LYNX – Rules to Rugby from Soap Creative on Vimeo.

Tudo bem que a analogia não é das melhores. Afinal, o filme(áço) de Oliver Stone fala sobre Futebol Americano e trata, nada mais nada menos, do que do Superbowl, a finalíssima máxima do esporte preferido dos americanos (junto com a MLB e com a NBA). Além disso, o jogo se passa num domingo. E o técnico do BH Rugby não é nenhum Al Pacino.

Mas na final do 1º Campeonato Mineiro de Rugby, categoria XV, a alegria e a decepção que tomavam conta dos vencedores e perdedores era bem parecida com a de quem disputa um esporte de alta perfomance e chega no ápice da sua carreira.

Mulherada também correu (ou pulou) atrás da bola.

Não sei se pelo fato do Rugby ser ainda quase desconhecido no Brasil, sofrer com certos preconceitos (“esporte de porradaria”) e não ter muitos praticantes, a galera que se encontrou no Estádio Frigoarnaldo em Contagem para os 3 jogos oficiais (valendo o 5º, 3º e 1º lugares do campeonato masculino) e os 2 amistosos dos times femininos, jogou como se fosse pelo título da Copa Heineken. Tudo bem que não tinha nenhum Jonah Lomu, Chabal ou Fraçois Pienaar. Mas a entrega dos caras era bem parecida. Os jogos até seriam no Mineirão, mas, por um fricote do Secretário de Esportes, acabaram tendo que ser transferidos de última hora.

Hora do Scrum!

Pelo lado da torcida, a animação era bastante parecida. Me surpreendeu o fato de a arquibancada estar cheia, até. O Rugby está ganhando espaço. Além disso, o pessoal estava bem animado. E a Garra Neo-zelandesa compareceu (fotos em breve).

Duas situações mostram bem o ânimo da galera. Na primeira, aconteceu o seguinte: junto ao pessoal de Uberaba, se não me engano, tinha um carinha que destruía com uma vuvuzela. Com direito até a efeitos com a mão. Bem impressionante. Do meu lado, tinha um cara de Lavras com um trompete. O cara de Uberaba fazia uns malabarismos com a vuvuzela e o de Lavras respondia com o trompete. Até que o cara de Uberaba mandou um solo sinistro (sim, com uma VUVUZELA) e a galera toda incitou o de Lavras, que só mandou com a única nota. Pra finalizar, achando que tava por cima da carne-seca, o da vuvuzela deu uma zuada e fez um solo meia-boca. Foi quando o de Lavras mandou um dos solos de trompete mais loucos que já ouvi. Êxtase geral da torcida e vuvuzela, enfim, calada.

Depois, no jogo entre o time de Juiz de Fora e o time de Uberlândia, Hubert, jogador do Juiz de Fora, mandou um belo trie. Na comemoração, gritou CACHAÇA pra torcida que foi respondido com um viva geral. Gritou PUTARIA e foi ainda mais ovacionado. Gritou RUGBY e a galera foi ao delírio. De repente, algum engraçadinho grita JOGO DO VASCO. Uma vaia do tamanho de São Janú.

Outro ponto interessante é o comportamento do pessoal dentro de campo. Não existe reclamação com o juiz. Neguinho abriu a boca, vai pro chuveiro. Os únicos que podem falar são os capitães de cada AGREMIAÇÃO (modo Yuri on). Além disso, uma expulsão é algo quase inaceitável pelo time prejudicado. Se a expulsão foi boba, geralmente é necessário um pedido de desculpa posterior. E, por fim, não tem cai-cai. Eu já achava o Rugby um jogo maneiro. Mas quando vi que ele não tem muitas das frescuras do futebol, fiquei mais fã ainda.

No mais, o sábado valeu muito a pena. Muito bem organizado, o campeonato mostrou que a FMR vai crescer e que a tendência é que cada vez mais pessoas se interessem. Eu mesmo estou criando coragem (sempre empurrado pela minha chefe) pra comparecer e correr o risco de ter umas duas costelas quebradas em troca de um trie salvador no fim do 2º tempo. Mas, acompanhar, pelo menos, eu vou com certeza.

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Os aspectos táticos, placares e destaques estão nesse post de quem conhece.

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E o BH Rugby Feminino (UHUUUUUU!) informa: dia 24/07, sábado, haverá um amistoso contra o Niterói Rugby Clube, em Niterói. Ainda não estão definidos o local e o horário. Mas vale a pena. Eu só não vou porque compromissos maiores me obrigam a ficar em BH. Mas vale comparecer.