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Artigos sobre ‘Campeonato Mineiro’

Obrigado e Parabéns!

November 14th, 2013 | 24 Comments | Filed in Campeonato Brasileiro 2013, Campeonato Mineiro 2013, Cruzeiro

Eu nasci Cruzeirense. Sempre me vi assim. Aos sábados e domingos de manhã, desde os 2 anos de idade, ele me levava ao Clube e, à tarde, aos jogos. Foi algo tão natural que, guri que era, eu pensei que só existia o Cruzeiro. Não entrava na minha cabeça alguém não torcer pro Cruzeiro. Não existia outro time. E meu pai era meu herói, me mostrou isso e nunca me deixaria ver de outra forma. Eu estava errado.

*****

Dia 3 de fevereiro de 2013. Cruzeiro x Galo. Reinauguração do Gigante da Pampulha. O Cruzeiro vence por 2×1, gols de Marcos Rocha, contra, e Dagoberto. Fim de jogo, eu ligo pro meu pai. 2 vezes não sou atendido. Na terceira, com a voz um tanto quanto embargada (no momento, pensei que pela emoção), meu pai me felicita e diz que foi um jogão. Que o Cruzeiro tinha futuro em 2013. Eu desligo. Feliz. Por saber que ele está feliz também.

Dia 4 de fevereiro. Recebo uma ligação logo cedo. Minha mãe me avisa que meu pai foi hospitalizado. Sozinho em casa naquele 3 de fevereiro, ele passou mal, perdeu o equilíbrio e não conseguiu se mexer por aproximadamente 5 horas. Só se mexeu pra atender minha ligação. E, me vendo feliz, não quis me deixar preocupado. Talvez.

Dia 15 de fevereiro. Por falência múltipla dos órgãos meu pai falece. Sem me deixar nenhum bem material. Só um sentimento de frustração por não ter entendido a importância daquela internação. Por ter pensado que, forte como só os nossos pais nos parecem, ele passaria incólume por aquele período. E que comemoraria mais jogos do Cruzeiro comigo. Não consegui me despedir. Quando cheguei, meu pai já não podia mais falar e, segundo os médicos, não entenderia o que eu falasse. Frustração. E saudade. Foi o que me sobrou. E um escapulário dele que minha mãe me deu.

16 de fevereiro. Meu pai é velado e enterrado. Leva consigo a bandeira do Cruzeiro que eu tinha. A única. Como meu único pai. Não faria sentido ficar com ela sem ele. Foi ele quem me transmitiu aquele amor. Pra que continuar depois? Desnecessário.

E logo no primeiro jogo sem ele, o Cruzeiro empata com o Guarani de Divinópolis, em 17 de fevereiro. Meu ano não seria bom. Eu tinha certeza disso. Eu estava errado.

O Galo, com méritos, foi campeão da Libertadores e do Mineiro. E eu vi um grande amigo, em uma foto fenomenal, comemorando com seu pai em um abraço dos mais emocionantes. E eu me sentia desolado. Como pode o futebol fazer isso com uma pessoa? Por que tudo acontece ao mesmo tempo? Por que eu não poderia mais ter aquele abraço?

Eu deveria saber que meu melhor amigo, aquele de todas as horas mesmo, desde que me entendo por gente, não me abandonaria. Mas eu não sabia. Eu estava errado.

O Cruzeiro começa a vencer. Claudicante no começo, sofrendo com a dupla Diego Souza/Éverton Ribeiro. Mas vencendo. Eu ainda me sentia mal, mas o Cruzeiro me abraçou. E eu abracei o clube, como se nada mais restasse. Nada mais havia. Só eu e Ele. E meu pai vendo de cima, espero.

E o time tomou forma. Eu tinha certeza que era por mim. Que os caras sabiam do meu sofrimento e pensaram: “Não podemos deixar o Matheus desse jeito, o ano dele tem que ser bom de alguma forma”. Mas, mesmo com o gol mais bonito que vi in loco, uma pintura de Éverton Ribeiro, uma chance se foi. No lance da pintura do camisa 17, meu escapulário arrebentou pela primeira vez, dentro do Mineirão. Desesperei por não encontra-lo e pedi pro meu pai não me abandonar de novo. Pouco depois achei jogado embaixo de uma das cadeiras. Mas o Cruzeiro foi eliminado pelo Flamengo na Copa do Brasil. Restava o Brasileiro.

O time tomou fôlego e foi. E eu fui junto. Em todos os jogos do Cruzeiro no Mineirão, eu lá estava. Aquele título era pra mim, eu sabia, como não poderia vê-lo acontecer? E acreditei. Eu sabia. Esse texto já estava pronto desde muito tempo. Porque eu sabia, algo me dizia. Seedorf errando pênalti? Bola na trave de Barcos? Golpes de sorte contra o Goiás fora de casa? Eu não acreditava. Eu tinha certeza. Era pra acontecer. Eu estava certo.

Contra o Botafogo, meu escapulário arrebentou mais uma vez. E eu pedi novamente pro meu pai não ir embora. E um amigo meu encontrou. Alguns minutos depois, gol do Cruzeiro. E outro. E eu chorava. Faltavam 15 rodadas, mas eu já chorava por não poder abraçar meu pai no título. Meu amigo talvez não tenha entendido. Disse que era cedo pra chorar. Mas ali tudo se confirmou.

E hoje, 14 de novembro de 2013, 8 meses depois do falecimento do meu pai, 8 dias após seu aniversário, o Cruzeiro conquista seu terceiro título Brasileiro, seu sétimo título nacional. E eu estou feliz. Porque eu sei que meu pai está feliz. Não preciso gritar “TRICAMPEÃO!”, não preciso ficar bêbado, não preciso sair quebrando tudo por BH, não preciso gritar “CHUPA, GALO! CHUPA, KALIL!”.

Eu só preciso agradecer e parabenizar. Obrigado pai, por me fazer Cruzeirense. Obrigado Cruzeiro, por me fazer feliz. Parabéns pra nós todos por sermos três vezes campeões brasileiros!

Cruzeiro Campeão!

Cruzeiro Campeão!

Ps. 1: Eu gostaria de agradecer a todo o time, pessoalmente, um dia. Os caras não sabem o bem que fizeram a esse torcedor. Fábio, Dedé, Bruno Rodrigo, Egídio, Ceará, Mayke, NILTON, Lucas Silva, Henrique, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Borges, Dagoberto, William, Élber, Vinícius Araújo, Luan, JÚLIO BAPTISTA…todos. Muito obrigado! Marcelo Oliveira, pra mim, já é ídolo Cruzeirense. E também agradecer aos parceiros de todos os jogos da Sociedade Cruzeirense.

Ps. 2: #GilvanEterno e #AlenxandreMittos

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Faltam 6 horas. Seis.

February 3rd, 2013 | 37 Comments | Filed in Atlético-MG, Campeonato Mineiro 2013, Cruzeiro, Estrutura, Torcidas Organizadas

Cruzeiro x Atlético-MG

A verdade é que o clássico que reabrirá o Mineirão esse domingo tem tudo pra ser o dia em que duas torcidas apaixonadas matarão a saudade daquele que, por muito tempo, foi o único motivo de unanimidade entre elas. O Gigante está de volta.

Infelizmente, pela babaquice de marginais que se denominam torcedores, pela incompetência das autoridades que não conseguem (ou não querem?) garantir o mínimo de segurança para aqueles que só buscam apoiar o time do coração e pela mania de querer aparecer de alguns dirigentes, esse tem tudo para ser o último clássico com presença de ambas as torcidas, o que o tornará um espetáculo ainda mais especial.

Que os dois lados se esmerem em transformar a tarde de hoje em algo maravilhoso com canções, bandeiras, faixas e gols. Que esse não seja o último clássico verdadeiro. O Mineirão merece mais que isso.

Faltam 6 horas. Seis.

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As lições que a bola dá

May 16th, 2011 | 30 Comments | Filed in Atlético-MG, Campeonato Mineiro 2011, Cruzeiro, Libertadores 2011

Uma das coisas que me deixa mais apaixonado com o futebol é o seu fator cíclico. Nenhuma emoção dura mais que uma rodada. Seu time está bem hoje? Então “vai vendo [n…]”. Seu time está mal hoje? Espere até a próxima vitória de virada, principalmente se ela for sobre o maior rival. Futebol é o esporte da bola redonda como o Mundo e assim como este ponto de poeira no Universo, a pelota gira que é uma beleza (clichê, aquele abraço).

E quando os efeitos do Destino, esse menino traquinas e arteiro que teima em zombar de mim, se apresentam, eles muitas vezes vêm acompanhados da esmagadora força do Inesperado.

Ora, a pouco mais de 12 dias, o Cruzeiro era franco favorito para qualquer competição que disputaria, passaria como um trator sobre o Once Caldas e teria poucos problemas, se eles existissem, frente ao seu maior rival durante a final do Pão-de-Queijão-Recheado/2011. O “Barcelona das Américas” (argh!) andava na ponta dos cascos e só uma tragédia poderia despedaçar o doce bolo da vitória do Mestre Cuca.

A tragédia aconteceu, meus caros. Ninguém ofende o Saci Tipo Colômbia impunemente. E o Mundo caiu sobre as cabeças azuis. O título mineiro ficou complicado, a sanha atleticana cresceu, o primeiro jogo da final se aproximava e nuvens negras “pesaaaaaaadas” ameaçavam tapar o anil céu cruzeirense.

Veio a final, com torcida única do Galo, o Cruzeiro sofreu dos males da ressaca da Libertadores e perdeu por 2×1, o que só contribuiu pra deixar o clima ainda mais pesado na Toca 2, nesta mesa de escritório e na cabeça de todo torcedor azul. Montillo, el caballero, ainda foi expulso. Nem teci comentários acerca do 1º jogo porque, em viagem de volta para Belo Horizonte, acabei não conseguindo assistir. E pra falar do que não sabe, já basta o Saulo.

Passou-se a semana entre-clássicos. O Cruzeiro, para se consagrar, precisava de uma vitória simples, o Galo buscava apenas o empate. Mas, depois de todo furacão acontecido em 5 dias, poucos acreditavam. Poucos que não os torcedores, porque esses, ainda que silenciosamente aguardando, acreditam até um pouco depois que o homem-de-preto apita o fim da partida. O Cruzeiro trabalhou, assim como o Galo, a tensão ia aumentando e os 90 minutos que separam a glória do tombo chegavam a passo de cágado preguiçoso.

Mas o clássico chegou e o Cruzeiro começou bem. O time jogava em boa forma (quem “apresenta nova proposta” é negociante), diferente dos dois últimos jogos, mostrando que queria ser campeão, que não perderia mais essa chance. Foi pra cima, tinha mais posse de bola, mas não conseguia furar o bloqueio da boa e alta zaga atleticana. A boa zaga azul só tinha problemas em contra-ataques nas costas de Gilberto, com o sempre perigoso Magnata.

O Galo, apesar de não conseguir encaixar o bom jogo do último domingo, principalmente por atuações apagadas de Renan Oliveira e de um nervoso Mancini, se defendia bem. E qualquer gol atleticano jogaria por terra os ânimos e as chances azuis. O 1º tempo se arrastou e acabou em 0x0, sem maiores perigos.

Adivinha quem é, Gaburah?

Adivinha quem é, Gaburah?

 

Veio o 2º tempo e Dorival Júnior cometeu o erro que, ao meu entender, definiu os rumos do campeonato. Não bastasse se fechar mais ainda, trocando Renan Oliveira por Richarlyson, Dorival gastou outra substituição cedo demais tirando Mancini e colocando Claudio Leleu. O jogo continuava nas mesmas proporções, com o Cruzeiro partindo, ainda que desodernadamente, para o ataque sob a batuta de Roger (outro ótimo jogo) e Gilberto, que sempre acionavam T. Ribeiro e Wallyson, dois azougues. Perto dos 15 minutos, Guilherme Santos, lateral-esquerdo atleticano, caiu se sentindo mal e DJ o trocou por Bernard, que entrou muito mal, perdido em campo.

Aos 29 minutos, a grande chance do Atlético nos pés de Magno Alves que saiu frente a frente com (São) Fábio e, ao tentar driblar o goleiro, perdeu a bola e o gol mais feito da partida com um tapinha do dono da melhor saída no chão do Mundo. A defesa incendiou o Cruzeiro que, dois minutos depois, merecidamente abriu o placar. Wallyson, em sua jogada característica, dominou, puxou pro meio e bateu no canto de Renan Ribeiro, fazendo 1×0. Alívio para o lado azul. Apreensão para o lado alvinegro que já não tinha mais como mexer suas peças para mudar a cara de um time que só se defendia.

Mas o que é uma final sem pressão? O Galo subiu e foi com tudo pra cima do Cruzeiro que se segurava. Sem vergonha de ser retranqueiro, Cuca fechou a zaga com o Léo. Mas tudo ficou mais fácil quando, em bela jogada de T. Ribeiro, Serginho parou o contra-ataque com falta e foi expulso. Aos 40 minutos, o jogo parecia definido e, de fato ficou quando, na cobrança de falta, Gilberto mandou um balaço e aumentou, indo à loucura e sendo acompanhado pelos 18 mil cruzeirenses que fizeram da Arena do Jacaré um caldeirão alviceleste.

Fim de papo e início de festa. O Cruzeiro mostrou que, mesmo sem seu maior craque, tem time e elenco fortes, precisando só de melhores opções para eventuais ausências da dupla de ataque. O Galo mostrou que essa meninada pode dar liga e trabalho no Brasileiro.

E a bola que gira como o Mundo? Essa mostrou que no futebol, nunca se ganha de véspera. O Cruzeiro aprendeu na Libertadores. O Galo no Estadual. Estadual que não pode acabar.

Parabéns ao Cruzeiro pelo 36º título de campeão Mineiro.

Parabéns ao Atlético pelo merecido vice-campeonato.

;-)

Campeão Mineiro 2011

Campeão Mineiro 2011

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Os clássicos estão aí para quem quiser ver

May 7th, 2011 | 64 Comments | Filed in Atlético-MG, Campeonato Gaúcho 2011, Campeonato Mineiro 2011, Campeonato Paulista 2011, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, RS, Santos

Ao serem definidas as oitavas de final da Libertadores, toda a afliceta da dita mídia esportiva nacional bateu o olho em um suposto GreNal das quartas que sabemos, nem de longe chegou perto de se concretizar.

A ocasião faz o ladrão e o clássico poderia ganhar mais 3 minutos na pauta nacional por se tratar de um evento esporádico como a semifinal da Copa Eugenia 87, mas não aconteceu.

O que não muda em nada o único fato concreto é que os mesmos times que serviram de mote para tanta expectativa criada irão se enfrentar domingo para o primeiro jogo da final do Campeonato Gaúcho. Como bônus, à reboque seguirão Cruzeiro x Atlético, Santos x Corinthians e outros tantos menos cotados para os Trezistas.

Os clássicos estão aí para quem quiser ver. Com a garantia que os Estaduais dão de proporcionar com maior frequencia esses confrontos com caráter decisivo. O produto existe em abundância e o mercado gera demanda. Basta saber vender.

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Cruzeiro 3×0 Caldense – A torcida tem que saber o que quer

January 31st, 2011 | 48 Comments | Filed in Campeonato Mineiro, Cruzeiro, Futebol

Início de temporada numa lua de dar dó em todos os jogos que vi na TV. É complicado. Você vai jogar num calor de 40ºC, sem a preparação ideal e ainda tem que corresponder. Deve ser duro.

Por isso, seria interessante que a torcida, no começo, desse um desconto, ainda que só no primeiro jogo. Começar uma temporada tranquila ajuda bastante a manter o rumo durante o ano.

Mas a torcida do Cruzeiro não consegue pensar assim. Se tem os seus motivos, muito é em função do exagero que a política austera que o clube adotou nesse ano gera nos ânimos de quem quer ver o Cruzeiro anunciar Trezeguet. Ora pelotas, o Cruzeiro tem o time vice-campeão brasileiro de 2010, com um dos melhores meio-de-campos do Brasil, um jogador genial com a 10, um camisa 7 que seria titular em qualquer time do país e um reserva que, se é chinelinho, no Cruzeiro, pelo menos, se manteve bem até o ano passado.

Um vem...

Um vem...

Roger “Secco” comprou briga com o elenco do Cruzeiro, com o técnico, com a comissão técnica e, pelo menos de minha parte, comigo. Ele não tem jogado a bola do Gilberto e nem dá pra comparar com o Montillo. Mas faz questão de criar uma polêmica desnecessária que será ruim só pra ele, mas que coloca certos tipos de torcedores contra o time que deviam apoiar.

...outro vai.

...outro vai.

Ao sair vaiado depois do 1º tempo do 1º jogo da temporada, Gilberto não gostou. E imagino que, se não fosse a diretoria e a comissão técnica prestarem todo apoio ao 7, poderia pintar algo pior por aí. Gilberto chegou a dar sua camisa para Roger, se Cuca quisesse, mas o treinador deixou claro quem é melhor. Roger tentou jogar pra galera ao pedir sua titularidade, mas isso é coisa que se resolve dentro de campo e com talento.

Enfim, Roger é um bom jogador, teria importância no grupo que disputa as competições pesadas de 2011, mas parece que só depende do novo treinador do Vasco (quem?) a liberação do Chinelinho-mór para o Cruzmaltino, com Cazalbé vindo defender o Cruzeiro. O que, por si só, não é uma coisa muito boa.

*****

Cruzeiro 3×0 Caldense

Sobre o jogo em si, não há muito que se falar. Mesmo no começo de temporada, o Cruzeiro foi superior, principalmente no 2º tempo, e não deu maiores chances para a Veterana, fazendo 3×0 com facilidade.

W. Parede, após pênalti marcado em cima de T. Ribeiro, marcou o 1º e começou o ano com pé direito. Pé direito que deu belo passe para Diego Renan, após boa tabela, marcar o segundo em chute cruzado. Dudu, promessa que, se colocar a cabeça no lugar, pode estourar, marcou o 3º.

Montillo destilou categoria, o meio-de-campo marcou a presença de sempre e a zaga se manteve tranquila.

Resultado pra começar o ano com tranquilidade, apesar dos chiliques de um chinelo e de certos torcedores.

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O Mata-Mata Mineiro

April 4th, 2010 | 35 Comments | Filed in Campeonato Mineiro 2010

O Campeonato Mineiro 2010 conta com 12 times dos quais 8 se classificaram para o mata-mata decisivo. Sobre isso, escreveu Marcus Oliveira.

Por Marcus Oliveira (com ligeiras adaptações do original)

Muita gente fala que deveriam se classificar apenas 2 times, e alguém tem dúvida do que aconteceria? Cruzeiro e Atlético na final (90% das vezes) e os clubes do interior de férias o resto da temporada. Só essa fórmula, aparentemente absurda, permite que o Uberaba (8º Lugar) venha ao Mineirão e dê o calor que deu no Cruzeiro. Imagino que lá em Uberaba devem estar numa ansiedade grande pro jogo, campo cheio, etc… Isso vai permitir que o Uberaba forme um time melhor no próximo ano, aumenta as cotas de patrocínio da camisa e diminua um pouco o abismo entre grandes e pequenos.

Cruzeiro e Atlético que fiquem bem espertos. Não seria nada anormal o Uberaba vencer o Cruzeiro em seu campo e o América bater o Atlético em Ipatinga. Seria um campeonato inesquecível para o interior.

Diante das dificuldades do Estado, talvez essa seja a melhor forma de organizar o campeonato.

Muito diferente do Rio de Janeiro que já tem uma fórmula consagrada e ao menos 4 grandes clubes.



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Time bobo, cara-pálida? Qual?

March 8th, 2010 | 13 Comments | Filed in Campeonato Mineiro 2010, Cruzeiro, Libertadores 2010

Na cidade mais fluminense de Minas Gerais (carioca é quem nasce na cidade do Rio, mancebo) o sonolento misto do Cruzeiro sofreu sua 2ª derrota no Pão-de-Queijo/2010 para o bem arrumado time do Tupi. E, pra quem achava que o Mineiro se baseia nos dois grandes clubes da capital (Cruzeiro e América) ficou comprovado ontem que os times do interior podem chegar, se os da capital não abrirem os olhos.

Sobre o jogo, o Tupi veio com um esquema que sempre é uma faca de dois gumes. Marcação pressão é uma ótima tática para times menos técnicos, mas com um bom preparo físico. O Tupi mordia a saída de bola do Cruzeiro e, quando não conseguia tomar a bola em uma das intermediárias, se fechava com 2 linhas de 4 e não deixava os azuis se aproximarem muito da área. O problema é que esse tipo de marcação cansa muito o time que a utiliza e ali pelos 35 minutos, o time do Tupi já não conseguia manter o mesmo ritmo.

tupi x cruzeiro

Fabinho em péssima partida

Por outro lado, o sistema defensivo cruzeirense não se encontrava. Parece que falta a Gil e Caçapa um maior entrosamento, apesar de serem bons zagueiros. Jonathan fazia um jogo razoável e Gilberto, que começou na lateral-esquerda, era o melhor dos 4. Fabinho fez uma partida muito ruim e isso contribuiu para que a zaga fosse sobrecarregada. Camilo era uma nulidade e Pedro “Who” e Roger eram os únicos que conseguiam boas jogadas pelo meio. Isso quando a bola vinha com alguma qualidade. Como Fabinho e Camilo não conseguiam dar passes de dois metros, ficava complicado. Anderson Lessa e o “Tanque” Eliandro jogavam bem, apesar de dois gols errados pelo gigante. Aliás, eu já falei muito do Eliandro por aqui. Atacante forte, com ótimo posicionamento, é uma das surpresas desse ano para o Cruzeiro. O garoto tem estrela. Se não se impõe pela habilidade, sabe usar a força física sem fazer faltas desnecessárias.

Mas foi Anderson Lessa, que jogou de maneira razoável, quem abriu o placar aos 40 minutos. Dominou na meia-lua, girou o corpo e bateu de esquerda sem chances pro goleiro Jefferson. O Cruzeiro achava que iria levar a vitória para o vestiário quando Ademílson, artilheiro do campeonato com 8 gols, acertou um petardo no ângulo oposto de Fábio que ficou sem reação. Golaço e fim de 1º tempo.

O Cruzeiro voltou com duas modificações, sendo M. Paraná (impressionante como joga bem em jogos difíceis, mas entra desligado em jogos mais tranquilos) no lugar de Roger e Bernardo no lugar de Anderson Lessa. Eu não entendi o que o professor quis. Os dois tinham entrado no jogo e faziam boas partidas. E pra desestabilizar ainda mais a tática de Adílson, o Tupi virou logo aos 2 minutos com Fabrício Soares. O Cruzeiro acordou, mas esbarrava no ferrolho do time de Juiz de Fora que saía muito bem para os contra-ataques. Num deles, aos 35 minutos, o Tupi praticamente sacramentou o resultado. Gedeon foi lançado, livre de frente pra Fábio, e tocou com muita categoria na saída do arqueiro.

O Cruzeiro foi ainda mais pra cima, o Tupi teve Léo Salino expulso aos 40 minutos, a chuva apertou e a pressão foi quase insuportável. Tanto que, aos 46, em boa jogada tramada pelo ataque azul, Pedro “Who” deixou o dele num belo chute rasteiro de fora da área. Aos 47, Bernardo perdeu um gol incrível, cabeceando livre para fora. E o jogo acabou.

Os gols:

O Tupi mostrou que tem time para surpreender. O Cruzeiro percebeu que precisa entrar elétrico nos jogos, mesmo os do Mineiro e com time misto, para não ser surpreendido. Apesar dos pesares, o time azul se mantém na primeira colocação isolada e, agora, vai à Venezuela para enfrentar o Deportivo Italia nessa quinta-feira pela Libertadores.

Aguante!!!

*****

Alício Pena Júnior está para Minas como Carlos Eugênio Simon está para o Brasil. Ninguém entende mais como eles apitam e são considerados os melhores. Ontem, o fanfarrão e seus assistentes anularam um gol legítimo do Tupi, além de inverter faltas e cartões. Arbitragem ruim para os dois lados.

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Nos embalos do Obination

March 3rd, 2010 | 1 Comment | Filed in Atlético-MG, Campeonato Mineiro 2010, Copa do Brasil 2010, Cruzeiro, Futebol

Por Lucas Leal

Na última quarta-feira, dia 24 de fevereiro, o Atlético viajou para o longínquo e, para mim, até então inexistente estado do Acre, a fim de fazer sua estréia na Copa do Brasil, o famoso “caminho mais curto até a Libertadores”.

Mesmo sem ter conquistado os três pontos, o Galo ia embalado por uma boa atuação no Clássico contra os Azuis, partida recheada, mais uma vez, de polêmicas envolvendo a arbitragem Azul, digo, Mineira.

Quem também vinha embalado era o Juventus, que não é o de Turim, que, nas palavras de seu Presidente, teria plena capacidade de vencer o duelo, já que “Nosso time é o atual campeão estadual e tivemos a defesa menos vazada da competição, além de termos mantido a base do ano passado.”

O que o Sr. Deusdeth Nogueira não previa era que, mesmo recuperados do surto de dengue que fizera a partida ser adiada para esta data, seus jogadores encontrariam pelo caminho o jogador mais contestado do futebol brasileiro atual em uma noite inspirada.

O novo xodó do Galo!

O novo xodó do Galo!

Obina acabou com o jogo. Além de dar passe para o gol de Diego Tardelli, o jogador marcou nada menos que CINCO tentos na vitória esmagadora do Galo no treino, digo, jogo contra a Juve Tupiniquim. Marques, que passou à frente de Obina na hora de finalizar, completou a goleada, que ainda teve pênalti perdido por Muriçoca.

Muitos diriam que não há que se gabar de um resultado construído contra uma equipe de um lugar que não existe, que o Galo tinha a obrigação de vencer de mais de dez gols e que Obina só marcou tanto porquê o goleirão da Velha Senhora genérica ajudou. Mas marcou.

Acre

O Acre existe!

Não satisfeito, o mito Obina resolveu aprontar mais uma no fim de semana. Sua vítima, dessa vez, foi o Uberlândia, fora de casa, em partida válida pela 7ª rodada do “Pão de Queijão/2010”.

O Rei do Acre, novamente inspirado, marcou três gols, um deles em um belo chute de fora da área, dando a vitória por 5 a 2 para o Galo sobre o Periquito. Muriqui e Carlos Alberto completaram o marcador. Marcelo Régis e Paulo Roberto, em mais uma das pataquadas do pseudo-goleiro Aranha, descontaram para o time da casa.

Com 9 gols em 5 partidas, sendo 8 nas duas últimas, Obina não só ganhou o direito de pedir música e clipe no Fantástico, mas também assumiu a posição de artilheiro do Atlético. Não podemos negar que o atacante é limitado, não é dos mais habilidosos e está longe de ser um craque. No entanto, o esquema de três atacantes armado pelo professor Vanderburgo Luxerlei parece ser perfeito para a atuação do goleador. Diego Tardelli, agora atuando mais recuado, e Muriqui, absurdamente veloz caindo pelas pontas, facilitam a vida de Obina, que só tem o trabalho de empurrar a bola pra dentro do gol.

Uma coisa é indiscutível: Obina já virou lenda no futebol brasileiro. Por bem ou por mal, não é de hoje que ele tem chamado a atenção da imprensa esportiva nacional. E, agora, tem conquistado o torcedor alvinegro. E não é pra menos. Na hora de pedir música no Fantástico, o artilheiro não hesitou em fazer média com a torcida atleticana e pediu logo o Hino do Clube. Claro que depois, como todo jogador de futebol que se preze, pediu um pagode.

Ânimo novo para o Galo, que eliminou o jogo de volta da Copa do Brasil e agora segue na luta pelo título do Campeonato Rural e na espera pela vingança contra o time do Professor Adilson Pardal. E, se depender da torcida, sempre ao som do Obination…

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Aonde vai o chororô?

February 23rd, 2010 | 21 Comments | Filed in Atlético-MG, Campeonato Mineiro 2010, Cruzeiro

Senhores, boa tarde. Estava eu, nessa tarde quente entre as montanhas mineiras, zapeando pela internet quando me deparo com esta matéria.

Então quer dizer que Kalil, o turquinho comedor de fígados fritos azuis, vai fiscalizar as penalidades que a FMF e a Comissão de Arbitragem do futebol mineiro impõe aos árbitros que erram contra o lado deles? Sinto cheiro de déjavú. Ora, ano passado reclamou-se do mesmo assunto, no jogo da 1ª fase do Mineiro, mascarou-se a vitória do Cruzeiro e, no fim do campeonato, veio a surra derradeira, sem nada para mascarar.

Resta-me compartilhar a preocupação de Jorge Santana com seu post no PHD. O Galo a muito tempo não tem no que se basear e, agora, seu dirigente mascara a realidade, afirmando que não se deve confiar nos números do Datafolha, o time é sempre roubado e blá, blá, gol. O homem de preto (ou de amarelo, ou de vermelho, depende do jogo), caro Presidente, já errou contra o Galo, já errou contra o Cruzeiro, já errou contra o Flamengo, já errou contra o Botafogo, já errou até contra a Irlanda.

O que não se pode aceitar é esse mesmo dirigente querer, apesar de suas raízes, cantar de Galo no futebol mineiro. Não se cobra aqui um favorecimento ao Cruzeiro. Apenas imparcialidade. O juiz errou num lance rápido e difícil e quem informa que ele vai tomar “uma geladeira por tempo indeterminado” é o presidente do Galo e não o da FMF ou da Comissão de Arbitragem?

Eu não sei o que é mais ridículo nessa história toda. Se é a postura do Galo, a da FMF, a matéria da Galo-Press ou a foto do Kalil.

Kalil de "olho" na arbitragem mineira?

Kalil de "olho" na arbitragem mineira?

E depois reclamam de Bebeto de Freitas e Lúcio Flávio.

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Um bom começo de ano.

February 23rd, 2010 | 11 Comments | Filed in Atlético-MG, Campeonato Mineiro 2010, Cruzeiro, Torcidas Organizadas

Galo e Cruzeiro fizeram um baita jogo, naquele que ficou famoso como Clássico das Flanelinhas. Dois bons técnicos no banco de reservas e times que estão ainda melhores que os do ano passado. Se em 2009 a equipe azul teve um bom ano com um vice-campeonato da Libertadores, o título mineiro e uma bela arrancada na fase final do Brasileiro, o Galo superou expectativas e, durante um bom tempo, foi apontado como um dos postulantes ao título. Perdeu a bola e o rumo após a derrota para o Flamengo, mas foi mais do que a própria torcida esperava.

O clássico desse último sábado se mostrava cheio de ingredientes para ser especial. Luxerlei Wandemburgo, técnico do Cruzeiro no ano mais áureo da história recente, comandava a equipe atleticana; possibilidade de Obina, um especialista em clássicos, jogar como titular; Roger fazendo sua estreia pelo Cruzeiro; Adílson tentando manter o bom restropecto.

Antes do jogo eu comentava com amigos que o embate dos treinadores seria o maior diferencial. E foi o que aconteceu: Luxeerlei entrou num 4-4-2 conservador, mas que foi muito bem com Tardelli e Muriqui (bom atacante, mas que precisa melhorar nas finalizações) e Renan Oliveira vindo do meio-de-campo. O Cruzeiro se defendia bem com atuações seguras de Fábio, Jonathan e, pricipalmente, Leonardo Silva. Enquanto isso, Marquinhos Paraná, Gilberto e Henrique não faziam grande partida, mas ainda dominavam o meio-de-campo. Elicarlos cumpria bem o papel de marcador e segurança para as subidas de Diego Renan pela esquerda do ataque azul. Já a ofensiva celeste era inoperante, muito em função da boa atuação de Werley e da monstruosidade que Jairo Campos jogou.

O Galo era mais agudo e quase marcou um golaço com Tardelli que, numa saída errada de Fábio, tocou por cima. Leonardo Silva operou um milagre e salvou o Cruzeiro em cima da linha. Enquanto isso, a Raposa tocava a bola e o Galo se defendia bem. Sem achar espaços, o Cruzeiro só conseguiu seu gol na bola parada aos 22 minutos do 1º tempo. Gilberto bateu escanteio, Gil se antecipou e tocou fraco pro gol. A bola, essa companheira certa da ironia, encostou em Leandro, ex-lateral celeste, e matou o goleiro Carini. Cruzeiro 1×0.

R de Raposão!

R de Raposão!

Oito minutos depois, falta para o Atlético. Coelho cobrou pra Jairo Campos completar. Fábio fez uma defesa de cair o queixo, mas na sobra o mesmo Jairo tocou no canto. 1×1 e clássico quente, como a tarde de BH.

O 1º tempo acabou, veio o 2º e o jogo não mudou em nada. Aliás, mudou. Adílson trocou Diego Renan por Pedro “Who”, que não entrou bem. Com o deslocamento de Elicarlos pra lateral-esquerda, o Cruzeiro perdeu força na marcação. O Galo veio ainda mais forte e logo aos 3 minutos marcou seu gol com Tardelli, que foi mal anulado pela arbitragem. Pra variar, ouve-se a história de que “aquele gol podia ter dado outra cara pro jogo”. Realmente. Num clássico, detalhes fazem diferença. Mas os gols perdidos por Tardelli, Obina e Muriqui também fizeram diferença. O Galo era mais organizado e aos 14 minutos, Muriqui perdeu um gol feito. Os alvinegros ainda tiveram bom domínio, mas por volta da metade do 2º tempo o Cruzeiro equilibrou.

Foi nesse momento que brilhou mais uma vez o professor Adílson. Luxerlei trocou Renan Oliveira por Obina, indo prum 4-3-3 com Correa, Jonílson e Ricardinho no meio. Enquanto isso, Adílson sacou Gilberto para a estreia de Roger. Aos 33 minutos, o maridão da Débora fez lindo lançamento para conclusão errada de T. Ribeiro, num lance que deixou Luxemburgo dando pulinhos de braveza. O Cruzeiro agora já era mais perigoso. E aos 37, o canhotinho bateu escanteio na cabeça de Leonardo Silva que nem subiu pra testar firme, sem chances para Carini. Cruzeiro 2×1. Festa azul e laranja e desespero de Luxa. O técnico sacou Jonílson para a entrada do eterno Marques. Mas foi Roger quem apareceu novamente. Aos 43 minutos, num contra-ataque rápido, o meia recebeu, puxou pra esquerda e colocou no ângulo oposto de fora da área. Golaço! Cruzeiro 3×1 e fim de papo.

Roger comemorou roubando a cabeça do Raposão e saindo pra torcida. Delírio e o início do pós-jogo. Kalil reclamou de assalto, Luxerlei Wandemburgo mandou banana pra torcida do Cruzeiro, Perrella provocou desnecessariamente. E briga na saída do estádio. Tudo normal. Toda babaquice que se espera de um superclássico e que acontece com a conivência das autoridades.

Por fim, foi um belo jogo que deixa esperançosas as duas torcidas. A do Cruzeiro com o fato de que o time, por ter um bom elenco, pode resolver um jogo complicado em questão de minutos. A do Galo, por saber que o time desse ano pode fazer papel mais bonito que o do ano passado. E pode ser mais confiável.

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Nessa quarta, o Cruzeiro joga contra o Colo-Colo pela Libertadores. O Galo vai ao Acre jogar contra o Juventus para não fazer o jogo de volta.

Adelante!

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