Solicitados fomos a prestar consultoria interblogal sobre a quantas anda o relacionamento dos cariocas com seus times no Morrinhão.
Até poderia responder que finalmente o torcedor entendeu os Pontos Corridos e frequentará o Engenhão quando os eliminados definirem para que lado bandearão nas derradeiras, mas ficaria desbundado quando o estádio lotasse antes disso por subsídios quaisquer no valor dos ingressos.
O carioca não consegue pagar preço de paulista, e extrapolando, o brasileiro não conseguirá pagar preço de carioca.
Trocamos Magno Alves, Rodrigo Mendes, Roger, Rodrigo Fabri, Jameli, Marco Antônio Boiadeiro e Viola por Fred, Seedorf, Ronaldo, Ronaldinho, Adriano, Juninho, Montillo, Neymar e Forlán. Alguém tem de arcar com o custo. Juca não explicou isso não quando propôs a modernização e a concentração do bolo para o tal crescimento do futebol brasileiro?
O site da CBF informa que computados 209 jogos de 21 rodadas a média de público é de 12.001 pagantes, coisa que nos remete a 2006, bem longe do que se seguiu com a clara expansão do futebol de Série A posterior no País.
Dados colhetados na outrora decente seção de dados de público dos campeonatos da CBF (chorem JORNAS de twitter. Só eu tenho esses dados)
Os JORNAS que sempre se basearam no parâmetro limitado que vem a ser média de público se assustam ao imaginarem estar regredindo seu mercado de trabalho para um público descrito pela linha azul mais escura.
Não há nada que se assustar. Como dito, média de público é parâmetro limitado, além de extremamente manipulável. Mexendo-se em poucas variáveis amplia-se o range que se pode alcançar, isto para não dizer que objetivo primordial de uma estratégia para uma partida não seja necessariamente maximizar o número de espectadores.
Já a renda…
A renda média até a 21ª rodada de 2012 computadas as 209 partidas é de R$293.228,87 que nos levará ao fechamento de Maracanã, Mineirão marcando simbolicamente o início das obras para a Copa de 2014. Nada tão assustador retroceder somente ao pico da curva azul clara (contando com Maracanã e Mineirão ), não é?
Maldição. Esse gráfico estaria lindo tivesse os dados de 2011 e 2012. JORNAS do twitter, socorram-me!
Até aqui, o futebol vem esticando a corda repassando sua conta. TV’s, Governos, anunciantes e torcedores vem rachando a despesa. A parte menos agraciada dos torcedores arquibaldos e geraldinos já abriram o bico, enquanto ainda tem uma turma segurando as pontas.
O torcedor quer ir ao estádio e o vendedor deseja que ele pague por isso. A média de públicos reflete, no fim das contas, este cabo de guerra que volta e meia pende para um lado.
O campeonato de 2011 obteve renda média de R$311.284,96 para 14.976 pagantes (segundo a CBF. Sei lá como contam. Sócios do Grêmio contam? Turma com Nota Fiscal no Recife? Cachorros do Beira-Rio?) que em uma Conta Fraga fornece o indicador de tíquete médio de R$20,79. Já que o EXCEL me dá de mão beijada com os dados trabalhados que tenho acima, seguem a expansão Fraga para os tíquetes médios por Rodada entre 2006 e 2010 a seguir.
The girl that’s drivin’ me mad is goin’ away
O máximo apurado se deu exatamente na 19ª rodada do Morrinhão 2010 com pico de R$20,81 (não tentam dar zoom e conferir, crianças. Estou vendo na planilha não postada com os dados que só eu tenho), valor superior ao apurado no fim de 2011.
Em 2012, abram a calculadora, que por certo todos deixam a mão na barra de inicialização rápida, e apurem tíquete médio atual em R$24,43 (R$293.228,87/12.001 pagantes).
Não mais longe irei para concluir que se os estádios estão (mais) vazios é somente porque o vendedor está testando até onde pode esticar a corda na subida de preços ou impulsionado pelo respaldo de outras receitas para forçar a mudança do modelo de vendas à Bangu para o modelo de Sócio-Torcedores.
Por Jorge Santana, no PHD
Crise no relacionamento
A relação entre o torcedor carioca e o Morrinhão não anda boa.
O Flamengo, maior torcida do pais, está abaixo da 20ª posição no ranking de média de público dos clubes das quatro divisões.
O Vasco, 5ª maior torcida do país, mesmo estando no G4, não levou 2,5 mil pagantes a São Januário para o clássico português com a Lusa.
O Flu, 9ª torcida do país, vice-líder do campeonato, tem jogado pra públicos em torno de 6 mil espectadores, no Engenhão.
E o Bota, 12ª torcida do país, 8º lugar no torneio, empacou na faixa de 2,5 mil torcedores em seu estádio.
Vão dizer que a culpa é do Engenhão. Mas não é. No estadual e, mesmo em outros morrinhões, os públicos foram imensamente maiores.
Será que a fórmula cansou os cariocas? Com a palavra o pessoal do Blá blá Gol.