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A primeira vez a gente nunca esquece

July 21st, 2008 por | Categorias: Fórmula-1.

Mais um marco ao clã Piquet na Alemanha

Timo Glock se esborrachou no muro

Hospitalizado, Timo Glock deve ter recebido flores, bombons, cartões estimando melhoras e quem sabe, algumas grid babes vestidas de enfermeiras. Tudo presente de Nelsinho Piquet. Na mesma pista onde o pai estreou na Fórmula 1, o filho subiu ao pódio pela primeira vez. Largando de uma desanimadora décima-sétima posição, ele entrava no box para seu único reabastecimento no exato instante em que o alemão bateu violentamente a traseira de seu Toyota no muro, com a suspensão rompida. Guiou algumas voltas na liderança, manteve um bom ritmo e seu segundo lugar lavou a alma da Renault. Os franceses tiveram o melhor resultado no ano e entraram definitivamente na briga com Toyota e Red Bull para ser a quarta força da temporada. Fernando Alonso, que foi péssimo e chegou em décimo-primeiro, se roeu.

Piquet, o Pai, estreiou na Alemanha

E o maior mérito dele ainda veio após a corrida. Como sempre, a imprensa correu em cima, esperando um desabafo, um cala-boca aos críticos. Ao não rebater ninguém, tampouco prometer resultados sabidamente difíceis pela limitação do seu equipamento, ele mostra maturidade e se foca no que ele realmente precisa fazer para melhorar como piloto. Nada de papo furado para vender jornal. Palmas para ele.

Rala, Ferrari

Mesmo tendo demonstrado superioridade nos últimos testes, a Ferrari levou um baile da McLaren, na casa da Mercedes. Felipe Massa perdeu a pole no sábado e em nenhum momento teve possibilidade de disputar a vitória. Terminou a corrida no terceiro lugar sendo pressionado pela BMW de Nick Heidfeld. Este, mais uma vez superou Robert Kubica, que foi apenas o sétimo, apagado como Kimi Räikkönen. O homem de gelo já vinha mal e ainda teve que esperar na fila para fazer a segunda parada, quando os dois carros da Ferrari foram aos boxes na mesma volta durante a bandeira amarela. Fez uma boa progressão no último trecho, mas nada que o levasse além do quinto posto. Novamente, está atrás do parceiro na classificação, e cada vez mais se fala em sua aposentadoria ao fim de 2009.

Os engenheiros da equipe italiana, depois desse revés, parece ter ficado sem rumo. A próxima corrida em Budapeste favorece tradicionalmente aos rivais prateados, e se não quiserem que seus pilotos fiquem para trás na tabela, terão que tirar um coelhão vermelho da cartola. Os erros abundantes ao longo do ano começam a mandar a conta para Maranello.

CoultHARD de engolir

O David Coulthard é mesmo uma máquina de tirar os outros da pista. A vítima da vez foi Rubens Barrichello. O brasileiro nem reclamou. Disse que Coulthard provavelmente não o viu. Levando em consideração o que a Honda não andou no fim de semana, foi até um favor do escocês “Mr. Magoo”.

Se ele não fosse muito gente fina, teria feito muitos inimigos no seu ano de despedida. Mas não são poucos os que gostariam da antecipação de sua aposentadoria, marcada somente para o fim do ano.

Vettel, o funcionário do ano

O imberbe alemãozinho chegou em oitavo, marcando mais um pontinho. E teve confirmado o power-up para a próxima temporada. De Toro Rosso, ele passará a Red Bull.

Faltou falar de alguém?

Lewis Hamilton, o Soberbo

Claro!!! Do vencedor!!!! O soberbo!!! Lewis Hamilton simplesmente detonou a todos. Fez a pole, disparou na dianteira, e quando tudo indicava que a corrida seria chata, a McLaren resolveu dar emoção. Falharam grosseiramente ao não chamar o inglês para o reabastecimento durante a bandeira amarela. Mas tudo bem, porque voltando de sua segunda parada em quinto, ele superou um a um dos seus adversários. Massa ainda tentou resistir. Os outros, prudentemente, o deixaram ir embora. Numa temporada marcada por erros de parte a parte, Lewis fez a diferença quando o próprio time jogou contra. Ele se isolou na liderança do campeonato, com quatro pontos de vantagem para Massa. Crescendo no momento certo, pode ficar difícil batê-lo, num ano em que o desempenho de todos os postulantes ao título foi igual a uma gangorra.

Voltas finais

· O salto de qualidade da McLaren surpreendeu a todos. O fato é que a equipe desenvolveu um sistema que, através de um segundo par de borboletas atrás do volante, controla o torque do motor. Na prática, é como um controle de tração, só que manual. Depois de revelado o segredo industrial, logo os concorrentes terão o mesmo dispositivo. Mas enquanto não conseguem copiar, testar e usar nas corridas, a vantagem é toda de quem inventou.

· De um jeito ou de outro, estamos assistindo a um show de imprevisibilidade. Decisões de equipe equivocadas, barbeiragens dos pilotos de ponta, chuvas, batidas e Safety Cars estão dando ao povo o que o povo gosta: corridas disputadas, com direito à surpresas no final e equilíbrio na tabela de classificação. A tendência é que o campeão só seja conhecido aqui no Brasil. É o melhor campeonato dos últimos tempos.

O Santander ganhou o direito do jabá

· Começa a temporada de boatos sobre quem vai para onde em 2009. Vettel está garantido. Em menos de 24 horas, Button e Barrichello foram confirmados e desconfirmados. Nelsinho, outrora carta fora do baralho, depois que soube aproveitar a sorte e ir ao pódio, pode ter alguma chance, senão na Renault, em algum outro lugar. Especula-se de Alonso na Ferrari em 2010. Mas dependendo do destino do bicampeão para 2009 é que as outras peças irão se mover. Todos o querem, poucos são os que oferecem condições para tê-lo. Urubuzando, ainda estão os desempregados da Aguri, Anthony Davidson e Takuma Sato, aguardando um vacilo de alguém para voltarem às pistas.

· A próxima, na Hungria, dia 3 de agosto.

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5 Comentários para “A primeira vez a gente nunca esquece”

  1. Victor
    22/07/08 - 9:12

    É amigo, corridaça de Hamilton. Mais uma.

    Eu já vi gente precipitada dizer que a Ferrari já pode privilegiar Massa em detrimento de Räikkönen. 3 pontos no meio da temporada não são nada.
    Tem de filtrar o que a brasileirada diz.

    ****

    Sorte faz parte. Até poque no caso de Nelsinho, o resultado, com sorte ou não, eleva a auto-estima, além de ser um resultado em que um bi-campeão mundial com o mesmo carro ainda não obteve na temporada.
    Não é pouco não.
    Sem contar que para um piloto iniciando, em algumas temporadas, pode pesar mais fazer algumas corridas excepcionais que ser regular durante a temporada sem brilho em momento algum.
    O cara tem de se acostumar mesmo. Forçar, entender como funciona. O começo é para aprender mesmo.

    Só Hamilton teve de pular essa etapa. Ele já disputou título, e aí, a coisa fica diferente. A pressão é outra.

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  2. Robinson
    22/07/08 - 10:17

    A trajetória do Hamilton até aqui é sui generis. Ele já correu como gente grande na sua primeira temporada, e isso praticamente tira dele o direito de pecar pela inexperiência, comum aos pilotos de mesma idade e tempo na categoria. O que explica isso é o fato de ele ter sido cria do Ron Dennis desde moleque e ter chegado num ótimo momento da McLaren. Não fosse assim, ele seria um Button mulatinho.

    Já Piquet sofre com a baixa performance do equipamento que lhe foi oferecido. Se até Alonso tem dificuldades para guiar o R28, imagine para o estreante brasileiro.

    Mark WeBBBer (sim, porque ele gosta muito de uma polêmica) é contra a sorte. Em sua coluna no site da bbc, em resumo, ele disse que Piquet só foi ao pódio por causa da ridícula regra das bandeiras amarelas. Tolo.(Nota: vou acabar implicando com ele de novo. Duas corridas sem chegar e ele já vem falando m… na imprensa).

    Não foi culpa da regra. Foi sorte mesmo. Explico: Piquet faria apenas um pitstop, então ele já havia escalado o pelotão quando os outros pilotos pararam pela primeira vez; no momento em que o brasileiro já entrava no box, aconteceu a batida do Timo Glock. O que o favoreceu foi o casamento da sua estratégia com a circunstância. E quando isso acontece, independente de qualquer regra, ganha-se a vantagem. Os adversários saindo do pit enfileiraram atrás dele e o resto já é história.

    A regra é boa? Não. Embaralha tudo? Sim. Mas se essa mala da terra dos cangurus tivesse se dado bem, não estaria reclamando de regra nenhuma.

    Mas engana-se quem pensa que resultado pode ser creditado apenas à sorte. No último trecho da prova, apenas Hamilton tinha tempos de volta melhores que os dele. Se não tivesse andado bem, seria ultrapassado por todo mundo e chegaria em sétimo. Hockenheim não é Mônaco. Há lugar para o mais rápido passar o mais lento.

    Quer ler o blá blá WeBBBer? Vai lá:

    http://news.bbc.co.uk/sport2/hi/motorsport/formula_one/7511850.stm

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  3. Rafael
    22/07/08 - 11:38

    Não deveria ter prova em domingo de corrida. Foda não ter visto essa corrida.

    Hamilton é top mesmo. Um dos melhores. Mas eu queria vê-lo na Renault e Piquet na McLaren. O inglês ia ficar catando uns pontinhos que nem o Alonso está hoje.

    Em tempo, esses dois (Hamilton e Alonso) são pra mim os melhores hoje. Continuo achando o Massa melhor que o Kimi. O Kubica tb acho melhor que o Kimi. Se a Ferrari tivesse um carro melhor que a McLaren, o Massa teria chances contra o Hamilton.

    Quanto ao Piquet já mostrou que sabe guiar mesmo antes da F1. Vamos ver se ele terá a “sorte” de cair numa equipe de ponta na sua carreira.

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  4. Robinson
    22/07/08 - 15:41

    No momento, se ele se mantiver onde ele está já vai ser muito bom.

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  5. Rafael
    23/07/08 - 10:18

    No momento sim. Mas eu me referi à carreira. Toda a carreira. Ninguém hoje é campeão sem estar numa equipe de ponta.

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