As pedras no sapato da Red Bull

Alonso não perdoa

O que pode ter significado o Grande Prêmio da Grã-Bretanha para a equipe Red Bull?

a) um bom resultado afinal, pois seus pilotos chegaram em segundo e terceiro;

b) um ponto fora da curva, pois a vitória só escapou por um erro no pitstop;

c) um sinal amarelo aceso, por causa da ascensão da Ferrari e principalmente, de Fernando Alonso;

d) um sinal vermelho aceso, por causa dos novos velhos conflitos internos provocados pelo ornitorrinco, ou melhor, a ovelha negra Mark Webber;

e) as letras b, c e d estão corretas, e isso é só a ponta do iceberg.

Pode marcar a letra e, sem susto meu amigo.

Tudo parecia se encaminhar para mais um passeio quando Sebastian Vettel superou Webber na largada. Mas como não há nada que esteja dando certo que não possa dar errado de uma hora para outra, veio o desastrado e desastroso pitstop do alemão. Uma vez na ponta, Alonso barbarizou. Mas não foi apenas o erro dos mecânicos da Red Bull que ocasionou a ressurreição do pessoal de Maranello. Foi uma vitória da Ferrari dentro e fora das pistas.

A equipe dos touros  já pode colocar as barbas de molho. As mudanças seguidas no regulamento técnico (inintelegíveis para mortais como eu e você, mas com consequência sensível no desempenho dos carros) mesmo durante a temporada mostram o claro objetivo da FIA de atingir em cheio a equipe que vinha dominando o campeonato com uma pata nas costas, e assim apimentar a segunda metade do campeonato. Primeiro foram os mapeamentos de motor, cujas alterações entre o treino classificatório e a corrida foram banidas desde o GP da Europa. E agora…

O sistema de utilização dos gases do escapamento do motor para melhorar a eficiência aerodinâmica dos difusores traseiros – vulgarmente chamado “difusor aquecido” – era acreditado como sendo o pulo do gato na performance da equipe líder do campeonato, porém, quem a cartolada atingiu em cheio foi a Renault-Lotus, esta sim despencou dramaticamente. A classificação provou que há muito mais por baixo daquele capô azul da Red Bull, mas a conjunção dos fatos ocorridos durante a corrida foram como um roteiro dos sonhos para a Ferrari.

A proibição dos difusores aquecidos já foi revogada no tapetão. Só que agora a Ferrari está empolgada, não apenas com a vitória de Alonso como também com a melhora do nível de Felipe Massa, que bem ao seu estilo, protagonizou uma bela disputa até a linha de chegada contra Lewis Hamilton. E o melhor, por mais estranho que possa parecer foi o despertar de Webber. Nada melhor que um arranca-rabo interno na Red Bull para aumentarem as chances da concorrência.

Se as manobras extrapista são éticas, justas ou bonitas, eu sinceramente não sei. Mas se é na base da apelação e da artificialidade que os donos do circo querem criar equilíbrio na competição, que seja. Do meu sofá, eu quero mesmo é que esse circo pegue fogo.

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