupla da Brawn.

    Tudo pode mudar após a primeira corrida!!!

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  3. Victor
    23/03/09 - 18:41

    Seré que o KERS dará a dinâmica de Super Mario Kart para a F1?
    Com os caras apertando o botão “turbo” e voando.

    Onde vejo que pode dar um gás aí seriam nas horas de uso combinadas com diferentes estratégias de paradas para abastecimento.

    Faria diferença no fim da corrida, em favor de quem utilizou mais o KERS para melhorar a volta em detrimento àquele piloto que muito utilizou para defender/ganhar posição.

    Mas isso é só uma boba especulação minha para entrar no clima da temporada que vai começar.

    ****
    Sobre a alteração no critério de definir o campeão que acabou não ocorrendo já deixei minhas considerações.

    Só quero ressaltar aqui, uma vez que não ouvi uma voz de protesto, que levei mais pelo lado da “curiosidade” os comentários sobre as mudanças em alguns campeões do passado.
    Vai saber que com os pilotos sabendo de tal regulamento, os campeoantos acabariam como acabaram.
    Para ser mais específico, pego o último ano, onde Hamilton decididamente não correu pela vitória na última etapa.

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    Robinson

    É besteira ficar divagando sobre o que teria acontecido. Se a regra fosse outra, os pilotos agiriam de forma diferente em suas épocas.

    ******************

    O objetivo do KERS é esse mesmo, com a vantagem de que a cada frenagem, as baterias do sistema são carregadas. Ao contrário do famoso “nitro” da Stock, que o piloto pode recorrer por um número limitado de vezes.

    Dizem que o sistema deve render até 7 segundos de boost por volta. Muito legal, mas aposto que a pesquisa para aperfeiçoar o recurso neste momento não ajudou absolutamente nada na redução de custos que a categoria necessita.

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  4. Lincoln
    23/03/09 - 21:58

    belo post binson!! adoro o carinho com que vc escreve aqui pro blog! grande abraço!

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