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Artigos sobre ‘Fórmula-1 2011’

Domingo de Nelson Piquet! Domingo de Vasco!

November 27th, 2011 | 62 Comments | Filed in Fórmula-1 2011, Futebol

*Por André Bona

 Nelson e Vasco

Como fã de F1 que sou e fã incondicional da família Piquet, especialmente de Nelsão, esse domingo, na verdade, começou há várias semanas atrás.

Sei que o “editor-chefe” de F1 do BBG é o MR. Robinson. E o desafiei a postar um artigo sobre os 30 anos do primeiro título de Nelson Piquet na F1. Isso foi antes de Suzuka. Mr. Robinson é um editor-fera. Escreve muito bem e entende de F1. Espero sempre a cobertura que faz sobre as provas e nessa espera inquieta, me desespero e saio postando em Open-bar e onde der sobre o assunto. Preferencialmente cornetando o queridinho atual da platinada abobada. Não estou falando do urubu,  nem do gambá, mas sim do Bruno Lalil, conhecido como Bruno Senna.

Meu pai é músico no ES, tendo gravado vários discos no Estado, desde a década de 80. Quando eu era bem pequeno, pela influência, me arrisquei como “compositor”. Criança que gosta de carro aprende todos os nomes de carros. Naquela época existiam poucos: uns 4 ou 5 de cada montadora. Então era fácil. Por isso, sobrava espaço no HD para saber tudo de carros de F1 e conhecer o inacreditável Nelson Piquet.

E foi assim que na década de 80, próximo aos 6 anos de idade, rascunhei alguma coisa sobre F1 (na verdade EXCLUSIVAMENTE PARA NELSON PIQUET) e meu pai anos depois carinhosamente lapidou e transformou numa música. Obviamente quando isso foi feito, retirou o nome do piloto e deixou sem nome. Até porque o fenômeno de marketing também já estava nas pistas, então a música ficaria, digamos, mais “ecumênica”.

Resgatei essa música e fiz um vídeo homenageando Nelsão. Com fotos interessantes e vídeos de ultrapassagens incríveis dele, ao som do hit de André Bona e Carlos Bona – “Ele é o nosso piloto da F1”.

Enfim, e até 1991 foi acompanhar a carreira brilhante desse piloto inacreditável e ser humano. Nunca encarnou o “herói nacional”. O cara que falava que peidava, arrotava, tirava onda com todo mundo. Um marrento completo. Marrento, autêntico e vascaíno. Era (e ainda é!) o Eurico Miranda de capacete. Acompanhei a F1 durante sua ausência com o mesmo interesse, mas com muita nostalgia, até o dia em que seu filho, Nelsinho, chegou na GP2 e as provas (muito mais alucinantes do que na F1) passavam no Sportv. E assim ele chegou na F1, com uma carreira sólida. Mas o restante todos já sabem. Foi uma tristeza e, hoje, tento acompanhar o garoto na Nascar Truck e vibro com seus resultados. Esse é o lado 1 da história.

O lado 2 da história, paralelo ao lado 1, é o lado Vasco.  Esse aí nem precisa de maiores comentários. Sou Vasco mesmo e acho que o Vasco esbofeteia todo mundo. E tem que ser assim. Simplesmente porque é Vasco e pela sua história. A platinada, e todos os seus tentáculos, é vista como inimiga.

O Vasco vence a CB depois de longo jejum, engata na SULA e no Brasileiro e vem avançando, avançando e avançando.

Voltando ao lado 1, depois da platinada comemorar os 20 anos da conquista do tri de Senna e falar todo santo dia disso, tomo conhecimento que o GP Brasil fará homenagem a Nelson Piquet. Delirante! PORQUE NÃO FOSSE FEITO ISSO, SÓ OS 20 ANOS SERIAM COMEMORADOS!

Semanas de espera. Os abafas da platinada não fazem mais o mesmo efeito. As informações circulam na internet, o carro será o Brabham de 81. Uma beleza!!!

Acordei pela manhã preocupado, pois tinha que fazer uma prova e hoje teríamos a exibição de Nelsão. A prova estava marcada no horário de Brasilia e o asno aqui, recém-morador de um Estado onde não existe horário de verão, perdeu a prova. Por outro lado, melhor: ia dar pra acompanhar tudo.

Vai se aproximando o momento. Abro o twitter e vejo as fotos postadas por Nelsinho Piquet.  Nelsão se vestindo, ao lado do carro e nas voltas que deu mais cedo se preparando para a exibição. Maneiras. Emoção total… Televisão ligada e eu buscando informações na internet, com medo da GLOBO NÃO EXIBIR o fato histórico. E numa chamada no intervalo, ouço a besta-mor falando… corro pra TV e o que vejo??? A BRABHAM 81 RASGANDO NA RETA DOS BOXES, contornado o S do NelSon e vindo para a reta oposta… o carro vai perdendo velocidade… ele vem saudando o público… a câmera vai pra dentro do carro… e o cara aparece… lento, mexendo em alguma coisa: CARAMBA! A BANDEIRA DO VASCO!!!! E ele vai lá, desenrola a bandeira, o som do rádio abre e o cara começa a falar: “e aí Galvão (urubu-rei da platinada) olha a bandeira do Vascão… kkkkkk…” e vai continuando… rindo… zuando… rádio aberto… emoção pura! E o cara rindo… “ih!, kkkk, ihi!” o cara tava zoando geral!!!! Foi como a logo do SBT na camisa de 2000. E alguém pensa que ele e Galvão são amigos? Que nada! Na minha opinião foi mais uma resposta! Ele colocara Reginaldo dentro dessa Brabham minutos antes. Galvão se mordeu na transmissão: “vc entrou nesse carro aí, Reginaldo?” “sim, entrei sim!”…

Eu assisti, atônito, a história toda… esperei a entrevista para Mariana Becker que hesitou em falar o nome do Galvão que, supostamente, teria chorado. Que mentira. Mas tá bom! Tentei gravar na TV. Consegui uma parte, porque me enrolei todo. Ao rever, pus-me aos prantos. A emoção de ver a Brabham já seria suficiente. Nelsão sendo homenageado, uma vitória pessoal minha (por incrível que pareça – era eu quem estava naquele carro!). Mas o cara ainda me tira a bandeira do Vasco. Incrível. E pra finalizar mais do que com chave de ouro, TIRA ONDA COM GALVÃO!!! E SAI RINDO COMO UM MOLEQUE!!!! COM RADIO ABERTO!!! Caramba! Muita emoção. Coisa de Piquet. Coisa de Vasco. Esbofetando todo mundo. Em São Paulo, local do nosso TRI e parte de nosso TETRA e de nossa MERCOSUL.

Virei pro lado e disse para minha mulher: ganhei 10 anos de “esportes”. To amarradão…

E pra finalizar o dia, bem, mais do que cereja, mais do que qualquer coisa, a vitória sobre o Flu, da forma como foi, que com certeza será alvo de outro post por aqui.

Enfim, foi um domingo de Piquet (como nos anos 80) e de Vasco (como nos anos 90). Juntos. Num mesmo momento. Inacreditável! Histórico. Tipo, Copa Mercosul, Brasileiro, Libertadores, tudo junto. As duas maiores paixões de um torcedor juntas, num mesmo momento, num mesmo dia, entrelaçados, contra dois dos “meus” maiores inimigos: “Galvão, platinada e gambá”. Nem sobrou espaço pra mais nada. E assim foi o domingo Vascaíníssimo! Histórico. Mágico!!!

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Barrichello: por que é tão difícil parar?

November 25th, 2011 | 54 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2011

Está chegando a hora de dizer tchau

Essa é a pergunta que todo mundo quer fazer a Rubens Barrichello, mas ninguém tem coragem de fazê-la assim, tão diretamente. Até porque a resposta não deve levar menos do que muitas horas. E com direito a choro nas pausas. Pela segunda vez o paulista chega a um fim de temporada sem ter um cockpit garantido para o próximo ano. Mas por que alguém, depois de 19 anos de atividade está tão desesperado obcecado empenhado para completar o vigésimo?

Se vivêssemos a década de 70, quando os custos eram ínfimos perto do quadro atual, bastaria ao Rubens juntar uma meia dúzia de mecânicos amigos há sei lá quantos anos, comprar um carro usado e velho de guerra, pintar e correr. Assim fez o saudoso Graham Hill, bicampeão na década de 60. Enquanto o corpo e a cabeça aguentavam, era melhor estar na pistas do que ficar em casa supervisionando as peripécias do pimpolho Damon. E nunca se aposentou. Praticamente só parou mesmo porque morreu, em 1975, em um desastre de avião – junto com quase todo pessoal de sua equipe e mais um de seus pilotos.

Tornou-se corriqueiro no Brasil julgar o Barrichello muito mais pelo que ele não conseguiu do que analisar o quão longe ele foi em sua carreira, levando-se em conta sua habilidade e as circunstâncias que acompanharam sua trajetória. Nem sempre o julgamento é justo, mas de cada cabeça sempre sairá uma sentença diferente. O fato é que até esse final de semana ele está lá, e aos 39 anos, não dá para dizer que isso é pouco. Ou por acaso. E é muito fácil criticá-lo por estar se sujeitando a essa situação extremamente desconfortável, de quem não enxerga o momento de parar antes de “ser parado”. Mas o que se diria por aqui então se Pedro de la Rosa fosse brasileiro, piloto de testes por mil anos – muitos dos quais os testes eram proibidos – e aos 40 fosse correr na equipe que fecha o grid? Ou até o Michael Schumacher, heptacampeão e megarrecordista, que desistiu da vida de aposentado multimilionário para voltar à ativa, inclusive sob pedradas dada a dificuldade de readaptação e sem mesmo ter um carro vencedor, para guiar só pelo prazer, correndo o risco de desfazer-se como mito do esporte? Por que é tão difícil para alguns a transição para a vida dita normal?

Definitivamente, há algo na Fórmula 1 que nós, meros mortais, ratinhos de escritório nunca iremos sentir ou compreender. O ronco absurdo dos motores a centímetros das costas, a concentração, a busca pelo limite, a adrenalina de baixar a viseira do capacete e aguardar o sinal de largada, ver o mundo passar a 350 km/h aos fins de semana, todas essas coisas são privilégios daqueles 24 caras que lá estão. Há casos em que essa magia simplesmente apaga. Alguns dos exemplos mais simbólicos são finlandeses: Mika Hakkinen, que se aposentou no auge da forma de um bicampeão, e Kimi Räikkönen, hoje cotado para um comeback deveras insólito por se tratar de alguém que achou que o circo perdeu a graça apenas no ano seguinte de seu campeonato – e que deixou isso bem claro para o mundo. Isso é como na vida real: se acabou o tesão, acabou.

Então, o que resta a fazer quando alguém se recusa a aceitar a passagem do tempo, a dar fim ao seu ciclo e abrir espaço para o novo por simplesmente não se enxergar fazendo outra coisa? Uma hora é preciso admitir que não dá mais, pendurar o capacete e gurdar na memória as conquistas e as frustrações. Antes que seja obrigado a fazê-lo. Em uma F1 onde talento desacompanhado do vil metal não vale tanto assim, não adianta mais o discurso da boa forma e da motivação para fazer frente aos neófitos e seus patrocinadores maravilhosos. Nem mesmo a bela corrida em Abu Dhabi. E mesmo sendo óbvio que toda a quilometragem acumulada em 19 anos representa uma boa economia a um time em comparação com os novatos, esse fato é friamente relativizado pelos cifrões. Há vagas? Sim, e a dança das cadeiras ficou ainda mais animada com a má notícia da confirmação de que Robert Kubica não retornará à Renault-Lotus em 2012. Mas mas essas vagas têm um preço alto. E se por um lado a carreira dele merece respeito, por outro, toda a controvérsia que cerca o seu nome ao longo de tantos anos não o torna um garoto-propaganda mais eficiente do que um jovem promissor.

Por isso tudo, o velho Rubens vai correr esse GP do Brasil como se fosse o último. Até porque todos os indícios são de que será mesmo.

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Gp da Índia: um novo país, um novo circuito, o mesmo vencedor de sempre

November 2nd, 2011 | 13 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2011

Force India!!!! O GP mostrou algumas belezocas "filhas do Gandhi"

Namastê, meus caros. O circo da Fórmula 1  aportou pela primeiríssima vez na terra dos elefantes usados como meio de transporte, das vacas sagradas, da flor de lótus (sem qualquer relação com as duas equipes que empregam inadvertidamente o nome), do kama sutra, do Karun Chandhok e do Narain Karthikeyan. Pois só em casa mesmo para esses pilotos aparecerem durante as transmissões e para alguém prestar alguma atenção em suas entrevistas. Para variar, Sebastian Vettel sobrou, simplesmente desapareceu no meio da densa neblina causada pela poluição das cidades nos arredores do circuito. Foi a vitória mais fácil das 11 acumuladas em 2011. E foi tão fácil que, assim como no Japão, Seb se permitiu a molecagem de fazer a melhor volta da corrida exatamente na última passagem, levando à loucura (e às risadas, provavelmente) os engenheiros da Red Bull, implorando para que ele apenas trouxesse o carro para a bandeirada. Além de marcar a pole – agora falta uma para igualar o recorde de poles na mesma temporada, de Nigel Mansell – ele liderou de ponta a ponta, sem perder a liderança nem mesmo durante os pits.

Mais uma vez o bicampeão foi acompanhado no pódio por Jenson Button, segundo, e em seguida Fernando Alonso. A decepção ficou por conta de Mark Webber. O australiano, que antes da prova havia descartado o jogo de equipe para ajudá-lo a ser vice-campeão, largou na primeira fila e morrinhou para chegar em quarto. Pois é, desse jeito, nem mesmo com jogo de equipe a coisa vai rolar. A boa notícia foi outro ótimo desempenho da Mercedes GP. As flechas de prata chegaram em quinto e sexto com Michael Schumacher à frente, dando novas lições ao pupilo rebelde Nico Rosberg.

Deepika Padukone: estrela de Bollywood no movimentado box da FI

O circuito de Buddh também foi palco da batalha entre a anfitriã Force India, Sauber e Toro Rosso pelo sexto posto na tabela dos construtores. Jaime Alguersuari foi oitavo, Adrian Sutil nono, e Sérgio Pérez, décimo. Apesar de algumas disputas isoladas, a alta expectativa de competitividade criada pelas características da pista foi frustrada, e a corrida foi um tanto quanto mais sonolenta do que se imaginava. O que se viu mesmo foi poeira, muita poeira em todo o circuito, que foi finalizado a toque de caixa, em cima da hora para o GP.

A vaca de Lewis e Felipe, dando um descanso a caminho do brejo

Se conselho fosse bom… mas quem avisa, amigo é. Se Felipe Massa e Lewis Hamilton tivessem procurado a terapia de casal quando foram alertados pela mala que vos escreve, talvez eles poupassem seus times de mais um gasto desnecessário com lanternagem. Após a enésima batida entre os dois só em 2011, dessa vez, a culpa recaiu sobre o brasileiro – apesar de tudo ter parecido um incidente normal de corrida. A fase dos dois é péssima. A do inglês pela quantidade de confusões e a do brasileiro pela apatia durante toda a temporada. A nuvem preta continua sobre os dois, mas no momento, quem vê a sua posição mais ameaçada é Massa. Mal que não deve tardar a rondar a cabeça de Hamilton caso continue sendo superado sistematicamente por Button.

Massa, por sinal, conseguiu uma proeza sem precedentes: abandonou a prova com a suspensão dianteira esquerda quebrada após um impacto contra as zebras do circuito, do mesmo jeito que já ocorrera com a suspensão direita no final do treino de classificação. Ele saiu xingando a mãe de quem colocou as malditas zebras, mas dos 24 carros que andaram por lá no fim de semana, o problema só aconteceu com um: a Ferrari #6. Duas vezes.

Rubens Barrichello até estava animado com a performance do carro, principalmente com pneus desgastados, mas a felicidade do Highlander da F1 só durou até o fim da reta de largada: ele estampou a traseira de seu próprio companheiro Pastor Maldonado e teve que arrastar seu carro até os boxes, saido de lá em último e com mais 30 segundos de desvantagem para o penúltimo. Depois de complicada a vida, restou empurrar o carrinho de rolimã da Williams pelos declives da pista de Buddh para cruzar em 15º. Para piorar, as notícias dão conta de que o acordo entre a equipe inglesa e o campeão de 2007, o beberrão Kimi Räikkönen (ohhh não… esses tremas todos de novo… não!!!!!) já está costurado e deverá ser anunciado em Abu Dhabi, a fonte dos níqueis que cairão no chapéu do velho Frank em 2012.

Ele vai voltar...

Foi uma verdadeira rasteira no brasileiro, que cobrava a definição do time havia meses, mas ainda sustenta que negocia com outras equipes. Após ter fechado precipitadamente com a Williams durante a temporada de 2009 – ele ainda seria procurado para correr pela McLaren ao lado de Hamilton, mas o contrato com Grove já estava assinado – Barrichello sofreu uma baixa com a saída (justamente para a McLaren…) de  Sam Michael, o diretor técnico que sempre tinha um elogio engatilhado para o piloto. Agora lhe restará correr atrás das pouquíssimas opções no mercado, como uma possível vaga na Renault-Lotus (que ano que vem será apenas Lotus…), onde as últimas notícias que chegam sobre Robert Kubica, infelizmente, não são nada animadoras. E, falando francamente, nada garante que qualquer uma dessas opções possa proporcionar uma temporada melhor do que a atual, a pior de toda sua longa carreira. Portanto, sendo bonito ou não, salvo surpresas de última hora, parece que faltam dois GPs para a aposentadoria de Rubens Barrichello. Sem nenhum grand finale.

Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos em Abu Dhabi, dia 13.

Go, Force India, go!!!

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A felicidade de uns, a tristeza de outros

October 21st, 2011 | 33 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2011

Quem apostou em um Sebastian Vettel preguiçoso e de ressaca após a confirmação do título, errou, e clamorosamente. O número 1 nem se importou tanto por ter perdido a pole-position do GP da Coreia para Lewis Hamilton. Ele apenas tratou de assumr a ponta ainda na primeira volta e daí seguiu firme para mais uma vitória sem dar muita bola para a concorrência. A próxima meta: bater o recorde de poles na mesma temporada.

Para Hamilton e Mark Webber, ambos vindos de uma maré baixíssima, a corrida teve um sentimento de redenção. O australiano mostrou uma competitividade rara em suas atuações deste ano. Já o inglês conseguiu se manter distante das confusões. Os dois ladearam Vettel no pódio e protagonizaram um duelo bastante animado nas voltas finais.

O resultado definiu o Mundial de Construtores em favor da Red Bull. Pelo segundo ano consecutivo foi o time das latinhas prateadas que desfilou o melhor conjunto carro-piloto na sua curta história de vida – em apenas sete anos a equipe se intrometeu no clube das vencedoras. Mesmo assim, o pessoal de Milton Keynes já sentiu que chegar ao topo é muito mais fácil do que se manter lá. Ninguém lá duvida da capacidade de reação de McLaren e Ferrari, e a chave para continuar ganhando todo mundo vê: talento (de Vettel no volante e Adrian Newey na prancheta), competência e vibração de todos os membros da equipe. Em 2012, o touro vermelho vai chegar voando de novo, mas os rivais estão mordidos e não deixarão esse domínio passar barato.

A bela festa da equipe austríaca contrastou com o luto que abateu a velha Indy do outro lado do mundo. Quando se coloca muitos carros – vários com pilotos novatos ao volante – a altíssimas velocidades, andando muito próximos uns dos outros em uma pista oval curta e de alta inclinação, há muita coisa pode dar errado. Na última etapa da temporada da Indy, em Las Vegas, algo saiu do controle.

No intervalo de poucos segundos, o que parecia ser uma corrida de automóveis se tornou um cenário de guerra. Ao mergulharem em uma curva, quase a metade do grid se viu entrando em um autêntico moedor de carros. Muitos pilotos tiveram muita sorte ao saírem praticamente ilesos daquela hecatombe, mas quis o destino que aquela tarde na cidade do pecado fosse o adeus do inglês Dan Wheldon.

O mundo do automobilismo lamenta hoje a perda de um piloto de estilo limpo e elegante, um grande vencedor, campeão da categoria e bi-campeão das 500 Milhas de Indianápolis. Um cara querido por todos os seus adversários e até pelos seus companheiros de equipe, rompendo com a máxima de que não se faz amigos no ambiente competitivo. Sua participação especial no GP de Las Vegas, largando da última posição, teria um detalhe especial a mais: caso ele chegasse em primeiro, o prêmio de US$5 milhões oferecido ao vencedor seria dividido com um fã da categoria presente nas arquibancadas. Entretanto, a festa pelo quarto campeonato – o terceiro consecutivo – de Dario Franchitti foi substituída por cinco melancólicas voltas em baixa velocidade, com pilotos chorando dentro dos capacetes após o anúncio do falecimento de Wheldon. No pitlane, pilotos, mecânicos, chefes de equipe e membros da organização circulavam com olhares perdidos, semblantes consternados pela surrealidade dos acontecimentos que acabaram de presenciar, inutilmente buscando consolo uns nos outros.

A tragédia trouxe dramaticamente a lembrança do encerramento da temporada de 1999 da então Cart, quando outro desastre ceifou a vida da jovem promessa canadense Greg Moore, carismático e querido como Wheldon. As coincidências não param por aí. Moore também largou em último, pois um pequeno acidente nos treinos o impediu de correr na classificação,e mesmo com uma contusão na mão, fez questão de correr. Ele fazia sua última corrida pela equipe Green, pois já tinha um contrato assinado para guiar um dos carros de Roger Penske. O inglês, que não participou da temporada 2011 regularmente por falta de patrocínio – e ainda assim venceu as 500 Milhas desse ano – assinara para correr em 2012 no time chefiado por Michael Andretti, o mesmo lugar onde ele foi campeão em 2005.

Essa foi também a última corrida dos atuais chassis da Indy. Dan Wheldon, que foi contratado pela Dallara para desenvolver o novo modelo a ser utilizado a partir de 2012, pode ter deixado como seu último legado uma nova geração de chassis cuja principal evolução seriam soluções aerodinâmicas que diminuíssem a possibilidade de decolagem do carro nos acidentes. Seu trabalho pode evitar que a vida de outros pilotos sejam perdidos da mesma forma que a dele.

Infelizmente, não adianta muito questionar a segurança da Indy. É óbvio que sempre há algo a ser feito para melhorá-la, mas a verdade maior foi dita por Michael Schumacher: por maiores os avanços alcançados na proteção da integridade física dos pilotos, o que existe no automobilismo de alta performance, de cockpit e rodas descobertas é, no máximo, uma ilusão de segurança. Todos os pilotos sabem (ou deveriam saber) que é impossível fazer o que eles fazem (no caso da Indy, em velocidades beirando os 400km/h) com 100% de certeza de que vão sobreviver a tudo.  Cada vez que baixam as suas viseiras, seja em testes, classificações ou corridas, todos eles devem estar conscientes de que suas vidas por um fio muito tênue. Às vezes, esse fio não aguenta. Então, não há como voltar atrás.

Não são os carros que são frágeis; são as vidas.

Wheldon deixa esposa e dois filhos, sendo um bebê.

Godspeed, champion.

A próxima parada da F1 é na Índia, o GP hare baba, dia 30.

Daniel

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Vettel bi: o novo sempre vem

October 12th, 2011 | 35 Comments | Filed in Fórmula-1, Fórmula-1 2011

Hail to the champion!!!!

Só faltava o pinguinho no “i” de “bicampeão”. Não foi com a vitória que ele desejava, mas o terceiro lugar foi o suficiente para dar início às comemorações da equipe Red Bull. O avassalador Sebastian Vettel escreveu com letras garrafais o seu nome na seletíssima lista de de pilotos que conseguiram dois títulos consecutivos na Fórmula 1.

Esse menino que acaba de se consagrar como o mais jovem bicampeão da história da categoria sofreu duras críticas em 2010, na base do “ele é muito talentoso, mas… é afoito, comete muitos erros, mais isso,  mais aquilo”. Interessante é ver esses mesmos críticos constatando não só a excepcional arrancada para o título de 2010, como também o irrepreensível domínio em 2011, a partir da experiência adquirida em todas as situações que teve de enfrentar desde que virou o homem a ser batido.

Michael Schumacher fazendo escola

A cidadezinha de Heppenheim e toda a Alemanha tem uma boa razão para beber um monte de cerveja para comemorar. E o mestre-samurai Michael Schumacher tem motivos para se sentir orgulhoso de seu pupilo. Essa é a ordem natural das coisas: um gênio cumpre o seu ciclo, influencia as gerações que vêm depois dele e, feliz, passa o bastão para que outros possam escrever suas próprias histórias, se espelhando nele ou eventualmente igualando-o ou superando-o. It’s evolution, baby. Como dizem as sábias palavras do sumidão Belchior lá no título do post.

A torcida particular de Jenson Button

Agora, falemos do resto. Vettel ficou atrás do indefectível Jenson Button – que mostrou em Suzuka que, além da namorada mais docinho da F1, tem a cunhadinha mais nelson-rodrigueana da paróquia. Podem escrever: esse será o homem a desafiar a supremacia da equipe dos touros alados em 2012. O segundo lugar coube ao macambúzio Fernando Alonso. O espanhol faz o que pode com o carrinho que a Ferrari lhe oferece, mas mesmo assim não se acostuma a ser bom perdedor.

Em quarto chegou o resignado Mark Webber. O australiano até ainda está na disputa pelo vice-campeonato, mas mesmo que dispusesse do mesmo touro alado que permitiu a Vettel manter-se dono do número 1, não foi capaz de chegar a uma vitoriazinha que fosse. Suas últimas declarações, meio tristonhas, dão a impressão de que ele fará companhia ao atormentado Felipe Massa no limbo entre os protagonistas do espetáculo e aqueles que não têm carro para grandes aspirações.

Por sinal, o brasileiro de Maranello misturou as tintas de sua Ferrari pela enésima vez com as da McLaren do distraidaço Lewis Hamilton. Já está na hora dos dois buscarem juntos uma terapia de casal. Ainda mais depois do vazamento das gravações de rádio de Cingapura, onde eles tinham se ‘encontrado’ pela última vez. Reveladas as falas do engenheiro Rob Smedley, fica a dúvida do que Massa quis reclamar com o inglês, afinal, se ele achava que Hamilton iria mesmo se conformar em ficar atrás de um piloto que mais parecia passear no parque… Agora, o drive-through do piloto da McLaren ficou até meio injusto…

O já citado Schumacher está cada vez mais readaptado. Mais ainda: é visível curva ascendente da Mercedes GP – Nico Rosberg saiu da última fila para cruzar em décimo lugar na bandeirada. A equipe da estrela de três pontas contratou o rodado aerodinamicista Aldo Costa (recém demitido da Ferrari, boi de piranha dos últimos insucessos dos italianos). O futuro promete, e quem sabe poderemos ver em 2012 o velho Schumacão frequentando novamente o pódio.

A incógnita Bruno Senna, em uma pista seletiva e diícil como a de Suzuka, não fez boa prova, chegando em 16º, léguas atrás de Vitaly Petrov, que largou atrás do brasileiro e cruzou em nono.

Já o incansável  Rubens Barrichello… A Williams vive simplesmente a pior fase da história do time. Segundo ele, a estratégia era boa, mas o safety car – que entrou em cena pelas plumas e paetês de Massa e Hamilton que ficaram pela pista – arruinou tudo. Ele segue enviando cópias do seu longo currículo para arrumar um lugar para correr mais um ano.

Com o campeão definido, a batalha pelo vice continua no próximo domingo, na Coreia do Sul.

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A sorte está lançada

October 7th, 2011 | 18 Comments | Filed in Automobilismo, Fórmula-1, Fórmula-1 2011

O final de semana em Suzuka começou. O domínio das primeiras ações coube a Jenson Button. O piloto da McLaren está tão em alta que a equipe já anunciou a renovação do compromisso por mais cinco anos, afastando-o assim do olho gordo de Maranello – Button era cotado para substituir o cada vez mais insosso Felipe Massa na Ferrari.

Se Jenson está tranquilão, o mesmo não pode se dizer de Sebastian Vettel. O provável bicampeão cometeu um de seus poucos erros em toda a temporada e terminou o treino na barreira de pneus. A tensão é justificada. Ele não quer perder a oportunidade de resolver a fatura logo no primeiro match point. Só falta um pontinho.

Em sua nova epopeia por um cockpit em 2012, Rubens Barrichello começou mal. O tiozão da F1, que ainda segura a bandeira da motivação e da experiência para se manter por mais um ano na Williams, cometeu um erro de principiante e arrebentou a lateral de seu carro no segundo treino livre. Pode até ser que ele tenha algo muito surpreendente escondido na manga – porque veja bem, tudo pode acontecer caso Robert Kubica não tenha condições de voltar a correr -, Barrichello provavelmente será aposentado ao fim do ano, mesmo contra a sua vontade. Mas convenhamos: passar mais uma temporada arriscando o pescoço nesse carro azul para quase ir ao Q3, quase entrar na zona de pontos… e não chegar a lugar nenhum.

Agora é guerra!!! A Toro Rosso desafia a Sauber, e a sua empolgada dupla Sebastian Buemi e Jaime Alguersuari farão de tudo para alcançar o time suíço no munidal de construtores. São apenas sete pontinhos.

Façam suas apostas, a sorte de todos está lançada.

Treino classificatório: logo mais, 2h.

Corrida: madrugada de sábado para domingo, 3h.

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GP de Cingapura: Warm Up

September 24th, 2011 | 19 Comments | Filed in Fórmula-1 2011

Se há demanda e produção, o produto tem de ser ofertado.

Post aberto para comentários durante a prova.

O post, claro, será editado e republicado posteriormente pelo talentoso Robínson.

Por André Bonna

Q1 do GP de Cingapura:

Galvão dizendo: é impossível o Bruno ficar entre os 10. Se ele conseguir isso é uma façanha.

Gavão lembrando do caso da Renault e Nelsinho. Lamentando e remoendo a porra toda. “O acidente causado por Nelsinho”, o “acidente causado por Nelsinho”.

Não satisfeito, fala que nessa corrida Felipe Massa perdeu o campeonato daquele ano.

Nessa hora Reginaldo interrompe e diz: “é, por falha do mecânico no abastecimento.

E o Galvão continua: “por causa do mecânico que errou pois estava sob pressão porque devido ao safety car provocado pela batida de Nelsinho… então Massa ficou chateado porque perdeu o campeonato devido ao episódio provocado por Nelsinho…

Bicho, a troco de quê? Esse cara é um FDP.

Depois, Bruno fez uma bela volta e entrou no Q2 na bacia das almas. No entanto, ninguem comentou que TODOS os pilotos baixaram o tempo volta após volta. E soltaram o Bruno antes do Petrov. Resultado: Bruno fez duas tentativas e Petrov somente 1 no útlimo instante…

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GP do Brasil: passando a régua em 2011 com o “Domingão do Nelsão”

July 30th, 2011 | 11 Comments | Filed in Fórmula-1 2011

 

"Aí, Galvão, a bandeira do Vascão!!!!"

Com o título definido em favor de Sebastian Vettel e sem a chuva, que seria o fator de imprevisibilidade para a corrida, o GP do Brasil fechou a tampa da temporada de 2011 de forma bem insossa. O previsível joguinho de equipe problema de câmbio no Red Bull número 1 levou Mark Webber a liderar a dobradinha do time, sua primeira e única vitória no ano em que foi totalmente suplantado pelo seu companheiro. O inglês Jenson Button chegou em terceiro – com direito a passadão em Fernando Alonso -, gantindo com tranquilidade o vice-campeonato.

Para os brasileiros, nada esteve muito animador, e todos dão tchauzinho para 2011 com alívio. Felipe Massa chegou atrás do Alonso, mais de meio minuto. Rubens Barrichello, martirizando no péssimo carro da Williams, teve uma boa classificação e uma largada desastrosa. Remou, remou, e chegou em um (até decente, devido às suas condições…) 14º lugar. Isso doeu bem menos do que a notícia que a mulher mais bonitinha do baile de fim de ano – a vaga da Renault-Lotus, que será a única e apenas Lotus em 2012 – ficou com Kimi Räikkönen. Aposta louca do time? A princípio sim, mas se o time apresentar evolução e o finlandês beberrão mantiver o foco na pista, pode ser que eles acertem na mosca. A notícia também afeta a vida de Bruno Senna, que na minha humilde opinião, cometeu um erro e acertou Michael Schumacher na entrada do S do titio. E se o prcedimento padrão na temporada foi o rigor nessas situações, a punição foi coerente apesar dos protestos do piloto e do narrador. Ele ainda está no leilão da segunda vaga de Enstone, mas sinceramente, parece que já deu.

A Force India mostrou mesmo que tem a força. Em ótimo resultado, pontuou com seus dois carros – o desempregado Adrian Sutil chegou inclusive à frente de Nico Rosberg, da Mercedes –  e se o mundial tivesse uma corridinha a mais (a etapa do Bahrein, cancelada…) simplesmente atropelaria a Renault-Lotus na tabela de construtores, e finalizaria o certame atrás apenas do quarteto Red Bul, McLaren, Ferrari e Mercedes. Não é pouca coisa não. E Kamui Kobayashi, que gosta mesmo da atmosfera paulista, teve outra boa atuação em terras brasileiras marcando mais um pontinho.

Se isso aí foi muito pouco, quem compareceu ao Autódromo Internacional José Carlos Pace não pode negar que o ingresso foi muito bem pago e a principal atração do domingo aconteceu bem antes do sinal de largada.

O tricampeão de Fórmula 1, gênio e gaiato, figuraça única na história da categoria e do esporte nacional, recebeu uma homenagem fantástica nesse domingo. Nelson Piquet Souto Maior se reencontrou em Interlagos com o mesmo Brabham BT-49C com o qual conquistou seu primeiro título de F1 há exatos trinta anos.  Foi justamente reverenciado por torcedores e por todo pessoal que cerca a categoria, inclusive o dono do circo, do carro em questão e seu patrão à época, Bernie Ecclestone. O velho Piquet proporcionou ao mundo uma pequena lembrança do que era capaz de fazer com os velocíssimos carros-asa, no tempo em que a dificuldade de lidar com os bólidos era muito mais do que gerenciar botões e quando, definitivamente, se amarrava cachorro com linguiça. Após presentear o público com a categoria de seus áureos tempos andando à vera, ele nos fez reviver também o seu humor ácido, espontâneo e irresistível ao desfilar pelo circuito empunhando e mostrando para o Galvão a bandeira do Vascão – diante de milhares de corintianos, que tiveram de engolir. Depois dessas voltas nostálgicas, a corrida por si só não passou de um pano de fundo para a verdadeira ode ao tricampeão.

Há imagens que falam por si só. Agora, é esperar 2012 traga mais novidades, boas ou não, mas sempre novas, como foram em 2011 a farofa de pneus, as asas móveis, as duas Lotus de mentirinha, as trapalhadas de Massa e Lewis Hamilton

 

Vettel quebrou o recorde de poles no mesmo ano. Pré-requisito: bigode de Leão

 

Depois dos tapas, beijos

 

 

 

Troféu: das profundezas do pré-sal para o rancho de Webber na Austrália

 

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