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Artigos sobre ‘Libertadores 2008’

Fluminense 2008, 2010 e 2012

October 9th, 2012 | 10 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2010, Campeonato Brasileiro 2012, Fluminense, Libertadores 2008

Cavalieri; Mariano, Thiago Silva, Luis Alberto e Carlinhos; Edinho; Jean; Conca e Thiago Neves; Fred e Wellington Nem. Mascote desconhecido

  • Cavalieri 2012 > Fernando Henrique 2008 > Berna 2010 >>>>>>>> Fernando Henrique/Rafael 2010
  • Mariano 2010 > Gabriel 2008 > Bruno 2012
  • THIAGO SILVA e Luis Alberto 2008 > Gum e Anderson/Leandro Euzébio 2012 > Gum e Leandro Euzébio 2010
  • Carlinhos 2010 > Carlinhos 2012 > Junior Cesar 2008
  • Edinho/Valência 2012 > Diogo/Fernando Bob 2010 >>>>>>>>>>> Ygor 2008 = Diguinho 2012
  • Jean 2012 > Arouca 2008 > Diguinho/Valência 2010
  • Conca 2010 >>> Deco 2012 > Conca 2008
  • Thiago Neves 2008 > Marquinho/Deco 2010 > Thiago Neves 2012
  • Wellington Nem 2012 > Cícero 2008 > Ruimdriguinho/Emerson 2010
  • Fred 2012 > Washington 2008 > Washington/Fred 2010
  • Abel 2012 > Muricy 2010 > Renato 2008
  • Torcida 2008 > Torcida 2010 > Torcida 2012

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Sobre Renato Gaúcho

August 28th, 2008 | 9 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2008, Fluminense, Libertadores 2008

Lá vou eu arrumar sarna para me coçar.
Ia ser um comentário deste artigo. Mas como não tem muito à ver com o artigo original e foi ficando gigante. Melhor que vire post.

Talvez pelo Renato ter sido técnico do Fluminense durante muito tempo, e principalmente neste ano em que o Fluminense tinha time para se impor aos demais, eu tenho as restrições em relação a ele como treinador.

1) Dentre as restrições, a principal dela é exatamente a de não armar o time para se impor sobre o adversário, para controlar o jogo. O time do Fluminense adotava como esquema a segurança defensiva com auto-suficiência ofensiva, isto é, o time jogava de forma muito forte defensivamente e considerava que seus atacantes (digo todo mundo que poderia concluir, incluindo os zagueiros em jogadas de bola parada) resolveriam a parada na frente.

Por essas características, eu sempre achei (e por escrito) que o Fluminense era muito bom e perigoso quando não precisava buscar o jogo. Era muito difícil ganhar do Fluminense, por outro lado, podia-se segurar o Fluminense (vide jogos decisivos de Taças GB e Rio contra Vasco e Botafogo).
Sempre achei temerário toda vida a adoção de um esquema assim para um time com tantos jogadores bons de frente. Até porque defendo a tese que a Ásia se defende em Moscou e não no Aral.
A opção desse tipo de esquema foi dele. E teve tempo para escolher essa filosofia. E isso é um dos pontos concretos como treinador que eu tenho a criticá-lo.

2) Outra, foi a forma com que ele não trabalhou com o elenco. Principalmente reservas para mudar o jogo ofensivamente. De novo volto aos jogos contra Vasco e Botafogo onde Renato ficou segurando seus “11 titulares” para cobrar penalty.

Tartá, Alan, são novos e não tem cancha para a Libertadores? Então nem convoca para o jogo. Renato não os usava com mais freqüência em jogos de responsabilidade, ficou sem saber se podia usar quando precisou.
Vale ressaltar que ele definiu esse elenco, que classificou o suficiente para a Libertadores, “cascudo”. Faltando apenas um jogador, Leandro Amaral. Muito pouco para fazer diferença, considerando que não era nada anormal que ele estivesse machucado, suspenso ou o caralho de asas no fim.

3) Essas restrições não o fazem pior que a maioria dos técnicos que aí estão, porque esses fazem ou as mesmas coisas, quando não fazem pior, ou nem mesmo entendem o que fazem.

4) O jeito de ser do Renato, as coisas que ele diz, não vejo problema algum. Pelo contrário. Ele vai direto ao ponto, atacando de frente a questão. Tem um problema é que por querer se posicionar à respeito de tudo, mesmo do que não conhece, vestindo a camisa do seu time, dá batatadas (como se pronunciar no caso de Liminar Amaral que é um área longe de sua alçada de conhecimento e principalmente de atuação). Mas que em nada interferem no seu trabalho como treinador da equipe.

Um cara nas condições do Renato, neste 1º semestre de 2008, deve trabalhar por volta de 10h, 12h por dia por uns 6 dias na semana. Treinando o time, vendo (mesmo que não entenda nada) material sobre o adversário, pensando no próximo jogo e mais no futuro (mesmo que pense tudo errado), além dos jogos em si. Certo que não tem como ficarmos vendo como o sujeito trabalha, até porque nem mesmo sabemos como um treinador faz para treinar o time (alguém aqui sabe?), mas acho que uma boa para criticarmos o trabalho do cara é o comportamento do time em campo e sua atuação com relação a substituições e às situações que o jogo impõe.

Já é comodo fazer isso. Agora…, é forçar um pouco a barra do comodismo de sentar em frente a um teclado e avaliar (em definitivo) se o cara é bom ou mal técnico pelas frases das coletivas que aparecem no Globo Esporte ou que saem entre aspas no Lance.

Ainda mais que essas frases são feitas para analfabetos funcionais. Quando destacaram que o Parreira disse que o “gol era apenas um detalhe” alguém realmente achou que o Parreira quis dizer algo do tipo: “o gol é apenas mais uma coisa do jogo como um escanteio, quatro faltas ou o cara cortar direito a grama do lado esquerdo”?

****

Renato é ex-jogador e isso não deixará de ser, porque, ora bolas, ele foi jogador. Aliás, ao contrário, ele é um dos que não passa a imagem de boleiro, porque ele sabe falar, coisa rara em jogador de futebol. Para os que não acham que Renato é treinador, seria interessante ver o currículo dele em pouco tempo:

Começou em time grande efetivamente no Fluminense em 2002 (em 96 ele foi interino na draga total porque nem tinha mais o que ser feito. Eu não lembro nem quantos jogos foram, só lembro que ganhou o último). O time vinha lá por baixo na tabela e foi buscar uma semi-final de Brasileiro. Renato foi mandado embora em 2003 com o time entre os 10 primeiros. Foi chamado de novo com o time na ZR e tirou ele de lá.

O Vasco está há sei lá quantos anos numa merda só. Acho que o único período de luz foi com Renato (talvez isso até ajude a explicar um pouco a idolatria de Serginho [1] [2] pelo cara como técnico). Com aquele timeco horroroso do Vasco com aquele Sapo-Boi de Presidente ele chegou na final da Copa do Brasil e por muito pouco não conseguiu a vaga para a Libertadores. Com o time cocô do Vasco. Lembremos que Jean era um dos destaques.

Na vinda da Copa do Brasil para o Fluminense, pode ter pego o bonde andando, só que depois que Abel saiu no fim de 2005, um monte de gente pegou o mesmo bonde e nem sinal de colocar em linha reta: Ivo Wortman, Um-Cara-que-Esqueci-Quem-Era-e-Que-Ninguém-Vai-Saber-Mesmo, Oswaldo de Oliveira, Um-Interino-Que-Tomou-Um-Passa-Fora-do-Leão, Antonio Lopes, PC Gusmão e Joel Santana. No título da Copa do Brasil o Fluminense passou já um considerável número de jogos com Renato sendo o técnico do time. Não creio que tenha sido tão desprezível a participação dele neste título.

Depois disso ajustou bem o time no Brasileiro e chegou com a porra do time para uma final da Libertadores ganhando do São Paulo, bi-campeão brasileiro reforçado de um Adriano em forma jogando pra caralho, e do Boca na semi-final.

Pelos times que eram antes do Renato assumir e pelas situações que estavam, acho que sempre foi além da meta real que a equipe almejava, ou no caso da meta da Libertadores, que é foda de ser cumprida, chegou muito próximo dela.

A má posição do Brasileirão, foi uma escolha de prioridades feita nas Laranjeiras. Ou alguém tem dúvidas que o time teria faria mais de dois pontos apenas ao fim da Libertadores se resolvesse jogar desde o início com os titulares as duas competições simultaneamente?

Só que nesse caso, não condeno ninguém a duvidar que o Fluminense pudesse nesse caso, ter chegado a final da Libertadores também…

Quando chegou com a derrota da LDU para o Brasileiro, foi a volta à realidade. Sem sacanagem, eu acho que os resultados seriam mais ou menos os mesmos que ocorreram. Se tivesse vencido a Libertadores, poderia ter ganho um ou outro jogo a mais, ou perderia outros, mas a matemática estaria próxima. Nada de 15 pontos a mais do que está agora.

Acontece que a pressão sobre o treinador e sobre o time com um Mundial a disputar não seria a mesma que a de apenas a de um time com a porra da morte apontando uma foice para ele e apenas a perspectiva de fugir dessa merda no ano. De fato, a Libertadores é um desgaste dos infernos, mesmo para quem ganha, imagina para quem perde. No Brasil, até hoje, só Muricy resistiu. Até Abel com status de Campeão do Mundo pelo Inter foi cozinhado até cair (e depois retornar).

*Obs: Para quem chegou até aqui neste texto, então chuta o balde no trabalho e leia mais um texto enorme bem interessante sobre a condição pós-Libertadores. O foco é no Fluminense mas é genérico. Escrita por um são-paulino, prolixo como eu sou.

E para fechar, na saída de Renato surgiram vários descontentes dizendo que o Renato desmontou uma estrutura profissional do Fluminense, que o Fluminense tinha montado uma estrutura de comissão técnica permanente e o escambau. Apareceu um monte de gente dizendo que colocou Thiago Neves no clube, até um técnico cachaceiro dizendo que foi ele quem trouxe o jogador para o clube. Engraçado que foi o Renato que colocou o cara para jogar…

Essa estrutura profissional do Fluminense que resolveu contratar um técnico fazendo entrevistas de RH para detectar o perfil do profissional que melhor se encaixasse na cultura de trabalho do clube (sic). Essa porra foi lá no início de 2006 para trazer o Ivo Wortman que deve ter ficado um ou dois meses e conseguiu cair antes de acabar um Carioca. Depois disso, a estrutura profissional do Fluminense ficou quietinha. Dentro dessa estrutura profissional, antes de Renato, foram 7 treinadores em um ano e meio até acertar com Renato (o 8º), que ficou mais de um ano disputando as competições mais cavernosas. Agora, que o time foi Vice-Campeão da América todo mundo quer assumir a paternidade.

Resumo da Ópera:

Neguinho tem inveja do Renato porque ele tem um trabalho que geral queria ter, tira onda e come mulher à rodo.

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Protagonistas

July 4th, 2008 | No Comments | Filed in Fluminense, Futebol, Libertadores 2008

Guerrón silencia o MaracanãEu sei lá se o cara vai ser alguma coisa. Mas pelo que vi nas finais, Guerrón é um jogadoraço.

Nos três jogos à vera contra o Fluminense, Guerrón arrebentou (Paulo Affonso, conferi e de fato o Guerrón iniciou o primeiro jogo mesmo, ele foi é substituido).

Em todos eles levou vantagem sobre os marcadores do lado esquerdo.

Sim, marcadores. Porque no primeiro jogo, desconhecido, passava como queria por Junior Cesar. Nas finais, Junior Cesar tinha auxiliares. Não adiantou, ou pelo menos, só minimizou.

Dribles, arrancadas, cruzamentos, chutes, gol, personalidade, simplicidade e título.

O craque do campeonato. Auto-entitulado inclusive.

Na cabine da SporTV depois do jogo, não titubeou em responder aos jornalistas brasileiros que ele mesmo tinha sido o craque do campeonato. Está certo o equatoriano.

Um detalhezinho que não muda em nada, mas quero registrar:

Quando Guerrón cobrou o penalty dele e fez o gol, saiu fazendo sinal de silêncio para os torcedores do Fluminense. Tomou cartão amarelo. Tremenda bobagem esse cartão. Ele fez o sinal e já ia voltando para o seu lugar. É muito chato essa vigilância. Ficou bem claro para mim que esse é o jeito do cara, ele está no momento dele, e sentiu que era a hora da LDU. Não ofendeu de morte os torcedores tricolores. Grande bobagem ter sido punido. Menos mal que a punição não teve efeito algum.

Créu

Para Thiago Neves foi pior3×1 para o Fluminense no meio do 2º tempo. Não tenham dúvidas que todas as redações já preparavam capas e matérias sobre o camisa 10 tricolor.

Thiago Neves se imbuiu do espírito da camisa que vestia. Só pelos gols já seria o suficiente. 3 gols na final da Libertadores (e ainda fez um em Quito), e com o time que precisava de pelo menos 3 já é um feito. E não bastou isso. Thiago buscou o jogo. Esses 3 gols não sairam à toa.

No primeiro, drible e chute que o goleirinho aceitou.

No segundo, Thiago se mostrou muito ligado mesmo. Saiu lá de trás e foi aparecer na frente de todo mundo.

No terceiro, gol de falta (bate muito na bola) que ele mesmo sofrera.

Dos jogadores tricolores, é ele quem mais tem motivos para lamentar a derrota nas penalidades. Alguém consegue imaginar o fuzuê que estaria formado em torno dele hoje.

Sem medo de estar exagerando, aposto que hoje já estaríamos ouvindo sugestões para que Thiago Neves ganhasse a 10 amarelinha.

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Outra coisa legal é que não parece que Thiago Neves estivesse preocupado com essa vaidade. Tanto é que estava preocupado com o juíz e essas preocupações que mostram que o foco dele estava mesmo no título, na conquista.

Muita sorte de quem foi ao Maracanã que o craque tricolor estivesse em seu dia.

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Posts sobre a derrota do Fluminense na Final da Libertadores 2008:

 

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Como ter serenidade na derrota

July 4th, 2008 | 9 Comments | Filed in Fluminense, Futebol, Libertadores 2008

Fluminense

O Fluminense venceu o jogo. Uma batalha que só poderia ser vencida por homens, de fibra, fé e força, como definiu um certo Pedro Paulo. Ficou sem o título. E o que se viu foram seres humanos, que correram, se superaram, deram o próprio sangue do encarnado, e que caíram com honra.

Melhor morrer de pé do que viver de joelhos.

O Fluminense entrou em campo derrotado. Se terminasse com um zero a zero, o título seria equatoriano por causa daqueles malditos quarenta e cinco minutos do primeiro jogo. Mas como ficar triste quando se vê um time que mereceu confiança, retribuiu à torcida o carinho com esforço, entrega, lutou contra o juiz, e com momentos de espetáculo, até? Durante toda a partida, todos os jogadores se empenharam e deram a todo apaixonado pelo clube o verde da esperança.

Não há tricolor no mundo que não tenha visto a camisa do clube ser tão honrada, em muito tempo. O choro não foi por causa do bicho que eles deixaram de ganhar. Foi por ter perdido algo que eles realmente buscaram. Até o fim. Num Maracanã sem Maracanazo. Não houve a soberba alardeada pela imprensa que só quer vender jornal. Houve festa, luta, respeito, canto, explosão, choro. Os deuses do futebol estavam lá. E eles deixaram o estádio em branca paz e harmonia.

O Fluminense perdeu um título, mas ganha cada vez mais a sua torcida. Há de ser muito especial, para que mesmo derrotado, seja vencedor. Assim o Fluminense hoje se sente e assim o é.

Fernando Henrique, Gabriel, Thiago Silva, Luiz Alberto e Juninho, Ygor, Arouca, Conca e Thiago Neves, Cícero e Washington. Dodô, Maurício, Roger.

Valeu.

Agora, é juntar os cacos e seguir em frente. É assim mesmo.

E viva o futebol.

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Posts sobre a derrota do Fluminense na Final da Libertadores 2008:

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Grande Vice-Campeão da América

July 3rd, 2008 | 15 Comments | Filed in Fluminense, Futebol, Libertadores 2008

Fluminense 3x1 LDU

Se inédita era a participação tricolor em uma final de Libertadores, inédito é o título de Vice-Campeão da mesma.

E o adjetivo no título não é em alusão apenas à colocação inédita do Fluminense na competição. Alude à forma como o time conquistou o título de 2ª melhor equipe do continente.

É chover no molhado relembrar os épicos confrontos vencidos por 3×1 no Maracanã tanto contra São Paulo, como contra o Boca.

Fluminense 3x1 LDUE com um terceiro 3×1, o Fluminense se fez merecedor do título de Grande.

Se saísse campeão do Maracanã na final contra a LDU, o Fluminense necessariamente seria Grande. Perdendo, apenas da forma como perdeu.

Perdeu lutando, perdeu jogando futebol. Perdeu arrancando aplausos de sua torcida.

O time que entrou em campo para jogar contra a LDU, o time que levou 1×0 com 5 minutos de jogo e teria de fazer 3 ao menos para continuar vivo, fez por merecer toda a festa que sua torcida fez na véspera e no pré-jogo.

Tudo o que não se sentiu do time do Fluminense foi a bobagem de oba-oba que tentaram vender antes da decisão.

Fluminense 3x1 LDUFutebol é festa. E isso que a torcida do Fluminense fez. Ninguém garante que este time encontrasse forças se não tivesse tido este apoio do torcedor. Um time que retribuiu toda a manifestação de carinho.

Mas acho complicado alguém vir dizer o contrário, que o time calçou o salto alto no Maracanã.

A derrota doeu muito. Ainda dói. Está difícil acabar de escrever este texto. Até o próximo jogo do Fluminense será assim.

Quando a ferida cicatrizar, restarão as memórias que este Fluminense das Quartas-Feiras deixou. Este Fluminense que eliminou o motivo maior de invjeja que eu nutria pelos rivais cariocas, Botafogo, Vasco e Flamengo. Quando escrevi após a derrota que minha forma de encarar o futebol mudara referia-me possivelmente à nova condição em que me encontro (confesso que sentia isso, mas não sabia a explicação).

Infelizmente, eu nunca vi o Flu passar por isso, nunca vi um belo time do Fluminense.
E é por aí que os adversários mais podem me sacanear.
Já vi timaços que jogassem o melhor futebol e mais bonito do Brasil no Botafogo, Flamengo e Vasco, e nunca vi no Fluminense.

O mesmo clube, o mesmo técnico, a mesma torcida, e um punhado de mesmo jogadores não me comoveram ao ganharem o título da Copa do Brasil ano passado. Essa primazia, ficou para os Vice-Campeões da Libertadores da América de 2008 (sensação que confirmo neste post).

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Fluminense 3x1 LDU

Eu ainda invejo os times que conquistaram a Libertadores da América. Sempre vibrei muito acompanhando as vitórias de times brasileiros contra estrangeiros, como ficava ensandecidamente nervoso com as perdas em finais (principalmente São Paulo em 94 e Santos em 2003).

Tenho para mim que as Libertadores foram as conquistas mais maneiras que acompanhei. Só que isto ainda ficava para mim um degrau abaixo de torcer para um time de respeito.

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Fluminense 3x1 LDUPensando agora, talvez o mais chato da derrota na final da Libertadores no longo prazo seja o consumo externo. Um título coroaria este time tricolor para os que não viveram este time. É difícil mesmo que os torcedores de outros clubes, que não acompanharam, não participaram, lembrem-se deste time.

O título tiraria a necessidade de ter de se contar a história desta equipe. Serviria como uma linguagem universal. Mas o vice confere esta experiência apenas a uma elite. Sinto-me privilegiado por fazer parte dela. A forma como encarava o futebol, preocupado com aspectos além-títulos, farão a cauterização da ferida ser rápida.

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Mas com toda essa enaltação a este time do Fluminense, que dor é essa então?

A explicação já está escrita, e não foi escrita por mim. Mas é a explicação fiel e exata da origem da dor.

Como em todas as sensações, sabia o que sentia, intuia pelo que era, mas não sabia exatamente o que era. Ao ler o comentário de Serginho sobre a derrota do Fluminense, pude retomar um pouco da consciência pragmática do que representou no mundo cartesiano esta derrota do Fluminense

Por mais que os tircolores estejam inundados por um sentimento de carinho pelo time, o Fluminense, jogou fora uma Libertadores ganha. E uma em que o jogo final foi em casa. Uma situação como essa, é raríssima. Sem falar da campanha, que até chegar a final, foi dramática, com vitórias sensacionais sobre os dois melhores clubes da América.

(aliás, esse texto deveria ser um post, e não apenas um comentário, já que trata-se apenas da descrição embasada e centrada de alguém isento de paixão clubística ao analisar um resultado).

Fluminense 3x1 LDU

As fotos que ilustram o post foram por tiradas pelo próprio autor. Clique nas mesmas para ampliá-las.

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Posts sobre a derrota do Fluminense na Final da Libertadores 2008:

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Um título em boas mãos

July 3rd, 2008 | 3 Comments | Filed in Fluminense, Futebol, Libertadores 2008

LDU Campeã da Santander Libertadores 2008

Naturalmente, o caminho do Fluminense para a final chamou mais a atenção brasileira que o da LDU.

Os confrontos tricolores contra São Paulo e Boca Juniors colocaram o Fluminense na crista da onda.

Mas a LDU não passou apenas por mamatas para chegar na final também.

Passou com tranquilidade similar ao Fluminense pelo Grupo da Morte.

Passou também por um argentino (San Lorenzo).

Se para chegar na final não derroutou um brasileiro, derrotou o algoz de dois, América do México, América de Cabañas (se bem que contra o Santos, o América da arbitragem desastrosa na partida do México).

E na final, foi melhor que o Fluminense e fez por merecer a vitória que veio nos penaltys.

A impressão deixada pelos 120 minutos da partida decisiva no Maracanã não corresponde a todo o confronto. Quem tiver exclusivamente esta imagem na mente, reduzirá o papel da LDU. Por este jogo, sem entender o contexto, entenderar-se que a LDU foi um time covarde que bateu os mocinhos tricolores, que foram para cima e buscaram o gol até o último instante.

Mas não foi bem isso que ocorreu.

Os equatorianos tiveram o seu momento iluminado no 1º tempo da partida em Quito, e ali enfiaram 4×1 no Fluminense. O jogo se normalizou no 2º tempo e a Liga Deportiva trouxe para o Rio uma vantagem de 2 gols para ir para os penaltys.

A LDU jogou no Rio com esse regulamento, conhecedora de seu limite e da força do Fluminense no Maracanã (alguém nega?). Só que não fez ferrolho. Mesmo se defendendo, a LDU jogou bola.

Apesar de ter utilizado do expediente da cera, a LDU não veio para o Maracanã dependendo apenas disso para sair com o título.

O time defendeu-se sem abdicar de jogar. Sem abrir mão de atacar.

Para quem pensa que a Liga foi covarde, gostaria que pensasse como é temeroso quando o time que o leitor torce está com vantagem ou precisando segurar o resultado, e este time recua, deixa o campo para o adversário. Normalmente sai de campo derrotado.

E isto não foi o que La U fez. Até porque, com a defesa fraca que tem, fatalmente teria ido para o saco.

A Liga teve bola no pé no Maracanã. Naturalmente com postura defensiva, mas ainda assim bola no pé. Traçou algumas metas. A de não levar dois gols de diferença não foi alcançada. Aliás, esta foi destruída com bastante tempo para se jogar ainda.

Com 3×1 no placar, a meta passou a ser igualar um pouco a partida com o Fluminense. E foi alcançada.

Os pesos da decisão foram muito equilibrados. Como então, não considerar que o título acabou em boas mãos com os equatorianos?

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Se a história nos penaltys tivesse sido outra, a taça certamente também estaria em boas mãos pelo lado carioca.

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De forma bem mais concisa, Paulo Affonso comentou basicamente o mesmo.

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Maracanazo Blanco! Liga Campeón de América

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04:10 – Cheguei em casa

July 3rd, 2008 | 103 Comments | Filed in Fluminense, Futebol, Libertadores 2008

Parabéns ao time do Fluminense da Libertadores. Timaço04:10 da matina. Cheguei em casa agora.

Foram horas introspectivas após o jogo.

Muita coisa pela cabeça. Pensamentos para muitos e muitos posts.

Acontece que a Libertadores acabou. A pauta a partir de amanhã engolirá todos eles.

Deverá ter espaço para um, e olhe lá. Que ao menos seja caprichado. Ficará para amanhã. Estou muito cansado hoje.

Ter estado no Maracanã hoje certamente mudou a forma como eu vejo futebol. Só que não sei como é essa nova forma. Começarei a descobrir ao digitar um texto amanhã. Vai fluir.

A derrota pode ter me feito mal. Não sei ainda.

Mas definitivamente, o Fluminense me fez bem.

Já sinto saudades das Quartas-Feiras de 2008.

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A dor do quase

July 2nd, 2008 | 28 Comments | Filed in Fluminense, Futebol, Libertadores 2008

editado por Lincoln.

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Já encontraram um culpado

July 2nd, 2008 | 15 Comments | Filed in Fluminense, Futebol, Libertadores 2008

Terça-feira, véspera da decisão da Libertadores.

A torcida compareceu ao último treino do Fluminense nas Laranjeiras onde se instalou um clima festivo.

Mas não era para ser assim?

O torcedor do Fluminense está em êxtase, e com razão. Afinal, está na final da Libertadores com chances de vencê-la. Além de ter um time que fez por merecer esta festa com suas duas últimas apresentações no Maracanã pela Libertadores.

Mas os profetas do apocalipse já condenaram este clima que invadiu as Laranjeiras na véspera do jogo.

E claro, de forma obtusa já surgem as analogias à Copa de 2006.

É querer forçar demais a barra, comparar um dia de treinamento, com toda uma preparação. Uma preparação mal feita e bagunçada do início ao fim.

Com ou sem torcida nas Laranjeiras, o treino da véspera não seria nunca um treino comum.

Se dizia-se que o time não tinha cabeça para jogar no Brasileiro, o que dizer de treinar firma na véspera da final.

É como professor que quer dar matéria nova antes da prova. Não rola. O pessoal só quer saber da prova. É aula de dúvida. Uma bagunça mesmo.

O trabalho do Fluminense foi o feito desde 2007. Não é um dia de treino que vai fazer o time jogar melhor.

Que fosse usado então para treinar a torcida. Ou alguém duvida que ela não será necessária também?

Futebol é festa. Quer hora melhor para tal?

Além do que, pelo que me consta, a sisudez não evitou rebaixamento, por 3 vezes. Por que faria ganhar uma Libertadores?

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Já que lembraram-se da Copa de 2006, vou lembrar de um caso bem sucedido desta integração time/torcida antes do jogo.

Na verdade, técnico/torcida.

Eu lembro nas vésperas de um jogo da Libertadores de 99, que não lembro se necessariamente a final contra o Deportivo Cali ou a semi-final contra o River Plate, que Felipão comprou um tanto de ingressos e ele mesmo organizou uma fila de torcedores para os quais ele deu ingressos.

Felipão é mesmo um caso à parte.

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Totalmente adequada também é a festa que será feita na hora do jogo, onde a diretoria do Fluminense usará o sambódramo com telões para torcedores tricolores acompanharem o jogo. Os torcedores deverão levar um quilo de alimento não perecível ou um agasalho/cobertor.

Uma verdadeira bola dentro da diretoria tricolor, que faz um agrado à sua torcida depois da vergonha dos ingressos, além de veincular a sua imagem a uma campanha humanitária e em caso de vitória, a uma festa.

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Por que quarta-feira é o Dia D tricolor?

June 30th, 2008 | 15 Comments | Filed in Fluminense, Futebol, Libertadores 2008

A final da Libertadores ganha contornos mais dramáticos para o Fluminense a cada hora que passa. Não apenas pela importância do jogo e do título em si, mas por todo o contexto do time no momento.

Renato Gaúcho, gente boa, dá umas entrevistas maneiras, parece que em certos momentos não sabe o que está fazendo, ou dizendo. Ao invés de se vestir como favorito desde antes do primeiro jogo da final, tivemos que ouvir e engolir seco a declaração: “muito prazer, Fluminense, LDU”. Precisou que o time saísse com uma desvantagem de dois gols para que ele trocasse o discurso, de que agora no Maracanã, “ele é muito mais o time dele”. Certamente. Mas no final das contas de muitos acertos e alguns erros cruciais, o Fluminense se vê hoje obrigado a vencer o torneio continental. Por quê?

Porque só o título, numa forma maquiavélica de ver os fatos, justificaria as tantas desculpas do treinador para que o time rendesse tão mal em alguns jogos, inclusive decisivos, tanto no Carioca, quanto no Brasileirão, e também na própria Libertadores. Falhou-se muito na motivação dos jogadores para um aproveitamento menos pífio no Campeonato Brasileiro. Porque a janela para a Europa já está aberta, e a única forma de manter alguns jogadores importantes até o fim do ano seria a vitória na próxima partida. Porque o clube não se antecipou no reforço ao grupo, o que poderia ter inclusive evitado as chacotas do time reserva. E sem esses jogadores, será muito difícil a recuperação no Nacional.

A favor dele? Basicamente: a qualidade do time do Fluminense, que sem a menor dúvida é maior que a do adversário. Mas não se pode esquecer que a LDU pode ter vencido a Libertadores com apenas quarenta e cinco minutos de futebol, e não é prudente subestimá-los; a sorte que o Renato costuma ter em suas fanfarronices, situações e declarações esdrúxulas em que ele sai rindo por último, nem que seja de barrigada. Ele é sortudo mesmo, isso conta e ponto final; para fechar, a torcida, que sofreu e pagou caro para presenciar o jogo, e não vai desistir em momento algum e que tem tudo para dar um dos maiores espetáculos já vistos no futebol brasileiro. Há muito tempo os tricolores esperam por esse momento e para todo mundo, a hora é agora.

Porque se o Fluminense perder, pode acordar já na quinta-feira sem seus melhores jogadores, sem o título que tanto almejava, segurando pateticamente a lanterna do brasileiro, míseros três pontos em oito rodadas, cinco atrás do Botafogo, primeiro time fora da zona de rebaixamento, e dezesseis atrás do (grande!!!!) líder, absoluto, Flamengo. Para quem sonhou tão alto, seria uma queda demasiado brusca.

Mas é possível sim, e não há tricolor que não acredite. Como sempre, para o Fluminense, vai ser difícil, sofrido, no finalzinho, no último Fio de Esperança (com licença ao Mestre Telê). O time tem plenas condições de sair vencedor, e vai precisar se impôr sua autoridade durante todos os noventa (ou cento e vinte) minutos.

Agora, é guerra. Que vença o melhor, e que seja o Fluminense.

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