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Aposentadoria para ex-campeões

May 25th, 2010 por | Categorias: Seleção Brasileira.

Em 2008, na comemoração dos 50 anos do 1º título mundial brasileiro, Lula propôs uma aposentadoria vitalícia aos campeões daquele ano. Sabiamente o discurso se estendeu para as outras seleções campeãs de 62 e 70. Mais sábio ainda foi deixar as seleções de 94 e 2002 de fora. Porém, tal medida enviada ao Congresso ainda traz alguns problemas.

  • Privilégio do futebol. É foda ver algum campeão do mundo de 58 ou 62 definhando sem nenhuma assistência decente. Mas e os campeões de outros esportes? E a tal valorização dos esportes “amadores” tão citada?
  • Benefício apenas aos campeões. Premia-se apenas os vencedores da “guerra”? Outros também “lutaram”.
  • Descendentes dos jogadores falecidos iriam receber a pensão. Filhos? Netos? Até quando?

Há outros problemas de ordem mais abrangente como nossa já caótica Previdência Social e seu rombo com tendência ao aumento se não vier uma reforma. Se o caso dos jogadores fosse no mercado no qual estão todos os trabalhadores deveria-se apurar quanto tempo (se houve) de contribuição de cada um.

A proposta do Lula poderia ser de uma forma como um bolsa-família: recebe quem precisa. O Ministério dos Esportes poderia fazer a pesquisa de campo com os ex-jogadores.

Algumas (divergentes) opiniões dos maiores interessados:

O governo não pode distribuir dinheiro público. Se fosse assim, os campeões de outros esportes teriam o mesmo direito. E os atletas que não foram campeões do mundo, mas que lutaram da mesma forma? Além disso, todos os campeões foram premiados pelos títulos. Após a Copa de 1970, recebemos um bom dinheiro, de acordo com os valores de referência da época

Tostão

Graças a Deus estou numa situação boa, mas aqueles que conseguiram títulos e estão em dificuldades, acho que merecem muito pelo que fizeram pelo país

Zagallo

Eu vou requerer a minha. Não deixa de ser um reconhecimento. Afinal, fizemos coisas boas pelo país, demos alegrias às pessoas. Nunca fizemos mal a ninguém. Tem muita gente recebendo aposentadoria especial sem merecimento

Carlos Alberto Torres

Se a CBF prezasse pelo seu maior produto, não haveria necessidade de mais gastos de desgastes como esse.

Merece. Mas nem todos precisam. E quem vai pagar?

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21 Comentários para “Aposentadoria para ex-campeões”

  1. Marcus Oliveira
    25/05/10 - 11:48

    A justificativa do Torres é horrorosa. Os clubes de futebol deveriam ter respeito com seus ídolos e lhe concederem um fim de vida digno. Esse benefício vindo do governo é o absurdo dos absurdos. A opinião do Tostão é a mais sensata, pra variar.

    Depois que eu ouvi o Pelé falar que vai requerer a dele, não duvido de mais nada.

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    Bender

    Os clubes pagam os salários dos jogadores enquanto esses prestam o serviço. Se o clube não é empresa, então não convém uma espécie de plano de previdência privada.

    ****

    Quanto ao Torres, Hehe… eu faço coisas boas para o país e nunca fiz mal a ninguém. Também mereço.

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    Victor

    Sobre aposentadoria, a única coisa que li do Pelé foi em entrevista à Veja no ano passado e não era sobre esse assunto discutido aqui:

    O senhor está rico? […]Desde o ano passado, estou reduzindo a minha agenda de trabalho. Antes, eu só ficava dois meses por ano no Brasil. Quero inverter isso, para me dedicar aos meus filhos, ao meu sítio e ao Litoral, meu time de garotos lá de Santos. Depois da Copa de 2014, vou me tornar um aposentado de fato, porque de direito eu já sou.
    Como assim? Eu me aposentei como atleta profissional no ano passado. Desde outubro, recebo quase 3 000 reais do INSS. Já pago meia-entrada no cinema e posso até pegar ônibus de graça.

    Muito justo, por sinal.

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    João Deiró

    A diferença é que, para se aposentar pelo INSS, ele obrigatoriamente contribuiu durante um determinado período.

    É completamente diferente de o (des)governo instituir uma caridade para os campeões.

    Daqui a pouco, se o Stepan Nercessian apoiar a Dilma, o Retiro dos Artistas vai virar uma mega potência econômica, com cargos de confiança disputados pelo PMDB e tudo mais. Afinal, os atores/atrizes velhinhos também preenchem os critério do Capita: fizeram coisas boas (embora isso seja discutível) e nunca fizeram mal a ninguém (embora, em alguns casos, isso tb seja discutível).

    Ridículo.

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  2. Victor
    25/05/10 - 13:50

    Em princípio, acho algo tão estapafúrdio ao ponto que não iria nem comentar.

    É possível que atletas profissionais discutam uma necessidade de aposentadoria especial (no sentido de regulamento diferente da convencional) até pela defasagem como o tempo de trabalho de um atleta acontece.
    Só para ficar no caso do futebol, uma carreira de jogador acaba por volta dos 30 e 40 anos de vida, e começa quando o atleta ainda é criança e adolescente. Não é nenhum absurdo que a categoria discuta regras especiais para sua modalidade profissional.

    Só que buscar assistir justamente aqueles que mais tiveram condições de usufruir dos benefícios que a profissão pode garantir fica parecendo um contra-senso em termos de assistencialismo. Isto é, se o discurso for na base da homenagem e estímulo para atletas de ponta, vá lá, faz algum sentido, ainda dá para discutir.

    De qualquer forma, se há a intenção de se ajudar, é possível fazer sem colocar exceções no Sistema de Previdência.
    Ora, sendo tais jogadores tão queridos e especiais, por que não utilizar a imagem destes em campanhas de marketing visando a Copa no Brasil? Por que não dar um mote da Copa 2014 em cima dos jogadores campeões do mundo pelo País?
    Por que não buscar nas empresas parceiras do Governo e da CBF uma forma de utilizar da imagem desses atletas, como por exemplo, quando Zito e Djalma Santos serviram de modelos para a apresentação de uma camisa da Seleção.

    Estariam recebendo por algo que efetivamente produziriam, ainda que o custo/benefício pudesse ser questionado.

    ****
    Como farinha pouca meu pirão primeiro. Já há gente se movendo atrás da bufuna, vide Maurren Maggi:

    Um dos assuntos que discutimos hoje foi o pagamento de bônus e pensão, por parte do governo brasileiro, para os jogadores campeões do mundo de 58, 62 e 70. Acho justo. Para se formar um atleta desse nível são necessários anos e anos de dedicação, e os jogadores daquela época viviam em condições semelhantes às enfrentadas pelos atletas das modalidades olímpicas de hoje. Mas considerando isso, me parece oportuno o momento para discutir a criação de apoio desse tipo para os atletas que tenham obtido medalhas em Jogos Olímpicos. Há países que já contam com programas como esse há muito tempo, como a Grécia e a Espanha.

    Eu gostaria de saber como tratam o assunto no exterior para ir além na minha opinião.

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    João Deiró

    Sinceramente, Victor, já existem essas condições diferenciadas.

    Os atletas que realmente importam, ou seja, das Séries A e B, já recebem salários surreais, muito acima da renda per capita média, possibilitando uma poupança para o resto da vida. Após a aposentadoria, encontrem outra profissão.

    O Fábio Luciano, por exemplo, está cursando arquitetura.

    Os atletas amadores, das Séries C pra baixo, geralmente tem outras profissões, ainda que não de primeiro escalão, mas aí já é questão cultural. Dificilmente conseguiríamos ver um médico ou advogado que jogasse profissionalmente.

    Abs

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    Bender

    Mas a discussão não é para os atletas de hoje.

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    João Deiró

    Sim, a idéia do Governo não é.

    Mas pela frase do Victor:

    “É possível que atletas profissionais discutam uma necessidade de aposentadoria especial (no sentido de regulamento diferente da convencional) até pela defasagem como o tempo de trabalho de um atleta acontece.”

    Supus que fosse outra sugestão…

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    Victor

    O comentário do João foi pertinente sobre o que eu escrevi na maioria do meu comentário.

    Sobre a proposta para os ex-atletas do passado mais distante, eu dei inclusive a sugestão de como o Governo poderia ajudar ex-campeões do Mundo sem que para isso tenha de se fazer malabarismos (4º e 5º parágrafos)

    Eles podem muito bem serem subsidiados por exemplo, por empresas com ligação com Governo (eu não sei esses detalhes de capital misto, etc) que investem em esporte e cultura como Correios, Banco do Brasil, Eletrobras, Petrobras, etc.
    Com a garantia desse aporte de patrocínio, criem uma cooperativa de ex-campeões do Mundo e corram Brasil e Mundo fazendo palestras, anúncios, expondo vídeos, workshops em escolinhas, visitas humanitárias e etcetera.
    Claro que alguns não estariam aptos a fazer tudo isso. Mas cooperativa é para isso, alguns se expões mais, e depois dividem a grana. Até Tostão e Zagallo poderiam participar sem prejuízo moral algum cedendo a imagem deles.

    Desta forma, a exclusão de demais atletas de que não foram campeões do Mundo, ou que foram recentemente, ou que não são do futebol pode ser justificada como interesses comerciais da Associação e seus parceiros, ponto e acabou. Por mais escroto que possa ser. A ajuda estaria disfarçada de investimento, e nesse caso, investe-se como se quer, apesar do choro ser livre.

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    Bender

    É uma ideia estapafúrdia tanto quanto o bolsa-família. O nosso governo é assistencialista e prefere essas medidas à algo mais substancial.
    Já temos exceções no Sistema de Previdência como profissões de alto risco, o pessoal do judiciário, as antas do legislativo, alguns outros servidores públicos.
    Poderia rolar algo como uma aposentadoria não-convencional para os atletas profissionais de determinado período.

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    Alexandre N.

    A idéia do bolsa família é estapafúrdia? Ok, opinião sua e eu respeito. Porém, esta idéia assistêncialista NÃO É idéia deste governo Lula. O bolsa família nada mais é que a união dos antigos Bolsa Escola, Auxílio Gás e mais um outro do qual eu não consigo recodar o nome agora. E estes programas assistencialistas foram criados no antigo governo FHC.

    O grande problema do país é que algumas idéias podem até ser boas, se seguissem a idéia original. Porém, no meio desta história toda vem o famoso “jeitinho brasileiro” e aí a coisa acaba virando bagunça.

    Pra mim, o problema não são os programas e sim essa mania bacana que parte da população tem de querer sempre se dar bem em detrimento dos outros.

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    Bender

    estes programas assistencialistas foram criados no antigo governo FHC

    Parabéns! Eram os programas que o Lula criticava e agora é sua grande propaganda pelo seu bom governo.

    No chavão-clichê-mór, o bolsa família é “dar o peixe ao invés de ensinar a pescar”.

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    Alexandre N.

    Rapaz, uma coisa que eu aprendi aqui no trabalho (trabalho na Prefeitura do RJ) é que todo mundo pode criticar o que for no início. Mas depois que se chega lá, o que era criticado sempre pode ser usado a seu favor.

    Não defendi o bolsa família, nem o governo do Lula (que como qualquer outro, teve seus erros e acertos). O que quis dizer é que, não importa o que você queira implementar por aqui, por mais que você tenha boa vontade e queira só ajudar, isso sempre será atrapalhado por alguém que vai querer se dar bem em cima do que você está propondo.

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    Bender

    Bem-vindo à Política.

    Bolsa-qq coisa é estapafúrdio pra mim. Mas já que existe, que seja bem feita. Vc já se perguntou porque algumas boas medidas implementadas dão certo em outros países? Ou mesmo em outros estados? (se quiser restringir mais)

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    Alexandre N.

    Bender, acho melhor nem estender este assunto, afinal de contas, vamos discutir por horas e chegar a conclusão mais simples: O problema está aqui no país.

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    Bender

    Esse debate é válido.
    Não acho o país essa maravilha toda como diz o governo, nem essa merda toda como diz a oposição (seja quem for).
    Pena que os interesses individuais se sobrepoem ao coletivo.

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    Alexandre N.

    E você chegou ao cerne do problema.

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  3. Serginho Valente
    25/05/10 - 18:17

    A iniciativa é boa, mas deveria ser estendida a todos ex-atletas que tenham sido relevantes E que estejam, comprovadamente, em dificuldades financeiras.

    Mas a certeza de que tudo vai descambar pra alguma mamata e de algum modo não chegar só a quem de fato precisa, faz que ela pareça apenas mais uma piada deste país nem um pouco sério.

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  4. saulo
    25/05/10 - 19:25

    Sou contra radicalmente a este privilégio. A CBF explora amplamente a imagem da seleção, ganha milhões, utilizou ilegalmente a imagem dos tricampeões do mundo…e precisou esgotar todos os recursos da justiça para pagar a indenização aos campeões de 70. O mais justo seria a própria entidade pagar a aposentadoria aos campeões.

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  5. Julio Cesar Bastos
    30/05/10 - 17:17

    Concordo com o Saulo e digo mais: NENHUM recurso PÚBLICO deve ser destinado ao favorecimento de atletas de nenhuma modalidade como forma de indenização e /ou benefício previdenciário.
    Isso deve ser feito, através das entidades que coordenam cada modalidade esportiva, através de captação de recursos privados de patrocínio, vide CBF.

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    saulo

    Nesta semana o presidente da FAAP, entidade nacional dos atletas, Wilson Piazza falou sobre esse tema no Arena Sportv. Existe um percentual de 1% de recolhimento dos jogos e dos contratos dos jogadores profissionais. Esse recurso é investido para atletas, porém são raros os clubes dos quais repassam.

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