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A perna de volta do Cruzeiro

November 17th, 2010 por | Categorias: Campeonato Brasileiro 2010, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Números.

Choram os cruzeirenses em um melodrama sem fim como se o Mundo tivesse acabado por uma derrota no Pacaembu. Se não encharcarem o papel com lágrimas ainda haverá espaço para fazer contas e constatar que o Cruzeiro está mais no páreo que nunca.

O líder Corinthians tem a 3 rodadas do fim do campeonato um aproveitamento pouco maior que 50% de vitórias, o que faz com que não seja nenhum absurdo que o Timão perca pontos até o fim do certame.

Na rodada 35, os três ponteiros tiveram resultados distintos: vitória do Corinthians, empate do Fluminense e derrota do Cruzeiro. O pior dos resultados para um desses times apesar do choro azul foi o do Fluminense empatando em seus domínios. A derrota mineira apesar dos contornos dramáticos não estava fora do script.

Faltando 4 rodadas, as três equipes jogariam 2 partidas em casa e duas fora. A rodada 35 era a primeira perna deste par de ida e volta e apenas os mineiros jogaram fora. Raposa joga em casa enquanto Pó-de-Arroz e Mosqueteiro viajam nesta perna de volta, onde o Corinthians fez seu dever de casa e só tentará colher lucros no Barradão, Fluminense precisa compensar em São Paulo o débito que deixou no Engenhão enquanto o Cruzeiro buscará fazer o dever de casa.

Ter vencido ou empatado com o Corinthians no Pacaembu seria uma dupla bonificação, uma por pontuar fora de casa, outra por tirar pontos do adversário em seus domínios.

É do Cruzeiro a tarefa mais fácil da rodada por jogar em casa, comprovadamente o melhor lugar para os times marcarem pontos. Pensamento do cruzeirense que guardou o lenço e pegou a calculadora.

Penalty no Bola: Interpretação, tem quem ache penalty, tem quem não ache. Não dá pra culpar o Rici.

Bandeiras: Horríveis. erraram lances ridiculos, mas nenhum era realmente contundente.

Faltas: Me lembro de duas faltas não dadas em favor do Cruzeiro, nada de outro mundo, acontece todo jogo.

Penalty no Thiago Ribeiro: Parece que realmente o TR deixa a perna para bater no goleiro e simular, lance também de interpretação. Eu não marcaria.

No geral foi uma partida relativamente normal. Acho que um dos bandeiras tava destoando, errando lances fáceis. Pressão normal de mandante. O próprio Cruzeiro já se beneficiou disso contra o Ceará.

Resumo da ópera, a Copa do Mundo teve arbitragens muito, muito piores.

To preocupado é com o Vasco domingo, tem alguém suspenso ou machucado? Tipo o Eder Luiz?

Vai no jogo Matheus? Bora?

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32 Comentarios Enviar por e-mail Enviar por e-mail

32 Comentários para “A perna de volta do Cruzeiro”

  1. Serginho Valente
    17/11/10 - 12:25

    Como assim Matheus?

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    Victor

    HuahuH EAUe huaEHauehauhe UAHe
    HUAheaue hUAEH aueh aueh aueh
    HAUEh UEH AUEH auehauehaue hau

    Quero ver se o Marcus vai ter o despreendimento de manter o convite.

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    Matheus

    Intriga da oposição.

    Puta falta de sacanagem, aí!

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    Marcus Oliveira

    Que tá roland?. Não tenho facebook e não entendo. Piada interna?

    Matheus,

    Se quiser carona, só falar. Combina por e-mail.

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    Matheus

    Ok, te mando o e-mail depois.

    E esquece a piada.

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    Matheus

    Piada perdeu a razão.

    Hehehehe.

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    Victor

    RÁ!

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    Bender

    HAUHUAH AUhuHAuHA HUAhUHAu AHuHAUhUAh
    HUAHUHAU AUHUHAUHAUHU AHUHAU HAUHAU HAUhAU
    HUAHUAHuH AUHAUHAUhUAHUAHUH AUhUAHUHA
    HUAHUAh UAHUH AUHUAhUAHUAHUAHUAHUA HUAH UAHAU

    Que porra é essa???

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    Bender

    Bom… adianto que não tenho preconceito nenhum.

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    rafael botafoguense

    ahauahuahau o mais comédia é o ‘há 24 minutos’ e ainda vem o ‘janine curtiu isso’ pra fechar o caixão. hauahuahau

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    Yuri

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  2. Serginho Valente
    17/11/10 - 13:27

    Em tempo, o Dedé está jogando sob efeito suspensivo. É o jogador mais importante do time, sem ele o sistema defensivo desmorona.

    Espero que não aconteça dele jogar contra o Cruzeiro, e ser suspenso contra o Corinthians.

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  3. Saulo
    17/11/10 - 13:32

    Não vejo a situação do Cruzeiro perfeitamente reversível, vai enfrentar um adversário(Vasco) sem maiores pretensões e interesse em Uberlândia. O Corinthians e o Fluminense tem adversários mais espinhosos(Vitória e São Paulo), provavelmente vão perder pontos.
    No caso do Fluminense, será um risco escalar Fred, Deco e Emerson juntos. Os três estão completamente fora de ritmo e serão um grande peso nesta fase decisiva.
    O Corinthians joga contra um São Paulo sem ambições e com chances remotas de uma libertadores. Será um adversário difícil pela rivalidade local e pela boa qualidade técnica. Por ser um clássico local e o tricolor Paulista como mandante, não deve ser apito amigo.

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    Marcus Oliveira

    Corinthians não joga contra o São Paulo.

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    Victor
    Botaoteca – Instant Button Claudia

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  4. Bender
    17/11/10 - 13:39

    Esse episódio está parecendo o chororô (daqui a pouco chega lá)

    O post é mais ou menos o que eu tenho feito a cada rodada usando o simulador do GE. Título totalmente aberto.

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    Marcus Oliveira

    Sei não viu Bender. Acredito que o título está restrito ao Corinthians e FLuminense. Para o Cruzeiro chegar são necessários 2 tropeços do Corinthians o que duvido muito.

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    Bender

    Acho não. O título está aberto entre os 3. E as colocações devem sofrer alteração já nessa próxima rodada.

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  5. thiago
    19/11/10 - 13:39

    O pequeno grande pênalti
    sex, 19/11/10
    por gustavo poli

    Poucas vezes um lance foi tão observado, tão analisado e comentado de forma tão pouco conclusiva. Como um rato de laboratório, o pênalti de Gil em Ronaldo foi pinçado, visto, revisto, observado, reobservado e dissecado. Uma semana depois e o cadáver segue insepulto, com olhos injetados e vazios, como se ensaiasse uma resposta que nunca virá. Em outras palavras – foi pênalti? Não foi pênalti? A que conclusão chegamos?

    Na vaca fria da observação, Jorge Henrique lança a bola para Ronaldo, que mata a redonda no peito. No momento em que a bola chega, Ronaldo sofre a carga de Gil – zagueiro do Cruzeiro, que aparentemente buscava também a redonda – ou assim disfarçou seu gesto. Ronaldo desaba e grita. Sandro Ricci, juiz de Brasília, aponta para o cal.

    Futebol é um jogo de contato – e os pró-penalti e os anti-pênalti travaram uma interessante batalha neste caso. Teve gente botando a culpa da dúvida até na câmera lenta – como se ver o lance mais devagar tivesse a lisérgica capacidade de alterar a percepção. O videoteipe é burro – dizia Nelson Rodrigues – e essa burrice deriva da humana propriedade conhecida como interpretação. Não tem a ver com velocidade ou ângulo. Ver o lance em câmera lenta, em super-slow ou em 37 ângulos diferentes pode simplesmente não tirar a dúvida.

    O que o torcedor faz é racionalizar de acordo com seus interesses. Procure um torcedor do Corinthians que não tenha visto pênalti ali. Uns disseram “se fosse fora da área, era falta – então é falta e tem que marcar”. Outros embarcaram na tese do empurrão claríssimo. Por outro lado, encontre um torcedor do Cruzeiro ou do Fluminense que não tenha visto pênalti-mandrake, favorecimento absurdo etc.

    A única e universal verdade é que o lance depende da interpretação de um sujeito solitário – o árbitro. E o árbitro é um ser humano, pressionável, com um só ângulo e nenhum replay. Neste campeonato – e em todos os campeonatos desde que o mundo é mundo – já tivemos lances parecidos que terminaram no cal. Mas, na maior parte das vezes, esse tipo de lance tem outro destino. Na maior parte das vezes, esse tipo de lance recebe aquele mover-de-braços, o famoso “segue-o-jogo”, de sua senhoria.

    E por que? Porque – gostemos ou não – dentro da área as regras são outras. A chamada faltinha, quase sempre, é ignorada. Não que ela deixe de ser falta – ela só não é apitada dentro da área. Nas reclamações do Cruzeiro, apareceram sempre as expressões “não pode dar esse pênalti”… “marcar um pênalti desses…”. O tratamento não é casual – esse pênalti – porque há pênaltis e pênaltis. Há o pênalti que se marca sozinho e o outro, duvidoso, que em geral não se marca. Em geral, por ser tão capital, o pênalti torna seletivo o olhar do juiz para falta dentro da área. O tipo de falta Gil-em-Ronaldo raramente se aponta.

    Em outras palavras – ao contrario do que Tite e o presidente da Comissão de Arbitragem, Sergio Correa, disseram, pegando emprestada a expressão de Marcelo Barreto, não foi “muito pênalti” nem aqui nem em Júpiter. “Muito pênalti” é outra coisa – é o caso do sujeito flagrado com o produto do roubo as mãos. O zagueiro fica sem graça até de reclamar. Nesse caso, pode ter sido um pouco pênalti ou, como diz meu amigo Newton Fleury, o homem do Cartola FC… pode ter sido meio pênalti.

    O meio pênalti é um conceito fascinante – porque resume a regra surda da partida – a de que não se espera do juiz um estilo – seja ele qual for. Tanto faz se ele preferir deixar o jogo correr – ou marcar tudo de forma draconiana – desde que seja coerente. Ou seja, o que se espera é isonomia. Seja qual for o critério – que seu apito sopre na mesma balada nas duas direções. Se quiser marcar tudo, que marque, mas pros dois lados. Se quiser marcar falta só em caso de esquartejamento à frio, okay – pros dois lados. É por aí que se entende a revolta do Cruzeiro. O ótimo Sandro Ricci teve uma noite infeliz – não pelo lance objetivo do penal – mas porque a marcação soou incoerente.

    O Cruzeiro teve vários lances com interpretação possível de pênalti – e em todos Sandro acertou. No caso mais gritante, o lance em que Thiago Ribeiro dribla Júlio Cesar, é possível ver que o atacante do Cruzeiro espera um átimo para deixar a perna se chocar com o goleiro do Corinthians (um dia – caso encontremos – abriremos o cérebro de um atacante brasileiro e encontraremos a explicação de porque ele acha mais esperto sofrer pênalti a fazer gol… mas essa é outra história).

    Ao não marcar esse penal – e outros dois – Sandro mostrou uma tendência – não estava marcando faltinha. Não estava marcando esse tipo de lance. Passou a impressão de que – se houvesse ½ pênalti… ele não seria marcado. Só marcaria o lance incontestável – o pênalti cabal, irrecorrível. E o lance de Gil em Ronaldo foi tudo, menos incontestável. Ao marcar um lance que não vinha marcando – e justamente em momento tão capital – Sandro tirou o Cruzeiro do sério.

    Isso não é contraditório? É. A regra deveria ser cumprida à risca? Deveria. Mas sejamos práticos – isso é conversa pra adormecer bovino insone. Em campo, durante 90 minutos, o juiz é um escravo do bom senso – as regras são apenas linhas-mestras que ele navega. Falta é interpretação – e os juízes fecham os olhos em todo jogo para no mínimo dez. Não se pode é fechar um olho aqui e abrir o outro lá.

    Em qualquer partida, o árbitro de futebol busca transmitir a sensação de imparcialidade. A sensação de que se pauta pelo mesmo critério. Futebol tem esse tipo de lance irrecorrível – gol, pênalti, cartão vermelho – capaz de alterar uma partida decisivamente. A arbitragem busca trilhar o provebial caminho do meio…e por isso, sempre que um árbitro dá cartão vermelho para um jogador do time A… fica mais perto de dar o mesmo cartão para um jogador do time B.

    O pênalti tem regra surda semelhante. Se você marcou ½ pênalti na área do time A, é sinal de que deverá marcar ½ pênalti na área do time B. Caso você roa essa corda sutil – o sentimento de marido-corno é inevitável. Sandro vinha deixando o jogo correr – como é seu estilo – deixando de marcar faltas claras (como um sanduíche em Wellington Paulista). Vinha, também, sendo abjetamente traído pelos seus auxiliares, que conseguiram inventar três impedimentos constrangedores contra o Cruzeiro – sendo um deles caso de envio para Sibéria profunda da arbitragem (algo como bandeirar na terceira divisão de Tocantins de graça por dois anos).

    E aí veio o lance capital – e seu personagem. O fato do lance ter sido com Ronaldo não é um detalhe. Ronaldo não é um jogador comum – é um jogador interplanetário – cuja fama e história carregam um peso muito maior do que os quilos extras. Um grito seu na área tem eco diferente – até porque Ronaldo não é de se jogar. Fosse em Dentinho ou Iarley… e duvido que Sandro Ricci tivesse apitado. Mas o fato de ser em Ronaldo – lembremos, o juiz é humano, também torceu por Ronaldo em 1998 e 2002, colaborou para transformar a faltinha em pênalti imenso.

    Depois do gol e da vitória corinthiana, veio o previsível show do pós-operatório. Xingamentos, ofensas, suspeitas. Cuca chegou no pódio de entrevistas com aquela expressão de Capitão Nascimento entrando na favela. A mesa apanhou. O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela chamou o juiz de safado e vaticinou:

    – Alguém comprou o juiz. Sei que não foi o Andrés Sanchez – mas alguém comprou pra ele.

    Em suma, o presidente de um dos principais clubes do país disse que acredita que exista um mercado de venda de jogos no Brasil – em alto e bom som. A revolta de treinador e cartola diante do titulo provavelmente perdido em lance tão peculiar é compreensível (embora as acusações não sejam). Mas… e quando o Cruzeiro foi favorecido no Campeonato (vide jogo contra Ceará), alguém se lembra de ter visto Cuca ou Zezé chutando baldes?

    Pior, porém, foi que o penal de Ricci acordou um personagem que andava dorminhoco e esquecido – o arauto da eterna conspiração. Logo depois do apito final, ele já deixou sua toca de trombeta em punho, berrando aos oito ventos:

    – O complô! O complô!

    Não caiamos aqui no truque de achar que o futebol brasileiro – por um estranho fenômeno desta terra de delúbios e valérios – seja uma ilha de moralidade. Sabemos que não é. Muito pelo contrario – sabemos que o cartola básico tupiniquim tem ética flexível. Se tiver chance… vai favorecer seu time e prejudicar os rivais. Esse tipo de coisa acontece. Mala branca acontece. Pressão política acontece. Mas é uma imensa ilusão acreditar que – debaixo da superfície – exista uma organização estruturada para manipular a tudo e a todos como peças de um jogo de xadrez.

    Não, amigos, o futebol brasileiro não tem tanta sofisticação. Apesar da recente profissionalização – e de uma significativa melhora em vários clubes e entidades – ainda há muitos cartolas que são cruzamentos de Caixa D’Água com Pateta. Oscilam entre bufões e vilões de desenho Disney. Quando querem armar de forma organizada fazem lambança (como no célebre episódio de 1993 no Rio, quando o presidente da comissão de arbitragem disse aos juízes reunidos a inesquecível frase: “ninguém pode fazer resultado sem o consetimento da Federação” – em outras palavras – “ninguém pode roubar sem autorização”). Se o twitter existisse então… diríamos… #joaobafodeoncafeelings.

    O Corinthians foi favorecido pela arbitragem, em casa, em três jogos decisivos deste Brasileirão (Cruzeiro, Fluminense e Botafogo) – mas foi prejudicado contra o Guarani e contra o Atlético-PR, por exemplo. O Fluminense também foi favorecido contra o Grêmio… assim como Cruzeiro e Botafogo em outras partidas. Os juízes erram – e com a competição de mil câmeras – seus erros ficam mais evidentes. Ao longo de 38 partidas, os erros e pressões tendem a se equilibrar.

    Há dois anos o Globoesporte.com fez uma tabela corrigida para saber – a partir de critérios razoáveis – quais times tinham sido mais beneficiados e/ou prejudicados pela arbitragem durante o Brasileirão inteiro. Era um exercício especulativo, claro – porque um pênalti pode ser perdido – ou pode não ser decisivo – só para ficar num exemplo. A reação dos torcedores foi óbvia. Quem concordou com as correções da tabela passou a usá-la como argumento. Quem discordou – passou a dizer que o site era parcial.

    O torcedor de futebol analisa qualquer jogo de acordo com seus interesses. Se o pênalti em questão fosse a favor do Cruzeiro, a indignação corinthiana teria dado cinco voltas no mundo. Jogadores, treinadores e cartolas até tentam ensaiar alguma imparcialidade – mas no fundo tocam a mesmíssima música. No dia em que alguém beneficiado pela arbitragem der entrevista se dizendo envergonhado… talvez esse longo disco conspiratório pare de tocar. Até lá… continuaremos acompanhando o excelso espetáculo da indignação seletiva e da vergonha de ocasião.

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    Victor

    Muita letrinha para um penalty claro demais.

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    Alexandre N.

    Verdade. Deu até calo nos olhos… rs

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    Bender

    Se alguém ler, me diz se o Poli achou pênalti ou não.

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    Yuri

    O que a obrigatoriedade de escrever um tal número de linhas num jornal não faz.

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    Matheus

    A questão do pênalti é complicada, né?

    Como eu falei, interpretativo. Mas ele não deu um IGUAL pro Cruzeiro.

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  6. luan
    4/12/10 - 19:54

    hjahahahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaakkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkakksajsghu8hiajskaskkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ( num vi graça )

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