60 anos do tricampeão maldito
January 20th, 2012 por Robinson | Categorias: Nelson Piquet.Tricampeões mundiais de Fórmula 1 são seres especiais. Jack Brabham, Jackie Stewart, Niki Lauda, Ayrton Senna, Alain Prost (ah, vá lá… o francês é um tricampeão que, metido a besta, venceu um campeonatinho a mais…). Falta um. Aquele que no Brasil desperta a admiração de uns, o desprezo de outros, mas mesmo sendo (aqui roubo uma expressão utilizada por Vinícius de Moraes) um dos caras mais “antiautopromocionais” da história do esporte, absolutamente ninguém fica indiferente a ele. Na última sexta-feira foi comemorado o sexagésimo aniversário de Nelson Piquet Souto Maior. O carioca de Brasília, o vascaíno, o sarcástico, o controverso, o gênio, o tricampeão. O Blablagol, como um reduto de fãs desse cidadão, não poderia deixar a data passar sem uma homenagem.
Piquet não se resume ao que ele fez na pista. Não dá para separar a velocidade e a inteligência de seu estilo de guiar do piloto com graxa na cara, conhecedor de cada mola e parafuso de seu carro, um verdadeiro mestre na arte de fazer um carro comum se tornar vencedor. Tampouco se pode desprezar o lado Professor Pardal, criador de soluções que revolucionaram a forma de se fazer automobilismo. Mas no fundo, o que distingue Piquet de todos os outros tricampeões como ele é a personalidade forte, a língua ferina, a autenticidade. Piquet foi durante sua carreira a antítese do garoto-propaganda desejado pela TV para substituir o afável Fittipaldi; ainda assim, enquanto o Rato colocou o Brasil no mapa mundi do automobilismo, coube ao nosso primeiro tricampeão a responsabilidade de mostrar que o Emerson não era simplesmente um ponto fora da curva em um país exótico, quase exclusivamente futebolista. Foi a consolidação do país como celeiro de talentos da velocidade. E para completar o perfil, falta aquela pitada de molecagem. O mulherengo, o criador e contador de causos do ‘submundo’ dos homens do automobilismo que corre em paralelo às pistas.
Para Piquet, não bastava ser o piloto que mais acelerava. O seu conhecimento mecânico, sua verdadeira devoção pela máquina e sua busca pelo aperfeiçoamento de cada detalhe revelam que esse tricampeão tratava seus carros, em seu horário de trabalho, com a mesma atenção e cuidado com que cortejava as mulheres fora dele. Ao contrário da maioria dos pilotos, para os quais o carro é apenas um meio de transporte coadjuvante do seu próprio talento, Piquet estabelecia uma relação comparável à de um cavaleiro e sua montaria: não bastava saber o nome do cavalo, mas é preciso saber como ele se sente, se está ou não em um bom dia para competir e treinar, entender o significado de cada respiração do animal. Basta ver como a praticamente todos os carros que ele guiou – exceto aquela amaldiçoada Lotus de 1988 – sempre o trataram muito bem em reciprocidade.
Se as merecidas comemorações começaram na sexta-feira, o grande presente chegou no sábado. O herdeiro favorito do clã Piquet realizou uma nova façanha nos EUA, onde desbrava novos caminhos para sua carreira. Nelsinho venceu sua primeira corrida na NASCAR Truck Series, sendo que em 2012 ele já havia vencido outra pela Nationwide Series. Para completar, Piquet pimpolho usou na corrida uma réplica do capacete de seu pai nos tempos em era moleque e competia com o sobrenome Piket para esconder sua paixão dos pais e tentar evitar a proliferação dos cabelos brancos da dona Clotilde e do Doutor Estácio. O timing não poderia ser mais perfeito. E assim segue a saga desse nome que, lá na minha infância, me ensinou o significado da palavra “ídolo”.
Vida longa ao tricampeão!!!
Irado. O tema e o texto. Bom voltar de viagem e ver esse post.
Numa entrevista dessas, ouvi Piquet comentar que tinha uma famosa curva em Brasilia que ele disputava com amigos quem fazia na maior velocidade. O desafio era fazer a curva acima de 110 ou 120 km/h, ou algo assim. Era a brincadeira dele. Hahaha
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Realmente, RMPink.
Acho que Piquet era da leva de aventureiros. Senna foi o primeiro profissional na essencia da palavra.
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Bonna,
aventureira era a geracao do Fangio. Piquet puta profissa, entendia da porra toda, como esta no post.
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Nao. esses ai eram doidos.
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Dois ídolos. Nelsão Pai e Robinson.
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:-P
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Bonna tendo orgasmos múltiplos com o texto em 5,4,3,2…
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hahaha…
Vai rolar questionamento.
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Por quê? O cara ganhou o título três vezes. Isso não se pode negar.
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Achei que o mais controverso seria sobre o Prost!!!
Na minha opinião, a F1 viu dois monstros até hoje, que foram Fangio e Schumacher. Logo abaixo deles eu coloco os tricampeões, verdadeiro cream of the crop dos pilotos que correram lá. Mas só para sacanear o meu sistema de categorização, esse francês narigudo safado arrumou um título a mais. Pior pra ele. No meu ranking, ele fica junto com os demais tricampeões. Só que com o nariz empinadinho. Com todo respeito às suas 51 vitórias…
(só para lembrar: o recorde de 27 vitórias de Jackie Stewart era tido como uma fronteira intransponível desde o início dos anos 70, e a sua formidável marca só caiu com Prost, sendo posteriormente superada também por Senna, Mansell, Schumacher e bem recentemente por Alonso. Por isso, apesar do comentário jocoso em relação ao francês, deve ficar registrada a grande façanha de quase dobrar um recorde que era impensável nos seus tempos.)
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Prost foi um piloto muito bom. Dizer algo contrário a isto é muita demência. E sempre esteve parelho com o Santo, mesmo quando não tinha o melhor carro (como aconteceu no período em que correu na Ferrari).
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Cara, nao sei porque nao acho Prost tao foda. Sei lá, acho que ele teve MUITOS CARROS com condições de ser campeão e não foi. No inicio da década teve chances de Renault. Nao levou. Depois mandou bem em 85 e MUITO BEM em 86. depois perdeu em 88 pra bichona desvairada. Deu o troco em 89. E depois volto a levar com uma máquina insuperável.
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Ele era amarrado demais pra ultrapassar. Lembro disso. Até retardatário ele demorava pra ultrapassar. Mas enfim, ninguem vence 4 campeonatos sendo RUIM. Não é isso. Acho que sinto desprezo por ele, por ter perdido campeonatos para Senna. Isso é estranho, porque acho que Senna era meio Maldonado… Não entendo como perdeu.
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Senna vencia uma prova. Prost chegava em segundo. Senna vencia outra, Prost chegava em segundo. Senna abria portanto, 6 pontos. (9 a 6 em cada corrida). Aí Senna abandonava fazendo alguma merda. Prost vencia, tirava os 6 pontos e metia 3 na frente…
E Senna sempre com aquele esforço descomunal… E totalmetne desnecessário…
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Ninguém ganha a alcunha de professor à toa. Prost foi tricampeão de forma irrepreensível. O tetra é que veio de molezinha…
O motor do carro da Renault, turbo, quebrava demais. Foi um período complicado para o francês.
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Eu concordo! Só que realmente tenho dificuldades em vê-lo como um cara a ser admirado.
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Ele ganhou o primeiro título tendo Nikki Lauda como companheiro de equipe. E foi vice para o mesmo Lauda em 84 por só meio ponto. Não tem como não respeitar um cara destes.
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Entendo, Alexandre. Me lembro mais dos 3 ultimos titulos dele. 1 magnifico contra as Willians. Eu tava vendo a corrida qdo o pneu de mansel estourou em 86 e Piquet teve a chance…
O de 89 foi barbada e o de 93, nem se fala.
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Em 89 e 93 Prost tinha carros muito bons. Mas acho que o campeonato de 89 foi um que não foi tão fácil assim pra ele. Você vai achar até uma heresia o que vou dizer, mas o título de 89 foi idêntico ao de 87 ganho pelo Piquet.
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Pode ser.
Mas no frigir dos ovos, Prost levou o campeonato de 89 no japão, uma corrida antes. Ainda teria a austrália. Senna teria que ter vencido as duas para ter chances. Nao bastava aquela conversinha da chincane. A vitoria de Senna naquela corrida não lhe daria o titulo, diferente do que querem nos fazer crer.
E em 87 Piquet tb levou no japão. nos treinos. ou seja, antes da corrida. 2 corridas de antecedência.
Mas tb acho que existem semelhanças nesses titulos. algumas. lógico que Piquet não teve SOMENTE o seu adversário com rival, como teve Prost.
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Correto. Só fiz a comparação dos títulos do Prost e do Piquet mais por causa da situação que ambos passaram dentro da própria equipe. Não era segredo para ninguém que a Honda (e por consequência a McLaren) tinha maior preferência pelo Santo. Tanto é que foi como você disse no outro comentário. Prost só ganhou as corridas das quais o Santo não completou.
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Eu vejo o embate Senna x Prost como um grande empate, na verdade. Enquanto os dois correram na McLaren, com o mesmo carro, foi um título para cada um. Depois disso, o francês mostrou toda a sua categoria enfrentando o brasileiro com uma grande diferença de equipamento. E só perdeu o título de 1990 no finalzinho, todo mundo sabe como.
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Alexandre, qdo Prost venceu o campeonato de 85, Lauda estava no último ano de carreira, acabou o campeonato em décimo na classificação geral e a Mclaren era o melhor carro.
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Questionar o que?
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E nao eram?
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O Nelsinho ganhou sua terceira corrida em solo americano, sendo a segunda em oval. Excelente texto.
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Caro Pedro,
Obrigado pelo elogio!!! Mas depois de consultar o portal da NASCAR, o site do piloto, Wikipedia e mais uma meia dúzia de fontes, só encontrei mesmo essas duas vitórias: uma pela Nationwide Series em circuito misto e a desse final de semana, pela Truck Series no tradidionalíssimo circuito oval de Michigan.
Caso você encontre a informação sobre essa terceira vitória, mudarei o post com todo prazer…
Abraço!!!
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Robinson, é a terceira mesmo.
Porém uma delas não foi pela Truck nem pela Nationwide. Foi uma outra categoria que não sei dizer como se relaciona com as demais.
Fantástico post!
Felizmente, veremos sempre essas comemorações. 61, 62, 63… e por ai vai. Qdo ele enfiou a cara no muro em Indianápolis, cheguei em casa e meu pai: “Deixa eu te falar logo: Nelson Piquet enfiou a cara num muro em Indianápolis e tá entre a vida e a morte.”
Sinceramente, dei de ombros. Não acreditei que Piquet morreria naquele acidente. Não estava ajustado com seu perfil morrer daquela forma.
Nao tinha internet porra nenhuma. E as noticias foram chegando vagarosamente, até que rolou a entrevista com Reginaldo Leme e ele mostrando o pé todo cheio de parafuso… rs.. Ali sim, era Piquet!
Enfim, gostei do post. Só tenho a agradecer. Esse é um cara (único cara) que inexplicavelmente criou uma noção de fã em mim inexplicável.
Já sonhei com ele voltando pra pista e vencendo. Qdo Nelsinho estava pra assinar com a Renault e entrar na F1, fiquei semanas apertando F5 no terra de 30 em 30 minutos esperando a manchete. Obviamente ela veio qdo eu me desconcentrei.
Como eu digo: eu não me lembro do dia que comecei a gostar de F1. Eu sempre gostei. Não existe um dia da minha vida em que eu não gostasse. E nunca ouve um dia em que Piquet não fosse alguém por quem eu estivesse torcendo. Era foda na Lotus Judd ficar procurando lá atrás… via uma corrida toda pra ver ele umas 2 ou 3 vezes… aquilo foi triste demais.
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Alterado!!! Valeu!!!
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O bandeiraverde fez um post sobre a historia da primeira corrida de Nelsão na F1. Muito maneiro: http://bandeiraverde.com.br/2012/08/23/clique-nelson-piquet-hockenheim-1978/
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excelente!!!
mas eu vou te dizer uma coisa: faltou homenagem a ele na mídia. falo de um especial, uma retrospectiva, imagens inéditas…
por isso ‘tricampeão maldito’ está lá no topo do post…
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Mr. Robinson, faltou mesmo. Mas nao espero outra coisa. Ainda bem que existe a internet. Assim, nós mesmos via rede, fazemos nossas homenagens!!!
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Maneiro.
Teve essa matéria (padrao) mas que tb gostei
http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2012/08/tricampeao-de-f-1-nelson-piquet-completa-60-anos-de-irreverencia.html
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Vale muito á pena. Entrevista (que parece mais prova oral de curso de inglês) com Piquet e Mansell juntos.
http://sportv.globo.com/site/programas/linha-de-chegada/noticia/2013/01/rivalidade-entre-piquet-e-mansell-ganha-novo-capitulo-25-anos-depois.html
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Vou ver. Eu já dei uma fuçada no site lá da Ford com a novelinha que eles estão fazendo entre Piquet e Mansel. Bem legal.
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Muito bom! MUito legal!
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