Ao Bom Futebol – Ser campeão é subproduto
June 15th, 2007 por Victor | Categorias: Botafogo, Futebol.
Temos sido obrigados há um bom tempo a analisar o futebol pela regularidade. Eu mesmo cito aqui o São Paulo como exemplo de clube, por esse ser sempre favorito nos campeonatos que disputa.
De fato, é inegável que tudo conspira para os times mais estruturados.
Mas… e daí? Falta alguma coisa.
Com boa organização, São Paulo e Internacional foram os últimos campeões mundiais. Foram com times equilibrados e competitivos.
Isso é bom para falarmos que os times tem de seguir esse exemplo e coisa e tal.
Mas não emociona ninguém.
Creio que desde o Santos de Robinho, não há um time que consiga arrancar empolgação de torcedores de outros clubes. Aliás, não havia. Agora há. Pelo menos a esse tricolor que aqui escreve, o Glorioso emociona (e muito mais que o Fluminense campeão da Copa do Brasil 2007).
Desde o estadual, o Botafogo entrou em evidência, e vem cada vez mais apresentando o futebol mais bonito do Brasil.
Claro que, à princípio poderia ser o efeito “Me Engana Que Eu Gosto” (expressão cunhada por Renato Maurício Prado para apelidar o Estadual do Rio de Janeiro). Todavia, o Botafogo vem mostrando seu futebol em nível nacional.
Fez na Copa do Brasil contra Atlético-MG e Figueirense (apesar de sua eliminação). E vem fazendo no Campeonato Brasileiro (Grêmio, Palmeiras, Vasco).
Os alvinegros (Gaburah e Flávio de forma mais explícita aqui no blog) se preocupam respectivamente com o salto alto que esse futebol bonito pode ocasionar e com um possível esgotamento de rendimento que o time pode chegar antes da hora.
Uma pena constatar que os eméritos alvinegros do Blá blá Gol estão se rubronegrizando (ou cruzmaltenizando-se).
Estão, quem diria, preocupados com o campeonato, com o título, o troféu, o reconhecimento da CBF e uma citação nas estatísticas da wikipedia.
Foda-se que o rendimento pode cair ou que o time pode assoberbar-se.
Deixem São Paulo, Cruzeiro e Palmeiras ganharem na regularidade, ou o Grêmio pela força.
Botafogo e Santos têm obrigação, quando podem, de jogarem bonito. Vencer é subproduto.
Quando disse mais acima que o Botafogo emciona torcedores de outro clube, sei que posso falar no plural.
Como citou Flávio em um comentário, Paulo Julio Clement (que não sei que time torce) está encantado com o Botafogo.
Outro que anda muito feliz com o Botafogo, é o corinthiano Juca Kfouri.
Ah Victor! Querer que um torcedor não se preocupe em ser campeão é o cúmulo. Dizer que vencer é subproduto?
Ou você está louco, ou está doidão, ou os dois de uma vez só.
Até porque o Botafogo é favorito ao título, tem jogado bem, tem bons jogadores como Dodô, Lúcio Flávio e Zé Roberto, mas não é nenhum time que vá marcar a história do futebol, ainda mais se não ganhar nada. Viajou.
Responda a este comentário
Se continuar a jogar desse jeito, vai marcar sim. E terá como subproduto esse título brasileiro (que por ser de pontos corridos, não será decidido por uma Ana Paula Oliveira ou por um Marcio Resende de Freitas)
Responda a este comentário
E claro que os torcedores do Botafogo tem de almejar o título. Até porque um título coroaria o futebol do time.
Mas seria um pecado com um time desse, encher de volante para acabar sendo campeão com “empates fora de casa”
Responda a este comentário
Não fala isso alto porque senão o Cuca escuta e começa a adotar o esquema…
Cara, é ÓBVIO que eu quero que o Botafogo seja campeão. Como você mesmo acabou de dizer, "Até porque um título coroaria o (bom) futebol do time".
Tu precisa entender o seguinte, amigo Victor: já foram duas frustrações gigantes esse ano, dois favoritismos que deram com os burros n'água (e o da Copa do Brasil ainda me dói, sinceramente). Queria ver se o teu Flu tivesse passado por isso. Não que eu valorize mais um título do que o bom futebol, nada disso. Muito pelo contrário. Mas agora sou obrigado a concordar com Serginho: "o Botafogo é favorito ao título, tem jogado bem, tem bons jogadores como Dodô, Lúcio Flávio e Zé Roberto, mas não é nenhum time que vá marcar a história do futebol, ainda mais se não ganhar nada".
Mal comparando, é mais ou menos como a seleção de 82. Todo mundo exalta aquele timaço, mas infelizmente ficou marcado como o de uma geração perdedora.
Por favor, entenda que não estou nem me rubronegrizando nem cruzmaltinizando. São só as ponderações de um torcedor apaixonado que quer ver o seu time trilhar o caminho em que tem totais condições de sucesso. Mas sempre existem as porras dos percalços que atrapalham tudo. No caso do Botafogo não são nem percalços, são sempre ACIDENTES GEOGRÁFICOS, HECATOMBES, ARMAGGEDONS. Isso porque tem coisas que só acontecem com o Botafogo.
Não faço críticas ao esquema do time, à deficiência dos jogadores, aos maus resultados merecidos. Minhas críticas são duras em relação ao virtual estrelismo, ao descompromisso, às invencionices fora de hora, às carências setoriais em campo. Mas hoje o Botafogo como instituição (e por conseqüência, como TIME) me enche de ORGULHO. Sou um torcedor em paz com o seu time porque tem a consciência de que ele está muito bem representado, por pessoas corretas, honestas e bem-intencionadas.
Só que chegar no topo é mole. Se manter no topo é que é a merda.
Sou o cri-cri que gosta de ficar trazendo os pés para o chão, quando tudo parece rosa. Mas nem o Cuca, nem o Montenegro, nem o Bebeto, nem o Dodô tem a mínima idéia de quem eu sou ou das baboseiras que eu digo. Resta aos amigos me agüentar nas minhas considerações inócuas, porém angustiadas e apaixonadas, e a mim extravasar a ansiedade e a frustração por dois títulos injustamente perdidos.
Assumo, sem a menos vergonha: o que me deixa mais chateado é que o Botafogo podia ter sido CAMPEÃO DA PORRA TODA ESSE ANO, sem a menor modéstia ou viagem da minha parte. E que torcedor que não gostaria de ver seu clube de coração conquistar o ano?
Não deu, paciência. São coisas do futebol.
Mas mais do que nunca, o MEU (nosso) BOTAFOGO,
"Foste herói em cada jogo
Botafogo
Por isso é que tu és
E hás de ser
Nosso imenso prazer
tradições,
Aos milhões tens também
Tu és o Glorioso
Não podes perder,
Perder pra ninguém".
Responda a este comentário
Belo comentário Gaburah, parabéns.
Responda a este comentário
A seleção mais absurdamente foda que o Brasil já teve foi a de 70.
A Copa de 94 foi a melhor, disparada, sem concorrência…e aqui é uma opinião estritamente pessoal.
Já sei que vão me sacanear por falar em geração. Mas não resisto. O problema da geração de 82 não foi só perder aquela Copa, mas sim não ganhar absolutamente nada, ou quase nada, levando em consideração o Torneio Centenário de Sei Lá o Quê (citado por Victor em outra ocasião). Nem uma Copa América sequer. E talvez isso, por enquanto, seja o único ponto de comparação entre o timaço de 82 e o bom time do Botafogo atual.
Responda a este comentário
Infelizmente, eu nunca vi o Flu passar por isso, nunca vi um belo time do Fluminense.
E é por aí que os adversários mais podem me sacanear.
Já vi timaços que jogassem o melhor futebol e mais bonito do Brasil no Botafogo, Flamengo e Vasco, e nunca vi no Fluminense.
****
…“o Botafogo é favorito ao título, tem jogado bem, tem bons jogadores como Dodô, Lúcio Flávio e Zé Roberto, mas não é nenhum time que vá marcar a história do futebol, ainda mais se não ganhar nada”.
Mal comparando, é mais ou menos como a seleção de 82. Todo mundo exalta aquele timaço, mas infelizmente ficou marcado como o de uma geração perdedora.…
Note que a Seleção perdedora de 82 é citada como exemplo sempre. Mesmo que o exemplo seja para citar uma geração perdedora
Ela é mais falada que a de 1950 (tido como grande time que perdeu na final).
Mais falada que a de 1962 (grande time e bi-campeão do Mundo)
Mais falada que a de 1966 (que foi uma merda e perdeu)
Que as de 1954, 1974 e 1978 então nem se fala.
Claro que podem argumentar: “Ah… mas essas seleções são mais antigas, e quem discute não se lembra delas pelo tempo mesmo”
Então prosseguindo, a de 1986 não é lembrada (apenas pelo penalty do Zico)
Falar da de 1990, só para xingar muito e comparar com a de 2006.
1994 é lembrada para dizer: “Foi o primeiro título do Brasil que eu vi. Foi muito maneira essa Copa, bebi muito”. – Menos falada que a de 1982 (aliás… é comum falar de 1994 para contrastar com a de 1982)
1998 – Menos falada. Nem mesmo para falar da bobagem de conspiração é lembrada.
Até mesmo a de 2002, onde o Brasil jogou muita bola é menos falada.
Todas essas deveriam estar mais na memória, são mais recente.
Estranho que as Seleções do Brasil que foram campeãs e que foram mais citadas que a de 82, tiveram um futebol ainda mais espetacular, as de 1970 e 1958 (pela ordem de citações respectivamente).
Gerações perdedoras foram as de 1966, 1990 e 2006. Essas deixaram apenas raiva e mediocridade.
Escrevo isso para que?
Para mostrar que um time perdedor para a FIFA, ou CBF ou para a enciclopédia britannica pode marcar história sim.
Hungria de 1954, Holanda de 1974, a Máquina Tricolor de 1975/1976, o Vasco de 1992, o Palmeiras de 1996.
Por exemplo, para que eu lembre quem foi campeão brasileiro em 1990, 1996, 2001 eu tenho de pesquisar
De toda forma, por ser campeonato de pontos corridos, o Botafogo jogando bonito, ganha o título. Pode degringolar sim, se resolver entrar na vala comum do resultado. Pois aí, o Botafogo é pequeno, não é pragmático.
Pela regularidade, ele samba para os times com estrutura. Continuo dizendo que o Botafogo tem de se preocupar em jogar bonito como tem feito.
Até pelo seu novo patrocinador. Quem não gostaria de vender uma imagem de alguém que faz diferente, faz bem e faz bonito. Além do que, dessa forma o Alvinegro se mantém na mídia, e aparecendo com qualidade. É uma ótima forma deveicular seu produto.
****
Que Bebeto, Montenegro e Dodô continuem pensando dessa forma pelo temor de Gaburah, caso o contrário, os alvinegros se orgulharão de que o time evolui a cada ano, e que o 7º lugar no Brasileirão 2007 é a maior prova disso.
Quem sabe, para 2008, o Botafogo poderá até contratar outro treinador para o lugar de Cuca, mas afinado com as idéias de regularidade, humildade e pés no chão. Parreira ou Dunga (ou os dois juntos) poderiam inclusive vir a treinar o alvinegro.
Eles fariam um planejamento quase científico que ascenderia a plenitude física do Botafogo no terço final do campeonato, e cientificamente, conforme o planejamento, alcançariam a 4ª posição. (se o Grêmio virar para cima do Boca, e o time campeã da Copa do Brasil 2008 for bom, eles poderão fazer um planejamento mais otimizado ainda, podendo ficar em 6º).
****
Posso até ficar falando aqui sozinho, mas eu vou torcer para que o Botafogo continue jogando assim, e claro, torcerei pelo título dele jogando assim.
Jogando “competitivamente” certamente consegue-se o apoio de toda sua torcida. Porém, só com algo mais, consegue-se a torcida dos outros torcedores (vide 1995).
Responda a este comentário
Torneio Bicentenário dos Estados Unidos (1976).
Responda a este comentário
A conclusão disso tudo é a seguinte: o Botafogo hoje realmente é um clube apaixonante. Aliás, até sair do jejum dos 21 anos em 88, o Fogão era o segundo time de todo mundo. Há quem não goste disso, mas eu não me incomodo.
Hoje é diferente. “…só com algo mais, consegue-se a torcida dos outros torcedores (vide 1995)“. Em que pese isso a competência e o trabalho honesto e profissional do Bebeto de Freitas, um cara que viveu sempre o esporte e trouxe ao futebol o ponto de vista de um esportista, não mais de um cartola.
*****
A seleção de 82 é a seleção mais absurdamente foda que o Brasil já teve.
Responda a este comentário
saiu do jejum de 21 anos em 89, contra o timaço do Flamengo de Zico e Telê Santana.
Responda a este comentário
Errei a tecla. Foi mal.
Responda a este comentário
Por falar em Cartola,
Enchi de botafoguense no Sparanov dessa semana.
Julio Cesar (está direto no Sparanov EC)
Juninho (zagueiro titular do Sparanov EC)
Zé Roberto (fazendo sua estréia)
Dodô
e Cuca (estreando no comando do Sparanov EC)
Responda a este comentário
Huahauahuaha, todo mundo deve ter feito a mesma coisa.
Responda a este comentário
Ia ser um jogaço, Seleção de 70 X Seleção de 82. Já pensou?
As seleções de 1966, 1990 e 2006 não foram seleções perdedoras. Foram seleções filhas-da-puta. É até injustiça falar especificamente de alguma delas, mas tem seqüelas que ficaram até hoje da de 90.
Foi a seleção que evidenciou o interesse particular, os jabás e a falta de vergonha na seleção brasileira.
Responda a este comentário
Foda em 82 era aturar o Waldir Perez, o Gaburah profissional.
Responda a este comentário
Antes de mais nada, foda-se CBF. Foda-se FIFA. O que elas acham ou pensam. São meras organizações políticas que fazem somente o que lhe convém, apenas o que intere$$a.
A seleção mais foda de todos os tempos de todos os Universos é a de 70. Mesmo que Serginho não tenha visto ela jogar.
A seleção mais lembrada depois de 70 é a de 82. 1982 é mais lembrada que 58, 2002 e muito mais falada que 94. Por que? Pelo timáço que foi, pelo futebol que apresentou. "…um capricho do destino não quis aquela seleção campeã". Foda-se o destino. 82 foi foda, mesmo que eu não tenha visto (Serginho já tinha 20 anos em 82).
A copa que EU mais curti foi a de 94. Eu e a seleção sempre cambaleando (1×0 contra as potencias EUA e Suécia, e cervejas, muitas cervejas para alguém com 16 anos) ganhamos de forma excepcional de 0x0. Muita gente não lembra dos penaltis, nem eu. Foda-se muita gente, Romário é o cara.
O objetivo maior é ser campeão. Se conseguir isso jogando bem, show! Se não, foda-sa o show. O time do Botafogo é muito bom, digo isso desde o ano passado. Mas a prova de fogo mesmo (os play-offs) esse time não precisará passar no brasileiro. Grande chance de ser campeão.
Responda a este comentário
[…] Infelizmente, eu nunca vi o Flu passar por isso, nunca vi um belo time do Fluminense. E é por aí q… […]