Home   Open-Bar   Trollagem   Bolão   Mercado da Bola   Copa do Brasil   Seleção   NFL   Contato  

1986, as Williams e o francês

October 15th, 2007 por | Categorias: Fórmula-1.

A temporada de 2007 chega ao seu momento decisivo com um fato que há muito não tivemos a oportunidade de assisitir. Três pilotos irão decidir, no circuito de Interlagos, quem leva o caneco. Impossível não recordar da última vez que isso ocorreu, há 21 anos, no campeonato de 1986.

A temporada começaria com trocas de pilotos em times importantes. O tricampeão Niki Lauda, desanimou depois de temporada muito fraca em 85, em que viu seu companheiro de equipe Alain Prost sagrar-se campeão pela primeira vez. Entrou em seu lugar Keke Rosberg, campeão em 82. O finlandês abriu vaga na Williams-Honda, e a oportunidade do brasileiro Nelson Piquet respirar novos ares. Na minha ingenuidade de uma criança de nove anos de idade, eu achei um absurdo o piloto deixar a Brabham, aquele carro azul e branco com o qual eu estava acostumado e que já havia lhe proporcionado dois títulos mundiais. Mas a verdade é que Piquet estava entrando numa equipe que o recolocaria na disputa pelo campeonato, o que o time chefiado por Bernie Ecclestone não tinha mais capacidade. E ainda mais, quando soube da morte do italiano Elio de Angelis, em testes
pela equipe preterida por Piquet, concluí que ele estava certíssimo mesmo.

Além de McLaren e Williams, as outras forças seriam a Lotus, com Ayrton Senna, e a Ferrari, que mesmo longe de sua melhor fase, conseguiu o vice-campeonato de pilotos com Michele Alboreto em 85. Mas o time de Maranello não correspondeu, e as vitórias acabaram divididas entre Williams, McLaren e Lotus, exceção feita à primeira vitória de Gerhard Berger e da Benetton, no GP do México, penúltima etapa do ano.

Naquela velha história “qualquer semelhança não é mera coincidência”, como a contenda entre Alonso e Hamilton em 2007, a tônica da temporada de 86 foi a disputa interna na Williams. De um lado, a pressão da imprensa britânica para que o time inglês fizesse Nigel Mansell campeão. De outro, um bicampeão, que com sua sensibilidade para acertos fez da Williams o melhor carro do ano com nove vitórias em dezesseis corridas. Para complicar ainda mais, o chefe Frank Williams sofreu um grave acidente e saiu de dentro desse Ford Sierra aí confinado numa cadeira de rodas.

Numa nau sem capitão, Piquet usou de táticas pouco ortodoxas para desequilibrar Mansell. As lendas são várias, e em se tratando de Piquet, eu acredito em muitas das artimanhas do brasileiro. A primeira metade do campeonato viu a briga entre Prost e Mansell, que teve cinco vitórias no ano, seguidos de perto por Senna e um Piquet azarado, que apesar da vitória no Brasil na abertura, sofreu com alguns abandonos. Mas ele conseguiu desestabilizar seu companheiro e rival, passou parte do time para seu lado, evitando que as configurações do seu carro fossem copiadas para o outro. Venceu na Alemanha, Hungria e Itália, encostando nos líderes. A diferença da era turbo para os dias atuais era que, até então, todos os pilotos tinham quebras, independente de ser uma grande, média ou pequena equipe. Isso equilibrava a competição, enquanto a diferença vinha do que o piloto conseguia tirar do seu carro quando ele não quebrava.
Mas os pontos que tiraram um do outro permitiu que o constante Alain Prost superasse os dois na última corrida do ano, na Austrália, onde o “Red Five” teve um pneu estourado e abandonou enquanto liderava. Por ordem da equipe, orientação dos técnicos da Goodyear, fornecedora de pneus, e mais um pavor com vibrações provocadas pelos seus compostos, Piquet foi forçado a fazer um pitstop e a vitória caiu no colo do francês narigudo, junto como bicampeonato.

Lição aprendida de forma dura, mas necessária para que Nelson Piquet chegasse ao seu terceiro título na temporada seguinte, com supremacia da Williams e mesmo com metade do número de vitórias de Nigel Mansell. A astúcia derrotou o Leão. Mas 1987 já é outra hitória.

E que façam suas apostas. Será que a McLaren, que deu o pulo do gato em 86, vai padecer pelo mesmo erro da Williams no passado?? Será que o pinguço Räikkönen será agraciado com este “milagre”, e terá seu dia de ‘professor’??? Todas as respostas no próximo domingo.

Inscreva seu e-mail e confirme pelo link eviado para receber novos artigos do Blá blá Gol.

18 Comentarios Enviar por e-mail Enviar por e-mail

18 Comentários para “1986, as Williams e o francês”

  1. Gaburah
    15/10/07 - 8:48

    Belíssimo acervo de fotos, Pachecão!
    Parabéns por mais um post de qualidade.

    Responda a este comentário

  2. Gaburah
    15/10/07 - 8:49

    A primeira então, chega a dar saudade…

    Responda a este comentário

  3. Victor
    15/10/07 - 9:38

    Não seja inocente Gaburah.
    Essa primeira foto é montagem.
    Veja foto original.

    Responda a este comentário

  4. Robinson
    15/10/07 - 11:43

    Meu Deus!!! Isso é uma fraude histórica!!!!

    Responda a este comentário

  5. Victor
    15/10/07 - 19:19

    Já ouvi Piquet dizer que já o perguntaram se não dava para continuar na pista e tentar a sorte com o pneu fudido até o final da corrida, já que o pit-stop significava necessariamente a perda de posição para Prost.
    Piquet respondeu que gostaria de ver um dos questionadores andando a 300km/h com o carro vibrando à vera e toda volta vendo o carro do Mansell espatifado sabendo que o pneu tinha ido para o espaço.

    Responda a este comentário

  6. Robinson
    15/10/07 - 19:50

    Pois é… isso definiu a corrida.

    Responda a este comentário

  7. Robinson
    15/10/07 - 19:51

    E o título, claro.

    Responda a este comentário

  8. Ana Paula
    15/10/07 - 20:13

    Victor, vc tem uma foto muito parecida com aquela 1a deste post… Coloque aqui para que todos possam ver…

    Responda a este comentário

  9. Victor
    15/10/07 - 21:57

    Tem um link no comentário #3

    Responda a este comentário

  10. Ana Paula
    16/10/07 - 8:19

    Ih… é mesmo, não tinha visto! haueuauaeuhea

    Responda a este comentário

  11. saulo
    16/10/07 - 12:41

    Rapaziada, essa é a prova irrefutável daquela música “Young Flu pequenininha, sua torcida cabe dentro de um fusquinha!”. Nas três pesquisas, o Fluminense ficou atrás do Botafogo. É muita derrota, putaquiupariu…

    http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Campeonatos/0,,MUL150711-4276,00-PESQUISAS CONFIRMAM OS CINCO MAIORES.html

    Responda a este comentário

  12. Robinson
    17/10/07 - 8:21

    E o melhor dessa decisão é que o Massa está disposto a vencer. Ele burocraticamente diz que ajudaria ao Räikkönen. E teve seu contrato renovado até 2010. Mas como a situação do finlandês é muito complicada, precisando contar com o abandono dos caras da McLaren, o Felipe pode dar essa alegria no final e entrar no próximo ano cheio de moral.

    Responda a este comentário

  13. Victor
    17/10/07 - 9:09

    Felipe Massa vai correr de macacão verde e amarelo de novo?

    Responda a este comentário

  14. Robinson
    17/10/07 - 9:29

    O todo verde e amarelo foi vetado pelos patrocinadores, mas ele conseguiu uma brecha para colocar uns detalhes nas cores do país. Como se fala no futebol, tá jogando pra galera.
    A onda nacionalista brasileira vai se aflorar essa semana, com o jogo no Maracanã (que não merece comentários) e com o Felipe em Interlagos.
    E semana que vem, dependendo dos resultados, todo mundo esquece do Renen Canalheiros…

    Responda a este comentário

  15. Rafael
    18/10/07 - 16:35

    O ano de 1986 foi o primeiro ano que realmente acompanhei a F1 e campeonatos de futebol. Fiquei muito feliz com o título estadual do Flamengo.
    Torci muito pelo Piquet no mundial de F1 e pelo Flamengo no campeonato brasileiro, mas sofri decepções. Mas que foram naturalmente corrigidas no ano seguinte.

    Responda a este comentário

  16. Victor
    18/10/07 - 16:37

    Em 86 só lembro da última corrida, mas a temporada de 87 eu devorei. Foi muito foda mesmo.
    Talvez não tenha achado tão foda a de 88 porque Piquet acabou não competindo. Uma pena ele ter ido para a Lotus.

    Responda a este comentário

  17. Rafael
    18/10/07 - 16:50

    Não devorei nenhuma temporada, mas lembro bem. A 1ª corrida de 1986 foi o GP do Brasil em Jacarepaguá. Piquet ganhou a corrida no autódromo que mais tarde levaria seu nome. Depois foram vários duelos com Mansel. Irado!

    Responda a este comentário

  18. Blá blá Gol » Blog Archive » ESPECIAL: GP DO BRASIL, KIMI CAMPEÃO
    22/10/07 - 12:17

    […] Hamilton deu um tiro no próprio pé. E, na hora da pressão, ele abriu o bico. A McLaren repetiu a burrada da Williams em 1986, e com a faca e o queijo na mão, deu mole para o rato. Pagou o mico da década. Vamos à […]

Deixe seu comentário