Ferrari em pleno apagão
November 1st, 2012 | 31 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2012Pobre Fernando Alonso. Enquanto o asturiano reclama veementemente da falta de evolução dos componentes aerodinâmicos de seu F2012, o cavalinho rampante empacado viu o touro vermelho voando por cima de suas cabeças. Enfileirando a quarta vitória consecutiva no GP da Índia e contando com infortúnios do ex-líder do campeonato , Sebastian Vettel virou o jogo e assumiu a ponta da tabela. Faltam três provas para o final da temporada. A boa forma do próprio piloto e da equipe Red Bull permitem ao alemão alimentar o sonho de alcançar uma marca importantíssima: o tricampeonato em anos consecutivos, marca possuída por Fangio (chegou a quatro), Schumacher (cinco), e só. Mesmo assim, Vettel deve manter sua barba rala de molho, pois o astuto espanhol não dá ponto sem nó, e quando o time italiano não o ajuda a vencer, ele se vira para chegar em segundo. Não deixa de ser uma tarefa hercúlea para o ferrarista, mas ele já tirou dúzias de coelhos da sua cartola vermelha. Até que o título esteja matematicamente definido, ele é perigo suficiente para não deixar qualquer margem de erro para seu concorrente.
Do outro lado da moeda, Felipe Massa, a ovelha negra da famiglia de Maranello ressuscitou na segunda metade do campeonato. Com ou sem as traquitanas aerodinâmicas, o brasileiro conquistou alguns resultados de certa forma inesperados, como o pódio em Suzuka. Mesmo que sua atuação na Índia tenha sido resumida a não deixar Kimi Räikkönen passar, seu desempenho nos últimos GPs trouxe preciosos pontos à equipe – que inclusive superou a McLaren na tabela de construtores – e assim convenceu os caciques do time de renovarem seu contrato por mais uma temporada. A melhor declaração foi ‘expelida’ pelo Luca di Montezemolo, ao defender a renovação de Massa e refutar a especulada negociação com Vettel para fazer companhia a Alonso em 2014: “- Não queremos dois galos no galinheiro”. Como para o bom entendedor, meia palavra basta, a frase lapidar do chefão vermelho pode ser assim traduzida: “- Massa, perto de Alonso, é pinto”. Vida que segue.
O GP da Índia marcou a primeira passagem da simpática Monisha Kaltenborn, nascida no país, e sucessora do sisudo Peter Sauber, como a primeira mulher no comando de uma equipe de F1. A passagem do bastão – sem trocadilhos, por favor… – acontece quando a equipe, que chegou à F1 em 1993, atravessa o melhor momento de toda a sua história. Basta ver que a turma de Hinwill é uma ameaça real à quinta posição da poderosa Mercedes GP no campeonato de construtores. Os bons e carismáticos pilotos enfrentaram os gigantes e marcaram presença nos pódios, e assim ajudaram o time a se tornar um “Ameriquinha” na categoria. É uma pena que a dupla estará desfeita em 2013: Sergio Pérez vai para a McLaren e Kamui Kobayashi não é o favorito para ser companheiro do já contratado Nico Hülkenberg. A vaga será muito provavelmente preenchida por outro mexicano bancado pela Telmex, que mesmo com a saída de Pérez manterá a parceria com o time.
Namastê, e até Abu Dhabi no próximo domingo.