O frio, de lascar, na noite catarinense, parece ter congelado o braço do assistente paranaense, e, o Náutico teve três gols anulados, por impedimento. Isto sem contar com mais um (o quarto, no jogo -contando com o gol de Acosta, no primeiro tempo). Evidentemente, ele deve ter acertado. Mas, fica a dúvida se acertou nas três oportunidades, ou se, não houve um rigor excessivo, na anulação dos quatro gols alvirrubros – em especial, nos de Marcel e Acosta. Certamente, em outros jogos, gols como aqueles, que não valeram, foram validados, sem qualquer contestação dos adversários.
Todavia, não foram somente os gols anulados que chamaram a atenção sobre a arbitragem. Deixe-me “voltar a fita”. No primeiro tempo, um jogador do Figueira “voa” para cima de Felipe, atingindo-o, em cheio, no rosto, causando-lhe, sangramento e obrigando a levar pontos e jogar com uma bandagem. Pausa.
Voltando a fita, um pouco mais, vamos para um Porto x Náutico, em Caruaru, pelo Estadual. Acosta levanta o pé e atinge o atleta da equipe do agreste pernambucano. Cartão vermelho e o uruguaio só faltou ser crucificado por todos. Porém, ao contrário de Acosta, no jogo pelo Estadual, ao jogador do Figueira, coube, apenas um cartão amarelo, deixando a dúvida se as regras são diferentes no Nordeste e no Sul do País.
E mais. Ainda, no primeiro tempo, uma bola foi alçada para o atacante alvirrubro, na esquerda, em posição legal. O bandeira, entretanto, marcou impedimento de dois outros atacantes que estavam na direita do campo, sem qualquer participação no lance.
Dito isto, apenas como reflexão e protesto (pois nada adianta reclamar –especialmente uma reclamação de um mero torcedor, como eu), vamos analisar o jogo e a desclassificação timbu da Copa do Brasil.
Mário Sérgio armou muito bem o Figueirense. Principalmente, desfalcado de quatro de seus titulares, para enfrentar o melhor ataque da competição (que estava desfalcado, também, de Kuki). Plantou a equipe na defesa e não deu espaços para que os atacantes alvirrubros tivessem chances de gols. Tanto que, os 4 gols anulados foram de Cris (2 vezes), Acosta e Marcel. Felipe e Beto praticamente não apareceram no jogo. E até Almir Sergipe só deu um chute a gol – de fora da área, como seus companheiros de ataque. Nossos laterais não funcionaram. Nenhum do 4 (Sidny ou Baiano e Deleu ou Hamilton) e tivemos que jogar pelo meio ou com Marcel abrindo pela esquerda ou Acosta, pela direita.
Mas, verdade seja dita, a classificação timbu foi perdida nos Aflitos. Assim como a classificação, contra o Corinthians começou a ser desenhada no intervalo do jogo, no Eládio de Barros Carvalho, começamos a sair das semifinais, ao levar o primeiro, dos três gols, de Victor Simões.
Com a vitória por 2 gols de diferença, o time do Figueirense teria que sair para o jogo, no Orlando Scarpelli. Com a vantagem de 0 x 0 e 1 x 1, armou, competentemente, um verdadeiro ferrolho e só partiu “na boa”. Numa delas, Sidny é quem estava marcando o perigoso atacante (e carrasco timbu). Não subiu e Victor Simões tocou no contrapé do excelente Gleguer (que fez algumas defesas fantásticas no jogo – assim como Wilson, no outro lado). 1 x 0, e Mário Sérgio recuou ainda mais, seu time. Com 65% de posse de bola no jogo, o Náutico não conseguiu um gol válido. E foi desclassificado.
Assim, independentemente dos erros (ou acertos) da arbitragem, o Náutico pagou pelo seu ímpeto, nos Aflitos. Podia fazer como fez o Figueira: jogar com o regulamento. Mas, talvez por inexperiência do time ou da falta de alguém para comandar, dentro de campo, o abandono da posição tática, e querer fazer mais gols (como pedia a torcida) se descuidando, por completo da defesa, justamente perante Victor Simões. Pagou caro.
Ficam algumas lições, para utilizarmos na Série A. Não fizemos feio na competição, quando jogamos contra equipes que já estão na Primeira Divisão, como Corinthians e Figueirense. E, ficou a impressão que poderíamos ir mais além. Temos uma base e os reforços estão chegando. A tendência é que ainda melhoraremos muito mais. A maior lição na Copa do Brasil, entretanto, é que, em competições como estas (mata-mata), deve se priorizar o regulamento. E, tomar dois gols em casa, geralmente é fatal….
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