“Back to Brazil”
October 7th, 2008 por Bender | Categorias: Futebol.Folheando a revista da Bloomberg do mês de setembro me deparo com a foto do “Garcia” com a camisa do Botafogo. Não teve jeito, fui ler a matéria com o título de “Back to Brazil”, mesmo com meu inglês mediano.
Nesses últimos anos é normal a gente escutar que o seu clube vai contratar fulano que foi muito novo para o exterior (ou nem tão novo assim) que jogou na Europa ou na Ásia. Claro que esses “fulanos” geralmente são aqueles que não conseguiram muito êxito lá fora e acabam voltando. Mas o quê a matéria da Bloomberg traz é que com a apreciação do Real frente às outras moedas mais utilizadas (principalmente o dólar), essa volta ficou mais fácil.
Dólar desde 2003 até hoje. Fonte: Terminal da Bloomberg
O “Garcia” é o José Carlos Garcia Leal ou Zé Carlos como conhecemos. A revista diz que “the real’s appreciation is enabling Brazilian soccer teams to lure players home from overseas”. Zé Carlos diz que ficou surpreso quando o Botafogo o ofereceu o salário de $60,000, equivalente ao que ele recebia no Japão, sendo que 3 anos antes a diferença era gigante. E, obviamente, ele prefere jogar no Brasil sendo o salário o mesmo.
A matéria segue falando da valorização do Real brasileiro desde 2003 frente ao dólar (121%), ao Euro (46%) e ao Iene (98%) facilitando a volta dos brasileiros para jogarem no país de origem, mas depois se perde um pouco falando dos preços das commodities, dos países emergentes da América Latina que exportam esses produtos e dá um monte de códigos do terminal da Bloomberg para acessarmos e verificarmos qualquer coisa lá.
Claro que existem diversos outros fatores, mas de qualquer forma achei uma boa explicação para as contratações de certa maneira até inesperadas de times que por aqui me parecem com deficiências de caixa.
Bender,
além disso, as cotas de patrocínio no Brasil já começam a chegar em patamares europeus.
Eu não duvido nada que a arrecadação anual do São Paulo (para ser sincero, eu li isso em algum lugar) fique abaixo só dos grandalhões da Europa.
Mas no caso dessa crise estoporar com a porra toda, você acha que essas contratações diminuem?
Responda a este comentário
Só se as cotas de patrocínio estiverem parecidas com as de times bem medianos na Europa. Mesmo o São Paulo eu duvido estar perto dos patamares europeus.
Quando os jogadores falam depois do jogo aparece aquele fundo (geralmente um plástico) com os patrocinadores (no caso do Flamengo aparece a Petrobras, Nike, Gatorade e Nova Shin). Quando o Milan contratou o Ronaldinho Gaúcho eu reparei na entrevista dele. O fundo era um painel móvel e ia passando com as diversas marcas. Cara, era tanta empresa que não dava pra contar. Quando chegava no 15 o painel já estava voltando e eu perdia a conta. Absurdo. Incomparável com o Brasil.
****
Pois é, a crise está lá no finalzinho do gráfico com o dólar saindo de 1,60 e indo para 2,31 (fechamento de ontem). Tá 2,40 agora. Acho que hoje ficaria mais difícil pro Flamengo trazer o Marcelinho Paraíba por exemplo. Como achei muito coerente a matéria da revista, acho que se a crise perdurar mais e o dólar se manter valorizando realmente vai ficar mais difícil pro Flu trazer o Roger ou o Fla tirar o Felipe lá de fora. Mas Kaká, Pato, Robinho… esses nem se o câmbio fosse R$ 1 = US$ 1. A diferença é muito grande.
Responda a este comentário
Claro que não são esses times TOP da Europa, mas não acho que São Paulo esteja tão atrás de times medianos, mas ainda assim de 1ª divisão de lá.
E isso falando de Espnha, Inglaterra, Itália e Alemanha.
Não acho que a Liga Brasileira fique muito atrás de Portugal para baixo.
Responda a este comentário
Pois é… sei não. Além desses, de repente o Brasil ainda perde pra França, Holanda…. Rússia…. Grécia, Turquia… vai saber.
O problema é que quando eu tiver um tempo NÃO vou pegar balanços dos principais clubes desses países para comparar.
Responda a este comentário
Se algum clube por aqui contratou em dólar, se fudeu.
Se algum jogador, repatriado, assinou em real, se fudeu.
Responda a este comentário
Isso nesse exato momento. As coisas podem melhorar. Mas mesmo assim, isso com certeza, vai levar algum tempo. Até lá o grande temor é uma recessão. Aí sim, esses estariam fudidos mesmo.
Responda a este comentário
Olha o quê eu acabei de achar na 1ª página do Globoesporte.com
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/espanhol/0,,MUL790227-9845,00-MEDIA+DE+TORCEDORES+DO+REAL+MADRID+NOS+ESTADIOS+E+QUASE+O+DOBRO+DO+FLAMENGO.html
Média de público de mais de 70 mil por jogo. Com os preços de lá imagina a receita só de bilheteria.
Fora o Marketing fuderoso de lá. Vendas absurdas. Consumo absurdo de produtos relacionados ao clube. Excelente exploração do turismo. E, principalmente, os patrocínios milionários.
Responda a este comentário
Queria saber se lá tem jogo do campeonato espanhol que acaba meia-noite, numa quarta-feira, de fato não sei.
De qualquer jeito, chega ser covardia a estrutura de lá, os estádios, os transportes, a organização…
Aqui no Brasil tem, no mínimo, uns 10 times com potencial pra ter essa média. Além de Corinthians e Flamengo, que poderiam facilmente ter uma média ainda maior.
Responda a este comentário
Acho que seria no máximo uns 10 times com esse potencial.
A diferença é muito grande.
Responda a este comentário
Achei onde li.
Tendo a acreditar nisso:
Patamar europeu
Patamar europeu II – uma realidade
Responda a este comentário
Muito bom. Principalmente o II. É mais ou menos o tema que estamos falando.
Parece que o cara tem mais saco pra ficar vendo as informações dos clubes.
Responda a este comentário
Tem a história do “sonho pessoal”. O camarada quer jogar fora, conhecer outros estilos, jogar a Copa dos Campeões. Exemplo disso é a saída o Thiago Neves do Flu. Branco e patrocinador cobriram a oferta salarial que o cara recebeu de um time alemão. Ele saiu mesmo assim.
Concordo que vale mesmo quando o sujeito tá indo pra países/times inexpressivos. Vai ser bom pra gente. Essa “janela européia” tá acabando com o Brasileirão.
Responda a este comentário
Tem razão. Mas depois dessa realização profissional quando o “sonho pessoal” não é mais assim tão sonho, essa valorização do Real ajuda o cara a voltar.
Falando em Thiago Neves, ele já está de férias lá na Europa? Estava ontem almoçando no Porcão Rio’s.
Responda a este comentário
Exemplo do que estávamos comentando.
Notícia de hoje, 09/out.
Responda a este comentário
http://colunas.globoesporte.com/primeiramao/2010/02/19/economia-forte-faz-o-futebol-brasileiro-ser-invadido-pelos-jogadores-estrangeiros/
Responda a este comentário